O tema não é novo, tampouco a forma de abordagem, penso, no entanto, gostaria de utilizar uma base bíblica e outra do Espírito de Profecia para sair do enfoque exclusivamente dogmático, para uma reflexão estritamente lógica.
Se procedermos a leitura do contexto de Daniel 3, perceberemos com facilidade uma realidade imediata e outra mediata. A imediata é que o mesmo é um claro paralelo ao decreto de morte que temos nos nossos horizontes, a mediata, são as condições que norteiam estes acontecimentos e, que penso, Deus nos deixou como advertência.
Veja que nos versos 5, 7, 10 e 15, os amigos de Daniel são instados à proceder à falsa adoração ao som de música (Nós sempre defendemos que quando algo é importante Deus repete, como os 10 Mandamentos, não?). Pois se repete quatro vezes.
Ocorre que o texto não somente se repete, mas faz questão de enfatizar a massa de instrumentos utilizados (poderia somente dizer música, não?) e, ainda, para completar, se utiliza da adjetivação "todo tipo de música". Parece-me que Deus quer nos dizer algo com isso.
Conclusão lógica primeira, esse quadro se repetirá. Assim como a lei dos homens não se utiliza de termos inúteis, Deus não o faz em palavras vazias.
Mais, nós como povo distintivo de Deus recebemos revelação adicional sobre a importância da música e, a Sra. White fala muito dela, tanto em seu sentido positivo, como em seu sentido negativo, assim, penso que o mínimo que deveríamos fazer era sermos extremamente cautelosos e principalmente criteriosos com este tema. Aliás, como uma Igreja nascida do texto de Daniel, não temos dúvida que o texto de Daniel 1, 2, 3 nos cabe com especial relevo como norteadores de nossa preparação para a crise final.
Mas eu gostaria de meditar em outro texto, agora da Sra. White:
As coisas que descrevestes como tendo lugar em Indiana o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes do fim do tempo da da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. ...
Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo. ... Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida. Mensagens Escolhidas, vol. 2, págs. 36 e 38.
Não demos lugar a essas estranhas tensões mentais, que afastam na verdade a mente das profundas atuações do Espírito Santo. A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 42. (Eventos Finais - Pág. 159)
Precisa de mais advertência para que estejamos, cada vez que observamos o fim mais próximo, atentos ao que acontece com a nossa música?
É interessante que a palavra "tambores" aparece apenas em dois locais dos escritos da Sra. White, segundo pesquisei, uma em Eventos Finais, como supra transcrito e outra em Patriarcas e Profetas, pág. 610. Mas o original em inglês nos revela que neste texto supra, ela se utiliza do termo "drums", enquanto em PP ela usa "tabret". Na época de EGW já existia em embrião da bateria, alguém já se perguntou porquê não foi adotada já naquele tempo?
Eu não quero ser consciência de ninguém, mas gostaria de fazer um exercício de lógica com os irmãos:
- Qual a única forma de nos "enganarmos" com a adoração da estátua que novamente aparecerá na história da humanidade, senão ouvindo a música que o inimigo nos está acostumando a ouvir?
- Qual a única forma de termos problemas com essas manifestações de "gritos com tambores, música e dança" senão permitindo sua entrada na Igreja?
Alguns haverão de invocar o lugar comum que tenho ouvido muito na Igreja sobre o "equilíbrio". A estes gostaria de lembrar que este termo não existe na Bíblia. Sabe porquê irmãos? Porque a Bíblia é o relato de um homem desequilibrado.
Isso não quer dizer que a busca do equilíbrio não deva ser uma meta do crente em sua vida cristã. Não é este meu argumento. Meu argumento é que esta condição, especialmente em um ambiente coletivo, é utópica e como tal deve manter-se apartada de nossas diretrizes como Igreja. Isso porque o equilíbrio torna-se rapidamente um conceito relativo, algo que entendo não se coaduna com a perenidade da Palavra de Deus.
Devemos cuidar com a causa que estamos advogando. Isso pode não somente atingir a nós mesmos, como também às pessoas que estão sentadas ao nosso lado nos bancos de nossa igreja, que talvez não saibam lidar, como nós pensamos que sabemos, com temas tão sensíveis como este da música que está claramente ligado com a realidade dos últimos dias.
Mais do que isso, qual é o legado que deixaremos, caso a nossa não seja a última geração, para a juventude da nossa Igreja?
Sim, não nos enganemos, o famoso "equilíbrio", é dinâmico no tempo e no espaço, o que para nós hoje é assim nominado, seria extremismo inaceitável há dez anos atrás e certamente será extremismo a ser ultrapassado daqui a dez anos.
Daqui há algum tempo a discussão não será mais se deve ou não entrar, até porque já entrou, mas a forma de utilização do instrumento. O inimigo é muito astuto, foi assim que ele substituiu o Sábado pelo domingo. O método não é novo!
Querem um exemplo prático? Já repararam como nossos músicos que nunca foram bem vistos fora de nosso redil estão sendo aceitos entre outros grupos? Ou que "bandas" de outras denominações estão se infiltrando em nossos gostos e fazendo escola em nosso meio?
Como Daniel Spencer afirma, não há algo de estranho nisso? Que agora que o fim está mais próximo estamos nos alinhando com grupos que nos perseguirão? Será que seremos perseguidos, ou perseguidores?!?!
A profecia vai se cumprir, a música vai tocar, que não sejamos nenhum de nós ou nossos queridos, aqueles que se ajoelharão perante a estátua.
E que cada um tire suas conclusões.
Soli Deo Gloria