A American Airlines divulga por meio de um vídeo nos voos internacionais o crescimento da comunidade hispânica nos Estados Unidos e sua influência na política. O documentário apresenta a história de superação de filhos de imigrantes hispânicos que conquistaram espaço na sociedade norte-americana e hoje atuam nas mais diversas áreas, como no direito, na imprensa, na medicina, no ensino superior, nas ciências, na aeronáutica, nas forças armadas, na política e na religião.
Para se perceber essa influência, basta interpretar os quadros estatísticos revelados. Em 1980, por exemplo, havia apenas quatro hispânicos como deputados federais. Hoje são 30 os deputados e senadores da comunidade latina no Congresso dos Estados Unidos, que representam 38% da população total. Junto às mudanças sociopolíticas chega também a alteração do cenário religioso, pois os hispânicos são de origem predominantemente católica.
Percebe-se esse crescente domínio hispânico nos aeroportos e no entorno de algumas cidades interioranas, como Berrien Springs, no Michigan, onde se localiza a Universidade Andrews. Cansados, desmotivados e perseguidos pelos governos tirânicos e pela pobreza na América Latina, esses indivíduos são estimulados pelos religiosos de seus países a procurar novos horizontes nos Estados Unidos. Neste país, as comunidades que apoiam refugiados recebem e realocam essas pessoas até elas conseguirem dominar a língua, ter um emprego e o direito à permanência. A maior parte das instituições de "ajuda humanitária" se encontra nas paróquias católicas.
Diante desse novo perfil social já se preveem mudanças no quadro político eleitoral e, consequentemente, na legislação nacional, o que poderia afetar diretamente os direitos de liberdade conquistados há séculos. E os norte-americanos mais tradicionais têm consciência disso. Ou seja, uma minoria. Em geral aquela que hasteia a bandeira dos Estados Unidos no quintal ou na varanda de casa. Essa atitude pode ter vários sentidos, não somente a de que eles são patriotas. Pode significar que alguém da família ou da comunidade foi para uma das guerras promovidas pela nação; pode ser um símbolo de preconceito contra negros, judeus, hispânicos, latinos, indígenas e qualquer outro elemento estranho à cultura histórica norte-americana; mas também pode ser um recado aos hispânicos de que aquele território pertence ao norte-americano, foi conquistado por ele e o estrangeiro não é bem-vindo ali. Assim, na outra ponta, fortalece-se o movimento da extrema direita religiosa, com profundas raízes no Partido Republicano.
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