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sábado, 15 de setembro de 2018

Louvor na igreja – parte 3: Quem é o protagonista?

Descubra cinco maneiras de levar a congregação a entender seu papel na adoração    
Joêzer Mendonça
Cada vez mais, as igrejas têm utilizado equipes de louvor numerosas e bem ensaiadas, músicos tocando ao vivo e equipamentos mais sofisticados. A busca por maior qualidade na liturgia é muito bem-vinda. Porém, tendo em vista esse cenário, é preciso que todos os envolvidos reflitam sobre sua atuação musical e espiritual a fim de evitar que seja retirado o protagonismo do louvor das mãos da igreja. A equipe de música não deve ser a protagonista, pois esse papel cabe à congregação.

Vale lembrar a todos, especialmente ao líder de louvor ou regente congregacional, que a boa liderança musical não tem que ver com frases emocionadas, melhores cantores, alta tecnologia, DVD de sucesso, nem com você. Liderar ou ministrar o louvor congregacional tem que ver com uma única pergunta: “Como posso servir musical e espiritualmente à igreja?

Reforço dois termos que usei: serviço, e não prestígio pessoal; e “à igreja”, e não a um ou outro grupo específico. Os mais idosos, os mais jovens, o coral ou a equipe de louvor são apenas partes de um corpo cuja cabeça não é você. É claro que há situações em que o líder de música precisa apoiar programas com foco específico numa faixa etária e grupo, ou mesmo programas que integrem diversos segmentos da igreja, como as celebrações da Páscoa e Natal.

No entanto, o líder de música deve estar atento ao momento em que toda a congregação é convidada semanalmente a participar da música: o momento do louvor congregacional. Inclusive, deve estar atento para não menosprezar nem superestimar essa seção do culto. Como se subestima o valor do louvor congregacional? Quando não há preparação adequada, quando se usa o louvor para preencher as lacunas da falta de organização, quando não se permite à igreja ouvir a própria voz, quando não se dá atenção a uma criteriosa seleção de repertório. Por outro lado, como se superestima o louvor congregacional? Quando é muito longo, quando é o centro das atenções, quando se acredita que determinado estilo musical vai reavivar a igreja, quando há mais foco nos resultados musicais do que nos frutos espirituais.

Se ninguém gosta quando o momento do ofertório demora em longos discursos ou orações, então porque achamos que alguém gosta de um serviço de louvor longo e cheio de falas? Não seria por que estamos inclinados a transformar o louvor musical no centro das atenções do culto?

Note que, às vezes, ao iniciar o louvor, alguns dizem: “Agora chegou a hora de todos participarem”.
Mas o ofertório também é um momento para todos participarmos, assim como as demais seções do culto. Por outro lado, se vamos todos participar do momento do louvor, então é hora de deixar a igreja cantar: “Nem sempre o canto deve ser feito apenas por alguns. Permita-se o quanto possível que toda a congregação participe” (Testemunhos para a Igreja, v. 9, p.143, 144).

Vou sugerir cinco ações para que isso ocorra:
  1. Escolha um repertório que a maioria das pessoas conheça. Nem sempre é hora de ensinar um hino pouco cantado. Pode parecer repetitivo para os cantores e músicos, mas para a congregação é a oportunidade de externar sua voz em uma melodia acessível e preferida. Saiba usar essa predileção em favor de uma adoração coletiva.
  2. Estude a acessibilidade da melodia que deseja usar. Hinos desconhecidos e/ou com letras difíceis causam estranhamento e não estimulam as pessoas a cantar. Se for usar canções de solistas ou quartetos, confira antes a extensão das notas da melodia (se tem notas muito agudas ou muito graves), pois, às vezes, essas canções têm melodia complicada para uma congregação inteira cantar, o que acaba inibindo a voz da igreja.
  3. Permita que a congregação ouça suas vozes. Subestimamos tanto as vozes da congregação que até deixamos alto o volume dos microfones, abafando o louvor coletivo. Talvez estamos tendo maior preocupação com o som que vai na transmissão do culto pela internet e menor preocupação com o som que a igreja vai fazer no culto presencial. Não deixe que a igreja apenas ouça a própria voz no último refrão, momento em que o líder de louvor diz: “Agora vamos ouvir só a voz da igreja cantando!” Experimentemos ouvir mais nossa voz misturada à dos nossos irmãos e irmãs cantando.
  4. Não confie no poder motivador dos estilos musicais tanto quanto no poder inspirador da comunhão pessoal. Em Adoração ou Show? (2006, p.127), Harold Best pergunta: “O estilo [musical] conduz as pessoas à verdadeira experiência da presença de Deus, ou é a experiência com Deus impulsionada pela fé, pela esperança e pelo amor que confere poder ao estilo que escolhemos?”
  5. Incentive a igreja a cantar após os sermões. Depois da Palavra falada por um, a Palavra cantada por todos. Na Bíblia, a adoração com música se dá imediatamente após os atos de Deus por Seu povo. Nesse sentido, a lembrança dos atos redentores de Deus no passado e de Sua bendita promessa para o futuro têm como resposta o louvor musical da congregação. Não estou dizendo que não haja mais mensagens musicais feitas por solistas ou grupos vocais, mas sim que haja mais momentos em que a igreja seja a protagonista do louvor.
JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo, é professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop e O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

Louvor na igreja – parte 2: Cante a Bíblia

Soluções para o impasse na hora de selecionar as músicas para o culto
Joêzer Mendonça
De manhã, no templo, todos se levantaram ao som da música. Mas nem todos cantaram. A música era bonita e o coro estava bem ensaiado, mas boa parte da congregação não sabia cantá-la, pois ela tinha um estilo sacro pouco habitual. Parecia ser cantada em outro idioma.

Essa descrição se encaixa perfeitamente com os registros históricos sobre a música nas catedrais antes da Reforma Protestante do século 16. Mas também, e infelizmente, retrata algumas situações na igreja contemporânea. Hoje há os que igualmente não cantam porque o “idioma” musical do hinário ou a música do DVD de louvor soam tão antiquados ou desconhecidos quanto o latim naquela época.

Num lugar frequentado por diferentes gerações e por pessoas de diferentes gostos musicais, como costuma ser a igreja, é absolutamente impossível agradar a todos. Por isso, para uma parte da congregação, as músicas escolhidas para a adoração congregacional sempre podem parecer inadequadas. Mas o que não se pode fazer é desprezar uma geração em favor de outra nem favorecer somente o repertório tradicional e excluir as canções mais recentes.

Faço algumas perguntas: por que vários hinos do hinário não entusiasmam uma parte da igreja? E porque tantas canções atuais não animam a congregação a cantar? Não seria porque ambos os repertórios estão numa linguagem diferente para diferentes pessoas?

Pessoas que cresceram ouvindo e cantando hinos tradicionais tanto em seus cultos domésticos quanto nos cultos no templo estão acostumadas com essa linguagem hinológica. Ou seja, para elas, o hinário apresenta a música e a letra adequadas para os momentos de louvor da congregação. Para elas, os cânticos contemporâneos são curtos, repetitivos e monótonos, contrastando com a variedade melódica e temática dos hinos tradicionais.

Por outro lado, pessoas que ouvem e cantam as músicas contemporâneas dos DVDs de ministérios de louvor também se acostumam com essa linguagem. Para elas, esses novos cânticos apresentam a música e a letra adequadas para os momentos de louvor congregacional. Acham que os hinos tradicionais são muito longos e monótonos, contrastando com a simplicidade melódica e temática das canções de louvor contemporâneas.

No segundo texto desta série, apresento algumas atitudes e ações que visam auxiliar a encontrar soluções para o impasse na hora de selecionar as músicas para o culto:
  • Motive a igreja a conhecer a riqueza de conteúdo do hinário. Um exemplo: ao cantar o hino “Quão Grande És Tu”, mostre como a primeira estrofe fala da criação de Deus e que a resposta do ser humano, maravilhado por esse poder que criou a natureza, é dizer “Quão grande és Tu”. Aponte como a terceira estrofe fala da morte de Jesus no Calvário para que você vivesse eternamente, e que a última estrofe é sobre a esperança da volta de Cristo. Como não responder cantando “quão grande és Tu, meu Deus”? A igreja verá como as estrofes desse hino abordam a história da Redenção da criação ao advento. Essa teologia cantada também está presente em outros hinos, como “Sou Feliz com Jesus”.
  • O que cantamos impacta o que cremos. Segundo Erik Routley, estudioso da música sacra, “importa muito o que se canta, porque há a tendência de se acreditar no que dizem os hinos. Uma doutrina incorreta será notada em um sermão; em um hino, e as pessoas tendem a acreditar nela” (Hymns Today and Tomorrow). Por essa razão, é importante providenciar cânticos que promovam a “sã doutrina”, a teologia clara de sua igreja.
  • Promova a ideia de que nenhuma geração possui a exclusividade da boa música. A cada geração, surgem novos compositores antenados com o idioma musical de seu tempo. É incoerente pedir aos compositores de hoje que façam música como se vivessem em 1918, assim como teria sido incoerente pedir aos músicos de 1918 que fizessem hinos como os de Martinho Lutero ou Isaac Watts. Erik Routley acrescenta: “Que fique claro que a arte de escrever um bom cântico não está confinada a eras passadas”. E os bons cânticos também não são de posse exclusiva dos compositores de hoje.
  • Faça várias combinações de repertórios. Os momentos de louvor podem ter pelo menos três modelos: (1) O louvor composto só de cânticos mais novos; (2) O louvor só com músicas do hinário e (3) O louvor que combina os dois repertórios. Veja esses três exemplos de acordo com os respectivos modelos acima: “O Melhor Lugar do Mundo” e “Verei Jesus”; “Bendita Segurança” e “Jesus é Melhor”; “Falar com Deus” e “Porque Ele Vive”, ou ainda com três músicas, como “Não Há o Que Temer”, “Saudade” e “Eu Não Me Esqueci de Ti”. Organize também medleys diminuindo estrofes ou repetições e combinando os diferentes repertórios. Utilize ainda conhecidas músicas de quartetos e corais, ajustando a tonalidade para o canto da congregação.
  • Busque cânticos que cultuem os atributos de Deus e Suas obras. Nos reunimos no templo com o objetivo de prestar um culto a Deus por causa de tudo o que Ele fez, faz e fará por nós. Nós O louvamos pelos Seus atributos de amor, justiça e majestade. Nós O adoramos porque Ele é bom e Sua misericórdia dura para sempre. Esses princípios bíblicos devem constar nas palavras de nossos cânticos de louvor. Como escreveu Larry Hurtado: “O culto cristão pode ser enriquecido pela lembrança do quadro maior dos propósitos de Deus, que se estende para além do nosso tempo e ambiente […] e que promete uma consumação da graça redentora” (At the Origins of Christian Worship, p. 116).
Somos chamados a louvar e adorar “diante do Senhor que nos criou” (Sl 95:6). Mas, definitivamente, precisamos amar mais nosso irmão que louva do que o louvor do nosso irmão.

JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

Louvor na igreja – parte 1: Baixe o volume



Amplificar o som dos instrumentos não vai aumentar o espírito de louvor da congregação, mas sufocar a voz da igreja
Joêzer Mendonça
Antes da reforma musical de Martinho Lutero e João Calvino no século 16, quem ia à igreja raramente cantava. A parte musical era desempenhada exclusivamente por profissionais, que, além de tudo, cantavam num idioma desconhecido para a maioria das pessoas (o latim), enquanto a congregação praticamente assistia à missa. Alguns reformadores protestantes devolveram a música de louvor e adoração para a congregação, e hoje ninguém imagina entregar o ato de louvor para um corpo de “adoradores” profissionais.

No entanto, às vezes o louvor congregacional tem recuado até os tempos anteriores à Reforma. Isso acontece por alguns motivos, dentre os quais destaco: (1) o volume alto da banda e das vozes que acompanham o momento de louvor e (2) o desconhecimento dos cânticos, tradicionais ou contemporâneos, selecionados para os cultos.

No texto de hoje, quero refletir somente sobre o primeiro motivo que apontei (abordarei outros aspectos nos próximos quatro artigos dessa série sobre louvor na igreja). Aumentar o volume dos instrumentos musicais não vai aumentar o espírito de louvor da congregação. Como já sabemos, a igreja não vai tentar cantar mais forte que o som da banda (ou do playback), não importa quantas vezes o líder de louvor repita: “Cantem com todo entusiasmo!” Então, tudo o que teremos é música tocada em volume alto.

