Aprendi desde criança acerca da volta de Jesus. E o que me contaram foi que Ele em breve voltará a este mundo para nos levar para o céu. Até aos dias de hoje há quem me ensine o mesmo. E acredito-o mais do que nunca!
Paralelamente, uma das coisas que me deixa extremamente satisfeito é que vou tendo cada vez menos apreciação pelas coisas deste mundo; estou a ficar cansado delas e vou percebendo que não vale mesmo a pena esperar nelas porque não me podem dar algo de bom, que perdure. E isso tem fortalecido a minha confiança na velha história da cruz e da vida que existe para além desta terra triste e sombria onde o mal vence na maioria das vezes. É essa a alternativa que supera imensamente as frustrações e desencantos desta terra.
Por falar em terra, gosto da imagem de um peregrino: aquele que não pertence ao local onde está, encontrando-se ali somente de passagem. É o que acontece com aqueles que conhecem Jesus e confiam nas Suas promessas de redenção, ainda que, ao olharem à sua volta, tudo lhes pareça indicar que não será assim. Mas será mesmo, porque Ele deixou essa certeza.
Milhares acreditaram e acreditam nela. Entre eles, um grande amigo meu que partiu para longe, exercendo o seu ministério numa distante parte do mundo. Na última vez que falamos, ele disse que mesmo que não nos voltássemos a encontrar, estaríamos juntos no dia em que Jesus voltasse. E para confirmar essa certeza, ele prometeu: 'quando eu entrar na nova terra, não vou logo visitar o lugar; entro, e fico atrás do portão à tua espera. Ali nos abraçaremos e, então, seguiremos juntos!'
Pelo favor imerecido de Deus, eu estarei no glorioso cortejo rumo a esse lar eterno! Não me importa que faça parte de uma das últimas filas; só quero é lá estar. E, na minha curta e imperfeita imaginação, consigo antever os meus passos seguindo a trilha daqueles que à minha frente se aproximam da cidade santa.
Depois de passados os desgostos daqui, e termos assistido ao Senhor voltando nas nuvens dos céus, avançaremos até ao lar que um dia perdemos. Começando a vislumbrar ao longe os mais brilhantes portões que jamais vimos, reparamos que Alguém puro está de braços estendidos, autorizando a entrada desejada aos tais peregrinos que, finalmente, alcançam o abrigo final.
Olharei para a minha frente e ali estarão aqueles que choraram e sofreram, mas mantiveram a fé firme, sendo que não há nos seus semblantes qualquer vestígio de dor ou lamento. Lentamente me aproximo da entrada e reparo que é mesmo Jesus saudando pessoalmente cada um dos convidados, e pouco falta para eu ali dar o meu primeiro passo.
Mais alguns entram e chega a minha vez. Ali estou eu, prestes a desfrutar algo que, de todo, não merecia. Confiante mas reverentemente, ergo os meus olhos para a frente e contemplo bem de perto o rosto do amorável Salvador. Ele sorri e ao mesmo tempo começa a erguer os braços para me abraçar. Mas antes que o faça, reparo que as Suas santas mãos estão com as marcas do sacrifício maior já feito. Então, não há mesmo dúvida alguma: Este é o Senhor que nos salvou! E já posso receber o abraço forte e seguro de Jesus!
Ao largá-lo, olho de novo para a cidade e o brilho quase me impede de ver bem. A mão de Jesus aponta para dentro e profere as palavras que durante tanto tempo esperei ouvir: 'podes entrar!'
Entrarei para ali ver os meus irmãos na companhia dos santos anjos. E não esquecerei que, atrás do portão, lá estará o meu amigo! E tomaremos posse desse eterno lar!
Ali não há problemas de espaço ou de qualquer outro tipo. Todos os que quiserem, terão o seu lugar assegurado. Todos os que entregarem as suas vidas ao Majestoso Rei do Universo, terão um abraço Dele e um lugar ali.
Mas por agora, tenho de interromper a doce imaginação, voltar à realidade cá de baixo, e perceber que Ele ainda não veio.
Mas falta pouco! Falta muito pouco para Jesus voltar! E se fosse caso de levarmos algo daqui para lá, o melhor era começar já a fazer as malas...
Fonte - O Tempo Final