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sábado, 15 de setembro de 2018

Louvor na igreja – parte 3: Quem é o protagonista?

Descubra cinco maneiras de levar a congregação a entender seu papel na adoração    
Joêzer Mendonça
Cada vez mais, as igrejas têm utilizado equipes de louvor numerosas e bem ensaiadas, músicos tocando ao vivo e equipamentos mais sofisticados. A busca por maior qualidade na liturgia é muito bem-vinda. Porém, tendo em vista esse cenário, é preciso que todos os envolvidos reflitam sobre sua atuação musical e espiritual a fim de evitar que seja retirado o protagonismo do louvor das mãos da igreja. A equipe de música não deve ser a protagonista, pois esse papel cabe à congregação.

Vale lembrar a todos, especialmente ao líder de louvor ou regente congregacional, que a boa liderança musical não tem que ver com frases emocionadas, melhores cantores, alta tecnologia, DVD de sucesso, nem com você. Liderar ou ministrar o louvor congregacional tem que ver com uma única pergunta: “Como posso servir musical e espiritualmente à igreja?

Reforço dois termos que usei: serviço, e não prestígio pessoal; e “à igreja”, e não a um ou outro grupo específico. Os mais idosos, os mais jovens, o coral ou a equipe de louvor são apenas partes de um corpo cuja cabeça não é você. É claro que há situações em que o líder de música precisa apoiar programas com foco específico numa faixa etária e grupo, ou mesmo programas que integrem diversos segmentos da igreja, como as celebrações da Páscoa e Natal.

No entanto, o líder de música deve estar atento ao momento em que toda a congregação é convidada semanalmente a participar da música: o momento do louvor congregacional. Inclusive, deve estar atento para não menosprezar nem superestimar essa seção do culto. Como se subestima o valor do louvor congregacional? Quando não há preparação adequada, quando se usa o louvor para preencher as lacunas da falta de organização, quando não se permite à igreja ouvir a própria voz, quando não se dá atenção a uma criteriosa seleção de repertório. Por outro lado, como se superestima o louvor congregacional? Quando é muito longo, quando é o centro das atenções, quando se acredita que determinado estilo musical vai reavivar a igreja, quando há mais foco nos resultados musicais do que nos frutos espirituais.

Se ninguém gosta quando o momento do ofertório demora em longos discursos ou orações, então porque achamos que alguém gosta de um serviço de louvor longo e cheio de falas? Não seria por que estamos inclinados a transformar o louvor musical no centro das atenções do culto?

Note que, às vezes, ao iniciar o louvor, alguns dizem: “Agora chegou a hora de todos participarem”.
Mas o ofertório também é um momento para todos participarmos, assim como as demais seções do culto. Por outro lado, se vamos todos participar do momento do louvor, então é hora de deixar a igreja cantar: “Nem sempre o canto deve ser feito apenas por alguns. Permita-se o quanto possível que toda a congregação participe” (Testemunhos para a Igreja, v. 9, p.143, 144).

Vou sugerir cinco ações para que isso ocorra:
  1. Escolha um repertório que a maioria das pessoas conheça. Nem sempre é hora de ensinar um hino pouco cantado. Pode parecer repetitivo para os cantores e músicos, mas para a congregação é a oportunidade de externar sua voz em uma melodia acessível e preferida. Saiba usar essa predileção em favor de uma adoração coletiva.
  2. Estude a acessibilidade da melodia que deseja usar. Hinos desconhecidos e/ou com letras difíceis causam estranhamento e não estimulam as pessoas a cantar. Se for usar canções de solistas ou quartetos, confira antes a extensão das notas da melodia (se tem notas muito agudas ou muito graves), pois, às vezes, essas canções têm melodia complicada para uma congregação inteira cantar, o que acaba inibindo a voz da igreja.
  3. Permita que a congregação ouça suas vozes. Subestimamos tanto as vozes da congregação que até deixamos alto o volume dos microfones, abafando o louvor coletivo. Talvez estamos tendo maior preocupação com o som que vai na transmissão do culto pela internet e menor preocupação com o som que a igreja vai fazer no culto presencial. Não deixe que a igreja apenas ouça a própria voz no último refrão, momento em que o líder de louvor diz: “Agora vamos ouvir só a voz da igreja cantando!” Experimentemos ouvir mais nossa voz misturada à dos nossos irmãos e irmãs cantando.
  4. Não confie no poder motivador dos estilos musicais tanto quanto no poder inspirador da comunhão pessoal. Em Adoração ou Show? (2006, p.127), Harold Best pergunta: “O estilo [musical] conduz as pessoas à verdadeira experiência da presença de Deus, ou é a experiência com Deus impulsionada pela fé, pela esperança e pelo amor que confere poder ao estilo que escolhemos?”
  5. Incentive a igreja a cantar após os sermões. Depois da Palavra falada por um, a Palavra cantada por todos. Na Bíblia, a adoração com música se dá imediatamente após os atos de Deus por Seu povo. Nesse sentido, a lembrança dos atos redentores de Deus no passado e de Sua bendita promessa para o futuro têm como resposta o louvor musical da congregação. Não estou dizendo que não haja mais mensagens musicais feitas por solistas ou grupos vocais, mas sim que haja mais momentos em que a igreja seja a protagonista do louvor.
JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo, é professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop e O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

Louvor na igreja – parte 2: Cante a Bíblia

Soluções para o impasse na hora de selecionar as músicas para o culto
Joêzer Mendonça
De manhã, no templo, todos se levantaram ao som da música. Mas nem todos cantaram. A música era bonita e o coro estava bem ensaiado, mas boa parte da congregação não sabia cantá-la, pois ela tinha um estilo sacro pouco habitual. Parecia ser cantada em outro idioma.

Essa descrição se encaixa perfeitamente com os registros históricos sobre a música nas catedrais antes da Reforma Protestante do século 16. Mas também, e infelizmente, retrata algumas situações na igreja contemporânea. Hoje há os que igualmente não cantam porque o “idioma” musical do hinário ou a música do DVD de louvor soam tão antiquados ou desconhecidos quanto o latim naquela época.

Num lugar frequentado por diferentes gerações e por pessoas de diferentes gostos musicais, como costuma ser a igreja, é absolutamente impossível agradar a todos. Por isso, para uma parte da congregação, as músicas escolhidas para a adoração congregacional sempre podem parecer inadequadas. Mas o que não se pode fazer é desprezar uma geração em favor de outra nem favorecer somente o repertório tradicional e excluir as canções mais recentes.

Faço algumas perguntas: por que vários hinos do hinário não entusiasmam uma parte da igreja? E porque tantas canções atuais não animam a congregação a cantar? Não seria porque ambos os repertórios estão numa linguagem diferente para diferentes pessoas?

Pessoas que cresceram ouvindo e cantando hinos tradicionais tanto em seus cultos domésticos quanto nos cultos no templo estão acostumadas com essa linguagem hinológica. Ou seja, para elas, o hinário apresenta a música e a letra adequadas para os momentos de louvor da congregação. Para elas, os cânticos contemporâneos são curtos, repetitivos e monótonos, contrastando com a variedade melódica e temática dos hinos tradicionais.

Por outro lado, pessoas que ouvem e cantam as músicas contemporâneas dos DVDs de ministérios de louvor também se acostumam com essa linguagem. Para elas, esses novos cânticos apresentam a música e a letra adequadas para os momentos de louvor congregacional. Acham que os hinos tradicionais são muito longos e monótonos, contrastando com a simplicidade melódica e temática das canções de louvor contemporâneas.

