Mas era apenas um devaneio do moderador deste espaço.
A sistematização da ideia e o apoio lógico/fático e teológico, veio com a composição formalizada pelo Pr. Sérgio Santelli no blog "Minuto Profético" que elaborou, recentemente, a conexão temporal com a articulação originária, agora sedimentada no tempo, demonstrando a viabilidade cada vez mais óbvia da materialização no plano da realidade dos eventos a tanto tempo teorizados.
Descubra cinco maneiras de levar a congregação a entender seu papel na adoração
Joêzer Mendonça
Cada vez mais, as igrejas têm utilizado equipes de louvor numerosas e
bem ensaiadas, músicos tocando ao vivo e equipamentos mais
sofisticados. A busca por maior qualidade na liturgia é muito bem-vinda.
Porém, tendo em vista esse cenário, é preciso que todos os envolvidos
reflitam sobre sua atuação musical e espiritual a fim de evitar que seja
retirado o protagonismo do louvor das mãos da igreja. A equipe de
música não deve ser a protagonista, pois esse papel cabe à congregação.
Vale lembrar a todos, especialmente ao líder de louvor ou regente
congregacional, que a boa liderança musical não tem que ver com frases
emocionadas, melhores cantores, alta tecnologia, DVD de sucesso, nem com
você. Liderar ou ministrar o louvor congregacional tem que ver com uma
única pergunta: “Como posso servir musical e espiritualmente à igreja?”
Reforço dois termos que usei: serviço, e não prestígio pessoal; e “à
igreja”, e não a um ou outro grupo específico. Os mais idosos, os mais
jovens, o coral ou a equipe de louvor são apenas partes de um corpo cuja
cabeça não é você. É claro que há situações em que o líder de música
precisa apoiar programas com foco específico numa faixa etária e grupo,
ou mesmo programas que integrem diversos segmentos da igreja, como as
celebrações da Páscoa e Natal.
No entanto, o líder de música deve estar atento ao momento em que
toda a congregação é convidada semanalmente a participar da música: o
momento do louvor congregacional. Inclusive, deve estar atento para não
menosprezar nem superestimar essa seção do culto. Como se subestima
o valor do louvor congregacional? Quando não há preparação adequada,
quando se usa o louvor para preencher as lacunas da falta de
organização, quando não se permite à igreja ouvir a própria voz, quando
não se dá atenção a uma criteriosa seleção de repertório. Por outro
lado, como se superestima o louvor congregacional?
Quando é muito longo, quando é o centro das atenções, quando se acredita
que determinado estilo musical vai reavivar a igreja, quando há mais
foco nos resultados musicais do que nos frutos espirituais.
Se ninguém gosta quando o momento do ofertório demora em longos
discursos ou orações, então porque achamos que alguém gosta de um
serviço de louvor longo e cheio de falas? Não seria por que estamos
inclinados a transformar o louvor musical no centro das atenções do
culto?
Note que, às vezes, ao iniciar o louvor, alguns dizem: “Agora chegou a
hora de todos participarem”.
Mas o ofertório também é um momento para
todos participarmos, assim como as demais seções do culto. Por outro
lado, se vamos todos participar do momento do louvor, então é hora de
deixar a igreja cantar: “Nem sempre o canto deve ser feito apenas por
alguns. Permita-se o quanto possível que toda a congregação participe” (Testemunhos para a Igreja, v. 9, p.143, 144).
Vou sugerir cinco ações para que isso ocorra:
Escolha um repertório que a maioria das pessoas conheça. Nem
sempre é hora de ensinar um hino pouco cantado. Pode parecer repetitivo
para os cantores e músicos, mas para a congregação é a oportunidade de
externar sua voz em uma melodia acessível e preferida. Saiba usar essa
predileção em favor de uma adoração coletiva.
Estude a acessibilidade da melodia que deseja usar. Hinos
desconhecidos e/ou com letras difíceis causam estranhamento e não
estimulam as pessoas a cantar. Se for usar canções de solistas ou
quartetos, confira antes a extensão das notas da melodia (se tem notas
muito agudas ou muito graves), pois, às vezes, essas canções têm melodia
complicada para uma congregação inteira cantar, o que acaba inibindo a
voz da igreja.
Permita que a congregação ouça suas vozes. Subestimamos
tanto as vozes da congregação que até deixamos alto o volume dos
microfones, abafando o louvor coletivo. Talvez estamos tendo maior
preocupação com o som que vai na transmissão do culto pela internet e
menor preocupação com o som que a igreja vai fazer no culto presencial.
Não deixe que a igreja apenas ouça a própria voz no último refrão,
momento em que o líder de louvor diz: “Agora vamos ouvir só a voz da
igreja cantando!” Experimentemos ouvir mais nossa voz misturada à dos
nossos irmãos e irmãs cantando.
Não confie no poder motivador dos estilos musicais tanto quanto no poder inspirador da comunhão pessoal. Em Adoração ou Show?
(2006, p.127), Harold Best pergunta: “O estilo [musical] conduz as
pessoas à verdadeira experiência da presença de Deus, ou é a experiência
com Deus impulsionada pela fé, pela esperança e pelo amor que confere
poder ao estilo que escolhemos?”
