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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jovens quase iguais aos outros


Deu na revista Veja desta semana: “Eles vão a baladas, namoram, surfam e usam roupas da moda. A diferença entre os evangélicos e a maioria dos outros jovens é que suas festas são sem álcool, o namoro é sem sexo e as roupas, sem exageros – nada de saias pelos pés e cabelos pela cintura, mas decotes e comprimentos moderados. A maneira brasileira de ser evangélico ajuda a explicar os números impressionantes: 17% dos jovens entre 15 e 29 anos se identificam como seguidores de alguma das confissões evangélicas. Basta entrar em qualquer culto pentecostal para constatar a vitalidade de sua presença: praticamente a metade da igreja é sempre composta de jovens. Orgulhosos de seguir uma doutrina aparentemente [note a palavra] tão contrária a tudo o que a juventude aprecia em nome de valores espirituais, também assumem a busca da realização material (‘Nós merecemos o melhor’ é uma declaração constante). Em algumas igrejas específicas, a promessa de redenção é um atrativo poderoso. ‘A maioria vem aqui porque tem angústias de várias naturezas, entre elas o vício em drogas. Mas uma vida desregrada e um certo desconforto com o mundo, que muitas vezes nem eles mesmos sabem explicar, também trazem muitos jovens para a igreja’, enumera Rodrigo Ribeiro Rodrigues, membro há três anos e meio da Bola de Neve Church, igreja conhecida em São Paulo pela presença absoluta de jovens. Rodrigo trabalha como assessor de imprensa da Bola de Neve – sim, a igreja tem assessor. Além dos cultos, ele freqüenta o inusitado pub gospel Brother Simion, ponto de encontro de jovens crentes em São Paulo. O Brother Simion é isso mesmo: pub, ou seja, lugar meio escurinho onde jovens se encontram, e gospel, o que quer dizer que lá não se pode fumar nem beber. ‘O que mais sai aqui é açaí’, diz o Brother Simion em pessoa, o dono do estabelecimento. E que fique claro aos casais: beijar, pode; avançar o sinal, não.”

A certa altura, a reportagem pergunta: “Não fazer sexo com a namorada é difícil?” E o jovem Jeferson Ricardo Silva, de 19 anos, estudante de moda e membro da igreja Sara Nossa Terra, responde: “Ficar sem sexo dói, é um sacrifício, mas no final da minha busca eu vou ter um prêmio. O ápice da minha procura vai ser com uma pessoa que eu conheço e com quem tenho uma aliança verdadeira. Estou me guardando para o melhor.” Aqui há um aspecto positivo na matéria que não trata o tema com ar de deboche, como já ocorreu em outras reportagens da mídia secular. Ponto pra Veja.

Veja destaca também o “evangelho da prosperidade” que se alastra em muitas igrejas, especialmente na neo-pentecostal Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A revista afirma: “Nessa antecipação de dias melhores, poucas coisas fazem tanto sentido quanto a valorização do progresso material. “Todas as segundas-feiras temos uma palestra na igreja chamada Congresso Empresarial. Nela aprendemos que prosperar financeiramente não é sujo. ... Deus nos ensina a ter o melhor, a lutar para melhorar de vida”, empolga-se Nathalia Gomes, 20 anos, fiel há seis anos da IURD.

Nicanor Lopes, professor de teologia da Universidade Metodista de São Paulo, faz a sua análise: “De um lado, as igrejas mais tradicionais deixaram de reprimir o ato de ver TV, de ir à praia, de usar maquiagem, cabelo curto e roupas da moda. De outro, as pentecostais passaram a fazer de seus cultos verdadeiros shows de música e dança, proporcionando-lhes um caráter de entretenimento. Isso atraiu muitos jovens.”

Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas, cerca de 30% dos fiéis das igrejas evangélicas estão nas classes C e D, em que a teologia da ascensão material encontra terreno propício. “A igreja nos ensina a ter o melhor. Aqui a gente aprende que ter prosperidade é dom de Deus. Se somos pessoas boas, nossa fé vai nos dar condições de, por exemplo, viajar, fazer cruzeiros e ficar em hotéis cinco-estrelas”, diz Daniela Soares, 32 anos, fiel da Universal há dezoito.

Nota: À primeira vista, essa nova juventude evangélica é tudo de bom. De fato, deve-se reconhecer, há aspectos muito positivos nisso tudo, como o abandono do álcool e das drogas, o compromisso de envolvimento sexual apenas depois do casamento, etc. Por outro lado, essa religiosidade revela o pano de fundo pós-moderno, em que o foco está nas sensações, no prazer e na prosperidade material. Aqui a luz vermelha deveria estar acesa. Nos quesitos vestuário, música e diversão, os jovens evangélicos quase não se distinguem dos demais e atraem mais pela “festa” do que pelo evangelho que deveriam pregar.