No segundo texto desta série, apresento algumas atitudes e ações que visam auxiliar a encontrar soluções para o impasse na hora de selecionar as músicas para o culto:
  • Motive a igreja a conhecer a riqueza de conteúdo do hinário. Um exemplo: ao cantar o hino “Quão Grande És Tu”, mostre como a primeira estrofe fala da criação de Deus e que a resposta do ser humano, maravilhado por esse poder que criou a natureza, é dizer “Quão grande és Tu”. Aponte como a terceira estrofe fala da morte de Jesus no Calvário para que você vivesse eternamente, e que a última estrofe é sobre a esperança da volta de Cristo. Como não responder cantando “quão grande és Tu, meu Deus”? A igreja verá como as estrofes desse hino abordam a história da Redenção da criação ao advento. Essa teologia cantada também está presente em outros hinos, como “Sou Feliz com Jesus”.
  • O que cantamos impacta o que cremos. Segundo Erik Routley, estudioso da música sacra, “importa muito o que se canta, porque há a tendência de se acreditar no que dizem os hinos. Uma doutrina incorreta será notada em um sermão; em um hino, e as pessoas tendem a acreditar nela” (Hymns Today and Tomorrow). Por essa razão, é importante providenciar cânticos que promovam a “sã doutrina”, a teologia clara de sua igreja.
  • Promova a ideia de que nenhuma geração possui a exclusividade da boa música. A cada geração, surgem novos compositores antenados com o idioma musical de seu tempo. É incoerente pedir aos compositores de hoje que façam música como se vivessem em 1918, assim como teria sido incoerente pedir aos músicos de 1918 que fizessem hinos como os de Martinho Lutero ou Isaac Watts. Erik Routley acrescenta: “Que fique claro que a arte de escrever um bom cântico não está confinada a eras passadas”. E os bons cânticos também não são de posse exclusiva dos compositores de hoje.
  • Faça várias combinações de repertórios. Os momentos de louvor podem ter pelo menos três modelos: (1) O louvor composto só de cânticos mais novos; (2) O louvor só com músicas do hinário e (3) O louvor que combina os dois repertórios. Veja esses três exemplos de acordo com os respectivos modelos acima: “O Melhor Lugar do Mundo” e “Verei Jesus”; “Bendita Segurança” e “Jesus é Melhor”; “Falar com Deus” e “Porque Ele Vive”, ou ainda com três músicas, como “Não Há o Que Temer”, “Saudade” e “Eu Não Me Esqueci de Ti”. Organize também medleys diminuindo estrofes ou repetições e combinando os diferentes repertórios. Utilize ainda conhecidas músicas de quartetos e corais, ajustando a tonalidade para o canto da congregação.
  • Busque cânticos que cultuem os atributos de Deus e Suas obras. Nos reunimos no templo com o objetivo de prestar um culto a Deus por causa de tudo o que Ele fez, faz e fará por nós. Nós O louvamos pelos Seus atributos de amor, justiça e majestade. Nós O adoramos porque Ele é bom e Sua misericórdia dura para sempre. Esses princípios bíblicos devem constar nas palavras de nossos cânticos de louvor. Como escreveu Larry Hurtado: “O culto cristão pode ser enriquecido pela lembrança do quadro maior dos propósitos de Deus, que se estende para além do nosso tempo e ambiente […] e que promete uma consumação da graça redentora” (At the Origins of Christian Worship, p. 116).
Somos chamados a louvar e adorar “diante do Senhor que nos criou” (Sl 95:6). Mas, definitivamente, precisamos amar mais nosso irmão que louva do que o louvor do nosso irmão.

JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

Louvor na igreja – parte 1: Baixe o volume



Amplificar o som dos instrumentos não vai aumentar o espírito de louvor da congregação, mas sufocar a voz da igreja
Joêzer Mendonça
Antes da reforma musical de Martinho Lutero e João Calvino no século 16, quem ia à igreja raramente cantava. A parte musical era desempenhada exclusivamente por profissionais, que, além de tudo, cantavam num idioma desconhecido para a maioria das pessoas (o latim), enquanto a congregação praticamente assistia à missa. Alguns reformadores protestantes devolveram a música de louvor e adoração para a congregação, e hoje ninguém imagina entregar o ato de louvor para um corpo de “adoradores” profissionais.

No entanto, às vezes o louvor congregacional tem recuado até os tempos anteriores à Reforma. Isso acontece por alguns motivos, dentre os quais destaco: (1) o volume alto da banda e das vozes que acompanham o momento de louvor e (2) o desconhecimento dos cânticos, tradicionais ou contemporâneos, selecionados para os cultos.

No texto de hoje, quero refletir somente sobre o primeiro motivo que apontei (abordarei outros aspectos nos próximos quatro artigos dessa série sobre louvor na igreja). Aumentar o volume dos instrumentos musicais não vai aumentar o espírito de louvor da congregação. Como já sabemos, a igreja não vai tentar cantar mais forte que o som da banda (ou do playback), não importa quantas vezes o líder de louvor repita: “Cantem com todo entusiasmo!” Então, tudo o que teremos é música tocada em volume alto.

Nós, músicos e cantores, queremos que a igreja participe do louvor, que se envolva no canto. No entanto, pegamos cinco instrumentistas e dez cantores, por exemplo, todos com microfone, todos amplificados nas caixas de som, e depois reclamamos que a igreja continua sem cantar. Um problema pode estar no espírito de louvor que o indivíduo traz para o culto. Mas você já parou para pensar que uma boa razão para a igreja não cantar conosco pode estar no volume das vozes e da banda?

Acho muito bonito quando um grupo de pessoas canta o louvor a três ou quatro vozes. Mas, e a voz da congregação? Muitas vezes a voz da igreja é ouvida apenas na última estrofe ou no último refrão.
Com base em uma carta de Ellen White, alguns defendem que o louvor deve sempre ser dirigido por um grupo de cantores. Um dos parágrafos diz: “Escolha-se um grupo de pessoas para tomar parte no serviço do canto” (Carta 170, de 1902). Particularmente, acho uma ótima ideia envolver mais pessoas e tornar o momento de louvor congregacional mais harmonioso e bem realizado. No entanto, na época dessa carta, não havia caixas amplificadas, sistemas de som estéreo nem microfones para os cantores. Mal havia hinários disponíveis para todos. Então, um grupo de pessoas, de bons cantores, parecia bem adequado para conduzir todos no canto.

A participação de um grupo de pessoas no louvor congregacional não é indesejável. O problema está no alto volume dos microfones, o que faz com que seja difícil escutar a voz da congregação. Às vezes, a pessoa não consegue escutar a própria voz. Isso inibe a participação da igreja que, em vez de participar, passa a assistir ao louvor.

Desse modo, quando a música não é bem conhecida de todos, seja uma música proveniente do hinário ou dos DVDs contemporâneos de louvor, e quando o som das vozes e dos instrumentos musicais está alto demais, a congregação acaba terceirizando o louvor para um grupo seleto de pessoas. Infelizmente, quando essa conjunção de fatores acontece, recuamos aos tempos anteriores à Reforma.

Como podemos equalizar a participação de músicos, cantores e membros da congregação? Seguem algumas dicas:
  1. Não intensifique demais o volume dos instrumentos. Cada instrumento musical possui sua identidade sonora e é preciso equilibrar as bases rítmica e harmônica de modo a não sufocar as vozes nem os instrumentos que dão o “chão” da tonalidade e da harmonia, como o violão e o piano.
  2. Evite solos durante as frases cantadas pela congregação. Não importa se você está tocando piano, guitarra ou saxofone. Estude a música que você vai acompanhar e selecione alguns trechos para reforçar a melodia e outros em que você possa fazer um contracanto à melodia, como as partes entre as frases cantadas.
  3. Nossa equipe de louvor não está à frente da igreja para cantar mais alto que todos, nem para mostrar como se deve louvar, mas para apoiar, orientar e conduzir as vozes da congregação. No final da carta que citamos acima, Ellen G. White disse: “Nem sempre o canto deve ser feito apenas por alguns. Permita-se o quanto possível que toda a congregação dele participe”.
Somos chamados a cantar e tocar de todo o coração e de todo o entendimento, e não de todo volume. Vamos organizar, apoiar e orientar os momentos de louvor para que a igreja se sinta confortável e estimulada a participar também de todo coração e entendimento. Não nos esqueçamos de que o louvor é congregacional.

JOÊZER MENDONÇA, doutor em Musicologia (Unesp) com ênfase na relação entre teologia e música na história do adventismo. É professor na PUC-PR e autor dos livros Música e Religião na Era do Pop O Som da Reforma: A Música no Tempo dos Primeiros Protestantes

Fonte - Revista Adventista

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Arautos do Rei - Só Um Pouco Mais


quinta-feira, 14 de maio de 2015

"Se Ele não for o primeiro" - Arautos do Rei

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Painel - Música Sacra e Adoração - Parte 1


terça-feira, 24 de março de 2015

A música de Igreja com ritmos populares

Na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da América, nas igrejas litúrgicas (anglicanas e católicas, principalmente), os jovens de 1930 continuaram cantando o repertório de seus antepassados, talvez o existente desde o tempo da Reforma. Na década de 60, a Igreja Anglicana e a Igreja Católica começaram a admitir ritmos e instrumentos da música popular em seus cultos e em suas missas.

No Brasil, as igrejas do chamado movimento de renovação espiritual, que eclodiu entre os Batistas, também na década de 60, tinham uma obsessão doutrinária. Pouco preocupadas com seu estilo musical, as igrejas "renovadas"permaneceram, durante mais de 20 anos, no uso do "Cantor Cristão".