Incentive a igreja a cantar após os sermões. Depois
da Palavra falada por um, a Palavra cantada por todos. Na Bíblia, a
adoração com música se dá imediatamente após os atos de Deus por Seu
povo. Nesse sentido, a lembrança dos atos redentores de Deus no passado e
de Sua bendita promessa para o futuro têm como resposta o louvor
musical da congregação. Não estou dizendo que não haja mais mensagens
musicais feitas por solistas ou grupos vocais, mas sim que haja mais
momentos em que a igreja seja a protagonista do louvor.
JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia
(Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do
adventismo, é professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop e O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes
Soluções para o impasse na hora de selecionar as músicas para o culto
Joêzer Mendonça
De manhã, no templo, todos se levantaram ao som da música. Mas nem
todos cantaram. A música era bonita e o coro estava bem ensaiado, mas
boa parte da congregação não sabia cantá-la, pois ela tinha um estilo
sacro pouco habitual. Parecia ser cantada em outro idioma.
Essa descrição se encaixa perfeitamente com os registros históricos
sobre a música nas catedrais antes da Reforma Protestante do século 16.
Mas também, e infelizmente, retrata algumas situações na igreja
contemporânea. Hoje há os que igualmente não cantam porque o “idioma”
musical do hinário ou a música do DVD de louvor soam tão antiquados ou
desconhecidos quanto o latim naquela época.
Num lugar frequentado por diferentes gerações e por pessoas de
diferentes gostos musicais, como costuma ser a igreja, é absolutamente
impossível agradar a todos. Por isso, para uma parte da congregação, as
músicas escolhidas para a adoração congregacional sempre podem parecer
inadequadas. Mas o que não se pode fazer é desprezar uma geração em
favor de outra nem favorecer somente o repertório tradicional e excluir
as canções mais recentes.
Faço algumas perguntas: por que vários hinos do hinário não
entusiasmam uma parte da igreja? E porque tantas canções atuais não
animam a congregação a cantar? Não seria porque ambos os repertórios
estão numa linguagem diferente para diferentes pessoas?
Pessoas que cresceram ouvindo e cantando hinos tradicionais tanto em
seus cultos domésticos quanto nos cultos no templo estão acostumadas com
essa linguagem hinológica. Ou seja, para elas, o hinário apresenta a
música e a letra adequadas para os momentos de louvor da congregação.
Para elas, os cânticos contemporâneos são curtos, repetitivos e
monótonos, contrastando com a variedade melódica e temática dos hinos
tradicionais.
Por outro lado, pessoas que ouvem e cantam as músicas contemporâneas
dos DVDs de ministérios de louvor também se acostumam com essa
linguagem. Para elas, esses novos cânticos apresentam a música e a letra
adequadas para os momentos de louvor congregacional. Acham que os hinos
tradicionais são muito longos e monótonos, contrastando com a
simplicidade melódica e temática das canções de louvor contemporâneas.
No segundo texto desta série, apresento algumas atitudes e ações que
visam auxiliar a encontrar soluções para o impasse na hora de selecionar
as músicas para o culto:
Motive a igreja a conhecer a riqueza de conteúdo do hinário.
Um exemplo: ao cantar o hino “Quão Grande És Tu”, mostre como a
primeira estrofe fala da criação de Deus e que a resposta do ser humano,
maravilhado por esse poder que criou a natureza, é dizer “Quão grande
és Tu”. Aponte como a terceira estrofe fala da morte de Jesus no
Calvário para que você vivesse eternamente, e que a última estrofe é
sobre a esperança da volta de Cristo. Como não responder cantando “quão
grande és Tu, meu Deus”? A igreja verá como as estrofes desse hino
abordam a história da Redenção da criação ao advento. Essa teologia
cantada também está presente em outros hinos, como “Sou Feliz com
Jesus”.
O que cantamos impacta o que cremos. Segundo Erik
Routley, estudioso da música sacra, “importa muito o que se canta,
porque há a tendência de se acreditar no que dizem os hinos. Uma
doutrina incorreta será notada em um sermão; em um hino, e as pessoas
tendem a acreditar nela” (Hymns Today and Tomorrow). Por essa razão, é importante providenciar cânticos que promovam a “sã doutrina”, a teologia clara de sua igreja.
Promova a ideia de que nenhuma geração possui a exclusividade da boa música.
A cada geração, surgem novos compositores antenados com o idioma
musical de seu tempo. É incoerente pedir aos compositores de hoje que
façam música como se vivessem em 1918, assim como teria sido incoerente
pedir aos músicos de 1918 que fizessem hinos como os de Martinho Lutero
ou Isaac Watts. Erik Routley acrescenta: “Que fique claro que a arte de
escrever um bom cântico não está confinada a eras passadas”. E os bons
cânticos também não são de posse exclusiva dos compositores de hoje.
Faça várias combinações de repertórios. Os momentos
de louvor podem ter pelo menos três modelos: (1) O louvor composto só
de cânticos mais novos; (2) O louvor só com músicas do hinário e (3) O
louvor que combina os dois repertórios. Veja esses três exemplos de
acordo com os respectivos modelos acima: “O Melhor Lugar do Mundo” e
“Verei Jesus”; “Bendita Segurança” e “Jesus é Melhor”; “Falar com Deus” e
“Porque Ele Vive”, ou ainda com três músicas, como “Não Há o Que
Temer”, “Saudade” e “Eu Não Me Esqueci de Ti”. Organize também medleys
diminuindo estrofes ou repetições e combinando os diferentes
repertórios. Utilize ainda conhecidas músicas de quartetos e corais,
ajustando a tonalidade para o canto da congregação.