Nós, músicos e cantores, queremos que a igreja participe do louvor, que se envolva no canto. No entanto, pegamos cinco instrumentistas e dez cantores, por exemplo, todos com microfone, todos amplificados nas caixas de som, e depois reclamamos que a igreja continua sem cantar. Um problema pode estar no espírito de louvor que o indivíduo traz para o culto. Mas você já parou para pensar que uma boa razão para a igreja não cantar conosco pode estar no volume das vozes e da banda?

Acho muito bonito quando um grupo de pessoas canta o louvor a três ou quatro vozes. Mas, e a voz da congregação? Muitas vezes a voz da igreja é ouvida apenas na última estrofe ou no último refrão.
Com base em uma carta de Ellen White, alguns defendem que o louvor deve sempre ser dirigido por um grupo de cantores. Um dos parágrafos diz: “Escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço do canto” (Carta 170, de 1902). Particularmente, acho uma ótima ideia envolver mais pessoas e tornar o momento de louvor congregacional mais harmonioso e bem realizado. No entanto, na época dessa carta, não havia caixas amplificadas, sistemas de som estéreo nem microfones para os cantores. Mal havia hinários disponíveis para todos. Então, um grupo de pessoas, de bons cantores, parecia bem adequado para conduzir todos no canto.

A participação de um grupo de pessoas no louvor congregacional não é indesejável. O problema está no alto volume dos microfones, o que faz com que seja difícil escutar a voz da congregação. Às vezes, a pessoa não consegue escutar a própria voz. Isso inibe a participação da igreja que, em vez de participar, passa a assistir ao louvor.

Desse modo, quando a música não é bem conhecida de todos, seja uma música proveniente do hinário ou dos DVDs contemporâneos de louvor, e quando o som das vozes e dos instrumentos musicais está alto demais, a congregação acaba terceirizando o louvor para um grupo seleto de pessoas. Infelizmente, quando essa conjunção de fatores acontece, recuamos aos tempos anteriores à Reforma.

Como podemos equalizar a participação de músicos, cantores e membros da congregação? Seguem algumas dicas:
  1. Não intensifique demais o volume dos instrumentos. Cada instrumento musical possui sua identidade sonora e é preciso equilibrar as bases rítmica e harmônica de modo a não sufocar as vozes nem os instrumentos que dão o “chão” da tonalidade e da harmonia, como o violão e o piano.
  2. Evite solos durante as frases cantadas pela congregação. Não importa se você está tocando piano, guitarra ou saxofone. Estude a música que você vai acompanhar e selecione alguns trechos para reforçar a melodia e outros em que você possa fazer um contracanto à melodia, como as partes entre as frases cantadas.
  3. Nossa equipe de louvor não está à frente da igreja para cantar mais alto que todos, nem para mostrar como se deve louvar, mas para apoiar, orientar e conduzir as vozes da congregação. No final da carta que citamos acima, Ellen G. White disse: “Nem sempre o canto deve ser feito apenas por alguns. Permita-se o quanto possível que toda a congregação dele participe”.
Somos chamados a cantar e tocar de todo o coração e de todo o entendimento, e não de todo volume. Vamos organizar, apoiar e orientar os momentos de louvor para que a igreja se sinta confortável e estimulada a participar também de todo coração e entendimento. Não nos esqueçamos de que o louvor é congregacional.

JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

sábado, 23 de janeiro de 2016

De onde veio este papo de fundamentalismo

Muitos que se presumem espertos, até mesmo dentro da Igreja, acabam por apregoar justamente este conceito, construído para exterminá-los.

Quando você expõe um argumento racionalmente, com todo rigor metodológico, apresentando fontes primárias, documentação farta, e o seu interlocutor lhe fixa o rótulo de “fundamentalista”, inicialmente você tolera, mas depois começa a desconfiar que a recorrência da ideia não é casual…

De fato, hoje em dia, quanto mais uma pessoa repete chavões como quem pontifica infalivelmente, respaldado pelo chorum uníssimo da coletividade, mais é necessário averiguarmos qual a origem do bordão, essa sim, quase sempre infalivelmente ignorada pelo acusador.

O termo em questão foi uma invenção de teólogos conservadores presbiterianos e batistas que, por volta de 1910, para se distinguirem de teólogos “liberais”, acabaram por se autodenominarem “fundamentalistas”.

Contudo, a noção de “fundamentalismo” sofreu uma mutação, e esta sua nova acepção foi criada propositalmente para liquidar com a resistência religiosa ao secularismo-laicismo imposto pelos agentes globalistas com sua nova ética relativista.

Numa obra muito conhecida sobre o tema, Karen Armstrong afirma que o “fundamentalismo” é um fenômeno recente, característico do final do século passado.

“Um dos fatos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante, popularmente conhecida como ‘fundamentalismo’, dentro das grandes tradições religiosas. Suas manifestações são às vezes assustadoras. Os fundamentalistas não hesitam em fuzilar devotos no interior de uma mesquita, matar médicos e enfermeiras que trabalham em clínicas de aborto, assassinar seus presidentes e até derrubar um governo forte. Os que cometem tais horrores constituem uma pequena minoria, porém até os fundamentalistas mais pacatos e ordeiros são desconcertantes, pois parecem avessos a muitos dos valores mais positivos da sociedade moderna. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado – nada disso lhe interessa” (Karen Armstrong, Em nome de Deus. O Fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, Companhia das Letras, São Paulo, 2009, p. 9).

Pouco mais abaixo, a autora explicita ainda mais o motivo pelo qual seria necessário enquadrar os tais “fundamentalistas”: “Em meados do século XX acreditava-se que o secularismo era uma tendência irreversível e que nunca mais a fé desempenharia um papel importante nos acontecimentos mundiais. Acreditava-se que, tornando-se mais racionais, os homens já não teriam necessidade da religião ou a restringiriam ao âmbito pessoal e privado. Contudo, no final da década de 1970, os fundamentalistas começaram a rebelar-se contra essa hegemonia do secularismo e a esforçar-se para tirar a religião de sua posição secundária e recolocá-la no centro do palco” (Ibidem, p. 10).

Em outras palavras, a preocupação fundamental da autora é assegurar aos agentes secularistas que continuem expandindo-se vorazmente, corroendo as raízes religiosas do ocidente, confinando os “religiosos” em sua intimidade até que os mesmos sejam totalmente aniquilados, e o homem pós-moderno possa continuar sendo alvo de um projeto pseudo-civilizatório irreligioso.

“No início de seu monumental Projeto Fundamentalista, em seis volumes, Martin E. Marty e R. Scott Appleby afirmam que todos os ‘fundamentalismos’ obedecem a determinado padrão. São formas de espiritualidade combativas, que surgiram como reação a alguma crise. Enfrentam inimigos cujas políticas e crenças secularistas parecem contrarias à religião. Os fundamentalistas não vêem essa luta como uma batalha política convencional, e sim como uma guerra cósmica entre as forças do bem e do mal. Tentam aniquilá-lo e procuram fortificar sua identidade sitiada através do resgate de certas doutrinas e práticas do passado. Para evitar contaminar-se, geralmente se afastam da sociedade e criam uma contracultura; não são, porém, sonhadores utopistas. Absorveram o Racionalismo pragmático da modernidade e, sob a orientação de seus líderes carismáticos, refinam o ‘fundamental’ a fim de elaborar uma ideologia que fornece aos fiéis um plano de ação. Acabam lutando e tentando ressacralizar um mundo cada vez mais cético” (Ibidem, p. 11).

A obra citada por Karen Armstrong é a maior enciclopédia sobre o “fundamentalismo”, composta em cinco volumes, escrita ao longo de quatro anos e conduzida sob os auspícios de – nada mais, nada menos que – a Fundação MacArthur, que patrocina centenas de projetos de pesquisa científica.

Trata-se de uma ação coordenada e inteligente para bloquear a resistência religiosa à Nova Ordem Mundial pela via da estigmatização verbal: qualquer tipo de pretensão pública da religião ou das pessoas religiosas deve ser taxada implacavelmente como “fundamentalista”.

Para eles, a religião deve ser aprisionada na vida privada, até desaparecer por completo. Toleram momentaneamente conviver com ela, desde que se restrinja à intimidade de cada indivíduo e não tenha nenhuma incidência na coletividade. E tudo em nome de um secularismo que precisa se impor, a despeito da reação espontânea do povo, que anseia pela transcendência, pela espiritualidade.

O pior é que muitos que se presumem espertos, até mesmo dentro da Igreja, acabam por apregoar justamente este conceito, construído para exterminá-los. Caíram numa armadilha preparada justamente para não ser percebida, e caíram feito patinhos. Sucumbiram à sua própria ausência de fundamentos e, chamando os outros de “fundamentalistas”, não perceberam que foram induzidos a fazê-lo e que o uso indiscriminado do termo “fundamentalismo” favorece unicamente um esquema de poder.

Fonte - MSM

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Líder adventista pede equilíbrio na divulgação da mensagem bíblica em artigo

Brasília, DF … [ASN] O pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista para oito países sul-americanos, publicou um artigo na edição de outubro da Revista Adventista, com um apelo específico para o equilíbrio na divulgação da mensagem bíblica. Mensalmente o líder adventista escreve para a revista, mas nessa edição a abordagem foi a respeito da necessidade de um cuidado com visões extremistas, movimentos dissidentes e a falta de unidade.

Em determinado trecho Köhler assinala que “o inimigo sabe que, nestes últimos dias, precisamos de uma igreja forte, sólida e integrada para cumprir a missão e preparar um povo para o encontro com o Senhor. Quanto mais nos dividimos, mais nos distraímos e enfraquecemos”.

Leia abaixo o artigo na íntegra intitulado Respeito, Tristeza e Esperança.

RESPEITO, TRISTEZA E ESPERANÇA

CRIAR PEQUENOS GRUPOS INDEPENDENTES NÃO É UMA ESTRATÉGIA DE DEUS

“Não sei mais o que fazer para ajudá-los”. Esse foi o clamor de um pastor ao falar sobre jovens que haviam formado um grupo de oração. Eles começaram com boas intenções, mas perderam o equilíbrio, tornando-se místicos e críticos, achando-se superiores ao restante da igreja. “Tentei aconselhá-los, mas fui ridicularizado, tratado como liberal e chamado de representante de Laodiceia”, o pastor concluiu.

Em geral, esses grupos surgem com boas intenções, mas infelizmente perdem o rumo, adotando interpretações independentes ou sendo dirigidos por líderes que misturam carisma e falta de equilíbrio. Por fim, afastam-se do corpo da igreja. Quando isso acontece, o que poderia ser uma bênção acaba gerando divisão, discórdia e fanatismo. Deus não trabalha dessa maneira.

O inimigo sabe que, nestes últimos dias, precisamos de uma igreja forte, sólida e integrada para cumprir a missão e preparar um povo para o encontro com o Senhor. Quanto mais nos dividimos, mais nos distraímos e enfraquecemos. Estamos atuando para fortalecer nossa teologia, buscar um reavivamento espiritual e manter a unidade de uma igreja tão diversa. É mais fácil identificar as falhas nesse processo e criticá-lo do que liderá-lo. A dissidência ou independência consome as energias da igreja, tira seu foco da missão e acaba nos distanciando da grande esperança que deveríamos anunciar. Quando isso acontece, tenho três fortes sentimentos: respeito, tristeza e esperança.

Respeito os envolvidos com esses grupos, pois não há outra atitude cristã para tratar divergências. Minha visão é redentiva, sempre esperando que voltem ao caminho original, como tem acontecido com outros grupos semelhantes. O respeito também me ajuda a lembrar que descer ao mesmo nível do erro para tentar corrigi-lo é repeti-lo.

Vejo com tristeza a maneira como essas pessoas perdem a capacidade de enxergar a realidade e ouvir conselhos. Alguns estão sempre envolvidos em grupos extremistas. Porém, há gente sincera sendo manipulada por líderes carismáticos, criticos e independentes. Minha tristeza aumenta ao ver que muitos desses grupos ficam apenas girando ao redor da igreja, sem nenhum compromisso com a missão e esgotando as forças de seus líderes e pastores.