Surgidas na década de 80, as igrejas neopentecostais tinham uma ênfase diferente. Apoiando a "Contemporary Christian Music" que alguns evangélicos dos Estados Unidos da América usavam desde a década de 70, elas passaram a divulgar música com ritmos populares, então chamada de música "gospel". Este termo foi escolhido por uma questão de "marketing" (Denise Cordeiro de Souza Frederico. Cantos para o Culto Cristão, pp. 242-245. São Leopoldo, RS: Editora Sinodal, 2001). O termo não deve ser confundido com o autêntico estilo "gospel" dos negros norte-americanos (OJB, 03 jun 2002, p. 4).

Ao pressentir e perceber a insatisfação de parte da membresia com a execução musical, limitada ao canto de salmos e hinos, adotaram estratégias de "marketing", visando interesses subjetivos e individualistas. Queriam satisfazer principalmente os adolescentes e os jovens das igrejas neopentecostais.

Intencional e objetivamente, tomaram medidas práticas para a formação de um mercado para a nova música no Brasil. Essa música, por meio de discos e espetáculos, penetrou nas igrejas tradicionais, inclusive afetando a identidade denominacional de cada uma delas.

Com letra religiosa, essa música utiliza elementos, instrumentos e estilos da música profana popular. Com efeito, é um aperfeiçoamento técnico dos "corinhos" norte-americanos (década de 50), difundidos pelas igrejas pentecostais e por grupos extradenominacionais, mas tolerados pelos dirigentes de igrejas batistas.

Na verdade, era o produto da mercantilização do Evangelho. Sua produção significou que certa Igreja, ao tentar satisfazer os gostos e desejos de seus membros e simpatizantes, acabou por se submeter às leis do mercado musical, chegando mesmo a ser também uma mercadoria religiosa. No mundo capitalista, o Mercado exerce com desfaçatez sua força sobre a Religião.

(…)

Quando a nova música foi adotada, na década de 90, por certa igreja neopentecostal, nela ainda havia descontentes, não somente com a sua execução, mas também com a sua elaboração; eles queriam que fosse ainda mais popular …

Em 1997 previmos (OJB, 06 jan, 24 fev e 17 mar 97) que, naquela igreja, o culto seria oportunidade para entretenimento. Os jovens pretenderam até, no ano de 2000, participar do "Rock in Rio". Predissemos que, afinal, a música de culto seria substituída pela música de entretenimento. Foi o que, infelizmente, aconteceu!

Para concretizar-se a substituição, foram tomadas as seguintes medidas:
  • abandono da salmodia e da hinodia no canto congregacional;
  • não questionamento em relação aos gostos musicais;
  • atração às atividades da Igreja de músicos de "rock" e estilos afins;
  • concessão de liberdade aos músicos para compor e executar, dentro do templo e durante o culto, sob a influência de qualquer espécie de música profana;
  • criação de um estilo musical que teria preferência nas atividades da Igreja;
  • concessão da liberdade para levar esse estilo aos locais profanos (salas de espetáculos, estádios, ginásios, auditórios, logradouros públicos etc.), em eventos musicais ("shows", festivais, marchas etc.), com propósito evangelístico ou de propaganda da Igreja;
  • capacitação e profissionalização de cantores e instrumentistas para eventual apresentação, mediante remuneração, naqueles locais e eventos;
  • criação de entidades autônomas para a produção e difusão da nova música(editoras, livrarias, bandas, gravadoras, emissoras de rádio e televisão, sites na Internet) e promoção de eventos (empresários e agentes de publicidade comercial) com a finalidade de divulgação da música patenteada pela Igreja, simultaneamente com a propaganda institucional da Igreja e de seus líderes na mídia impressa e eletrônica;
  • execução da nova música nas reuniões para entretenimento de adolescentes e jovens, realizadas no templo ou em clubes, lanchonetes, restaurantes, boates, casas noturnas, danceterias, logradouros públicos etc.;
  • o novo estilo de música não seria associado ao termo "evangélico";
  • objetivação dos resultados esperados pela liderança da comunidade, com o emprego sistemático da música-de-igreja com ritmos populares nas atividades globais da Igreja:
  • introdução da nova música-de-igreja no mercado da música popular, em termos competitivos.
É o caso de perguntar, consideradas as origens, se interessa às igrejas batistas arcar com as tremendas consequências da adoção da música com ritmos populares ?!

Fonte - Música e Adoração

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Efeitos da Música no Corpo - Hélio Pothin

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Cavalos de Tróia: Avivamentos Falsificados, Igreja Emergente, e Movimentos Nova Espiritualidade

Seminário apresentado na “Geração de Jovens para Cristo” (GYC)
em Louisville, Kentucky, de 30/12/2009 a 03/01/2010

por: Samuel Koranteng Pipim, PhD ©

Introdução

Você já ouviu falar de algum dos seguintes termos: Caminhadas de oração e guerreiros de oração; o labirinto de oração; yoga cristã; disciplina espiritual e formação espiritual; o silêncio e os espaços sagrados de meditação; oração contemplativa; oração centrante; oração de respiração e oração de Jesus?

Bem vindo à nova era de espiritualidade mística – e seus muitos modos de se encontrar com Deus. Estes métodos estão sendo criados em igrejas cristãs, organizações de juventude, e instituições educacionais. Essas novas maneiras de ser “espiritual” poderiam, na verdade, ser o espiritismo à moda antiga, disfarçado em roupas novas?

Será que estamos sinceramente equivocados a respeito dos “encontros com Deus” da atualidade e outras tentativas de alcançar níveis mais altos de espiritualidade? Estas coisas poderiam estas coisas ser “o Ômega” de heresias mortais? Fique informado – e alertado – sobre os novos cavalos de Tróia que estão sendo empurrados para dentro de nossas igrejas.

Tópicos:

Parte 1 – O Verdadeiro Avivamento: O Que É e O Que Não É

Parte 2: A Verdadeira Espiritualidade: Caminho de Santidade

Parte 3: Pós Modernismo e a Igreja Emergente

Parte 4: Espiritualidade Contemplativa e Seus Muitos Caminhos Para Encontrar a Deus

Parte 5: Guerreiros de Oração, Caminhadas de Oração e Ofensivas de Oração

Parte 6. Futuro Antigo: Qual o Caminho para o Renascimento e Espiritualidade?

Observação:
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Fonte - Música e Adoração

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Igreja organiza balada gospel para jovens “em busca da costela perdida”

Uma igreja evangélica em Campo Grande (MT) organizou uma balada gospel chamada “Em busca da costela perdida”, onde centenas de jovens evangélicos interessados em encontrar a outra metade foram dançar e se divertir ao som de música gospel.

Os organizadores do evento foram os pastores Ademir Bueno, 39 anos, e Jack Bueno, 34. O casal é responsável pelo ministério jovem da denominação, e faz questão de frisar as regras: “Os melhores casamentos surgiram de grandes amizades. A festa serve para os jovens ampliarem suas amizades e quem sabe a partir dai construírem um relacionamento e não para ficarem de pegação”, diz a pastora Jack.

Como forma de coibir os casais mais afoitos, a balada conta com doze casais que atuam como “fiscais”, impedindo o agarra-agarra. E a prevenção é explicada pelo pastor Ademir: “[O evento] é a oportunidade de eles conhecerem pessoas e criarem coragem para se relacionar sem se esconder na internet ou no celular”, argumenta.

Os jovens agradecem a iniciativa: “No meio gospel a gente sente dificuldade de encontrar meios para se divertir. Aqui é bom por isso, a gente se sente normal”, resume a estudante Rhayra, de 16 anos, frenquentadora da balada “Em busca da costela perdida”.

Fonte - Gospel Mais

sexta-feira, 2 de maio de 2014

"A Batalha Sonora"- Pr. Ivor Myers

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Igrejas neopentecostais atraem jovens com baladas gospel

Sara Nossa Terra e Renascer em Cristo são algumas das denominações que realizam esses eventos

No dia 22 de março a sede da Igreja Sara Nossa Terra em São Paulo organizou a Festa Colors, uma balada gospel que atraiu cerca de 1,1 mil jovens entre 16 e 28 anos.

A estratégia é usada não apenas para entreter os evangélicos, mas também para atrair aqueles que não frequentam nenhuma igreja.

A reportagem da Folha de São Paulo acompanhou o evento e entrevistou o produtor João Rodrigues, mais conhecido no meio gospel como DJ MP7. Ele foi o responsável por agitar os jovens durante toda a noite.