Busque cânticos que cultuem os atributos de Deus e Suas obras.
Nos reunimos no templo com o objetivo de prestar um culto a Deus por
causa de tudo o que Ele fez, faz e fará por nós. Nós O louvamos pelos
Seus atributos de amor, justiça e majestade. Nós O adoramos porque Ele é
bom e Sua misericórdia dura para sempre. Esses princípios bíblicos
devem constar nas palavras de nossos cânticos de louvor. Como escreveu
Larry Hurtado: “O culto cristão pode ser enriquecido pela lembrança do
quadro maior dos propósitos de Deus, que se estende para além do nosso
tempo e ambiente […] e que promete uma consumação da graça redentora” (At the Origins of Christian Worship, p. 116).
Somos chamados a louvar e adorar “diante do Senhor que nos criou” (Sl
95:6). Mas, definitivamente, precisamos amar mais nosso irmão que louva
do que o louvor do nosso irmão.
JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia
(Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do
adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop e O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes
Amplificar o som dos instrumentos não vai aumentar o espírito de louvor da congregação, mas sufocar a voz da igreja
Joêzer Mendonça
Antes da reforma musical de Martinho Lutero e João Calvino no século
16, quem ia à igreja raramente cantava. A parte musical era desempenhada
exclusivamente por profissionais, que, além de tudo, cantavam num
idioma desconhecido para a maioria das pessoas (o latim), enquanto a
congregação praticamente assistia à missa. Alguns reformadores
protestantes devolveram a música de louvor e adoração para a
congregação, e hoje ninguém imagina entregar o ato de louvor para um
corpo de “adoradores” profissionais.
No entanto, às vezes o louvor congregacional tem recuado até os
tempos anteriores à Reforma. Isso acontece por alguns motivos, dentre os
quais destaco: (1) o volume alto da banda e das vozes que acompanham o
momento de louvor e (2) o desconhecimento dos cânticos, tradicionais ou
contemporâneos, selecionados para os cultos.
No texto de hoje, quero refletir somente sobre o primeiro motivo que
apontei (abordarei outros aspectos nos próximos quatro artigos dessa
série sobre louvor na igreja). Aumentar o volume dos instrumentos
musicais não vai aumentar o espírito de louvor da congregação. Como já
sabemos, a igreja não vai tentar cantar mais forte que o som da banda
(ou do playback), não importa quantas vezes o líder de louvor repita:
“Cantem com todo entusiasmo!” Então, tudo o que teremos é música tocada
em volume alto.
Nós, músicos e cantores, queremos que a igreja participe do louvor,
que se envolva no canto. No entanto, pegamos cinco instrumentistas e dez
cantores, por exemplo, todos com microfone, todos amplificados nas
caixas de som, e depois reclamamos que a igreja continua sem cantar. Um
problema pode estar no espírito de louvor que o indivíduo traz para o
culto. Mas você já parou para pensar que uma boa razão para a igreja não
cantar conosco pode estar no volume das vozes e da banda?
Acho muito bonito quando um grupo de pessoas canta o louvor a três ou
quatro vozes. Mas, e a voz da congregação? Muitas vezes a voz da igreja
é ouvida apenas na última estrofe ou no último refrão.
Com base em uma carta de Ellen White, alguns defendem que o louvor
deve sempre ser dirigido por um grupo de cantores. Um dos parágrafos
diz: “Escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço do
canto” (Carta 170, de 1902). Particularmente, acho uma ótima
ideia envolver mais pessoas e tornar o momento de louvor congregacional
mais harmonioso e bem realizado. No entanto, na época dessa carta, não
havia caixas amplificadas, sistemas de som estéreo nem microfones para
os cantores. Mal havia hinários disponíveis para todos. Então, um grupo
de pessoas, de bons cantores, parecia bem adequado para conduzir todos
no canto.
A participação de um grupo de pessoas no louvor congregacional não é
indesejável. O problema está no alto volume dos microfones, o que faz
com que seja difícil escutar a voz da congregação. Às vezes, a pessoa
não consegue escutar a própria voz. Isso inibe a participação da igreja
que, em vez de participar, passa a assistir ao louvor.
Desse modo, quando a música não é bem conhecida de todos, seja uma
música proveniente do hinário ou dos DVDs contemporâneos de louvor, e
quando o som das vozes e dos instrumentos musicais está alto demais, a
congregação acaba terceirizando o louvor para um grupo seleto de
pessoas. Infelizmente, quando essa conjunção de fatores acontece,
recuamos aos tempos anteriores à Reforma.
Como podemos equalizar a participação de músicos, cantores e membros da congregação? Seguem algumas dicas:
Não intensifique demais o volume dos instrumentos.
Cada instrumento musical possui sua identidade sonora e é preciso
equilibrar as bases rítmica e harmônica de modo a não sufocar as vozes
nem os instrumentos que dão o “chão” da tonalidade e da harmonia, como o
violão e o piano.
Evite solos durante as frases cantadas pela congregação.
Não importa se você está tocando piano, guitarra ou saxofone. Estude a
música que você vai acompanhar e selecione alguns trechos para reforçar a
melodia e outros em que você possa fazer um contracanto à melodia, como
as partes entre as frases cantadas.
Nossa equipe de louvor não está à frente da igreja para
cantar mais alto que todos, nem para mostrar como se deve louvar, mas
para apoiar, orientar e conduzir as vozes da congregação. No
final da carta que citamos acima, Ellen G. White disse: “Nem sempre o
canto deve ser feito apenas por alguns. Permita-se o quanto possível que
toda a congregação dele participe”.
