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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Shimon Peres propõe que papa presida “ONU das religiões”

Shimon Peres e papa Francisco

O papa Francisco recebeu nesta quinta-feira no Vaticano o ex-presidente de Israel Shimon Peres, que, ao longo do encontro, sugeriu ao pontífice a criação de uma nova Organização de Religiões Unidas - algo como “uma ONU das religiões”, como ele mesmo descreveu. Em entrevista à revista Famiglia Cristiana, realizada antes do encontro com o papa Francisco, Peres afirmou que pretendia abordar essa questão junto ao pontífice durante o encontro na Casa de Santa Marta, onde vive o Santo Padre. “O Santo Padre é um líder respeitado por tantas pessoas de várias religiões e por seus expoentes. Bom, acho que é o único líder verdadeiramente respeitado. Por isso me veio esta ideia de propor isso a Francisco”, explicou Peres. “A Organização das Nações Unidas teve seu tempo e, agora, o que vejo é uma ONU das religiões, uma Organização das Religiões Unidas”, disse Peres, que completou: “Seria a melhor maneira para acabar com o terrorismo que mata em nome da fé, já que a maioria das pessoas pratica suas religiões sem matar ninguém.”

Peres, de 91 anos, explicou que a atual ONU é “um organismo político, mas que não tem a mesma convicção vinculada às religiões”. Segundo ele, qualquer declaração de seu secretário-geral (da ONU) “não tem a mesma força e nem a eficácia de uma homilia do papa, que reúne mais de 500 mil pessoas na Praça de São Pedro”.

Além de sugerir a criação da “ONU das religiões”, Peres também abordou a atual situação entre palestinos e israelenses com o papa. Previamente, o escritório de imprensa de Peres havia explicado que eles abordariam as possíveis vias para conseguir a paz no Oriente Médio e “as respostas necessárias à onda de terrorismo na região, que utiliza a religião como justificativa para a violência e o extremismo”.

Peres e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, tinham participado da jornada da oração pela paz no Oriente Médio, organizada pelo pontífice no último dia 8 de junho no Vaticano.

(Yahoo Notícias)

Nota Criacionismo: Cada vez mais o papa conquista prestígio e apoio, despontando como autoridade religiosa internacional inquestionável. Essa “ONU das religiões” (ou alguma iniciativa semelhante) seria um tremendo impulso para a união das igrejas, um dos grandes objetivos do Vaticano. Resta saber, depois, o que essa coalizão religiosa considerará “extremismo”, e como punirá os “extremistas”...

Nota DDP: Ver também "Shimon Peres e El Hassan bin Tala, Príncipe da Jordânia, apresentam iniciativas de paz a Francisco".

terça-feira, 18 de março de 2014

Terra Santa: «Para que sejam um» é o tema da visita do Papa

Cidade do Vaticano, 18 mar 2014 (Ecclesia) – A Assembleia dos bispos católicos da Terra Santa anunciou que o lema da visita do Papa Francisco à região, entre 24 e 26 de maio, vai ter como tema ‘Para que sejam um’.

O tema foi escolhido durante uma reunião em Tiberíades, e a escolha teve em consideração o encontro com o patriarca ecuménico (Igreja Ortodoxa) de Constantinopla, Bartolomeu, e com os responsáveis das Igrejas de Jerusalém.

Na Terra Santa, o Papa vai visitar o Santo Sepulcro, o Yad Vashem, o Muro das Lamentações e a Esplanada das Mesquitas, além de estar previsto que participe “num encontro ecuménico com todas as Igrejas cristãs, que contará com a presença do patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, naquele lugar, há 50 anos, deu-se o histórico encontro entre Paulo VI e Atenágoras”.

Em Jerusalém, “estão previstos ainda encontros com o presidente Shimon Peres, o primeiro-ministro Benyamin Netanyahu e os líderes religiosos locais”.

Em Belém, vai acontecer ainda um encontro com Abu Mazen e uma visita à Basílica e à Gruta da Natividade, disse D. Giuseppe Lazzarotto.

Na Jordânia, em Amã, primeira etapa da viagem apostólica, o Papa Francisco “vai reunir-se com o rei Abdullah e Rania, jantando depois com os refugiados da Síria”, relata a Rádio Vaticano.

A visita do Papa Francisco à Terra Santa vai assinalar o 50º aniversário do histórico encontro entre Paulo VI e o patriarca Atenágoras da Igreja Ortodoxa.