MP7 garante que a falta de entretenimento nas igrejas faz com que muitos jovens busquem diversão em baladas seculares. “Não tem como negar. O jovem evangélico não tem opção para se divertir. Boliche todo dia cansa, muitos acabam indo para baladas seculares. E isso interfere no modo de vida cristão”, disse.

Ele chegou a fazer um levantamento em uma festa tradicional da Vila Olímpia e constatou que 30% dos frequentadores eram evangélicos. É nesses lugares que o produtor e DJ evangeliza, fazendo convite para que essas pessoas conheçam os eventos das igrejas. “A gente não cobra dessas pessoas. A gente convida. É uma estratégia de evangelização”.

Apesar de ainda causar estranhamento entre os religiosos mais tradicionais, balada gospel não é novidade no meio. A Igreja Renascer em Cristo faz evangelismos parecidos desde o final da década de 80.

Nessa época os membros da Renascer evangelizavam em locais pouco convencionais como a Galeria do Rock, no Centro de São Paulo, fazendo convites para os shows que aconteciam às segundas-feiras na antiga sede da igreja no Cambuci.

Com muita música e sem oferecer bebidas alcoólicas para os frequentadores, as baladas evangélicas são opções para quem quer evangelizar um amigo mais jovem que não aceitaria assistir a um culto normal.

“A gente diz para os jovens convidarem um colega da faculdade, um vizinho do bairro”, disse o bispo Felipe Corrêa, responsável pela balada Sky, da Igreja Renascer.

A balada da Sara Nossa Terra é coordenada pelo bispo Christiano Guimarães e acontece duas vezes por ano. Ali há “atalaias”, obreiros responsáveis em garantir que os casais não excedam nos carinhos e beijos trocados, enquanto o “bar” oferece apenas bebidas sem álcool. “Além de suco, refri e energético – muuuito energético-, tem batida. Sem álcool, claro”, diz o bispo.


Nota DDP: Infelizmente não é mais exclusividade dos neopentecostais...

domingo, 23 de março de 2014

O pastor que rasgou o livro

[No dia 1º de março, o pastor e doutor Horne Silva apresentou no Unasp, campus São Paulo, um sermão que causou polêmica nas redes sociais porque alguém filmou apenas uma pequena parte da mensagem e a postou no Facebook. Nessa parte do sermão, o pastor Horne, para causar impacto, rasgou algumas páginas do livro Música, de Ellen White, alegando que não eram necessários aqueles conselhos, uma vez que quase ninguém parece dar-lhes atenção. Foi o suficiente para causar uma polarização. De um lado, houve quem aplaudisse a atitude corajosa do pregador; de outro, houve quem o acusasse de fanático, extremista e exagerado. Infelizmente, houve até atitudes desrespeitosas com um pastor que tem PhD em teologia e que lecionou por muitos anos para muitos pastores que hoje trabalham na obra adventista. Não se trata de “pegação no pé” dos músicos (tão importantes que são para a igreja), já que vêm sendo feitas críticas também às mensagens sem “substância teológica” que estão sendo apresentadas em muitos púlpitos. Talvez, justamente por isso, estejamos vendo uma mudança significativa em certos aspectos do louvor praticado nas igrejas adventistas. Estamos estudando o assunto ou o que mais conta é o nosso gosto? Preocupamo-nos com a preferência do Ser adorado ou levamos em conta apenas a nossa preferência? O pastor Horne não é um irresponsável. Como pregador, ele quis usar um recurso impactante para despertar a reflexão em torno de um assunto delicado. Talvez esses que o criticaram de modo agressivo fizessem o mesmo ao ver Isaías profetizando nu ou ao contemplar Moisés despedaçando as tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus - ou quem sabe eles mesmos rasgassem os livros de Ellen White, se isso não fosse visto como "politicamente incorreto". Abaixo, está o sermão completo do pastor Horne, que publico aqui a pedido. Ele me disse o seguinte: “O que fiz foi consciente e contristado porque não estamos dando a Deus a música que Ele merece.” O uso extensivo que ele faz de textos de Ellen White se deve ao fato de que o destinatário de sua mensagem é a Igreja Adventista. Leia e tire suas conclusões. [MB]

O ser humano normal, em âmbito intelectual, moral e espiritual, sabe e sente que há um Ser superior, um Criador de todas as coisas. Esse homem (sentido genérico) sente a necessidade de reverenciar e prestar um culto de adoração a Deus. No Salmo 42:2, Davi diz que sua “alma tem sede de Deus”. Todos nós cristãos participamos desse sentimento de Davi e podemos dizer com ele: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.” Vamos à casa do Senhor para quê? Para prestar-Lhe culto. Mas o que é culto? Jesus, falando à mulher samaritana, disse: “Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são estes que o Pai procura para Seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e em verdade” (João 4:23, 24). Gosto disto aqui: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai.”

E, então, o que é um culto? É adoração a Deus. Ok. Está claro, mas por que vou adorar a Deus? Adoro a Deus em virtude do que Ele é. Todavia, tudo que sei a respeito de Deus foi o que Jesus disse: “Quem vê a Mim, vê o Pai” (Jo 14:9). Quer dizer que quem quer conhecer a Deus tem que ver Jesus. Mas quem é Jesus? Jesus é o Senhor, é o Deus do Antigo Testamento que Se encarnou tornando-Se homem. Que ressuscitou e hoje está nos Céus e intercede por nós, para nos salvar.

Segundo Hebreus 1:1, 2, esse Jesus é o Criador de todas as coisas; Ele é onipotente, onisciente, onipresente; Ele é o grande El Shadday, o mistério dos mistérios, o Deus de amor.

Bom, já que eu sei o que é Deus e quem Ele é, como posso prestar honra a esse Deus? Como posso homenagear esse Deus? Prestando-Lhe um culto. O problema é que nossa geração está perdendo o senso do que é Deus e da Sua presença. Hoje, a criatura quer assumir o papel do Criador. Estão dizendo que “deus está dentro de você mesmo”. “Adore você mesmo.” Nossa geração está, literalmente, rejeitando a Deus. É por isso que vemos em nossos cultos a prática de uma adoração que busca o prazer para os adoradores, fazendo do culto um espetáculo, um show para agradar às pessoas.

Ivan Espíndola de Ávila, pastor evangélico ex-presidente da Sociedade Bíblica do Brasil, diz: “O púlpito esvaziou-se, e os pastores, que não têm mais mensagem que falem ao coração do rebanho, gostam de dizer que não são mais pregadores e, sim, comunicadores. A tribuna sagrada foi substituída pela plataforma, em que se apresentam conjuntos musicais estridentes, alheios à noção do sagrado. Os cultos têm aspecto de shows, e a mensagem foi sorrateiramente eliminada. Há sobra de ruído e carência de verdadeira comunhão.”

Em 1984, publiquei um livro de 389 páginas intitulado Culto e Adoração. Já faz 30 anos desde sua publicação – e o culto mudou, mas não foi para melhor. Poderíamos gastar muito tempo analisando as diferentes partes do culto, mas não temos tempo para isso. Quero falar sobre um aspecto do culto que está se tornando a parte principal da adoração: a música. Sutilmente, o tipo de música que usamos na igreja está mudando e afetando a liturgia. Os ouvintes não têm paciência e preparo para ouvir um sermão expositivo ou doutrinário, uma boa pregação. Eles querem mensagens leves, com forte apelo emocional. O pregador é mais um narrador, um comunicador falando numa entonação e linguagem melosa.

Como Igreja Adventista temos uma orientação para a música apropriada para o culto? Temos. Ótimo, problema resolvido. Não, não está resolvido, porque não seguimos a orientação que temos. Veja o que diz o Manual da Igreja, p. 151: “Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas, ou toda linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas.”

Veja aqui o que diz a Lição da Escola Sabatina do 3º trimestre de 2011, p. 73: “É difícil dizer a diferença entre o que está sendo tocado na igreja e o que está sendo tocado como música secular (porque, francamente, não há diferença).”

Será que não sabemos discernir que o sagrado vem de cima e o profano vem de baixo? Que essa “música gospel” é um engodo do diabo? Será que Igreja Adventista tem uma clara e segura orientação de Deus?

No livro Música, de Ellen G. White [que não contem tudo o que ela fala sobre o assunto], o então diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White, Alberto Ronald Timm, diz o seguinte: “São orientações de Deus, extraídas dos escritos de Ellen G. White por seu neto Arthur White, a pedido da Associação Geral” (p. 7). Vejamos algumas dessas orientações de Deus:

“Não é o cantar forte que é necessário, mas a entonação clara, a pronúncia correta e a expressão vocal distinta” (p. 24). “Pode-se fazer grande aperfeiçoamento no cantar. Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a música dos pássaros – suave e melodioso. Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos completamente inadequados ao culto na casa do Senhor. As notas prolongadas e os floreios, comuns nas óperas, não agradam aos anjos” (p. 25, 26).