Somos chamados a cantar e tocar de todo o coração e de todo o
entendimento, e não de todo volume. Vamos organizar, apoiar e orientar
os momentos de louvor para que a igreja se sinta confortável e
estimulada a participar também de todo coração e entendimento. Não nos
esqueçamos de que o louvor é congregacional.
JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia
(Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do
adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop e O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes
Na manhã de quinta-feira (13), o papa Francisco recebeu no Vaticano cerca de mil luteranos que participam de uma visita a Roma. “Estou feliz em recebê-los em sua peregrinação ecumênica, iniciada na região de Lutero, na Alemanha, e terminada aqui junto à sede do Bispo de Roma”, afirmou o pontífice. Em seu discurso, sublinhou a necessidade de “agradecer a Deus porque, hoje, luteranos e católicos estão caminhando juntos pela mesma estrada, saindo do conflito para a comunhão. Ao longo do caminho, provamos sentimentos contrastantes: a dor pela divisão que ainda existe entre nós, mas também a alegria pela fraternidade reencontrada”. Francisco afirmou aos presentes que no final de outubro fará uma visita apostólica a Lund, na Suécia. Juntamente com a Federação Luterana Mundial, dará início à comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante. Também agradecerá os 50 anos de diálogo oficial entre luteranos e católicos.
A proposta do líder máximo dos católicos é que eles se unam aos evangélicos. O testemunho que o mundo espera de nós, afirmou, “é que tornemos visível a misericórdia que Deus tem para conosco através do serviço aos pobres, aos doentes, aos que abandonaram a sua terra natal em busca de um futuro melhor para si e para os seus. Vamos servir juntos os mais necessitados, assim experimentamos o que é estar unidos, pois é a misericórdia de Deus que nos une”, sublinhou na parte final do seu discurso. [...]
Antes de terminar o encontro, Francisco respondeu a perguntas dos jovens luteranos. Ele classificou as tentativas de proselitismo de “o maior veneno contra o caminho ecumênico”. Além de pedir que os europeus recebam os refugiados muçulmanos, ele fez um questionamento aos presentes: “Quem são os melhores: os evangélicos ou os católicos?” A resposta oferecida por ele mesmo foi: “O melhor é todos juntos.”
No local, chamava a atenção a presença de uma estátua de Martinho Lutero, segurando um documento que seriam suas teses. Francisco parece ignorar que a maioria dos ensinos de Lutero, pregados na porta da catedral de Wittenberg em 31 de outubro de 1517 eram justamente contra o que ensinava o papa. O líder do movimento que resultaria nas igrejas evangélicas de hoje foi excomungado por Leão X numa bula papal de 3 de janeiro de 1521. A Europa viveu por quase cem anos uma guerra religiosa entre católicos e protestantes que resultou em milhares de mortos.
No ano passado, líderes da Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) pediram desculpas aos católicos e ortodoxos por atos cometidos por luteranos durante a Reforma Protestante, entre eles a destruição de imagens religiosas, chamados de “ídolos”.
(Gospel Prime) Nota Criacionismo: Se eu acreditasse em imortalidade da alma e vida eterna logo após a morte, diria que Lutero estaria se revirando no túmulo. Papa comemorando os 500 anos da Reforma Protestante?! Parece piada de mau gosto. Só não se surpreende quem estuda as profecias bíblicas e já leu o livro O Grande Conflito, de Ellen White (se ainda não leu, recomendo fortemente). Nele, a autora previu, há mais de um século e meio, que o abismo existente entre catolicismo e protestantismo, no tempo dela, seria no futuro transformado em uma ponte bem pavimentada. Essa profecia já é história. Se cumpre bem debaixo do nosso nariz. Agora, além de ignorar as 95 teses que levaram Lutero a romper com o papado (crenças as quais o Vaticano ainda defende), o papa condena os cristãos que seguem a ordem de Cristo, que disse: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Pregar o evangelho bíblico será um veneno para um movimento cujo objetivo é unir as religiões sob uma bandeira, independentemente dos erros teológicos que elas tenham. Será um veneno para as pretensões de um líder religioso que quer se impor pela bandeira do amor, mas que hostiliza aqueles que insistem em seguir as ordens e os mandamentos de Jesus, em detrimento da vontade dos homens (amor seletivo?). A pregação do evangelho não é um veneno, porque a “verdade liberta” (João 8:32), esclarece, desintoxica. Se doutrinas não fossem relevantes, Jesus não teria insistido tantas vezes na importância de se estudarem as Escrituras Sagradas. É verdade que uma religião de doutrinas e sem amor é árida, vazia. Mas uma religião de “amor”, ou sentimentalismo, sem doutrinas, é desorientada, dependente do clero, das tradições e das vontades humanas. Esses pregadores da misericórdia e da caridade (o papa, principalmente) estão contribuindo para a hostilização crescente de um grupo de religiosos tidos injustamente como “fundamentalistas” e agora disseminadores de veneno. Claro que é condenável a imposição de uma religião sobre outra (o que pode ser entendido como proselitismo), mas pregar o evangelho é uma ação que deve ser levada respeitosamente a “toda criatura”. Entre a vontade do papa e a ordem de Jesus, fico com o Mestre: vou continuar pregando o evangelho libertador da Bíblia Sagrada a toda criatura com quem eu tiver contato real ou virtual, ainda mais quando vejo as profecias se cumprindo assim tão claramente. Quando Lutero souber do que aconteceu, terá uma grande surpresa!