As informações ligadas a esta viagem podem ser encontradas na página da internet oficial da viagem do Papa à Terra Santa.

domingo, 10 de novembro de 2013

Papa chama judeus de 'irmãos mais velhos' e relembra ataque nazista

O papa Francisco descreveu os judeus como "irmãos mais velhos" do seu rebanho católico neste domingo, em palavras de solidariedade que marcam o 75º aniversário dos ataques Noite dos Cristais contra judeus e seus bens na Alemanha nazista.

Francisco disse que os saques às casas, negócios e sinagogas dos judeus, patrocinados pelo Estado na noite de 9 de novembro de 1938, no qual dezenas de judeus foram mortos, marcaram um passo para o Holocausto e não devem ser esquecidos.

"Renovamos nossa proximidade e solidariedade ao povo judeu, os nossos irmãos mais velhos, e oramos a Deus para que a memória do passado e dos pecados do passado nos ajude a estar sempre vigilantes contra toda forma de ódio e intolerância", disse Francisco a milhares na Praça São Pedro durante a missa dominical.

O líder da Igreja Católica Romana prometeu boas relações com os judeus e sua eleição em março foi bem recebida pelas associações judaicas do mundo.

Francisco é coautor de um livro sobre o diálogo interrreligioso com o rabino argentino Abraham Skorka, enquanto ele era arcebispo de Buenos Aires.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Rumor da vinda do Messias preocupa judeus


Documentos divulgados na internet geram polêmica entre rabinos
Rumor da vinda do Messias preocupa judeus


Muitas teorias sobre o fim do mundo acontecer ainda este ano têm se espalhado, sobretudo na Internet. Mas poucas delas falam sobre a possível volta do Filho de Deus à Terra para salvar a humanidade.

O povo judeu espera a chegada do messias salvador há muitos séculos e, segundo alguns grupos, esse momento estaria muito perto.

Semanas atrás começou a circular na internet a notícia de que líderes judeus estariam cogitando a vinda do Messias para breve. Alguns estariam marcando a data para os últimos meses de 2012, elevando as expectativas em algumas comunidades judaicas.

Segundo o portal Terra, do Chile, toda a questão começou quando duas das maiores autoridades judaicas do mundo, os rabinos Yona Metzger e Shlomo Amar, enviaram uma carta onde falavam sobre o aborto em massa e a vinda do messias.

Logo surgiram documentos “proféticos” que denunciavam esse Messias como falso, denominando-o de “o anticristo”.

O portal Terra tentou verificar a veracidade dessas declarações e entrevistou o rabino líder da comunidade judaica no Chile, Eduardo Wangortin.

De acordo com ele, foi levantada a hipótese que, entre novembro e dezembro deste ano, o messias viria finalizar o ciclo da humanidade como a conhecemos. No entanto, esta teoria não é aceita pela maioria dos judeus.

“Na verdade, os judeus sempre acham que o Messias virá a qualquer momento, mas de nenhuma maneira marcam a data. Em nenhum lugar dos escritos dos sábios existe um número que indica a data da vinda do Messias. Então, esperamos o Messias todos os dias e ensinamos que nosso comportamento deve ser tão bom que nos faça merecer a sua vinda”, explica ele.

Wangortin acrescenta que, “a expectativa pelo messias é uma marca de esperança constante, nossa visão da história é esperançosa e constantemente pensamos que o próximo dia será melhor que o anterior porque está mais próxima a vinda do messias. Ele pode ser o próprio Deus, ou pode ser uma geração de jovens que iniciem um caminho de fraternidade, de paz e amor, e seria uma geração messiânica. Mas não definimos uma data específica para sua vinda, que não depende de nós, mas apenas de Deus. Nós somos, basicamente, racionalistas e positivistas”, conclui.

Fonte - Gospel Prime

Nota DDP: Interessante perceber esse sentimento comum de várias vertentes religiosas e, inclusive não religiosas, de que algo grande está prestes a acontecer.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Israel quer atacar Irã antes de novembro

Benjamin Netanyahu e Ehud Barak, respectivamente, premiê e ministro da Defesa de Israel, gostariam de atacar as centrais nucleares do Irã antes da eleição americana, marcada para novembro deste ano, mas enfrentam resistência de membros do próprio governo e de militares.

A afirmação foi publicada na edição desta sexta-feira do jornal israelense "Yedioth Ahronoth", o de maior circulação do país.

Segundo o jornal, integrantes do alto escalão do governo israelense estariam firmes em sua posição de atacar o Irã ainda que a ofensiva possa acarretar uma ruptura nas relações entre o país e seu principal aliado no Ocidente, os Estados Unidos.