“Os que fazem do canto uma parte do culto divino, devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião, não notas de funeral, porém melodias alegres e todavia solenes. A voz pode e deve ser modulada, suavizada e dominada” (p. 30).

“Quão impróprias essas vozes agudas, estridentes, para o solene e jubiloso culto de Deus! Desejo tapar os ouvidos, ou fugir do lugar, e regozijo-me ao findar o penoso exercício” (p. 32).

“Vi que todos devem cantar com o espírito e também com entendimento (1Co 14:15.) Deus não Se agrada de barulho e desarmonia... E quanto mais perto puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto mais será Ele glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos impressionados favoravelmente” (p. 32, 33).

“...e quando chegam a uma nota alta, fica impossível de ouvir qualquer palavra da congregação em seu canto, nem ouvir outra coisa, a não ser grunhidos parecidos com os que são emitidos por deficientes mentais” (p. 36, 37).

“Eles gritavam e cantavam suas canções até que se tornavam realmente histéricos” (p. 37).

“A verdade para este tempo não necessita disso para conseguir a conversão de pessoas. Uma balbúrdia de barulho fere os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção” (p 39).

“Por essas coisas os incrédulos são levados a pensar que os adventistas do sétimo dia são um bando de fanáticos” (p. 42).

“Canções frívolas e partituras de músicas populares de sucesso parecem estar de acordo com seu gosto” (p. 48).

“A movimentação física no cantar é de pouco proveito. Tudo que de algum modo está ligado ao culto religioso deve ser elevado, solene e impressivo” (p. 64, 66).

“Notas ásperas e gesticulações exageradas não são exibidas entre os componentes do coro angelical. O cântico deles não irrita os ouvidos. É suave e melodioso, e ocorre sem esse grande esforço que tenho testemunhado. Não é algo forçado, que requer muito esforço físico” (p. 67).

Convido os meus ouvintes a que, se possível, leiam o contexto e vejam os princípios que Ellen G. White traz para a igreja. Agora, e a Bíblia? Não fala nada? Não precisa falar muito para incluir tudo que é certo e errado quanto à música. Vamos ler Amós 5:23, que diz: “Afasta de Mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras.” A Bíblia na Linguagem de Hoje é mais clara: “Parem com o barulho das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas.” E a Bíblia Viva é ainda mais enfática: “Acabem com esse barulho das suas canções; eles são um barulho que incomoda Meus ouvidos. Não ouvirei suas músicas, por mais belas que sejam.”

Ao profeta Ezequiel Deus disse: “Ao Meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o imundo e o limpo” (Ez 44:23). Espere! Vamos com calma. Estamos vivendo numa nova era. Temos que levar em consideração a cultura. Cultura? Consideremos o seguinte:

1. Que tal se disséssemos aos europeus que no Brasil adoramos a Deus ao som de samba, frevo, forró, pagode ou axé? Esses são ritmos mais relacionados com a cultura brasileira. E não o rock, o blues, o jazz, swing da música gospel.

2. O que você vai fazer com a Bíblia? Ela está cheia de cultura, e cultura milenar. E ainda oriental. E os livros da senhora Ellen G. White, escritos há mais de cem anos? O Deus que eu adoro e o Deus que a Igreja Adventista adora é um Deus que está além da cultura; Ele não muda. “Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hb 13:8).

O problema é que a igreja quer se tornar como o mundo, com a desculpa de trazer os que estão fora, no mundo. Mas com isso ela está se “mundanizando”, secularizando.

Kenneth Wood foi professor, escritor e diretor do Centro White por 28 anos. Ele diz categoricamente: “A igreja nunca presta um serviço ao pecador comprometendo-se com o mundo. É melhor que os não regenerados permaneçam fora da igreja até que se submetam aos princípios da igreja, do que ela [a igreja] se tornar semelhante ao mundo, alistando como membros aqueles que desejam trazer suas normas, seus costumes e gostos.”

O pastor Ted Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, falando para a América do Sul, disse que “o avanço do mundanismo em muitas de nossas igrejas é alarmante”. É claro que é alarmante. No entanto, devemos ter equilíbrio. Equilíbrio em quê? Equilíbrio entre o sacro e o secular? Entre o santo e o profano? Existe equilíbrio entre o “assim diz o Senhor” e o coração enganoso do homem? “Que comunhão pode ter a luz com as trevas”? (2Co 6:14). Equilíbrio entre nossas convicções pessoais e a orientação divina? Salvação não é questão de equilíbrio, mas de fé e santificação. O que devemos fazer?

Tenho conhecimento e vivência para mostrar o problema e dar a solução. Mas prefiro que Ellen White nos diga o que devemos fazer, numa citação que não está no seu livro Música. Depois de escrever um capítulo inteiro sobre diversos aspectos da música, ela termina dizendo que “há uma obra a fazer: remover o lixo [rubbish] que se tem trazido para dentro da igreja” (Evangelismo, p 512). Precisa ser mais claro? Quem vai fazer isso? Eu tenho a resposta. Mas quero deixar para um homem de Deus responder, na pergunta que o pastor Kenneth Wood faz: “Tornar-se-á a música do mundo música da igreja? A resposta cabe aos responsáveis pela liderança da igreja nestes tempos solenes, e aos que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela (Ez 9:4).”

Ó, Senhor! Tenha misericórdia de nós. Perdoa a nossa maneira indevida de Te adorarmos. Ajuda-nos a aprendermos a Te adorar na beleza da Tua santidade. Que o nosso culto e a nossa música sejam para Tua honra e glória. Amém!


Nota DDP: Veja o vídeo em "Música na igreja - Pr. Horne Silva".

sexta-feira, 7 de março de 2014

"Música na igreja" - Pr. Horne Silva


Nasceu em 1º de junho de 1929, no município de Bom Jardim, MG. Filho de José Pereira da Silva e de Maria Amaral da Silva.

Em 1936, mudou-se para uma cidade próxima. Nessa ocasião, seus pais se converteram ao adventismo.

Por intermédio do Pastor Boehm, foi parar num internato em Capim Roxo, MG. Lá, permaneceu por dois anos. Em 1945, foi batizado pelo Pastor Bohem.

Prosseguiu seus estudos no ITA (atual IPAE). Ao todo foram seis anos. Neste período, conheceu Ester, e acabaram se casando no dia 16 de março de 1950. Da união matrimonial nasceram três filhos: Holney, Holny e Holnyse.

Por necessidade de continuação dos estudos, foi para o CAB e em 1953 se formou em teologia.

Introduziu seu ministério no distrito cuja sede era na Igreja de Olaria, RJ. Posteriormente, foi transferido para a Igreja de Botafogo. Em seguida, assumiu o distrito de Itapujá, MG.

Em 1960, decidiu dar continuidade aos estudos nos EUA. Por três anos, trabalhou no Hospital Adventista de Washington. Nesse ínterim, estudou um pouco no Columbia Union College. Em seguida, ingressou na Andrews University. Em 1966, concluiu p Master of Divinity.

Em 1967 recebeu chamado para lecionar na Faculdade de Teologia do ENA.

Depois de alguns anos decidiu voltar à Andrews e fazer o Doutorado, integrando uma turma de 12 alunos de diferentes partes do mundo, no primeiro Doutorado da Andrews. Sendo assim, no dia 18 dezembro de 1974, foi o primeiro brasileiro a completar o Doutorado na Andrews University.

Em 1980, depois de uma estada no ITA, foi chamado para o IAE (atual UNASP-SP). Lá, contribuiu para a reorganização da Faculdade de Teologia, a implantação do Mestrado, com a vinda de vários professores da Andrews.

No momento, é Presidente da Associação dos jubilados Adventistas de São Paulo (AJASP).

BIBLIOGRAFIA: SARLI, Tercio, Minha Vida de Pastor, Certeza Editorial, Campinas SP. 2011.


Nota DDP: Sem querer se utilizar do "argumento da autoridade" compare os serviços do Pr. Horne à obra do Senhor nesta terra com o de algumas pessoas que resolveram criticá-lo...

domingo, 22 de dezembro de 2013

A conexão com a música e a desconexão com a Palavra

Já é frequente nos meios adventistas o conceito de que a música se presta ao papel de conectar o adorador com Deus. Cantar leva a sentir Deus de forma mais íntima. Como reflexo disso, não apenas se canta mais, criando um longo espaço dedicado ao canto congregacional (em algumas congregações, o tempo dedicado ao canto é maior do que qualquer outro momento do culto), como também fica implícita (ou explícita mesmo?) a ideia de que cantar seja a parte principal do culto. Os que pensam assim reforçam o poder da música, com sua capacidade de nos atingir de forma mais completa do que um sermão.