Foram 10,5 milhões de casos no último ano, segundo organização. Seis países são os mais afetados; Índia e África do Sul estão entre eles.
A epidemia de tuberculose é mais grave do que se pensava até agora, com 10,4 milhões de contaminados em 2015, enquanto as pesquisas para encontrar uma vacina ou outros tratamentos "carece de fundos suficientes", segundo o relatório anual da OMS, publicado nesta quinta-feira (13).
A cifra supera amplamente a do relatório anterior, que foi de 9,6 milhões de infectados em todo o mundo.
"A luta para alcançar nossos objetivos mundiais no combate à tuberculose é cada vez mais difícil", afirmou a diretora da organização, Margaret Chan.
"Teremos que aumentar substancialmente nossos esforços sob o risco de ver países continuamente castigados por esta epidemia mortal e não alcançar nossos objetivos", ressaltou.
A meta é reduzir o número absoluto de mortes por tuberculose em 35% e de contágios em 20% até 2020 com relação aos números de 2015.
O objetivo para 2030 é diminuir em 90% a quantidade de mortos por tuberculose e em 80% os infectados.
Segundo o informe da OMS, 1,8 milhão de pessoas morreram vítimas desta doença em 2015 - 300.000 a mais do que no ano anterior.
A tuberculose é provocada por uma bactéria, o bacilo de Koch, que na maioria dos casos se aloja nos pulmões, destruindo o órgão gradativamente.
Dois em cada cinco infectados não foram diagnosticados, e por isso podem espalhar a doença, transmitida por via aérea.
Além disso, meio milhão de pessoas têm formas de tuberculose resistentes aos antibióticos, segundo o informe.
Para a ONG Médicos sem Fronteiras, este relatório "é um chamado de atenção para mudar o status quo na forma de diagnosticar e tratar a tuberculose e suas formas resistentes".
Índia subestimada
As cifras sobre as dimensões da epidemia foram revistas para cima essencialmente porque os pesquisadores se deram conta de que as estimativas da Índia, entre 2000 e 2015, eram muito baixas.
Seis países representam 60% dos novos casos: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.
Habitualmente vinculada à pobreza e a condições insalubres, a tuberculose continua sendo uma das principais doenças mortais do mundo, embora em um período de 15 anos, o número de mortes tenha caído 22%.
No entanto, para alcançar os objetivos estabelecidos pela comunidade internacional, as infecções teriam que diminuir entre 4% e 5% por ano, três vezes mais rápido do que diminuem atualmente.
Falta de recursos
A escassez de recursos também é um problema crônico no combate à doença.
Entre 2005 e 2014, os fundos disponíveis alcançaram apenas 700 milhões de dólares por ano. São necessários US$ 2 bilhões para a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos antituberculosos, segundo o informe.
É necessário "incrementar o investimento agora ou simplesmente não conseguiremos erradicar uma das doenças mais antigas e mais mortais do mundo", disse Ariel Pablos-Mendez, um dos encarregados da agência americana para o desenvolvimento internacional, a USAID.
Líder mundial adventista lança apelo especial aos membros.
“Peçamos ao Espírito Santo o poder da chuva serôdia para que a mensagem do último dia de Deus”, afirma o presidente.
Silver Spring, EUA … [ASN] O presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo, pastor Ted Wilson, fez uma declaração oficial nessa segunda-feira, 11, analisando a violência e as crises pelas quais passa o mundo e reafirmando o papel profético da Igreja Adventista, denominação com mais de 19 milhões de membros no mundo. A seguir, o artigo na íntegra:
Apelo aos Adventistas do Sétimo Dia em todo o mundo
Precisamos ficar como faróis de luz espiritual e âncoras de influência moral em um momento de incerteza desenfreada.
Como vemos, a paisagem social do mundo está se tornando cada vez mais violenta.
Há pouquíssimo tempo — do Sudão do Sul para os Estados Unidos, para Bangladesh, para o Iraque, para a Turquia e assim por diante — parece que os ventos de contenda têm aumentado e aquecido até transbordar. Pessoas inocentes e desavisadas foram terrivelmente afetadas. Eu tenho orado por esses lugares, famílias envolvidas e as várias situações.
Embora não queiramos ser alarmistas e devamos manter equilíbrio, confiança e esperança inspirados pelo Céu, parece que o mundo está cada vez mais se desintegrando diariamente. Apesar de sabermos que esses tipos de dificuldades e tragédias se tornarão mais comuns no final dos tempos, precisamos estar como faróis de luz espiritual e âncoras de influência moral em um momento de incerteza desenfreada.
Nossa influência espiritual só pode ocorrer quando estivermos completamente apoiados no Senhor, nossa Rocha e Salvação. Cristo nos adverte em Mateus 24:12-14 (versão NVI): “devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.
Ao colocarmos nós mesmos, nossas famílias, nossas comunidades e nossa igreja nas mãos onipotentes de Deus, percebamos que só Ele pode proteger e cuidar de nós como cabeça para os últimos dias da história da Terra. A ilegalidade que parece generalizada em tantos lugares pode extinguir o amor pelos outros, mas ao nos fundamentarmos no amor de Cristo, nosso amor pelos outros pode florescer ao partilharmos esse amor celestial com os outros, e nossas ações abençoadas pelo céu serão um grande testemunho a todos ao nosso redor.