Nos últimos dias, cresceram os temores de que um confronto armado estaria perto de eclodir, muito devido a informações do governo vazadas à imprensa.

Fonte - BBC

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Jerusalém: Líderes cristãos e judaicos querem «curar» mundo em crise

Representantes do Grão Rabinato de Israel e da Santa Sé falaram sobre o «desafio da fé e da liderança religiosa numa sociedade secular»

Cidade do Vaticano, 01 abr 2011 (Ecclesia) – Líderes cristãos e judeus consideram que é preciso “curar” uma sociedade moderna “desprovida de sentido de pertença, propósito e significado”.

Num comunicado publicado hoje pela Sala de Imprensa do Vaticano, a Comissão Bilateral que conta com representantes do Grão Rabinato de Israel e da Santa Sé refere que “a sociedade secular moderna trouxe muitos benefícios” mas “o consumismo desenfreado e uma ideologia niilista com um foco exagerado no indivíduo, à custa do sentido coletivo, levaram a uma crise moral”.

Essa “emancipação” do indivíduo levou a que, “ao longo do último século, tenhamos assistido a episódios de violência e barbárie sem precedentes”, apontam ainda aqueles responsáveis.

Perante este quadro, os responsáveis cristãos e judaicos pretendem, “de acordo com as suas respetivas tradições”, transmitir à sociedade “esperança e orientação moral”, relevando a importância da oração, “como expressão de uma consciência de Deus” e também como “meio de afirmar essa consciência e os imperativos morais que a acompanham”.

Com o objetivo de contribuírem para “a cura do mundo”, os líderes religiosos convidam as suas comunidades a “darem testemunho de Deus” e a reforçarem a sua aposta na educação dos jovens e no auxílio aos mais desfavorecidos.

O “compromisso religioso” deve concretizar-se também através de maior ligação com os meios de comunicação social e com as instituições de direito civil, fomentando a paz e a justiça.

A Comissão Bilateral da delegação do Grão Rabinato de Israel e do Comité para as Relações Religiosas da Santa Sé com o Judaísmo esteve reunida pela 10ª vez, entre 29 e 31 de março, na Fundação Konrad Adenauer, em Jerusalém.

O tema principal do encontro foi precisamente “O desafio da fé e da liderança religiosa numa sociedade secular”.

Fonte - Ecclesia

Nota DDP: Veja também "Vaticano: Cristãos e budistas devem «trabalhar juntos pelo bem comum»"e "Judeus e católicos esperam assinatura dos Acordos Santa Sé-Israel".

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Estudo genético faz descobertas sobre judeus

Cientistas fizeram uma ampla investigação sobre a migração humana baseada em aglomerados de diferenças microscópicas detectados no código genético. O resultado foi a descoberta de que os judeus compartilham um vínculo genético com os drusos e com os cipriotas. Além disso, eles confirmaram que a diáspora judaica manteve uma forte coesão em nível de DNA, apesar de seu longo afastamento do Oriente Médio.

“Descobrimos evidências de que as comunidades judaicas se originaram no Oriente Próximo”, explicou o cientista molecular Doron Behar, do instituto que conduziu a pesquisa. “Nossas descobertas genéticas concordam com registros históricos”, acrescentou.

Amostras de DNA de 121 pessoas residentes em 14 comunidades judaicas foram coletadas ao redor do mundo. Posteriormente, as amostras foram comparadas com as de 1.166 indivíduos de 69 populações não-judaicas. O objetivo era encontrar marcadores de combinações denominadas polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs, na sigla em inglês). Os SNPs são mudanças únicas no genoma que se aglomeram em padrões distintivos entre humanos que vivem juntos em grupos durante milhares de anos.

A segunda descoberta foi ainda mais surpreendente. Os padrões judaicos de SNPs eram mais próximos dos cipriotas e dos drusos do que de outras populações do Oriente Médio.

Fonte - Opinião e Notícia

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Judeus e católicos oferecem resposta comum à crise ecológica

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Judeus e católicos têm uma resposta comum à crise ecológica que o planeta vive e a expõem no comunicado divulgado no final da reunião da Comissão Bilateral da Santa Sé e do Grão-Rabinato de Israel, nos dias 17 a 20 de janeiro.

“Hoje, a humanidade enfrenta uma crise ambiental única, que é essencialmente consequência de um desordenado abuso material e tecnológico”, explica o documento, após o encontro que havia sido suspenso nos últimos dois anos por causa de divergências apresentadas pelos rabinos sobre a oração pelos judeus da Sexta-Feira Santa e o caso Williamson.