Sutilmente, o tipo de músicas cantadas vem mudando. Saem de cena os hinos tradicionais (muitos herança da reforma protestante do século XVI ou de hinários consagrados dos séculos XVIII e XIX) para composições contemporâneas. Worships oriundos de igrejas como Vineyard ou do Hillsong são traduzidos ou emulados em produções adventistas recentes. Tais cânticos são simples, poéticos, com uma letra que se repete com variações de acompanhamentos musicais e volume de voz, tudo para aumentar o grau de emoção envolvido no ato de adoração.

A mudança de paradigmas musicais traz novas posturas litúrgicas. A liturgia tradicional é despojada de seu aparato rígido, tornando-se mais informal e dando destaque à figura do ministro da música, substituto do antigo regente congregacional. O adorador se envolve mais, participando com a voz e as mãos, uma vez que é convidado (convocado?) a erguer as mãos, fazer gestos, coreografias ou congêneres. O corpo agora recebe permissão para louvar, aumentando o tônus de envolvimento e a sensação de bem-estar emocional decorrente.

Tanto em suas letras quanto em sua forma musical, há uma forte sensação de “romance adolescente”, com predominância de expressões de amor, relacionamento, dependência e forte choro. É inegável que a nova forma de cantar em adoração é marcante, fixando suas melodias simples de forma bem eficaz na mente do adorador. De certa forma, as canções contemporâneas não apenas pavimentaram mudanças litúrgicas em geral, como transformaram a pregação. Estamos diante de uma geração que não possui interesse, paciência e preparo para ouvir sermões longos, centrados na Bíblia e que sejam fruto de cuidadosa exegese. Sermões doutrinários, expositivos e com profundidade não “tocam” os novos adoradores.

É preciso mensagens leves, com forte apelo emocional, que versem sobre relacionamentos, usam de raciocínio simples, tenham espaço para muitas histórias interconectadas e minimalistas. O pregador agora é um narrador, falando na intimidade com o auditório, apresentando no máximo sermões temáticos (explorando alguns poucos textos bíblicos sem se aprofundar em seu contexto) ou, na pior das hipóteses, usando um texto central lido em algum momento do discurso, mas ignorado em boa parte dele.

A conexão com a música notabiliza a desconexão com a Palavra, relegada à segundo plano. Por isso o analfabetismo bíblico, fenômeno lamentado pelos grandes pesadores cristãos, que vem essa praga correr o meio evangélico, começa a atingir os adventistas. Seria leviano dizer que a música em si esvazia o conteúdo bíblico da mente, em um abracadabra misterioso. Em verdade, a postura de adoração orientada por um perfil carismático chegou a nós por meio do worship. Tal postura é que dispensa a profundidade do estudo da Bíblia como fundamento da adoração, dando espaço a experiências pessoais e legitimando o sentimento como meio de conecção com o sagrado.

No início do processo, isso não parecia tão claro. Atualmente, quase no fim dele, fica inegável o que está acontecendo. Apenas quem não quiser ver o negará. Mas lendo o texto de Ellen G. White, no segundo volume de Mensagens Escolhidas, fica fácil entender que a carismatização do aadventismo está às portas:

Mero ruído e gritos não são sinal de santificação, ou da descida do Espírito Santo. Vossas desenfreadas demonstrações só criam desagrado no espírito dos incrédulos. Quanto menos houver de tais demonstrações, tanto melhor para os atores e para o povo em geral. […]
Deus quer que lidemos com sagrada verdade. Unicamente isto convencerá os contraditores. Importa desenvolver trabalho calmo, sensato, para convencer almas de sua condição, mostrar-lhes a edificação do caráter que deve ser levada avante, caso haja de erguer-se uma bela estrutura para o Senhor. Mentes que são despertadas precisam ser pacientemente instruídas caso compreendam corretamente e apreciem devidamente as verdades da Palavra.
Deus chama Seu povo a andar com sobriedade e santa coerência. Eles devem ser muito cuidadosos de não representar mal e nem desonrar as santas doutrinas da verdade mediante estranhas exibições, por confusão e tumulto. […]
As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. […]
E melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo. (p. 35-36, grifos supridos)


Quem tiver entendimento, pesquise e se prepare. O tempo é chegado – restam dúvidas?

Fonte - Questão de Confianca

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Apresentação de conhecida canção de rock em internato adventista

Um princípio bíblico é a da separação das coisas mundanas ou seculares. Ambientes, práticas culturais, hábitos e até pessoas que se opõem às orientações bíblicas devem ser afastados da vida e do convívio do cristão. Ao longo da história, tal princípio não escapou de inúmeras controvérsias. Afinal, em alguns contextos não é fácil delimitar o que deve ou não ser evitado.

Os adventistas do sétimo dia receberam luz adicional por meio dos escritos de Ellen White, uma vez que nos últimos tempos os perigos seriam ainda mais dificilmente percebidos. As sutilezas do mal exigem que os marcos do estilo de vida cristã estejam bem delimitados. Uma das áreas sensíveis entre adventistas sempre foi a música. A inspiração nos diz: “Quando os seres humanos cantam com o espírito e o entendimento, os músicos celestiais apanham a harmonia, e unem-se ao cântico de ações de graças.” (Mensagens aos Jovens, p. 294). Em outro lugar lemos que “[…] todos devem cantar com o espírito e com o entendimento também. Deus não Se agrada de algaravia e dissonância. O correto é sempre mais agradável a Ele que o errado.” (Evangelismo, p. 508).

A despeito de todas as orientações bíblicas e as expressas nos testemunhos (a obra literária de Ellen White), a pressão da cultura vem promovendo um gradual afastamento de princípios que, ainda oficialmente, permanecem inegociáveis. A princípio, os adventistas advogavam excelência na música sacra, cujo alvo era se aproximar tanto quanto possível da música celestial (Evangelismo, p. 507) – o que seria utópico, caso a própria White não descrevesse as características das canções entoadas pelos anjos, às quais teve acesso em suas visões (Evangelismo, p. 505). A tônica consistia em evitar o emocionalismo, como na crítica a alguns que seguiam por esse caminho: “Sua religião parece ser mais da natureza de um estimulante do que uma permanente fé em Cristo.” (Evangelismo, p. 502). Apesar das ressalvas, seria legítimo selecionar algo de bom da música secular, sendo que a mesmo White presenciou um concerto secular e elogiou o que havia assistido (ver Manuscrito 33, 1886 e Carta 8, 1876).

Infelizmente, o que seria normalmente visto como errado e absurdo há poucas décadas passou a aceitável ou mesmo neutro. Dessa maneira, com a mudança da base bíblica tradicional para uma expressão mais pós-moderna da fé, fica praticamente impossível um diálogo sobre o assunto. Hoje os tempos exigem reflexão que vá além de uma simples discussão sobre uso da bateria. O problema é mais profundo.

Um exemplo recente da mudança de paradigma ocorreu em um dos maiores internatos adventistas no mundo. Alguns alunos da faculdade promoveram um flash mob. Esse tipo de ação, bastante interessante e de forte apelo midiático, consiste em apresentar em local público uma música coreografada, surpreendendo os presentes. Em geral, as pessoas que participam da ação estão misturadas em meio à plateia e, terminada a performance, voltam a se misturar.

A ocasião era o fim do semestre e o flash mob foi promovido no refeitório da instituição. Com produção bem cuidada e formidável desempenho musical (comum aos adventistas), a ação não teria nada de questionável, senão fosse a música escolhida: os alunos cantaram e coreografaram uma música de uma famosa banda de rock.

A estranheza nesse caso se dá pela incoerência: o manual da igreja adventista permanece orientando o não uso de ritmos populares em nosso meio (quer no culto ou em eventos que levem o nome da denominação) e as orientações cristalinas dos testemunhos advertem sobre os riscos de uso de música secular – especialmente, de canções frívolas, as quais afastariam a presença de seres celestiais de nossa presença; veja a seguinte citação: “A introdução de música em seus lares, em vez de incitá-los à santidade e espiritualidade, tem sido um meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e peças de música popular do dia parecem compatíveis com seus gostos. […] A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.” (Testimonies, vol. 1, p. 496 e 497). Note que o exemplo não acontece em um culto, o que indica que algumas canções precisam ser evitadas em quaisquer ambientes e situações.