Verdadeiramente, o evangelho do reino está sendo pregado em todo o mundo, e os membros da igreja estão participando ativamente do Envolvimento Total de Membros mostrando ao mundo o amor de Cristo em palavras e atos. No entanto, é ainda mais crucial que aumentemos nossos esforços para pessoal e corporativamente, como Igreja Adventista do Sétimo Dia, compartilhar as maravilhosas boas-novas das três mensagens angélicas que apontam as pessoas para Cristo e Seu poder para mudar vidas para se tornarem mais e mais semelhantes a Ele.
Cristo é nossa bússola
É somente em Cristo e Sua justiça que podemos encontrar a verdadeira direção para nossas vidas, as vidas de nossas famílias, para nossas comunidades — e para a sociedade como um todo. As mensagens proféticas poderosas e fortes da proclamação do último dia de Deus devem ser vistas em nossa vida prática cristã diária e na proclamação que damos. Esta é a hora e o tempo para os adventistas do sétimo dia mostrarem ao mundo, por meio do poder do Espírito Santo, o que significa ter esperança no poder do Senhor para trazer mudança em nossas vidas e na sociedade.
Sabemos da compreensão profética de Daniel e Apocalipse, que este mundo vai degenerar em caos e oposição à Palavra Sagrada de Deus, mas isso não significa que não podemos ser fortes sentinelas da graça de Deus e do poder celestial para focar a atenção das pessoas na breve volta do Senhor.
Faço um apelo aos adventistas do sétimo dia em todo o mundo para concentrar sua atenção em Cristo, Sua Palavra, Sua justiça, Seu serviço do santuário, Seu poder salvador no grande conflito, Suas três mensagens angélicas, Sua mensagem de saúde, Sua missão dos últimos dias e Sua breve segunda vinda.
Peçamos ao Espírito Santo o poder da chuva serôdia para que a mensagem do último dia de Deus passe como um incêndio através do nosso testemunho, proclamação da Palavra e nossas ações semelhantes às de Cristo de amor celeste pelos outros. É imperativo que percebamos o tempo em que estamos vivendo e nos concentremos na mensagem e na missão confiada à Igreja Adventista do Sétimo Dia para esse tempo.
Sejamos fieis ao proclamar a justiça de Cristo, que é o núcleo das três mensagens angélicas de Apocalipse 14 em contraste com a autoabsorção e autocentramento dos poderes de Apocalipse 13. Não nos deixemos distrair da nossa missão, mas foquemos em Cristo e em Seu poder para salvar especialmente durante esses tempos muito difíceis em todo o mundo.
O livro O Grande Conflito (escrito por Ellen White), na página 488, nos diz: “Satanás concebe inumeráveis planos para nos ocupar a mente, para que ela se não detenha no próprio trabalho com que deveremos estar mais bem familiarizados. O arquienganador odeia as grandes verdades que apresentam um sacrifício expiatório e um todo-poderoso Mediador. Sabe que para ele tudo depende de desviar a mente, de Jesus e de Sua verdade. Os que desejam participar dos benefícios da mediação do Salvador não devem permitir que coisa alguma interfira com seu dever de aperfeiçoar a santidade no temor de Deus. As preciosas horas, em vez de serem entregues ao prazer, à ostentação ou ambição de ganho, devem ser dedicadas ao estudo da Palavra da verdade, com fervor e oração. O assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo, ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar”.
Veja entrevista com pastor Ted Wilson sobre os desafios para a Igreja Adventista:
Posição única para os adventistas
Deus quer que os adventistas do sétimo dia preencham uma posição única na Terra no fim do tempo, e agora é tempo de fazer isso. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento profético com uma mensagem profética sobre uma missão profética. É liderada pelo próprio Deus, e não por seres humanos. Deus tem um trabalho especial e uma mensagem para ser proclamada por todos os membros, e não apenas pelos pastores e obreiros da igreja. É disso tudo que o Envolvimento Total de Membros trata. Todo mundo fazendo algo por Jesus, proclamando a mensagem salvadora dos últimos dias através da palavra e através de ações amorosas — todos dirigidos pelo poder do Espírito Santo. É-nos dito em Testemunhos para a Igreja, volume 9, página 117: “A obra de Deus na Terra jamais poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e unam os seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja”.
Devemos concentrar a atenção das pessoas em Cristo e no que Ele fez e está fazendo por nós. Continuando com a inspiração de O Grande Conflito, lemos em seções escolhidas entre as páginas 488 e 490: “O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens. Diz respeito a toda alma que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos mesmo até ao final do tempo, e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. É da máxima importância que todos investiguem acuradamente estes assuntos, e possam dar resposta a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles há. A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do homem, é tão essencial ao plano da redenção, como o foi Sua morte sobre a cruz. Pela Sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu ao Céu, depois de ressurgir. Pela fé devemos penetrar até o interior do véu, onde nosso Precursor entrou por nós. Hebreus 6:20. Ali se reflete a luz da cruz do Calvário. […] Vivemos hoje no grande dia da expiação. […] todos quantos desejem seja seu nome conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel. O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado. Há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que insistem no predomínio. […] Solenes são as cenas ligadas à obra final da expiação. Momentosos, os interesses nela envolvidos. O juízo ora se realiza no santuário celestial”.