A maioria tem visão estreita, falando de um tema só. Ou insistem apenas na aparência pessoal, ou música, ou alimentação, ou eventos finais, ou Trindade, ou perfeccionismo, ou dinheiro (e a lista poderia ser longa). Não entendem que a vida cristã é ampla e resultado da integração de muitos temas, fundamentados na graça de Deus.

Também sinto tristeza ao ver como atacam os demais para defender o que creem. Essa atitude revela suas verdadeiras intenções e mostra que não têm amor nem o espírito de Cristo. Não podemos nos esquecer de que “os que não aprendem a viver em harmonia neste mundo nunca estarão unidos no Céu” (Ellen G. White, Exaltai-o!, p. 357).

Tal cenário difícil, porém, me traz esperança, pois fortalece a percepção de que o momento difícil causado por esses grupos não vai fragilizar ou dividir a “menina dos olhos de Deus”. Grupos assim, na verdade, não se levantam contra a igreja e seus líderes, nem apenas seduzem pessoas inocentes, mas agem contra o próprio Deus ao criar confusão e discórdia, destruir a unidade, enfraquecer a missão e distrair líderes e pastores de seu foco principal. Deus permite que surjam, atuem e revelem suas verdadeiras intenções, e então ele resolve a situação. Não precisamos temer, pois “as provações da vida são obreiras de Deus, para remover de nosso caráter impurezas e arestas” (Ellen G. White, Beneficência Social, p. 20).

Temos muitas limitações, mas não estamos acomodados. Trabalhamos para crescer em todas as áreas pelo poder de Deus, apoiados pela intercessão e dedicação de membros fiéis e pastores comprometidos. Porém, os desafios são muito maiores do que a simplicidade de alguns possa imaginar. Nossos olhos não estão concentrados nos problemas, e sim nas oportunidades que Deus nos dá.

Não é sábio gastar energias, tempo ou recursos para combater esses grupos. Isso só produz distração. Nosso foco precisa estar na missão e em levar a igreja de volta à Palavra. Em meio a tudo isso, precisamos ter em mente estas palavras de Ellen White em Atos dos Apóstolos (p. 12): “Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial sua suprema atenção. É o cenário de sua graça, na qual se deleita em revelar seu poder de transformar corações”. [Equipe ASN, da redação]

Fonte - Adventistas.org

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Tsunami nuclear

"O Estado islâmico é um tsunami nuclear que quer varrer centenas de milhões da face da terra no maior holocausto religioso que o mundo já viu".

A afirmação vem de um veterano jornalista alemão que é o único repórter que recebeu autorização para operar como um "Incorporado" junto ao EI e escapou vivo.

Jürgen Todenhöfer, 75, trabalhou no partido CDU da chanceler Angela Merkel, tornou-se repórter em 2000 e especializou-se em reportagem de guerra.

Ele passou 10 angustiantes dias na linha de frente do EI, se esquivando de balas e ameaças de morte.

[...]

As conclusões de Todenhöfer estão detalhadas em um livro chamado Inside ISIS - Ten Days in the Islamic State, uma leitura assustadora.

Ele acredita que o Ocidente não pode derrotar militarmente os governantes do auto-intitulado Califado e escreve: "Os terroristas planejam matar centenas de milhões de pessoas".

"O Ocidente está subestimando drasticamente o poder do EI".

[...]

Fonte: Daily Express

NOTA Minuto Profético:
Essas ameaças extremistas são perigosas porque podem provocar reações contrárias também extremistas. Todos perdem com isso. Só resta saber se o Estado Islâmico será, de fato, o poder que ferirá o rei do Norte conforme Daniel 11:40...

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Algo muito grande está para acontecer

Para compreender os acontecimentos atuais e perceber como eles podem levar ao cumprimento da profecia bíblica é importante pensar um pouco sobre geopolítica. A geopolítica pode ser definida como o conjunto de estratégias adotadas por um Estado visando aumentar sua influência e poder no cenário mundial. As principais áreas de interesse para o estabelecimento de estratégias geopolíticas por parte dos Estados têm sido: os recursos naturais, a diplomacia, a comunicação, a economia e as forças armadas.

Assim como o corpo humano precisa de energia para sobreviver, assim também a sociedade (corpo social) necessita de energia para manter seu crescimento. Os principais recursos energéticos para a sociedade moderna são o petróleo e o gás natural. E os maiores depósitos desses recursos estão localizados na Ásia, no Oriente Médio e norte da África. Logo, as potências mundiais (EUA, Rússia, China...) e demais Estados armam um verdadeiro jogo de xadrez geopolítico para garantir o acesso a esses recursos - não descartando até mesmo a guerra como última estratégia.

No entanto, há um fato que tem despertado a atenção de qualquer observador atento ao cenário mundial. Nos últimos anos, a Rússia e a China têm adotado estratégias geopolíticas mais agressivas, tentando diminuir sua dependência econômica dos EUA, e buscando aumentar seu poder no cenário mundial através de ações nas áreas mais importantes da geopolítica: recursos naturais, econômica, diplomática, militar e de comunicação. Em muitos casos, a Rússia e a China tem até mesmo trabalhado em conjunto (exercícios navais; parceria estratégica para defesa nacional).

Dentro da área econômica uma das estratégias fundamentais é o controle das rotas comerciais. Há dois projetos que podem influenciar a balança do poder no cenário mundial. O primeiro é a revitalização do Canal de Suez. O Egito, inaugurou recentemente o Novo Canal de Suez, obra que estava prevista para durar três anos e foi executada em apenas um ano. E em parceria com a China o Egito pretende construir novos portos e até uma cidade industrial.

O segundo projeto é a construção do Canal da Nicarágua, patrocinado por um empresário chinês e apoiado pelo governo russo que tem interesse em instalar ali uma futura base naval. As obras começaram em dezembro de 2014 e tem previsão de durar cinco anos. O propósito deste novo Canal é rivalizar com o Canal do Panamá que faz parte da geopolítica dos EUA.

Mas é na área militar que as estratégicas geopolíticas da China e da Rússia podem provocar maior impacto nas disputas pelo poder no cenário mundial. A China decidiu construir ilhas artificiais para instalação de bases militares no mar do sul da China, por onde passam diversas rotas comerciais, o que trouxe preocupação aos EUA. Além disso, a China convenceu o governo do pequeno mas estrategicamente importante país africano Djibouti, a romper o acordo com os EUA que possuem ali uma base militar, em troca de uma base militar chinesa.

No último dia 3 de setembro, a China promoveu um desfile comemorativo dos 70 anos da vitória da resistência chinesa à invasão japonesa na 2ª Guerra Mundial. Foi uma ocasião para demonstrar sua força militar. O presidente russo Vladimir Putin assistiu ao desfile ao lado do presidente chinês. No mês de maio, a Rússia também ostentou seu poder promovendo um desfile militar comemorativo dos 70 anos da vitória contra o nazismo.

Todos esses exemplos demonstram o objetivo atual da geopolítica da Rússia e da China. Segundo o Ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, "a era do domínio político e econômico do Ocidente está chegando ao fim".

Como o apocalipse 13 revela os dois grandes poderes protagonistas no tempo do fim, a besta do mar (Vaticano) e a besta da terra (EUA), e depois deles não haverá mais nenhum império humano a dominar o mundo, pode-se concluir que algo muito grande deve acontecer em breve. Algo tão grande a ponto de unir todos os poderes que disputam o poder no mundo, ou a ponto de isolá-los para que a profecia se cumpra, ou ambas as coisas.

E algo grande, pode ser até mesmo a profecia de Daniel 11:40-45...

Quem viver verá...

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Besta da terra - Parte 2

A opinião pública mundial será manipulada acabando por aceitar a imagem da besta devido aos sinais espetaculares realizados pela América protestante: “E realizava grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens. Por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar em nome da primeira besta, ela enganou os habitantes da terra”. (Ap 13:13 e 14 – NVI).

Só o fato de certos indivíduos supostamente possuírem o poder de realizar milagres não significa por isso, que é o poder de Deus que os acompanha. A Volta de Cristo revelará grandes surpresas: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos naquele dia hão de dizer-me: Senhor, Senhor, porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mt 7:21-23).

Da mesma forma, Jesus nos alertou sobre o surgimento de falsos profetas operando sinais e maravilhas com o fim de enganar os fiéis: "Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24:24). Embora Deus seja poderoso para efetuar todo e qualquer milagre que desejar, em alguns casos, a Providência tem propósitos que estão além da compreensão humana e escolhe não realizar o milagre (veja o caso de Paulo em 2Co 12:7-9, e o de Eliseu em2Rs 13:14, 20).

Além disso, as Escrituras revelam que as forças das trevas também podem operar supostas maravilhas como contrafação dos planos de Deus com o propósito de enganar (veja o caso dos magos do Egito que fizeram uso do ilusionismo contra Moisés em Ex 7:11 e 12; de Satanás que pode se transformar em anjo de luz para enganar – 2Co 11:14; e de demônios camuflados que fazem sinais e maravilhas para combater contra o Reino de Deus – Ap 16:14).

Um comentário adicional sobre “fazer descer fogo do céu à vista dos homens” (Ap 13:13). O protestantismo apostatado poderá citar a profecia de Malaquias para demonstrar que o fogo caindo do céu é obra de alguém enviado por Deus: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor" (4:5). A chave para não ser enganado está no verso anterior: "Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos" (Ml 4:4). Portanto, todo aquele que vier no "espírito de Elias", deverá demonstrar sua credencial divina confirmando a Lei de Deus! Dentro dos Dez Mandamentos está o verdadeiro sinal de Deus para o Seu povo: "Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica" (Ex 31:13). Qualquer um que fizer descer fogo do céu, mas negar o sinal de Deus (o sábado do sétimo dia), na verdade, não provem do Senhor.

A crise final do mundo atingirá o clímax depois da formação da imagem da besta nos EUA, quando os demais países seguirem seu exemplo decretando uma Lei Dominical compulsória. O espírito de totalitarismo próprio da Idade Média então ressurgirá: totalitarismo político, econômico e religioso: “E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome”. (Ap 13:15-17).

A polarização do mundo será total. De um lado os que adoram a Deus e tem o seu sinal (o caráter de Deus demonstrado na guarda dos mandamentos, em especial o sábado). Do outro lado, os que adoram a besta e a sua imagem (obedecendo a Lei Dominical) e recebem a sua marca. Como o ponto central da crise final será a adoração, seria bom lembrar que os quatro primeiros mandamentos da Lei de Deus têm como pano de fundo a adoração:

Mandamentos
Transgressão

1- Não terás outros deuses diante de mim.
Adorar a besta (Ap 13:8).

2- Não farás para ti imagem de escultura.
Fazer a imagem da besta (Ap 13: 14 e 15).
3- Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
A besta blasfema contra Deus (Ap 13:6 e Lc 5:21).

4- Lembra-te do dia de sábado para o santificar.
Obedecer a Lei Dominical (Ap 13:16).

A grande pergunta então é: Como, afinal, os EUA se aproximaram de Roma e foram influenciados pelos seus princípios? Em primeiro lugar, sem dúvida, foi devido à apostasia do protestantismo, que aconteceu essencialmente por causa do surgimento da Teologia Liberal. A teologia protestante, influenciada por diversas filosofias seculares, como o Humanismo (Renascença), o Iluminismo (Alemanha), o Ceticismo (França), e o Deísmo (Inglaterra), viu surgir em seu seio o método histórico-crítico de interpretação bíblica, base de sustentação para a Teologia Liberal.

Em 1771, o teólogo alemão Johann Solomo Semler (1725-1791), influenciado pelo Iluminismo (a razão em lugar da Revelação) e pelo Deísmo (descrença do sobrenatural na história) publica o primeiro de quatro volumes (1771-1775):Tratado sobre a Livre Investigação do Cânon. Esse Tratado lança as bases de uma “revolução da hermenêutica”, pois estabelece os fundamentos para o método histórico-crítico de interpretação bíblica, pilar de sustentação da atual Teologia Liberal. Em sua obra, Semler declarou: “A raiz de todos os males é usar os termos ‘Palavra de Deus’ e ‘Escritura’ como se fossem idênticos”. (Gerhard F. Hasel, Teologia do Antigo Testamento – Questões Fundamentais no Debate Atual, p. 15 e 16). Para ele, nem toda a Bíblia era resultado de inspiração, mas sim um mero documento histórico, que devia ser examinado por meio de uma metodologia científica, histórica e, portanto, crítica. O objetivo do pesquisador seria “descobrir o cânon normativo dentro do cânon formal. Este último consiste na coleção dos sessenta e seis livros que compõem a Bíblia, formalmente reconhecidos pela Igreja antiga como a Escritura da Igreja Cristã. O cânon normativo seriam as partes destes livros que são realmente a Palavra de Deus”. (Augustus Nicodemus Lopes, O Dilema do Método Histórico-Crítico na Interpretação Bíblica, p. 121).