Alguns poderiam advogar que a letra da canção executada não possuísse nada de não recomendável. Entretanto, temos de analisar que, no caso em questão, a música escolhida menciona Deus (“Lord”) algumas vezes, de forma bem banalizada. O grupo que a gravou ainda era conhecido por sua irreverência e por possuir um vocalista homossexual; tais fatores, embora talvez não sejam os principais, serviriam como peso contrário à escolha daquela música em específico.

Com tantas boas canções adventistas, ou mesmo com a possibilidade de escolher uma boa canção secular (já que o ambiente não era religioso), porque optar por uma canção dúbia, característica de adeptos do rock? A única razão parece perseguir a mídia, que talvez não desse tanta cobertura a uma canção religiosa. Mas e quanto ao testemunho de que somos separados por Deus? Após o impacto do vídeo (pela internet) como lidaremos com jovens adventistas em suas congregações locais, quando quiserem agir da mesma forma, contrária a nossos princípios? O exemplo da instituição parece desautorizar eventuais censuras que líderes eclesiásticos possam fazer.

Independente de onde ocorreu o fato, isso apenas deve servir de alerta para que tenhamos mais critério na hora de pensar em cada aspecto de nosso estilo de vida. Creio que não devamos criticar, mas orar por aqueles que promoveram e participaram da ação, na esperança de que o povo de Deus se una sem eu propósito de viver exclusivamente para o Senhor. "A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (Educação, p. 231).

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"Eu verei" - Rafaela Pinho



Eu escuto um rumor espalhado entre as nações, quem ouvirá?
Um chamado pra mudar, o tempo é de despertar, quem responderá?
Uma voz clamou um dia, e preparou o caminho para Ele andar
E agora eu me levanto pra clamar e anunciar que Sua justiça virá

Chegará o momento em que verei, revestido em glória
Quem mudou a história, e prometeu que tudo novo se fará
Ele é vida eterna, o princípio e o fim

Em cada tempo, em cada ação, o momento é de escolher a quem servir
E se Deus está em mim, não há como não amar ao outro
Nisto é revelado o verdadeiro evangelho que Ele veio ensinar
E sem medo do futuro eu aguardo o dia em Ele virá

Eu verei

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Situação Atual da Musica na Igreja

Os tempos em que vivemos requerem que seja feita uma advertência solene:

Parece estar se desenvolvendo, em alguns lugares, uma tendência que não apenas obscurece, mas destrói a linha divisória entre o sacro e o profano. Esta tendência não prevalece meramente na música em si, mas também, na maneira como é apresentada.

A situação já seria bastante séria se apenas o ritmo da musica fosse considerado, mas, quando as plataformas das Igrejas Adventistas do Sétimo Dia são tratadas como palcos seculares, quando os cantores se balançam em uníssono com a música como dançarinos numa fila de coristas ou artistas numa boate, a situação se torna alarmante. Se o Mestre entrasse em sua casa, como fez na passado, certamente ordenaria com autoridade: “Tirai daqui estas coisas” (João 2:16).

É necessário que se estudem quatro fatores essenciais, que serão a seguir citados:

1) A linha divisória entre a música aceitável ou não é, às vezes, estreita. Por exemplo, um ritmo ou a maneira de apresentação de uma determinada música tem pouca ou nenhuma diferença daqueles encontradas em outra. No entanto uma delas e sacra, vinda de cima, a outra e profana, vinda de baixo. Isto leva alguns líderes a dizerem: “Música não é minha especialidade”, e assim lavam suas mãos do problema. Outros ainda dizem: “Não julgue, tão somente participe”.

Infelizmente estas declarações são irresponsáveis e sem sentido. João 7:17 diz “que se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se falo por mim mesmo”. Todo o ser humano é capaz, com a graça de Deus, de fazer a distinção entre a musica aceitável e a inaceitável.

2) Outro fator contribuinte da decadência na música da igreja é que muitas pessoas em posição de liderança procuram subestimar a importância de cuidadosa discriminação na escolha da música. Freqüentemente protestam: “Que diferença faz?” “Isto não é assim tão importante.” “Estão fazendo disto um cavalo de batalha…” Talvez nos impressionasse mais essa maneira de pensar, se não conhecêssemos a história de Adão e Eva. Mas quando lembramos do fruto da árvore do conhecimento não era visivelmente diferente do fruto de outras árvores do Jardim, sentimos que algumas “pequenas” diferenças não são de fato “pequenas” – elas são “enormes”! Todos os que sinceramente desejam agradar a Deus, não as trarão levianamente. Procurarão ver as coisas como Deus as vê, e ouvi-las como Deus as ouve.

3) O gosto pessoal, tanto de jovens como de idosos estão levando a fazer pouco caso do uso ou não de música falsificada, simplesmente por que eles gostam e tem prazer em cantá-las.

4) O quarto fator é que algumas pessoas são tão desprovidas de senso de crítica, quanto a seus pontos de vista, que estão dispostas a permitir qualquer tipo de música em seu lar, na escola, ou na igreja, baseadas no argumento de que esta é a maneira de manter os jovens sob o “manto” adventista.

A Igreja nunca presta um serviço ao pecador, comprometendo-se com o mundo. E melhor que os não regenerados permaneçam fora da Igreja até que se submetam aos princípios da igreja, do que ela se tornar semelhante ao mundo, alistando como membros, aqueles que desejam trazer suas normas, seus costumes e gostos consigo.

Será que a Igreja de Laodicéia, através de sua mornidão e satisfação própria, permanecera indiferente aos perigos que enfrenta? Permitirá ela que costumes, normas e valores mundanos alterem gradativa e imperceptivelmente sua natureza distinta? Tornar-se-á a música do mundo, música da igreja? Mas o que declara a palavra de Deus sobre tal assunto?

A resposta, cabe aos responsáveis pela liderança da Igreja nestes tempos solenes, e aos que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela ( Ezequiel 9:4).

Kenneth H. Wood (falecido), foi por 16 anos editor-chefe da Adventist Review (Revista Adventista, em inglês), e por 28 anos o diretor do Centro E.G. White. O presente artigo foi o editorial da Review and Herald de 20/01/72.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Maria, você sabia?"

domingo, 9 de dezembro de 2012

Porque a discriminação contra quem não aceita música gospel?

Importantes perguntas que clamam por respostas
Até quando permaneceremos divididos quanto ao louvor?


Prof. Sikberto R. Marks

Há uma crescente animosidade contra pessoas e igrejas que resistem em aceitar a música de som alto com bateria. Quais serão os motivos? Será preconceito? Será influência do inimigo? Porque essas pessoas não falam contra aqueles pastores líderes globais, que também não aceitam tal música? E porque estes líderes, embora contra, pouco se posicionam?

A música fortemente ritmada é recente na igreja. Entrou em meados dos anos 1990. Antes não havia. Se ela é recente, porque as igrejas que utilizavam as músicas do hinário agora são obrigadas, sob pena de discriminação, aceitar a que veio há menos de 20 anos? Só agora foi descoberto o verdadeiro louvor? Ou é para contentar um novo estranho costume?

“Que contraste entre o antigo costume, e os usos a que muitas vezes é a música hoje dedicada! Quantos empregam este dom para exaltar o eu, em vez de usá-lo para glorificar a Deus!” (Refletindo a CRISTO, MM, 19986, 247).

Se o conflito é em torno da adoração, e se o louvor está ligado a adoração, e se satanás é músico, essa introdução recente na igreja não tem nada a ver com o grande conflito, nem se origina do inimigo?

O que essa música, evidentemente misturada com o mundo, fortemente ritmada, volume alto, adequada para dança, tem de superior ao tradicional louvor na igreja? Para que finalidade veio justo antes da volta de JESUS? Para saudá-Lo?

Se o mundo busca cada vez mais os shows em grandes ajuntamentos, com balbúrdia, devemos nós também utilizar esse método para atrair pessoas a CRISTO? Em lugar de recursos do mundo, não seria melhor ter o poder do ESPÍRITO SANTO? Ellen White escreveu?

“A conformidade com os costumes mundanos converte a Igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo“ (O Grande Conflito, p. 509).

“O Espírito Santo nada tem que ver com tal confusão de ruído e multidão de sons como me foram apresentadas em janeiro último. Satanás opera entre a algazarra e a confusão de tal música, a qual, devidamente dirigida, seria um louvor e glória para Deus” (Atos dos Apóstolos, 300).

Porque alguns dizem que o ESPÍRITO SANTO está atuando em razão de reunirem grandes multidões, com a música gospel, se EGW diz ser o contrário? Nossa profetisa não é mais bem vista por muitos de nós!