Incline-se completamente em Jesus
Inclinemo-nos completamente na graça e nos méritos de Jesus, que sozinho pode nos salvar e nos ajudar a compartilhar Seu amor incomparável com o mundo que nos rodeia. É-nos dito em Testemunhos para a Igreja, volume 9 (também de autoria de Ellen White), na página 11: “vivemos no tempo do fim. Os sinais dos tempos, que se cumprem rapidamente, declaram que a vinda de Cristo está próxima, às portas. Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância. As forças do mal estão se arregimentando e se consolidando. Elas estão se robustecendo para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a ocorrer no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos”.
Irmãos e irmãos adventistas do sétimo dia ao redor do mundo, que tempo para estar vivos e inclinar-se sobre os méritos de Cristo ao Ele nos usar em Sua última proclamação ao mundo contando sobre Seu plano de Salvação e Seu eterno amor! Mobilizemo-nos para o chamado dado por nosso Senhor e sejamos parte do Envolvimento Total de Membros compartilhando a justiça de Cristo, Seu amor, Seu chamado para completar arrependimento e submissão a Ele, Suas profundas três mensagens angélicas e Sua breve volta. Compartilhemos amorosamente a Palavra de Deus e a tornemos exemplo em nossa vida diária semelhante à de Cristo em toda a Sua graça e poder. “Ora, vem, Senhor Jesus!”.
Refugiados que executam atentados zombam do país que os acolheu, dos voluntários que os ajudaram e também dos imigrantes que fogem da guerra e necessitam de ajuda, afirma chanceler, que apresenta plano de nove pontos.
Os recentes ataques em Würzburg e Ansbach, ambos reivindicados pelo grupo "Estado Islâmico" (EI), foram perpetrados por dois refugiados "que zombaram do país que os acolheu", dos trabalhadores e voluntários e também dos "refugiados que realmente buscam aqui ajuda devido à violência e à guerra", afirmou a chanceler federal Angela Merkel nesta quinta-feira (28/07), em Berlim.
Merkel classificou os ataques de "chocantes, angustiantes e deprimentes" e afirmou que as autoridades farão de tudo para esclarecer os incidentes, que ela chamou de terrorismo islâmico. "Acho que estamos num combate ou, se quiserem, numa guerra contra o EI", afirmou, para em seguida acrescentar: "Nós não estamos numa guerra ou combate contra o islã".
Desde os recentes ataques – incluindo o na cidade bávara de Ansbach no último domingo, em que um refugiado sírio deixou 15 feridos –, a sensação de insegurança aumentou na população. Alguns dias antes, um refugiado de 17 anos, supostamente afegão, atacou com uma faca e um machado passageiros de um trem perto de Würzburg, também no sul do país, deixando cinco feridos.
"Este é um momento difícil, mas também tivemos outros difíceis [...] Agora estamos diante de algo que envolve o cerne da sociedade", afirmou. Segundo a chefe de governo, que interrompeu suas férias para participar de uma entrevista à imprensa, o Estado precisa cumprir sua missão de restaurar a confiança da população.
"Nós vamos conseguir"
A chanceler federal afirmou que não importa se esses refugiados chegaram à Alemanha antes ou depois do último dia 4 de setembro. Em 5 de setembro de 2015, a Alemanha abriu suas fronteiras para mais de 10 mil refugiados que estavam retidos na Hungria. Nas semanas seguintes, dezenas de milhares de migrantes chegaram ao país.
Merkel disse que os alemães não devem se deixar abalar pelos terroristas, que têm como objetivo espalhar o medo, e não devem deixar que eles destruam o modo como vivem. Segundo ela, os terroristas semeiam o ódio e o medo entre as culturas e as religiões.
Quando questionada se o terrorismo islâmico chegou ao país, Merkel disse que essa afirmação já poderia ter sido feita antes. Ela remeteu ao assassinato de dois soldados americanos em Frankfurt por um extremista de origem albanesa e kosovar, em 2011, e ao ataque de uma militante do EI a um policial alemão no início do ano. "Agora vimos isso novamente com grande força", disse, referindo-se aos ataques em Würzburg e Ansbach.
A chanceler federal retomou sua famosa expressão sobre a crise dos refugiados, "nós vamos conseguir", várias vezes repetida por ela nos últimos meses. "Continuo convencida de que vamos conseguir cumprir nossa missão histórica. E já conseguimos muito nos últimos 11 meses", afirmou, mencionando o acordo migratório entre a União Europeia (UE) e a Turquia como exemplo.
Plano de nove pontos
Em reação aos recentes ataques, Merkel elencou um plano de nove pontos, incluindo um aumento do número de funcionários das autoridades de segurança e uma cooperação mais intensa com serviços de segurança de outros países.
A chefe de governo também anunciou uma diminuição dos obstáculos para a deportação de requerentes de refúgio, exercícios conjuntos da polícia e das Forças Armadas para operações antiterrorismo, um registro nacional de entrada e saída no país, um órgão para decodificação da comunicação via internet e um sistema de alerta para a radicalização de refugiados.
Roma (RV) – Passados 30 anos do histórico Dia de Oração das Religiões pela Paz, convocado pelo Papa João Paulo II em 1986 em Assis, terá lugar na cidade da Úmbria, de 18 a 20 de setembro, um novo encontro internacional pela paz promovido pela Comunidade de Santo Egídio.