Para o blogueiro Marcello Flores, responsável pelo Diário da Profecia, “esse fenômeno que hoje vemos no ambiente evangélico/pentecostal aos poucos está se alastrando para o nosso meio [adventista], e pessoas sinceras têm advogado a falsa premissa de que qualquer concessão vale para manter nossos filhos na Igreja. Nesse contexto, é impossível não se lembrar de Ellen White, que escreveu: ‘A conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo’ (O Grande Conflito, p. 512)”.

Marcello cita também o pastor Jorge Mário de Oliveira, em seu discurso aos formandos de Teologia de 2005: “Adequação de métodos, não contextualização de mensagem. O mundo evangélico está infestado dessa praga que já assola o arraial adventista. Temos bebido em cisternas rotas e vazias, e de lá trazido águas sujas e a maldição da contextualização da verdade com adequação aos gostos e preferências do homem pós-moderno. É uma maldição na história do povo Deus.”

“Estou convencido de que é por esse motivo que somos aconselhados a deixar as grandes cidades desde já. É a salvação de nossos filhos que está em jogo, como a Sra. White tão bem adverte, quando fala sobre Ló no contexto de Sodoma”, conclui Marcello.

Fonte - Michelson Borges

segunda-feira, 2 de abril de 2007

O pecado, o pecador e o pregador

Por Claudio Julio Tognolli em 1/4/2007

Se você está rindo, é porque não sabe das últimas notícias. (Bertolt Brecht)
Perdoa-se o pecador. Mas jamais o pregador. (José Roberto Batochio)

O leitor que deu com os jornais na semana passada, e o jornalista que teve o cuidado de coletar comentários esparsos, no dia-a-dia das redações, sobre a prisão do rabino Henry Sobel, deparou-se com um clima de desbunde generalizado. Era bulir com o assunto e surfava, nem o menor esforço, nas ondas do pior do anti-semitismo e no melhor do humor judaico. Parecia aquilo que os antigos chamavam de "alívio grego" – ao que tudo indica tenha sido tirado de um axioma de Aristóteles. A saber: sorte é quando a flecha atinge quem está do nosso lado. Hienas de redação, sicofantas da net, esganiçavam seus risos torpes: o rabino que, tantas vezes esplenético, vendia moral, tinha tido o seu dote e dia de imoralista. E em grande estilo: no veraneio predileto dos Kennedy, Palm Beach, e com gravatas de nomes sonoros e preços sugerindo singulares coleções de zeros.

Um e-mail que rodou a net, na sexta-feira (30/3), ensaiava as manchetes engraçadinhas que alguns veículos dariam sobre a prisão. Referia o seguinte:

** Folha de S.Paulo: "Hoje, pela primeira vez na história, o rabino Sobel não foi localizado para comentar uma matéria"
** Diário do Nordeste: "Rabino robano"
** Caras: "As gravatas eram iguais. Como Ésper, ele roubou um par de vasos"
** Islã News: "Judeu abre a mão nos EUA"
** Casseta e Planeta: "Sobel toma no rabino"

Homens-lixo, homens-exemplo

Por que tanta polêmica? Ok, dirão, não é todo o dia que uma "otoridade" brazuca tem seu dia de Wynona Ryder. Não é todo dia que uma "otoridade" brazuca consta daquilo que, na imprensa dos EUA, é derrisoriamente chamado de mugshots, que são as fichas fotográficas feitas pelos policiais nos flagrantes. Aliás, jornalistas dos EUA fizeram uma página exclusivamente dedicada às autoridades mugshoted.

Mas Sobel foi vítima de um dos piores axiomas instalados pela prelazia midiática: aquele a rezar o missal de que o homem é igual a sua obra. O pessoal que estuda estética marxista sabe bem o que isso significa. No marxismo sério, não o groucho-marxismo brazuca, de academia, alguém já chamou a isso de "o mal do Nobel".

A saber: para o Prêmio Nobel de Literatura, por exemplo, homem tem se ser igual à sua obra. José Saramago, o marxista parlapatão e escritor genial, parece, aos olhos do Nobel, um construto humano em que a atividade de "comuna" casa bem com sua obra libertária. Só leva Nobel aquele cuja "militância de vida" se casa com a "militância de obra". O mal do Nobel solapa aquilo pelo qual tanto Karl Marx lutou: a obra se aliena do autor. Homens-lixo podem fazer obras geniais. Homens-exemplo podem ser autores de obras pré-coerentes.

Homem não se mistura com obra do homem. Ou por outra, como disse Nietzsche em Ecce Homo: uma coisa sou eu, outra são os meus escritos.