“Oficialmente, a Teologia Liberal teve seu inicio, no meio evangélico, com o alemão Friedrich Schleiermacher(1768-1834), o qual negava essa autoridade e igualmente a historicidade dos milagres de Cristo... Para ele, o que valia era o sentimento humano: se a pessoa ‘sentia’ a comunhão com Deus, ela estaria salva, mesmo sem crer no Evangelho de Cristo”. (Wikipédia – Teologia Liberal). O protestantismo norte-americano foi influenciado profundamente pela Teologia Liberal, que alterou a cosmovisão dos seus seguidores, e preparou o caminho para, posteriormente, o protestantismo aceitar outro conceito teológico igualmente perigoso, que transformaria a América em um poder muito parecido com Roma papal. Trata-se da Teologia do Domínio.

Como resultado da apostasia e, consequentemente, da perca de influência espiritual sobre a sociedade, o protestantismo precisou lançar mão do poder político ao invés do poder espiritual para voltar a ter influência perante a sociedade. O principal expoente da Teologia do Domínio foi Rousas John Rushdoony, nascido em 1916, em Nova York, o qual publicou em 1973 uma obra (900 páginas) intitulada Institutes of Biblical Law. Ele considerava que as leis do A.T. ainda seguem vigentes no mundo moderno, com exceção daquelas que o N.T. aboliu especificamente. Baseado no plano de Deus para Adão de que ele exercesse o domínio sobre toda a Terra e sobre os animais (Gn 1:26), Rushdoony transformou essa ideia na grande comissão: os cristãos devem submeter todas as coisas e todas as nações a Cristo e a Sua lei, sendo responsáveis por aperfeiçoar a sociedade, incluindo os governos civis, de modo que Jesus possa voltar. Da mesma forma que o teólogo católico Agostinho (pode-se ver aqui a semelhança com Roma papal), Rushdoony também acreditava que os cristãos terão êxito em converter o mundo colaborando para a chegada do milênio de paz na terra. (Marvin Moore, Apocalipse 13, cap. 19.)

Na verdade, a Teologia do Domínio encaixou-se perfeitamente com a cultura norte-americana que, desde o início, via tudo sob a ótica de “um povo eleito para uma missão universal”. (Vanderlei Dorneles, O Último Império, p. 75). “A vertente terrena do milênio de paz figura na interpretação profética dos dispensacionalistas norte-americanos, para quem o milênio de paz será nesta Terra, sob o reinado do Messias”. (Ibidem, p.60). A Teologia do Domínio foi o último degrau na escada para unir os católicos e a direita cristã norte-americana, atualmente atuando para alcançar o mesmo objetivo. Como se pode perceber, do ponto de vista bíblico, a grande comissão de Cristo aos Seus discípulos foi para testemunhar a todas as nações e não para dominá-las (Mt 28:19; 24:14; At 1:8). O mandato de Cristo é testemunhar para pessoas, e não dominar instituições.

Foi também na década de 70 que surgiu nos EUA a Direita Religiosa, um movimento político-religioso cujo propósito era influenciar a política com propostas conservadoras. Em 1979, o reverendo Jerry Falwell fundou a Maioria Moral, outro movimento político-religioso conservador com a intenção de colocar na Casa Branca alguém que fosse influenciado pelos religiosos – o que de fato ocorreu na eleição presidencial de 1980, quando Ronald Reagan venceu o pleito com o apoio de todos esses movimentos. Na década de 80 a política norte-americana sofreu muita influência da Direita Religiosa, e em 1989, surgiu também a Coalizão Cristã, cujos expoentes principais foram Pat Robertson e Ralph Redd. A influência desse grupo aumentou tanto que na década seguinte foi manchete da revista Time: “À Direita de Deus – Conheça Ralph Redd. Sua Coalizão Cristã está em campanha para assumir o controle da política dos EUA, e está funcionando”. (15 de maio de 1995).

E nas duas décadas seguintes, “a Direita Religiosa americana tornou-se cada vez mais católica... Escritores católicos emergiram como líderes intelectuais da Direita Religiosa nas universidades, entre os ideólogos políticos, na imprensa e nos tribunais, promovendo uma agenda, que na sua forma mais teórica envolve uma reivindicação da tradição da lei natural de Tomás de Aquino”.(Howard Schweber, The Catholicization of the American Right, Huffington Post, 24 de fevereiro de 2012). Em outras palavras, a América protestante não só já está parecida com Roma papal, mas também foi tomada pela mesma.

(Continua aqui)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A Besta da terra - Parte 1

João também viu “outra besta emergir da terra” (Ap 13:11). Aqui começa a descrição de outro poder que possui semelhanças e diferenças em relação à primeira besta. Uma das semelhanças é que, a exemplo da primeira, também é chamada de besta por se tratar de um poder que assumiria caráter político-religioso. Por outro lado, há duas diferenças significativas na origem desse poder. Enquanto a primeira surgiu “do mar” (símbolo profético para povos, multidões, nações e línguas – Ap 17:15), ou seja, de um lugar densamente povoado, a segunda besta surge “da terra”, simbolizando um lugar despovoado.

Outra diferença é que, a primeira besta, a exemplo dos impérios que a precederam, surgiu quando “os quatro ventos do céu agitavam o mar grande” (Dn 7:2). “Ventos” é um símbolo profético para guerras, conflitos: “Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu... e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los” (Jr 49: 36 e 37). Então, a segunda besta “em vez de subverter outras potências para estabelecer-se... deve surgir em território anteriormente desocupado, crescendo gradual e pacificamente”. (EGW, O Grande Conflito, p. 440).

Igualmente importante para se determinar a segunda besta é verificar a época de seu surgimento, que pode ser confirmada pelo contexto imediato da passagem: “Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai” (Ap 13:10). Essa foi a última informação profética dada ainda sobre a primeira besta demonstrando que, assim como Roma papal perseguiu e exilou aqueles que aceitavam apenas a autoridade das Escrituras durante a Idade Média, assim também o poder romano seria em algum momento exilado. O que de fato se cumpriu em 1798 quando as tropas de Napoleão prenderam o papa Pio VI e confiscaram as terras de Roma. Portanto, o contexto imediato sugere que a segunda besta surgiria nessa época.

Que poder surgiu em um local antes despovoado e assumiu hegemonia sem precisar anular outros pela guerra no final do séc. XVIII? “Uma nação, e apenas uma, satisfaz às especificações desta profecia; esta aponta insofismavelmente para os Estados Unidos da América”. (EGW, O Grande Conflito, p. 440).

A segunda besta “possuía dois chifres, parecendo cordeiro” (Ap 13:11). A princípio, a segunda besta possuía características de inocência e brandura próprias de um cordeiro. Na história do surgimento dos EUA pode-se perceber duas características distintivas que fizeram dessa nação uma potência: a liberdade civil e a liberdade religiosa. A Declaração da Independência dos EUAafirma: “Todos os homens são criados iguais e dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre eles, a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. (Wikipédia – Declaração da Independência dos EUA).

O espírito de liberdade religiosa próprio do protestantismo também prevaleceu entre os colonizadores norte-americanos que haviam fugido das perseguições de Roma na Europa buscando novas terras além-mar onde pudessem adorar a Deus segundo os ditames da sua própria consciência. Tendo a liberdade religiosa como base, a Primeira Emenda da Constituição Americana foi redigida assim: “O Congresso não fará qualquer lei referente ao estabelecimento de religião, ou proibindo o livre exercício desta”. (Wikipédia – Primeira Emenda à Constituição dos EUA).

No entanto, o fundamento da sua força não duraria para sempre, pelo contrário, a profecia apontou para uma futura mudança de atitude da segunda besta: “mas falava como dragão” (Ap 13:11). “A ‘fala’ da nação são os atos de suas autoridades legislativas e judiciárias. Por esses atos desmentirá os princípios liberais e pacíficos que estabeleceu como fundamento de sua política”. (EGW, O Grande Conflito, p. 442).

Como fator agravante, a profecia ainda afirmou que os EUA exerceriam “toda a autoridade da primeira besta em nome dela” (Ap 13:12 – NVI). Algo inesperado e surpreendente deve ocorrer: a segunda besta que foi estabelecida sobre os pilares da liberdade civil e religiosa, desenvolveria o espírito de intolerância e perseguição da primeira besta, agora sim justificando o próprio símbolo profético (besta)! Para que isso se cumpra os EUA devem de alguma forma anular ou reinterpretar radicalmente sua própria Constituição que foi concebida sobre os fundamentos da liberdade civil e da liberdade religiosa.

O profeta João viu então a próxima ação da segunda besta: “Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada”. (Ap 13:12). Ou seja, os EUA deverão impor alguma lei (as leis são a “fala” da nação) cuja observância constituirá um ato de adoração ao papado. Como o sinal do poder de Roma é a observância do descanso dominical, é de esperar que os EUA, em algum momento, estabeleçam uma Lei Dominical obrigatória, cuja observância constituirá ato de adoração ao papado. “Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma”. (EGW, O Grande Conflito, p. 479).

Embora seja difícil aceitar que os EUA, paraninfo mundial da liberdade, um dia possam renunciar sua própria Constituição e decretar uma Lei Dominical, é bom lembrar que desde 1961, a Suprema Corte norte-americana entende que, leis dominicais por razões seculares não tem relação com o estabelecimento de religião e, portanto, não ferem a Primeira Emenda: “Em função da evolução das nossas Leis Dominicais [Sunday Closing Laws] ao longo dos séculos e de sua ênfase mais ou menos recente em considerações seculares, não é difícil compreender que quando escritas e administradas atualmente, a maior parte delas, pelo menos, são de caráter secular, e não religioso, e que, atualmente, elas não têm qualquer relação com o estabelecimento de religião. . .” (McGowan vs. Maryland, caso 366 U.S. 420, 444 -1961).

Roma sempre reconheceu que o dia de guarda bíblico é o sábado: “A palavra escrita de Deus ordena, de modo absoluto, repetitivo e o mais enfaticamente que o Seu culto seja observado no Sábado, o sétimo dia, ordem essa acompanhada da mais positiva ameaça de morte para com o transgressor”. (Catholic Mirror, 23/set/1893). Da mesma forma, assinala que a mudança para o domingo é uma criação da própria Igreja Católica: “O sábado cristão [domingo] é, por conseguinte, até esse dia, o filho reconhecido da Igreja Católica como esposa do Espírito Santo, sem uma palavra de protesto do mundo Protestante”. (Ibidem). E que essa mudança não tem base bíblica pode-se confirmar pela carta que o bispo Inácio de Antioquia, no começo do segundo século (por volta de 130 d.C.), escreveu aos fiéis de Filadélfia: “Alguns membros da comunidade se haviam separado do bispo porque consideravam necessário que se observasse o sábado... De fato, para provar que o sábado devia ser abolido em favor do domingo, Inácio de Antioquia não podia valer-se de nenhum testemunho escriturístico. O único argumento era que o domingo era o dia da ressurreição de Jesus.” (Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs, p. 711).

Na sequência da visão profética, João viu que a segunda besta influenciaria quase o mundo todo “dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu” (Ap 13:14). A palavra “imagem” (grego, eikon) significa semelhança, figura, estátua. Para determinar o que é a imagem da besta, é preciso entender a formação da própria besta.

“Quando se corrompeu a primitiva igreja, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo, procurou o apoio do poder secular. Disso resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado e o empregava para favorecer aos seus próprios fins, especialmente na punição da 'heresia'... Foi a apostasia que levou a igreja primitiva a procurar o auxílio do governo civil, e isto preparou o caminho para o desenvolvimento do papado - a besta”. (EGW, O Grande Conflito, p. 443).