Se nosso manual é bem claro sobre o louvor, porque não é mais seguido? Uma organização que não segue nem seu manual enfraquece. Não será isto que satanás deseja para a igreja, enfraquece-la? O manual diz:

“Grande cuidado deve ser exercido na escolha da música. Toda melodia que pertença à categoria do “jazz”, “rock” ou formas correlatas, e toda expressão de linguagem que se refira a sentimentos tolos ou triviais, serão evitados pelas pessoas verdadeiramente cultas. Usemos apenas a boa música, em casa, nas reuniões sociais, na escola e na igreja.” (Manual da Igreja, 172) Porque não podemos mais seguir nosso próprio manual sem sermos mal vistos por muitos irmãos? E Ellen G. White deixa bem claro o que é “boa música”!

O ministério da igreja está visivelmente dividido quanto a música com bateria. Há três grupos: os que são contra, os que são a favor e os indiferentes. A qual deles os membros devem dar ouvidos? Se os ministros estão divididos, estariam os membros unânimes? Porque muitos acusam só os membros e não os pastores que também não aceitam tal louvor?

Porque não existe sequer um artigo oficial na Revista Adventista, e nenhum livro publicado pela CPB, ou pela Unaspress, a favor dessa música? Porém, contra ela, ou alertando, há dezenas de artigos na Revista Adventista, vários livros e o manual da igreja. Em que textos oficiais fundamentam-se aqueles que defendem tal música? Porque doutores em teologia pesquisam e escrevem contra essa música, e se realizam TCCs contra ela, mas não a favor? Outra vez, porque nós membros não podemos optar pelo tradicional?

Porque todos os versículos bíblicos, eventualmente usados para justificar tal música, foram, um a um, rebatidos por pastores e outros estudiosos do assunto, em seus artigos ou livros? Já não resta mais texto a favor de tal música na Bíblia que alguém não tenha explicado, no entanto, esta música continua em nosso meio! Qual a origem de seu poder?

O que há de errado em relação aos chamados conservadores? Lúcifer também achou o Céu muito conservador, e intentou fazer reformas para melhorar as coisas por lá! As consequências estamos sofrendo. Adão e Eva, para deixarem de ser conservadores conheceram o mal. As inovações de Lúcifer só tem causado problemas. Porque membros que não admitem esse novo estranho louvor devem justificar-se aos que a desejam? Porque temos que abandonar os hinos do hinário?

Essa música, que é de som alto, serve para dança, e tem tambores, se não é ela a cumprir a profecia de EGW, então qual outra ainda há de vir para cumprir a profecia? Teria Ellen G. White errado?

“…Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, músicas e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto as suas decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo”Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pg.36. Um pouco antes, na mesma profecia, Ellen G. White aponta para o tempo em que estas manifestações voltariam a aparecer, afirmando: “o Senhor revelou-me que haviam de ter lugar imediatamente antes da terminação da graça“.

“Essas coisas que aconteceram no passado hão de ocorrer no futuro. Satanás fará da música um laço pela maneira por que é dirigida”. (Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág.38).

"Havia ruidosa alegria, havia riso vulgar, abundância de entusiasmo e uma espécie de inspiração;mas a alegria era daquela espécie que unicamente Satanás é capaz de produzir. É um entusiasmo e uma absorção de que os que amam a Deus se envergonharão” (Conselhos aos Professores, pais e estudantes, 339).

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. O Espírito Santo nunca Se revela por tais métodos, em tal balbúrdia de ruído. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificante verdade para este tempo” (Mensagens Escolhidas. V. 2, 36)

Se Ellen G. White define o louvor como suave, harmonioso, sem volume alto, porque devemos aceitar o contrário? Por qual razão, quem não a aceita, é mal visto pelos que querem? Porque a igreja verdadeira tem que estar dividida?

“Pensam alguns que, quanto mais alto cantarem, tanto mais música fazem; barulho, porém, não é música. O bom canto é como a música dos pássaros – dominado e melodioso. Aparelhamento faustoso, ótimo canto e música instrumental na igreja não convidam o coro angélico a cantar também” (Evangelismo, 511 e 512).

Se a tal música e seu ritmo está nas ruas, nas boates, nas casas de dança, nas academias de ginástica, nas igrejas de Babilônia, temos nós, o povo de DEUS, também que aceitá-la? Não deveríamos ser, no mínimo, mais criativos e originais que o mundo? Não deveríamos, como cidadãos do reino de DEUS, nos diferenciar em relação ao mundo?

Diz-se: ‘se por essa música pessoas tem vindo à igreja, então podemos usá-la.’ No entanto, essa mesma música atrai multidões a todas as igrejas, e a outros shows. Nós, adventistas, devemos ser peculiares, tendo o poder do ESPÍRITO SANTO, em que nos diferenciamos quanto a atrair as pessoas. João Batista e JESUS CRISTO atraíram multidões ao deserto, só por esse poder. Não se justificam métodos vulgares quando temos à disposição um poder superior a tudo.

Se Ellen G. White profetizou que nos últimos dias entraria na igreja música de dança com som alto, gritos e tambores; se há muitos pastores e pesquisadores alertando que ela já está aí; se todos esses dizem que não é louvor, mas é invenção de satanás, quem somos nós para duvidar disso? E porque há muitos ministros, músicos e membros, que duvidam? O que eles de fato querem? Não seria esta mistura de melodia mundana com letra sacra o Ômega da apostasia?

Porquê cantores desse tipo de louvor precisam se contorcer, parecendo realizar grande esforço?

“Exibição não é religião nem santificação” (Evangelismo, 510).

“O talento musical não raro incentiva o orgulho e o desejo de exibição, e os cantores não têm senão pouca atenção para o culto de Deus” (A fé pela qual eu vivo, MM, 1959, 242).

“O irmão U tem bom conhecimento de música, mas a sua educação musical é de tal índole que se adapta mais ao palco de um teatro do que à solene adoração de Deus.” (Mensagens escolhidas, V3, 333).

A música gospel pode ser descrita como abaixo? Se não, qual a razão de estar entre nós?

“Foi-me mostrada a ordem, a perfeita ordem do Céu, e senti-me arrebatada ao escutar a música perfeita que ali há. Depois de sair da visão, o canto aqui me soou muito áspero e dissonante. (…) Ela é indescritível. É melodia celestial, divina, enquanto cada semblante reflete a imagem de Jesus, irradiando glória indizível” (Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 45).

Em visão da viagem ao Céu, no caminho estreito, Ellen. White viu:

“Estremecíamos ao ouvir o rumor de divertimento e orgia que pareciam vir do abismo. Ouvimos o juramento profano, o gracejo banal e cânticos baixos e vis. Ouvi o cântico de guerra e a música de dança. Ouvi música instrumental e altas gargalhadas misturadas com maldições, gritos de angústia e pranto amargurado, e ficamos mais preocupados do que nunca em nos conservar no caminho estreito e difícil” (Vida e ensinos, 182).

O caminho para o Céu é estreito. Nele não pode haver mistura de coisas que há no mundo.

“Vários entretenimentos são introduzidos para tornar interessantes as reuniões, e atrativas para os mundanos… e assim degeneram muitas vezes em desmoralizantes representações teatrais e tolices vulgares. Todas essas satisfazem a mente carnal, em inimizade contra Deus; não robustecem, porém, o intelecto, nem consolidam a moral” (Conselhos aos pais, professores e estudantes, 542).

Música e seu cumprimento profético

A música que cumpre a profecia de Ellen G. White, para o fim, na igreja, só poderia entrar na igreja mediante a concordância e principalmente incentivo da parte de muitos líderes superiores, pois são eles que devem vigiar sobre o rebanho, assim, são também eles que tem o poder de abrir ou de manter fechada a porta ao que vem do mundo e que quer prejudicar a obra de CRISTO.

“… é um grave equívoco dos crentes quando a igreja tenta incorporar em seus cultos os entretenimentos mundanos, incluindo música profana, na tentativa de atrair pessoas. [...] é impossível alguém imaginar Jesus atraindo multidões com um conjunto musical que executasse a música que se ouvia na corte de Herodes, como aquela que foi usada quando da dança sensual de Herodias” (R. N. Champlin e J. M. Bentes, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, v.3, p. 226, citado em 4ª SEE – Jornada do Seminário de Enriquecimento Espiritual, p. 55).

Três perguntas: Diante da situação do louvor atual, que interesses estão em jogo? Permaneceremos divididos em um ponto essencial: o louvor a DEUS? Esperaremos até que a sacudidura providencia a unidade?

Ora, não depreciem aqueles que simplesmente querem adorar conforme “está escrito” pela vontade de DEUS!

Fonte - Cristo em Breve Virá
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