A iniciativa, apresentada na manhã desta quarta-feira em Perugia, dá continuidade ao caminho traçado pelo Papa Wojtyla, como resposta às violências e aos desafios enfrentados pelo mundo de hoje. A respeito do encontro, intitulado “Sede de paz”, a Rádio Vaticano entrevistou o Presidente da Comunidade de Santo Egídio, Marco Impagliazzo:
“Em 1986 a questão central era a Guerra Fria: o mundo estava dividido em dois blocos e havia muitas guerras e focos de guerra provocados por esta Guerra Fria. Por isto João Paulo II quis reafirmar o papel decisivo das religiões pela paz. Foi um discurso profético, porque depois – como se viu – nos anos sucessivos, não somente cai o Muro de Berlim, mas nascem tantas pazes deste compromisso também das religiões. Eu penso em 1992, na paz em Moçambique: depois de tantos anos de guerra e mais de um milhão de mortos, foi mediada precisamente por uma comunidade cristã – a nossa – junto à Igreja de Moçambique. Também penso em tantos outros conflitos que terminaram nestes anos, até às boas notícias que chegam da Colômbia recentemente ou à reconciliação entre Estados Unidos e Cuba, graças à ação do Papa Francisco. Portanto, foi uma ideia profética e também genial para um mundo em que – infelizmente – as religiões, também em outros contextos, foram utilizadas como gasolina no fogo da guerra. Hoje o contexto é o do terrorismo, da violência difundida, da violência que nasce do narcotráfico, da difusão das armas. Portanto, os religiosos que nós chamamos para Assis, serão este ano chamados a tratar destes temas e, sobretudo, sobre o tema do valor de continuar a rezar pela paz, de fazê-lo mais, com mais força e com mais insistência”.
RV: Qual a contribuição concreta para a paz que vocês esperam deste encontro?
“Antes de tudo, não isolar nenhuma religião. Nós sabemos que o Islã não é um problema: é uma religião de paz nos seus livros sagrados, mas tem um problema no sentido de que dentro de certos países, que se definem islâmicos, nasceram grupos terroristas que estão semeando o terror não somente na Europa e no Ocidente, mas sobretudo no Oriente Médio. Penso em particular na Síria e no Iraque. Assim nós devemos, antes de tudo, pedir aos nossos irmãos muçulmanos um esforço maior e mais claro neste ponto, de uma separação total da violência de qualquer tema religioso. E depois, naturalmente, de serem todos mais unidos para trabalhar, junto à nossa gente e aos nossos povos, pela paz: as religiões devem fazer da pregação de paz e da educação à paz um elemento muito mais forte do que foi feito até agora. Devem deixar de falar sempre com uma linguagem pouco clara sobre este tema, mas ser muito mais fortes precisamente sobre o tema da paz”.
RV: Quem serão os representantes do mundo islâmico e das outras religiões que participarão deste evento?
“Do mundo islâmico temos personalidades expressivas: certamente o Reitor da Universidade de al-Azhar, o Grão Mufti do Líbano e de todos os países do Oriente Médio. Estarão também líderes da Ásia: penso na presença de dois líderes das duas maiores Irmandades muçulmanas indonésias, que englobam 60-70 milhões de seguidores. Depois, estamos muito felizes em poder anunciar a presença de Patriarcas das Igrejas Ortodoxas, primeiro de todos o Patriarca Bartolomeu, do Arcebispo de Cantuária. Estarão presentes os grandes líderes – quer pastores como bispos – das Igrejas Luteranas reformadas. Participarão também personalidades do mundo do budismo japonês, do mundo judaico de Israel e da Europa. Em suma, existe realmente uma sede de paz no mundo: uma sede que é a sede dos pobres, que é a sede das pessoas que sofrem pela guerra e pelas vítimas da violência. E penso nas tantas mulheres que são vítimas da violência. Portanto, a presença de um número tão vasto de personalidades religiosas, ao lado das populações que sofrem, me parece ser um belo sinal para o futuro do mundo”.
RV: Os representantes islâmicos que irão ao encontro são líderes que, com esta participação, manifestam também uma disposição ao diálogo e à abertura. O senhor espera e pensa que eles possam ter alguma influência significativa sobre aqueles que estejam, talvez, um pouco mais distantes deste diálogo?
“Acredito que o Islã esteja se confrontando com este problema: as grandes escolas, as grandes universidades são desafiadas hoje por uma mensagem simplificada, que é uma caricatura da religião, do qual fazem uso os terroristas e os seus apoiadores. Portanto, acredito que também o Islã esteja colocando o problema – e se o colocar também em Assis – de renovar a linguagem e de encontrar novos caminhos para tocar o coração dos jovens, para educar para a paz. Nós estaremos ao lado deles para ajudá-los nesta grande batalha pela paz”.
RV: O que se poderia falar sobre a presença do Papa Francisco?
“Nós soubemos recentemente que o Papa Francisco visitará Assis em 4 de agosto próximo, para a Festa do Perdão. É o Ano Jubilar e o Papa está muito empenhado em Roma com as celebrações jubilares. Certamente nós sentimos a sua presença, que será testemunhada de uma forma ou de outra, como foi anunciado. Não sabemos ainda de que forma, mas certamente não com a sua presença física. Mas haverá um acompanhamento da parte dele. O Papa foi atualizado recentemente sobre o evento pelo Prof. Riccardi e expressou toda a sua satisfação e apoio. Naturalmente, estarão presentes também personalidades da Cúria Romana, ou Bispos ou Cardeais que representarão – de uma forma ou outra – o pensamento do Papa neste evento”.