Como a imagem da besta é uma cópia da própria besta, essa imagem será formada da mesma maneira: "Assim a apostasia na igreja [protestante] preparará o caminho para a imagem da besta". (EGW, O Grande Conflito, p. 444).

"A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins”. Ibidem, p. 443.

“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável”. Ibidem, p. 445.

“A história se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho, que não possui santidade alguma, será estabelecido como foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse falso sábado”. (EGW, Eventos Finais, p. 134).

(Continua aqui)

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O trono branco - O Tempo Final

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Obama avança com medida histórica para controlar a poluição

"Poucas semanas depois do Papa Francisco ter apelado ao mundo inteiro para ter mais cuidado para com o meio ambiente, o...

Posted by Diário da Profecia on Terça, 4 de agosto de 2015

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Um antigo poder começa a ressurgir no mundo

“E não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz” (2 Coríntios 11:14).

A famosa rede de televisão norte-americana Fox anunciou o lançamento da série “Lúcifer”, que provocou controvérsia, precisamente, por essa “maquiagem” que fazem ao príncipe das trevas. Uma organização cristã chamada “One Million Moms” (Um Milhão de Mães), que trabalha para proteger as famílias, tem denunciado os ataques à infância provenientes principalmente dos meios de comunicação; assim foi escrito em um portal cristão na internet. A organização afirma que a série “glorificará a Satanás como um ser em carne humana, simpático e solidário. As prévias do programa desfiguram a Satanás e se afastam dos verdadeiros ensinamentos bíblicos a respeito dele e refletem de forma inadequada as crenças da fé cristã. Ao apresentar essa série, a Fox deprecia o cristianismo e zomba da Bíblia”.

E isso não é tudo. A trama da série apresenta Lúcifer como “encantador, carismático e diabolicamente bonito. Lúcifer está desfrutando sua aposentadora, permitindo-se desfrutar de alguns de seus prazeres favoritos (vinho, mulheres e música) quando uma linda estrela da música pop é assassinada às portas de Lux. Pela primeira vez, em dez milhões de anos, sente que algo nele é despertado em decorrência desse crime. Compaixão? Simpatia?”

Mas quem é Lúcifer?

Lúcifer foi criado por Deus, assim como os outros anjos (Efésios 3:9). Lúcifer era um “querubim cobridor”. Em ambos os lados do trono de Deus se encontram dois importantes anjos (Salmo 99:1). Lúcifer era um desses anjos de proeminente autoridade. Sua beleza era sem defeito e assombrosa. Sua sabedoria era perfeita. Seu brilho era admirável e inspirador.

Não obstante, na vida de Lúcifer surgiram o orgulho, o ciúmes, o descontentamento e a exaltação própria. Decidiu tentar destituir a Deus e assim exigir que todos o adorassem. Era uma traição do pior grau. Devido a seus atos, foi expulso do Céu. Ezequiel 28:14-16 descreve a cena: “Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras”.

Então, por que a adoração é tão importante no grande conflito entre Cristo e Satanás? E por que os meios de comunicação o estão considerando abertamente? A adoração é um fator-chave no conflito entre Deus e Satanás. Os seres humanos foram criados para se sentirem felizes e realizados apenas se adorassem exclusivamente a Deus. Nem mesmo os anjos do céu, que não caíram, podem ser adorados (Apocalipse 22:8-9). Satanás tentou ser adorado desde o princípio. Séculos depois, quando tentou a Jesus no deserto, a adoração ainda foi o tema central de suas tentações (Mateus 4:8-11). Nestes últimos dias, Deus chama a todos para que Lhe prestem adoração (Apocalipse 14:6-7). Isso enfurece Satanás de tal forma que ele tentará obrigar as pessoas a adorá-lo ou sofrerão a pena de morte (Apocalipse 13:15).

Em nossos dias, os meios de comunicação não mais apresentam Satanás como ele realmente é: cheio de ódio contra a raça humana; agora, ele está sendo apresentado como compassivo e simpático. Essa é a armadilha principal de Satanás nessa época. Ele deseja ser adorado, assim como diz Apocalipse 13:15; deseja tomar o lugar de Deus no coração dos seres humanos.

O propósito deste artigo é que despertemos do sono no qual Satanás nos fez cair e vejamos como ele, por meio das séries de televisão, dos livros, filmes, etc., está preparando o caminho para ser adorado pelos habitantes deste planeta; como ele está se apresentando com uma personalidade diferente da que realmente tem.

Incrível! Em que tempo estamos vivendo!

Outra série que foi lançada no início deste ano, pelas empresas Netflix e Marvel, é a Daredevil. Mas o que significa esse nome? De acordo com o Wikipédia, a série Daredevil recebe o nome de “Diabólico” em alguns países de fala hispana da América Latina. [Em português, “Demolidor”.]

Investigando a produção, cujo protagonista é Matt Murdock, e que também é um super-herói que tem seus sentidos ampliados ao se tornar o Daredevil, vi que se trata de um personagem católico que com frequência é visto no confessionário ou falando com sacerdotes. A fé lhe dá consolo e, com frequência, reza na igreja … ou sobre o telhado da igreja, com seu traje vermelho, como o do diabo, e abraçado a uma cruz.

É preocupante ver jovens e crianças que estão caindo sutilmente nas redes satânicas, deixando-se levar pela letargia espiritual, apresentado nos meios de comunicação de massa, que envenenam a alma e a levam a seu fim. A série está sendo ampliada, inclusive para pessoas cegas!

É necessário que se conheça melhor quem é Satanás ou Lúcifer. É fundamental estudar com diligência a Palavra de Deus porque o diabo enganará até mesmo, se for possível, aos escolhidos. E ele usa muito bem alguns meios de comunicação para alcançar seu propósito!

A Bíblia nos diz: “Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).

Graças a Deus, diante de tanta maldade, imoralidade e confusão, a Bíblia nos dá a bendita esperança da volta de Cristo. “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lucas 21:28).

Fonte - Adventistas.org

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Reflexo de Cristo

Conheça a personalidade e a trajetória espiritual do autor do Apocalipse

O maior livro profético da Bíblia, o Apocalipse, é declarado ser uma “revelação de Jesus Cristo” dada por Deus para benefício da igreja (Ap 1:1). Essas palavras comportam dois sentidos fundamentais: um subjetivo, que aponta Jesus como o autor da revelação, e outro objetivo, que faz dele o tema da revelação. Isso significa que a revelação é feita por Jesus e é acerca dele. O mesmo texto faz referência ao instrumento humano usado por Jesus para que a revelação se efetivasse: “seu servo João”. Quem foi ele?

Bem, o Novo Testamento se refere a pelo menos quatro pessoas que tiveram esse nome: (1) João Batista, que morreu antes da crucifixão de Jesus; (2) um parente do sumo sacerdote Anás e inimigo do evangelho (At 4:6); (3) João Marcos (At 12:12), autor do segundo evangelho; e (4) o apóstolo João, o discípulo amado e autor do quarto evangelho. As evidências apontam para o apóstolo João como o escritor do Apocalipse. A tradição primitiva assim o reconhece, e todos os escritores cristãos até o 3º século confirmam esse fato. Também acredita-se que João tenha passado seus últimos anos em Éfeso.

Entretanto, há os que alegam a existência de outro influente João na igreja na Ásia, ao fim do 1º século, que teria escrito o Apocalipse. Eles têm por base o seguinte testemunho de Papias, bispo de Hierápolis, registrado por Eusébio de Cesareia: “Eu inquiria acerca das palavras dos presbíteros o que André, ou Pedro, ou Filipe, ou Tomé, ou Tiago, ou João, ou Mateus, ou qualquer outro dos discípulos do Senhor, disseram, e o que Aristion e o presbítero João, os discípulos do Senhor, dizem” (História Eclesiástica, III, 39.3, 4). Aparentemente, dois cristãos de destaque chamados João são referidos no texto: o apóstolo e um presbítero. Supõe-se que o primeiro teria escrito o evangelho, e o segundo, o Apocalipse.

Todavia, uma das formas de entender a declaração de Papias é ver nela a presença de dois grupos de pessoas com o nome João em cada grupo, mas com a instância de haver apenas uma pessoa com esse nome, mencionada duas vezes. Os líderes de ambos os grupos são chamados de discípulos do Senhor. Os do primeiro grupo disseram, isto é, tinham vivido antes de Papias e anunciado as palavras de Jesus; os do segundo grupo dizem, isto é, viviam no tempo de Papias. Se, como se acredita, o apóstolo João alcançou o fim do 1º século, então Papias, que nasceu por volta de 70, foi seu contemporâneo e pode tê-lo ouvido de viva voz. Nesse caso, o apóstolo é tanto o primeiro João citado como o segundo, com a diferença de que, do corpo apostólico, ele era o único sobrevivente.

Outros pensam que João não poderia ter escrito o livro do Apocalipse no fim do 1º século por ter sido morto muito antes pelos judeus, a exemplo do que aconteceu com seu irmão Tiago (At 12:1, 2), o que teria cumprido a previsão de Jesus a respeito deles (Mc 10:38, 39). Mas tal previsão não significa que João tivesse morrido ao mesmo tempo que seu irmão. Vários anos depois do martírio de Tiago, ele é mencionado por Paulo como sendo um dos baluartes da igreja (Gl 2:9). Se ele também tivesse enfrentado o martírio, o que é improvável, teria sido bem mais tarde, pois o próprio Apocalipse dá a entender que, ao ser escrito, os judeus ainda perseguiam os cristãos.

A verdade é que não foi requerido que João fosse martirizado para que as palavras de Jesus se cumprissem. O Salvador poderia perfeitamente estar se referindo à senda de sofrimento que os dois teriam pela frente, em contraposição ao pedido por grandeza feito por eles. Há ainda a se considerar as palavras de Jesus em João 21:22: “quero que ele permaneça até que eu venha”. Elas podem, em contraste com o tipo de morte que Pedro enfrentaria (v. 19), significar que João não enfrentaria o martírio.

Dionísio, bispo de Alexandria falecido em 265, também afirmou que o autor do Apocalipse não poderia ter sido o apóstolo João, escritor do quarto evangelho, em vista da diferença de linguagem entre uma obra e outra. Muitas palavras empregadas com frequência por João no evangelho são raras ou mesmo omitidas no Apocalipse. O uso de sinônimos igualmente reforça essa posição.

No entanto, devemos lembrar que a natureza do assunto pode ter levado o escritor a empregar termos diferentes no Apocalipse diante da necessidade de repetir ou combinar as afirmações dos antigos profetas, considerando que os quadros do Antigo Testamento são predominantes no livro. As condições adversas sob as quais o Apocalipse foi produzido devem ser igualmente levadas em conta. O escritor era prisioneiro na colônia penal da ilha de Patmos, palco das visões que proveram o conteúdo do livro. Além disso, segundo a tradição, para a composição do evangelho, João teria contado com a assistência de um secretário.

MUDANÇA

Assim, a hipótese mais plausível aponta para o apóstolo João como o autor do Apocalipse. E quem foi ele? Um ardoroso seguidor de Jesus desde a juventude. Alguém cujo exemplo demonstra como a graça de Deus pode transformar a vida daquele que a ela se submete. Ele passou para a história do cristianismo como o “apóstolo do amor”.

A exemplo de outras personalidades da igreja primitiva, os dados biográficos de João aparecem esparsamente no Novo Testamento. Mateus o menciona apenas quatro vezes, Marcos dez e Lucas sete. O quarto evangelho, de autoria dele, menciona-o como o discípulo amado e como um dos filhos de Zebedeu.

João era o mais jovem dos discípulos de Jesus. Talvez não fosse muito estimado pelos demais, em vista de seu ambicioso desejo de ocupar o primeiro lugar no reino. De fato, a cobiça, o amor à posição e à supremacia e a avidez por promoção pessoal (Mt 10:35-37, 41) eram graves defeitos no caráter dele, e não eram os únicos. Jesus denominou João e seu irmão Tiago de “filhos do trovão”. Eram geniosos, impetuosos, cheios de ressentimento e propensos à vingança (Lc 9:49-54).