"O realismo venceu"

Vejamos. Jorge Luis Borges, escritor genial, de obra libertária: apoiava a ditadura argentina. Não levou o Nobel porque certa feita disse que "a única contribuição da África para a civilização foi a escravidão e os ritmos lascivos".

Arthur Schopenhauer: emprestou sua luneta para que um fiscal prussiano acertasse na mente um revolucionário (fez isso enquanto escrevia sua obra O mundo como vontade e representação, de resto a predileta de Freud e Einstein).

Vejamos o próprio Einstein, gênio, militante político pacifista, capaz de negar carta de recomendação a judeus perseguidos (fato inédito a constar de livro, em fase de gestação, do uspiano Gildo Magalhães, que lhe conseguiu as cartas ainda inéditas). Tudo isso para dizer: a obra do homem não se mistura com o homem de carne e osso.

Karl Max foi o primeiro a demonstrar isso naqueles documentos chamados "Cartas à Madame Harkness". Tais missivas constituem o mais reluzente relicário da estética marxista. Madame Harckness escreve a Marx. Pergunta se ele não gostava das peças de Lassalle, advogado e militante comunista. Marx respondeu que não lhe engole as peças de teatro, a que chama de "libelos". Diz à madame que prefere Balzac, sabidamente um conservador, mas cujas obras são libertárias. "O realismo venceu sobre Balzac", diz Marx.

Nada a ver

Ou seja: homem é uma cousa. Obra do homem é outra cousa. A obra se aliena do autor. Bons cristãos podem escrever obras medíocres. Sacripantas, pústulas e calcetas, condenados porventura por terem matado pai e mãe para poder ir beber no bar dos órfãos, podem eventualmente escrever obras geniais.

Mas a ética da mídia é a pobre ética do Prêmio Nobel: o homem tem de ser igual à sua obra. Ou você é uma cousa, ou você é outra cousa. Eis toda a ética do Vaticano e de Bento 16, chamada non tertio datur, vulgo "não reconheço a terceira via". Ou você é "do bem", ou você é "do mal". Não foi para menos que em abril de 2005 Bento 16 fez um discurso em que condenava "o excesso de relativismo reinante no mundo".

Henry Sobel não foi crucificado porque, como se diz em redações, "homem público deve ser responsável por todos e todos os seus atos". Foi crucificado porque, na ética do reportariado capenga e dos editores bipolares, tudo pressupõe, como num inquérito policial, o estatuto da autoria: ou culpado por tudo, ou inocente por tudo. Non tertio datur.

A obra de Sobel nesses 30 anos não tem nada a ver com o atrabiliário e colérico ladravaz que querem-no pintado. Sua obra fica. Vão-se as gravatas.

Mas quem esperaria outra cousa? Perdoa-se o pecador. Mas jamais o pregador.

Fonte - Observatório da Imprensa

Nota DDP:
Confesso que o tom jornalístico dado ao fato chocou-me, principalmente como se desconsidera inteiramente o humano quando se tem a intenção de ridicularizar uma conduta. Minha solidariedade ao Rabino, porque ele é somente um ser humano, sujeito ao pecado, como todos nós.

Romanos 7:19
Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico.

I Coríntios 10:12
Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Sarcófagos encontrados em Jerusalém podem conter tumba de Jesus

da Ansa, em Jerusalém

Dois sarcófagos descobertos em 1980 no norte de Jerusalém foram enviados aos EUA, onde, na próxima segunda-feira, serão expostos ao público para a apresentação do documentário televisivo "A Tumba de Jesus".

O documentário foi realizado por James Cameron, mesmo diretor de "Titanic", e Simcha Jacobovici, durante as investigações de três anos que envolveram especialistas de diversas áreas.

Os autores afirmam ter localizado a gruta da sepultura de Jesus e familiares nas proximidades de Jerusalém, segundo publicou nesta sexta-feira o jornal "Yediot Ahronot". Jacobovici afirma ter tido acesso em 2005 à cripta em questão, localizada hoje debaixo de um condomínio israelense.

No meio do caso se encontra um sarcófago com a legenda "Santiago filho de José, irmão de Jesus" ("Yaakov Bar Yosef Ahi Yeshu", em hebraico).

Frente à expectativa internacional, a peça foi estudada por especialistas israelenses, que chegaram à conclusão, em 2003, de que o sarcófago parecia efetivamente datar do primeiro século d.C., enquanto a inscrição parecia duvidosa, pelo conteúdo, a caligrafia e o revestimento que o cobria.

O jornal escreveu ainda que os autores do documentário estão convencidos de poder provar de maneira definitiva que a "tumba de Jesus" foi localizada.

Fonte - Folha

Lucas 19:40 Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.

Nota DDP:
Interessante esse esforço do Cameron em provar o Êxodo bíblico e desacreditar a ressurreição de Cristo.
O que ele procura? Auto-afirmação judaica?
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