Por trás desses graves defeitos, porém, Jesus discerniu em João um ardente, sincero e amante coração. Embora muitas vezes repreendido pelo Mestre, ele se apegava mais firmemente a Jesus, até que sua alma se amalgamou à dele. Era o “discípulo que Jesus amava”, não porque Jesus não amasse os demais, mas porque João se deixou dominar por esse amor, a ponto de ter a vida totalmente transformada. Em seu coração a chama da lealdade e devoção ardente o tornou um dos mais destacados apóstolos na igreja cristã. Entre Jesus e ele desenvolveu-se uma profunda amizade, mais intensa que em relação aos demais discípulos.

João bebeu tanto da Fonte que alguns estudiosos e comentaristas de seu evangelho creem que sua linguagem e estilo correspondem à linguagem e ao estilo de Jesus. Embora isso não seja provável, é indiscutível que João nos apresenta um quadro profundamente original e distintamente autêntico de Jesus. Ele percebeu que Cristo se encarnou para ser a perfeita revelação de Deus, em vista do íntimo e pleno conhecimento que tinha do Pai.

Esse fato despertou no apóstolo o anseio de obter um conhecimento tão íntimo quanto possível do Salvador e de se tornar uma autêntica testemunha dele. João conseguiu alcançar esse ideal por meio de sua vida apostolar e de seus escritos. Então, no último livro da Bíblia, ele nos oferece uma revelação final e surpreendente de Jesus. De fato, ninguém foi capacitado a exaltar melhor a Cristo do que o apóstolo João.

A exemplo de Pedro e Tiago, cedo João se tornou íntimo discípulo de Jesus. Ele testemunhou a transfiguração (Mt 17:1) e, mais de perto, a agonia do Getsêmani (Mt 26:37). Esteve “aconchegado” a Jesus na ceia e reclinou a cabeça em seu peito (Jo 13:23-25). Do Getsêmani, seguiu o Mestre à sala do sumo sacerdote, de quem era conhecido, e então ao Calvário. Os episódios ali descritos (19:18-35) são tão reais que só uma testemunha ocular poderia assim narrá-los.

Na manhã da ressurreição, João correu na companhia de Pedro para ver o sepulcro vazio (20:3-8). Em companhia dos demais, viu o Salvador ressurreto, inclusive logo após voltarem à pescaria (21:7, 8). Nessa ocasião, depois do diálogo de Jesus com Pedro, concluído com a pergunta deste quanto ao destino de João, Jesus fez uma declaração que levou os discípulos a imaginar que João permaneceria vivo até a segunda vinda (v. 23).

João foi, entre os apóstolos, aquele que mais viveu, tendo chegado à idade avançada. Nessa época, por instigação dos judeus, foi aprisionado por Domiciano, que ordenou que ele fosse atirado a um caldeirão de azeite fervente (Atos dos Apóstolos, p. 570). Milagrosamente preservado por Deus, foi deportado pelo imperador para a ilha de Patmos, onde recebeu as visões do Apocalipse. Domiciano reinou entre 81 e 96. Segundo a tradição, Nerva, sucessor de Domiciano, libertou João, que voltou para Éfeso, onde terminou seu ministério e seus dias.

Como um dos lances finais de seu trabalho, João combateu as tendências gnósticas que pressionavam a igreja na Ásia Menor, sob a influência dos ensinos de um herege chamado Cerinto. De fato, uma clara resistência a esses ensinos pode ser sentida em seu evangelho e nas epístolas. O Apocalipse se opõe a eles indiretamente.

João é um vívido exemplo do que a graça de Deus pode fazer por alguém que, apesar de possuidor de graves defeitos de caráter, a ela se entrega sem reservas. “Ele submeteu seu temperamento ambicioso e vingativo ao modelador poder de Cristo, e o divino amor operou nele a transformação do caráter” (Atos dos Apóstolos, p. 557). Ele se tornou semelhante a Cristo. Poderia haver experiência mais preciosa do que essa?

JOSÉ CARLOS RAMOS, doutor em Ministério, foi durante muitos anos professor de Teologia no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP)

Fonte - Revista Adventista

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Porque a crise na Europa?

A ânsia para emitir o decreto dominical parece grande. A preocupação com a defesa da santificação do domingo cresce entre as forças da moderna Babilônia.  Mas ainda falta a principal condição que motiva esse decreto: uma crise econômica profunda.

O apoio maciço pela santificação do domingo só ocorrerá quando a economia e a sociedade humana entrarem em crise de tal intensidade que se justifique um clamor por essa santificação. Também que se justifique a necessidade de impor sua guarda pela força da lei, de ameaças e das armas. Que se utiliza de poder imperial autocrático, isso por enquanto não tem cabimento e por enquanto não seria aceito. Ainda não estamos nesse contexto. Para uma adesão de quase todo o mundo a favor do domingo precisa haver um forte motivo: crise a beira de uma situação dramática, beirando o colapso, com características de situação irreversível. Isso também servirá para acusar de hereges aqueles que santificam o sábado, culpando-os pela crise.

A crise na Europa está indo nessa direção. E a dos Estados Unidos da América também. Quanto tempo levará para chegar ao ponto de justificar um clamor por providências do tipo “dança da chuva” em meio a uma seca terrível e que não sinaliza passar, não podemos prever, mas parece que estamos a caminho.

É curiosa a situação do mundo de Babilônia moderna. Para silenciar a dita seita que prega as boas novas da segunda vinda de CRISTO, que trás boas notícias ao mundo, que tem a solução para os graves problemas do mundo, precisa de uma crise generalizada e severa. Contraditoriamente precisa piorar para deter o que é bom! Ou seja, a grande maioria das pessoas do mundo querem ficar por aqui mesmo e aqui enriquecer, e estes darão ouvidos à necessidade de erradicar da Terra aqueles que seguem a Bíblia. Enquanto o povo de DEUS prega uma verdade que não interessa aos gananciosos, para fazer cessar essa pregação precisam de condições catastróficas, pois só assim os donos dos grandes capitais abrirão mão dos seus negócios no domingo, e apoiarão a imposição e sua santificação por meio de leis e da força. Na Europa, e também nos Estados Unidos da América, já discutem sobre a necessidade de santificar o domingo para enfrentar a atual crise. Portanto, não há mais dúvidas de que estamos dentro da crise final, que só falta se agravar.

A crise da Europa tem esse sabor. A dos EUA vem logo a seguir, um pouco mais atrasada porque é com esse país que o europeu Vaticano fará aliança. E os EUA precisam ter alguma condição mais vantajosa e, relação a Europa para desencadear a imposição de sanções sobre o povo de DEUS e elas serem seguidas pelos demais países do mundo. Satanás, para fazer qualquer coisa, precisa do que é ruim e do que prejudica, enquanto DEUS pode fazer o bem em qualquer situação. A crise, principalmente de natureza econômica, ajudará a justificar a santificação do domingo, como um caminho de superação. É esse o sentido da atual crise europeia, e americana, e em outros lugares do mundo. Mas essa situação ainda precisa chegar a muitos outros países importantes na economia global. Os sinais são de que está em andamento.

Enquanto isso, paralelamente, a Igreja Adventista se mobiliza para anunciar o evangelho por meio de um Alto Clamor. As atuais ações dos adventistas nas pregações e distribuições de literatura não deixam dúvidas de que estamos nos dirigindo para esse Alto Clamor. Falta só a intensificação para o poder máximo prometido por JESUS. É isso que satanás quer evitar, atraindo apoio de grandes e poderosos contra o povo santo, por meio de uma severa crise pelo mundo afora.

Fonte - Cristo em Breve Virá

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bento XVI resignou; e depois...?

O mundo religioso, e não só, não comentava outra coisa durante a semana passada: a resignação de BentoXVI ao ofício de líder da Igreja Católica Apostólica Romana. O casonão era para menos: a última vez que um Papa foi substituído antes de falecer foi à cerca de sete séculos!

Somos, por isso, privilegiados por assistir ao um importante pedaço de História. E não apenas por esta razão, devemos estar atentos para ver o que daqui surgirá, os dados que vão ser lançados e, em última análise, quem será apontado como novo Papa.

Entre os meios Adventistas há sempre alguma movimentação quando uma notícia mais relevante surge a partir do Vaticano – e não serão muitas as mais relevantes do que esta! Fruto da nossa essência profética retirada da Sagrada Escritura, no âmbito do qual o catolicismo romano desempenha papel de extrema importância, é natural que assim seja (aliás, o que me espanta é a desconsideração, leviandade e alguma transigência com que alguns de nós assistem aos movimentos de Roma…).

Alguns, exageradamente, logo buscam e rebuscam nas Escrituras alguma indicação específica que surja como oportuna para explicar e provar aquilo que por vezes não passa de um ato isolado. Outros, tristemente, nem fazem ideia do impacto que a liderança romana tem e terá nas cenas finais da História terrestre.

Assim, logo surgiram comentários e análises à resignação de Bento XVI, das que pude lermuitas a propósito, outras sem nexo algum e remexendo em argumentos já batidos e rebatidos até à exaustão.

Como (ainda) estamos numa sociedade (razoavelmente) livre, onde podemos expressar a nossa opinião sem (demasiadas) represálias, quero acrescentar a minha achega ao assunto, que representa, apenas e só, a minha visão pessoal: Bento XVI resignou; e depois…?

Dirão alguns que agora é que surgirá o Papa que, finalmente, dirigirá o romanismo àrecuperação definitiva da ferida mortal, e o restaurará à dominação mundial que durante tanto tempo teve.

Pode até ser. Mas, penso que o mais importante é estar totalmente seguro de que isso se irá concretizar, sem dúvida, seja com o sucessor de Bento XVI ou com qualquer um dos outros que (eventualmente) vier a seguir.

Seja quem for a mão humana, o relevante é estar certo daquilo que sucederá – e a Bíblia Sagrada não deixa margem para qualquer dúvida: Roma assumirá o controlo da governação mundial, usando de outra força política para impor as suas “leis”. E isto tanto poderá ser com o sucessor de Bento XVI ou com que (possivelmente) vier depois…

Depois de sabermos quem será o novo Papa, e ao perceber-lhe as intenções e linha orientadora, poderemos definir melhor o que poderá acontecer. Porque, na iminência, isso há muito que já está definido…

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento 16 renuncia! Profecia ou estratégia?

É a primeira vez, desde a Idade Média, que um papa renuncia ao cargo. O último Sumo Pontífice a renunciar foi Gregório XII, em 1415. Bento XVI é o sexto Papa a renunciar ao cargo. O líder católico disse em um comunicado que está “plenamente consciente da dimensão do seu gesto” e que renuncia do cargo por livre e espontânea vontade. Um dos motivos da renúncia seria sua idade avançada. O pontífice completa 86 anos em abril deste ano. Joseph Ratzinger foi o primeiro alemão a ser nomeado Papa desde o século 11.

“Após ter repetidamente examinado minha consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério Petrino”, disse o Papa em comunicado. Veja na íntegra, no fim deste post. Em diversas ocasiões, ele se manifestou contra métodos anticoncepcionais, o aborto e o casamento gay. (Veja, no final desta publicação, nossa opinião sobre assuntos polêmicos como decreto dominical e marcação de data para a volta de Cristo).

O pontificado de Bento 16 começou em abril de 2005 e passou rápido. Segundo informações do jornal espanhol El País, um dos grandes favoritos para suceder Bento 16 é o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, ex-patriarca de Veneza e membro do movimento ultracatólico Comunhão e Liberação.

“Nos pegou de surpresa”, afirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Segundo ele, o papa tomou sua decisão com “grande coragem e determinação”, “consciente dos problemas que a igreja enfrenta atualmente”.

“Eu declaro que renunciarei ao ministério do Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005″.

Georg Ratzinger, irmão do Papa Bento XVI, disse nesta segunda-feira (11) à France Presse que sabia “havia alguns meses” que o pontífice planejava renunciar ao cargo, por conta de sua idade avançada.

Com a saída do Joseph Ratzinger, surgem algumas indagações sobre o futuro do catolicismo e as profecias do fim do fim. Qual será a estratégia da Igreja Católica para se recuperar de tantas perdas nos últimos 8 anos? Como reagir ao forte e rápido crescimento dos evangélicos, principalmente no Brasil? São tantas perguntas…

Quem foi o primeiro papa? Quem está com a verdade? Quem manda na Igreja?

A Igreja católica preparou uma relação de papas, em que o apóstolo Pedro aparece como sendo o primeiro. Contudo, a história e a Bíblia não sustentam esta pretensão. Foi no quarto século de nossa era que mudanças aconteceram na política da Igreja primitiva, quando foram introduzidos conceitos metropolitanos e patriarcais no sistema episcopal. Havia quatro principais pretendentes a liderança da Igreja – os bispos de Roma, Constantinopla, Antioquia e Alexandria – sendo Roma e Constantinopla os predominantes.

A transferência da sede do governo imperial para Constantinopla, em 330 AD, contribuiu pesadamente para dar o primado ao bispo de Roma, porque agora era a figura mais importante na capital ocidental – Roma. O bispo de Roma, no trono dos Césares, se tornou o maior homem do Ocidente e logo foi forçado (quando os bárbaros invadiram o império) a tornar-se o chefe político e espiritual. Nascia um novo império eclesiástico – a união da Igreja Católica com o governo civil de Roma, tomando a forma da gigantesca Igreja Romana.

A última doação do imperador Constantino, entregando ao papa Silvestre o palácio imperial e a insígnia, e ao clero os orçamentos do exército imperial, representa, sem dúvida, uma transferência de poder. A igreja deixava de ser peregrina, perseguida e estrangeira, para se estabelecer como uma das mais poderosas organizações da Terra. É a partir daí que o papado adquire, formalmente, as suas características definitivas. Por isso, Silvestre (314 – 335 AD) pode ser considerado o primeiro papa.

A Igreja Católica toma a passagem de Mateus 16:13-20, como base para sua pretensão de que Pedro recebeu de Cristo uma posição de liderança da Sua Igreja, se tornando assim o primeiro papa. Esta declaração de Cristo, “sobre esta pedra”, tem sido interpretada de várias formas:

1º – a pedra simbolizando Pedro.
2º – a pedra simbolizando a fé que Pedro demonstrou em Jesus.
3º – a pedra simbolizando Cristo.

Nós podemos chegar a uma conclusão inequívoca quando pesquisamos a Palavra de Deus em busca da verdade sobre este assunto, especialmente nos escritos dos apóstolos que ouviram pessoalmente esta declaração de Jesus. O próprio Pedro jamais se referiu a si mesmo como sendo esta pedra, mas de forma clara e consistente, ele diz que esta pedra representa Cristo. Ele chega ao ponto de dizer que não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos, a não ser através desta Pedra, rejeitada pelos homens (Atos 4:8-12; I Pedro 2:4-8).

O nosso Senhor usou várias vezes este símbolo da pedra referindo-se a Si mesmo (Mat. 21:42; Lucas 20:17-18). Em outras partes da Bíblia encontramos diversas passagens que relacionam a pedra como um termo específico para Deus (Deut. 32:4; Salmos 18:2 e outros). Isaías 32:2, fala da grande Rocha em terra sedenta e da Pedra preciosa, angular, solidamente assentada (Is. 28:16). Em (I Cor. 10:4), Paulo diz que esta Pedra era Cristo (ver também II Samuel 22:32; Salmos 18:31). Jesus também se referiu a Pedra como sendo a Sua Palavra, a qual é o único alicerce seguro para o homem (Mateus 7:24-25), e que Ele é a Palavra Viva (João 1:1; Marcos 8:38; João 3:34; 6:63,68; 17:8).

Paulo claramente afirma que Cristo é o único fundamento da Igreja (I Cor. 3:11). Pedro também diz que Cristo é o fundamento (a Rocha) sobre o qual construímos o templo espiritual como pedras vivas, ou tijolos, (ver Efésios 2:21; I Pedro 2:4-8). Quando Pedro fez sua declaração de fé, o fez em nome de todos os demais discípulos, pois a pergunta havia sido feita para o grupo. Nenhum dos discípulos jamais entendeu que Jesus estava concedendo a Pedro uma distinção especial entre eles. Tanto é que continuavam discutindo sobre quem seria o maioral entre eles. Caso Jesus tivesse dado a Pedro uma posição de liderança não haveria mais motivo para tanta discussão.

Os escritores do Novo Testamento jamais fizeram menção de qualquer autoridade revestida sobre Pedro, muito pelo contrário, pois em várias ocasiões Pedro foi publicamente advertido por eles.

Os pais da Igreja, como Augustinho e Crisóstomo, jamais aceitaram a idéia de Pedro como sendo o chefe supremo da Igreja. O historiador Eusébio, cita uma declaração de Clemente de Alexandria, na qual ele afirma que no concílio de Jerusalém, Pedro, Tiago e João não disputavam pela supremacia da Igreja, mas que escolheram Tiago o Justo, para ser o líder entre eles (ver Atos 15).

Como então se deve interpretar esta passagem? Na língua grega existem dois termos para pedra: 1º –“petra” que significa uma enorme massa de rocha, a qual além de ser grande, é fixa ou imovível; 2º –“petros” que significa uma pequena pedra, ou um pedregulho.

Assim podemos dizer que Cristo se dirigiu a Pedro desta forma: Tu és “petros” (pedregulho) e sobre esta “petra” (rocha, se referindo a Si mesmo), construirei a minha Igreja. Na parábola registrada em Mateus 7:24-27, Cristo diz que o homem sábio constrói sua casa sobre a Rocha, e que qualquer edifício construído sobre “Pedro”, ou sobre um homem falho como este discípulo, era mesma coisa que construir sua casa sobre a areia. Uma edificação sobre a Rocha sofreria tantas mudanças como as que aconteceram ao longo da história? A lista de ‘papas’ parece interminável. A Igreja de Cristo deve ficar edificada sobre Ele e não sobre homens.

A Igreja Católica Apostólica Romana é a igreja cristã mais antiga do Ocidente. Sua sede fica no Vaticano. Eis a linha sucessória dos Papas:

2005 – Bento XVI (Joseph Ratzinger)
1978 – João Paulo II (Karol Woityla)
1978 – João Paulo I (Albino Luciani)
1963 – 1978: Paulo VI (Giovanni Battista Montini)
1958 – 1963: João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli)
1939 – 1958: Pio XII (Eugenio Pacelli)
1922 – 1939: Pio XI (Achille Ratti)
1914 – 1922: Bento XV (Giacomo Marchese della Chiesa)
1903 – 1914: Pio X (Giuseppe Sarto)
1878 – 1903: Leão XIII (Giocchino Vincenzo de Pecci)
1846 – 1878: Pio IX (Giovanni Conte Mastai-Ferretti)
1831 – 1846: Gregório XVI (Bartolomeo Cappellari)
1829 – 1830: Pio VIII (Francesco Saverio Castiglioni)
1823 – 1829: Leão XII (Annibale della Genga)
1800 – 1823: Pio VII (Luigi Barnaba Chiaramonti)
1775 – 1799: Pio VI (Giovanni Angelo Conte Braschi)
1769 – 1774: Clemente XIV (Lorenzo Ganganelli)
1758 – 1769: Clemente XIII (Carlo Rezzonico)
1740 – 1758: Bento XIV (Prospero Lambertini)
1730 – 1740: Clemente XII (Lorenzo Corsini)
1724 – 1730: Bento XIII (Pietro Francesco Orsini)
1721 – 1724: Inocêncio XIII (Michelangelo Conti)
1700 – 1721: Clemente XI (Giovanni Francesco Albani)
1691 – 1700: Inocêncio XII (Antonio Pignatelli)
1689 – 1691: Alexandre VIII (Pietro Ottoboni)
1676 – 1689: Inocêncio XI (Benedetto Odescalchi)
1670 – 1676: Clemente X (Emilio Altieri)
1667 – 1669: Clemente IX (Giulio Rospigliosi)
1655 – 1667: Alexandre VII (Fabio Chigi)
1644 – 1655: Inocêncio X (Giambattista Pamphili)
1623 – 1644: Urbano VIII (Maffeo Barberini)
1621 – 1623: Gregório XV (Alessandro Ludovisi)
1605 – 1621: Paulo V (Camillo Borghesi)
1605 – Leão XI (Alessandro Ottaviano de Medici)
1592 – 1605: Clemente VIII (Ippolito Aldobrandini)
1591 – Inocêncio IX (Giovanni Antonio Facchinetti)
1590 – 1591: Gregório XIV (Niccolo Sfondrati)
1590 – Urbano VII (Giambattista Castagna)
1585 – 1590: Sisto V (Felici Peretti)
1572 – 1585: Gregório XIII (Ugo Boncompagni)
1566 – 1572: Pio V (Michele Ghislieri)
1559 – 1565: Pio IV (Giovanni Angelo de Medici)
1555 – 1559: Paulo IV (Gianpetro Caraffa)
1555: Marcelo II (Marcelo Cervini)
1550 – 1555: Júlio III (Giovanni Maria del Monte)
1534 – 1549: Paulo III (Alessandro Farnese)
1523 – 1534: Clemente VII (Giulio de Medici)
1522 – 1523: Adriano VI (Adriano de Utrecht)
1513 – 1521: Leão X (Giovani de Medici)
1503 – 1513: Júlio II (Giuliano della Rovere)
1503: Pio III (Francesco Todeschini-Piccolomini)
1492 – 1503: Alexandre VI (Rodrigo de Bórgia)
1484 – 1492: Inocêncio VIII (Giovanni Battista Cibo)
1471 – 1484: Sisto IV (Francesco della Rovere)
1464 – 1471: Paulo II (Pietro Barbo)
1458 – 1464: Pio II (Enea Silvio de Piccolomini)
1455 – 1458: Calisto III (Alfonso de Bórgia)
1447 – 1455: Nicolau V (Tomaso Parentucelli)
1431 – 1447: Eugênio IV (Gabriel Condulmer)
1417 – 1431: Martinho V (Odo Colonna)
1410 – 1415: João XXII (Baldassare Cossa)
1409 – 1410: Alexandre V (Pedro Philargi de Candia)
1406 – 1415: Gregório XII (Angelo Correr)
1404 – 1406: Inocêncio VII (Cosma de Migliorati)
1389 – 1404: Bonifácio IX (Pietro Tomacelli)
1378 – 1389: Urbano VI (Bartolomeo Prignano)
1370 – 1378: Gregório XI (Pedro Rogerii)
1362 – 1370: Urbano V (Guillaume de Grimoard)
1352 – 1362: Inocêncio VI (Etienne Aubert)
1342 – 1352: Clemente VI (Pierre Roger de Beaufort)
1334 – 1342: Bento XII (Jacques Fournier)
1316 – 1334: João XXII (Jacques Duèse)
1305 – 1314: Clemente V (Bertrand de Got)
1303 – 1304: Bento XI (Nicolau Boccasini)
1294 – 1303: Bonifácio VIII (Bento Gaetani)
1294: Celestino V (Pietro del Murrone)
1288 – 1292: Nicolau IV (Girolamo Masei de Ascoli)
1285 – 1287: Honório IV (Giacomo Savelli)
1281 – 1285: Martinho IV (Simão de Brion)
1277 – 1280: Nicolau III (Giovanni Gaetano Orsini)
1276 – 1277: João XXI (Pedro Juliani)
1276: Adriano V (Ottobono Fieschi)
1276: Inocêncio V (Pedro de Tarantasia)
1271 – 1276: Gregório X (Teobaldo Visconti)
1265 – 1268: Clemente IV (Guido Fulcodi)
1261 – 1264: Urbano IV (Jacques Pantaleon de Troyes)
1254 – 1261: Alexandre IV (Reinaldo, conde de Segni)
1243 – 1254: Inocêncio IV (Sinibaldo Fieschi)
1241: Celestino IV (Gaufredo Castiglione)
1227 – 1241: Gregório IX (Hugo, conde de Segni)
1216 – 1227: Honório III (Censio Savelli)
1198 – 1216: Inocêncio III (Lotário, conde de Segni)
1191 – 1198: Celestino III (Jacinto Borboni-Orsini)
1187 – 1191: Clemente III (Paulo Scolari)
1187: Gregório VIII (Alberto de Morra)
1185 – 1187: Urbano III (Humberto Crivelli)
1181 – 1185: Lúcio III (Ubaldo Allucingoli)
1159 – 1180: Alexandre III (Rolando Bandinelli de Siena)
1154 – 1159: Adriano IV (Nicolau Breakspeare)
1153 – 1154: Anastácio IV (Conrado, bispo de Sabina)
1145 – 1153: Eugênio III (Bernardo Paganelli de Montemagno)
1144 – 1145: Lúcio II (Gherardo de Caccianemici)
1143 – 1144: Celestino II (Guido di Castello)
1130 – 1143: Inocêncio II (Gregorio de Papareschi)
1124 – 1130: Honório II (Lamberto dei Fagnani)
1119 – 1124: Calisto II (Guido de Borgonha, arcebispo de Viena)
1118 – 1119: Gelásio II (João de Gaeta)
1099 – 1118: Pascoal II (Rainério, monge de Cluny)
1088 – 1099: Urbano II (Odo, cardeal-bispo de Óstia)
1086 – 1087: Vítor III (Desidério, abade de Monte Cassino)
1073 – 1085: Gregório VII (Hildebrando, monge)
1061 – 1073: Alexandre II (Anselmo de Baggio)
1058 – 1061: Nicolau II (Geraldo de Borgonha, bispo de Florença)
1058 – 1059: Bento X (João de Velletri)
1057 – 1058: Estevão IX (Frederico, abade de Monte Cassino)
1055 – 1057: Vítor II (Geraldo de Hirschberg)
1049 – 1054: Leão IX (Bruno, conde de Egisheim-Dagsburg)
1048: Dâmaso II (Poppo, conde de Brixen)
1046 – 1047: Clemente II (Suidgero de Morsleben)
1045 – 1046: Gregório VI (João Graciano Pierleone)
1033 – 1046: Bento IX (Teofilato de Túsculo)
1024 – 1032: João XIX (conde de Túsculo)
1012 – 1024: Bento VIII (conde de Túsculo)
1009 – 1012: Sérgio IV (Pietro Buccaporci)
1003 – 1009: João XVIII (João Fasano de Roma)
1003: João XVII (Giovanni Sicco)
999 – 1003: Silvestre II (Gerberto de Aurillac)
996 – 999: Gregório V (Bruno de Carínthia)
985 – 996: João XV
983 – 984: João XIV (Pedro Canipanova)
974 – 983: Bento VII
972 – 974: Bento VI
965 – 972: João XIII (João de Nardi)
964: Bento V
963 – 965: Leão VIII
955 – 964: João XII
946 – 955: Agapito II
942 – 946: Marino II (ou Martinho III)
939 – 942: Estevão VIII
936 – 939: Leão VII
931 – 935: João XI
928 – 931: Estevão VII
928: Leão VI
914 – 928: João X (João de Tossignano, arcebispo de Ravena)
913 – 914: Lando
911 – 913: Anastácio III
904 – 911: Sérgio III
903 – 904: Cristóvão
903: Leão V
900 – 903: Bento IV
898 – 900: João IX
897: Teodoro II
897: Romano
896 – 897: Estevão VI
896: Bonifácio VI
891 – 896: Formoso
885 – 891: Estevão V
884 – 885: Adriano III
882 – 884: Marino I (ou Martinho II)
872 – 882: João VIII
867 – 872: Adriano II
858 – 867: Nicolau I
855 – 858: Bento III
847 – 855: Leão IV
844 – 847: Sérgio II
827 – 844: Gregório IV
827: Valentim
824 – 827: Eugênio II
817 – 824: Pascoal I
816 – 817: Estevão IV
795 – 816: Leão III
772 – 795: Adriano I
768 – 772: Estevão III
757 – 767: Paulo I
752 – 757: Estevão II
752: Estevão [II] (pontificado de apenas quatro dias)
741 – 752: Zacarias
731 – 741: Gregório III
715 – 731: Gregório II
708 – 715: Constantino
708: Sisínio
705 – 707: João VII
701 – 705: João VI
687 – 701: Sérgio I
686 – 687: Cônon
685 – 686: João V
683 – 685: Bento II
682 – 683: Leão II
678 – 681: Agatão
676 – 678: Dono
672 – 676: Adeodato II (ou Deusdedite II)
657 – 672: Vitaliano
654 – 657: Eugênio I
649 – 655: Martinho I
642 – 649: Teodoro I
640 – 642: João IV
638 – 640: Severino
625 – 638: Honório I
619 – 625: Bonifácio V
615 – 618: Adeodato I (ou Deusdedite I)
608 – 615: Bonifácio IV
606 – 607: Bonifácio III
604 – 606: Sabiniano
590 – 604: Gregório I Magno
579 – 590: Pelágio II
575 – 579: Bento I
561 – 574: João III
556 – 561: Pelágio I
537 – 555: Vigílio
536 – 537: Silvério
535 – 536: Agapito (ou Agapeto)
533 – 535: João II
530 – 532: Bonifácio II
526 – 530: Félix III
523 – 526: João I
514 – 523: Hormisdas
498 – 514: Símaco
496 – 498: Anastácio II
492 – 496: Gelásio I
483 – 492: Félix II
468 – 483: Simplício
461 – 468: Hilário (ou Hilaro)
440 – 461: Leão I Magno
432 – 440: Sisto III
422 – 432: Celestino
418 – 422: Bonifácio I
417 – 418: Zózimo
402 – 417: Inocêncio I
399 – 402: Anastácio I
384 – 399: Sirício
366 – 384: Dâmaso I
352 – 366: Libério
337 – 352: Júlio I
336: Marcos
314 – 335: Silvestre I
310 – 314: Melcíades
308 – 310: Eusébio
307 – 309: Marcelo I
296 – 304: Marcelino
282 – 296: Caio
274 – 282: Eutiquiano
268 – 274: Félix I
260 – 268: Dionísio
257 – 258: Sisto II
254 – 257: Estevão I
253 – 254: Lúcio I
251 – 253: Cornélio
236 – 250: Fabiano
235 – 236: Antero
230 – 235: Ponciano
222 – 230: Urbano I
217 – 222: Calisto I
199 – 217: Zeferino
189 – 199: Vítor I
174 – 189: Eleutério
166 – 174: Sotero
154 – 165: Aniceto
143 – 154: Pio I
138 – 142: Higino
125 – 138: Telésforo
116 – 125: Sisto I
107 – 116: Alexandre I
101 – 107: Evaristo
90 – 101: Clemente I
79 – 90: Anacleto (ou Cleto)
64 – 79: Lino

O Brasil, considerado o país com o maior número de católicos, conta com cinco cardeais candidatos: o atual presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Raymundo Damasceno, de 75 anos; o arcebispo emérito de São Paulo, Cláudio Hummes, de 78 anos, e o arcebispo dessa mesma cidade, Odilo Scherer, de 63 anos e ainda João Braz de Aviz, de 65 anos, e o arcebispo de Salvador, Geraldo Majella Agnelo, de 66 anos.

COMUNICADO

Queridos irmãos,

Eu convoquei vocês para esse Consistório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicá-los de uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência ante Deus, eu tive a certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, não são mais ideais para um adequado exercício do ministério Petrino. Eu estou bem consciente de que esse ministério, devido à sua essencial natureza espiritual, deve ser realizado não só com palavras e ações, mas não menos com orações e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de profunda relevância para a vida da fé, de modo a governar a casa de São Pedro e proclamar o Evangelho, ambas as forças mental e de corpo são necessárias, forças que em mim nos últimos meses se deterioraram a um ponto que eu tenho de reconhecer minha incapacidade para cumprir adequadamente o ministério a mim confiado. Por esta razão, e totalmente ciente da seriedade do ato, com toda a liberdade eu declaro que renunciarei ao ministério do Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, a mim confiado pelos cardeais em 19 de abril de 2005, de maneira que, a partir das 20h do dia 28 de fevereiro, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, estará vaga e um Conclave para eleger o novo Sumo Pontífice deverá ser convocado por aqueles competentes para isso.

Queridos irmãos, eu os agradeço com muita sinceridade por todo amor e trabalho com o qual vocês apoiaram o meu ministério e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, confiemos a nossa Santa Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar que sua sagrada Mãe Maria para que ela ajude os Padre Cardeais com a sua solicitude materna na eleição do novo Sumo Pontífice. Em relação a minha pessoa, eu desejo também devotadamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro através de uma vida dedicada a orações.

Bento XVI

Como adventistas, amamos a volta de Cristo. Essa é nossa grande esperança. Precisamos ter, porém, muito cuidado no sentido de não criar um clima de alarmismo sobre o assunto. Quando isso acontece, a esperança se transforma em dúvida e confusão. “Nossa posição tem sido a de esperar e vigiar, sem proclamações de algum tempo para interpor-se entre o fim dos períodos proféticos em 1844 e o tempo da vinda de nosso Senhor” – Eventos Finais, pág. 32.

A marcação de datas não é plano de Deus. Cada vez que elas são estabelecidas e não se cumprem, a fé e a esperança ficam abaladas. Ellen White já previa que “sempre haverá movimentos falsos e fanáticos feitos na igreja por pessoas que pretendem ser dirigidas por Deus – pessoas que correrão antes de ser enviadas, e darão dia e data para o cumprimento da profecia não cumprida. O inimigo se agrada de que assim procedam, pois seus sucessivos fracassos e direção em sentido falso, causam confusão e incredulidade’.’ -Ibidem, p. 32. Por favor, não dê ouvidos a essas pessoas e suas mensagens. Tenha sempre muito claro que:

1. Deus não apoia esses movimentos. Pessoas que andam espalhando datas, normalmente querem criar um “clima” de sensacionalismo e medo. Elas mesmas precisam de um empurrão para estarem preparadas. Podem estar bem-intencionadas, mas estão erradas. Acreditam que precisam reavivar a igreja, mas como sua mensagem não tem poder, resolvem explorar datas. Ellen White é clara quando diz que “Não devemos saber o tempo exato para o derramamento do Espírito Santo ou para a vinda de Cristo.” – Ibidem, p. 30.

2. A Bíblia não define datas para os eventos finais. Ela sempre apresenta as características de um tempo. Não devemos nos concentrar em um dia, mas em um tempo. O dia não sabemos, mas o tempo é o que nós estamos vivendo. Pelas características, estamos muito perto. Ainda poderemos esperar alguns anos, ou tudo pode acontecer bem rápido, antes do que foi apresentado em sua igreja O importante é estar sempre preparado,

3. A marcação de datas enfraquece o preparo. Inconscientemente, muitos relaxam em seu preparodeixando para resolver questões espirituais mais perto do tempo marcado. ‘Deus não dá a nenhum homem uma mensagem de que decorrerão cinco, dez ou vinte anos antes que termine a história dessemundo. Ele não quer dar um pretexto para os seres viventes adiarem a preparação para o Seu aparecimento - Ibidem, p, 31,

4. Decisões movidas por agitação duram pouco tempo. Quando uma pessoa espera a volta de Cristo por outra motivação que não seja o amor a Ele, vai tomar decisões passageiras e frustrantes, movidas pelo medo do que vai acontecer. Às vezes, até parecem puras, sinceras e profundas, mas dependem de agitação para se manter.

5. Precisamos estar prontos a qualquer momento. Independente do dia em que Cristo vai voltar, ou do dia em que o decreto dominical vai ser oficializado, a vida de uma pessoa pode acabar hoje. Ê como se Cristo já tivesse voltado para ela. Precisamos ser como as virgens sábias que não esperaram a chegada do noivo para estar preparadas, mas têm sua provisão para qualquer tempo.

6. Acaba havendo confusão. Os constantes anúncios de datas para os eventos finais acabam trazendo um sentimento confuso, a ponto de, ao se cumprirem de verdade, muitos terem dificuldade em acreditar. Essa é uma obra do inimigo.

7. Cuidado com “novidades” Perto do fim, mais pessoas vão apresentar estudos de “novas” profecias, uma “nova” visão de alguns pontos da Bíblia ou mesmo a descoberta do tempo certo para o cumprimento de algumas profecias A verdade vai ser misturada com o erro. Essas pessoas vão se apresentar com ar de muita sinceridade ou trazendo estudos muito “profundos” e, por isso, vão enganar a muitos. A melhor saída é concentrar ávida espiritual no preparo diário, na comunhão, no testemunho e na freqüência à igreja, para que não sejam pegas desprevenidas. Continue amando a volta de Cristo, mas faça isso com os olhos voltados para Ele. Os sinais servem para aumentar a esperança e fortalecer a fé.

Pr. Erton Kohler

Lembre-se:
Cristo é o único fundamento da Igreja (I Cor. 3:11).

Fonte - Biblia.com.br
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