“Ainda que esta crise tenha de ser gestionada obviamente com os instrumentos tecnológicos e a autolimitação, a humildade e a disciplina, os participantes sublinharam a necessidade essencial para a sociedade de reconhecer a dimensão transcendente da criação, que é importante para garantir o desenvolvimento sustentável e o progresso de maneira eticamente responsável”, afirmam judeus e católicos.

“Nem tudo o que é tecnicamente possível é moralmente aceitável – advertem. Esta consciência garante que todo aspecto do progresso humano promove o bem-estar das gerações futuras e santifica o Nome Divino e, do mesmo modo, sua ausência leva a consequências destrutivas para a humanidade e para o ambiente e profana o Nome Divino.”

“A Tradição bíblica, que confere uma dignidade única à pessoa humana, não deve ser entendida como domínio, mas como respeito e solidariedade. Isso exige um senso de ‘ecologia humana’, no qual nossa responsabilidade pelo ecossistema esteja ligada e reflita nossos deveres recíprocos, em particular uma generosidade especial com os pobres, mulheres, crianças, estrangeiros, doentes, fracos e necessitados.”

Ao longo da reunião, os participantes assistiram à comovente conferência do Pe. Patrick Desbois, na Universidade Pontifícia Gregoriana, que ilustrou a tarefa de Yachad in Unum para localizar e impedir que fossem esquecidos os lugares não-identificados da Europa em que ocorreram assassinatos em massa durante a Shoá.

A Comissão Bilateral instou as respectivas comunidades religiosas a prestarem ajuda e darem a conhecer esta obra tão importante para aprender das tragédias do passado a proteger e respeitar a santidade da vida humana em todos os lugares, para que não se voltem a repetir atrocidades semelhantes.

A delegação judaica estava presidida pelo rabino-chefe de Haifa, Shear Yashuv Coehn, enquanto a católica estava presidida pelo cardeal argentino Jorge María Mejía. Os participantes da reunião haviam estado presentes no domingo anterior, na visita de Bento XVI à Grande Sinagoga de Roma.

Neste histórico acontecimento, o Papa reafirmou categoricamente o compromisso da Igreja Católica no diálogo e na fraternidade com o povo judeu, condenando, além disso, de forma inequívoca, o antissemitismo e o antijudaísmo.

Da mesma forma, o grão-rabino de Roma, Riccardo Di Segni, destacou nesta ocasião a obrigação de cristãos e judeus de cooperar para proteger o meio ambiente, seguindo o mandato bíblico.

Fonte - Zenit

Nota DDP: Mais uma vez, para entender o contexto das declarações, é importante não se esquecer do "filtro" estabelecido pelos próprios participantes da comissão: "Dez mandamentos: base do diálogo judaico-cristão". Veja também "Cristãos e judeus unidos contra o esquecimento".


quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Garantir desenvolvimento com ética religiosa

Cidade do Vaticano, 20 jan (RV) - A Comissão bilateral permanente de trabalho entre a Santa Sé e o Estado de Israel encerrou hoje seu nono encontro, emitindo um comunicado à imprensa.

Na nota, os participantes recordaram as vítimas do terremoto do Haiti, a recente histórica visita de Bento XVI à sinagoga de Roma e pediram um maior empenho comum na defesa da criação a partir dos valores bíblicos comuns entre católicos e judeus.

Uma das importantes preocupações manifestadas no encontro - informa o grupo – é a urgência de que a pesquisa científica e o desenvolvimento avancem "em estreita relação" com as direções ético-religiosas.

Fonte - Radio Vaticano

Nota DDP: Para saber quais são os "valores bíblicos comuns" suscitados, clique aqui. Talvez sejam 85% comuns, sendo de se aguardar como serão "acomodados" os 15% restantes...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sábado, tempo de repouso divino e lazer

ROMA, segunda-feira, 18 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Ontem se realizou na Itália o 21º Dia para o Aprofundamento e Desenvolvimento do Diálogo entre Católicos e Judeus, que este ano tinha como tema “Lembra-te do dia do sábado para santificá-lo” (Ex 20,8), que representa o quarto mandamento (“quarta palavra”) segundo a numeração judaica.

Por ocasião desde evento, foi preparado um subsídio, assinado por Dom Vincenzo Paglia, bispo de Terni-Narni-Amelia e presidente da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), e pelo rabino Giuseppe Laras, presidente do Tribunal Rabínico de Milão e do Norte da Itália.

“O sábado – afirma-se no subsídio –, tempo de descanso divino e de lazer, é, assim, excelente para a sociabilidade no sentido mais amplo, porque permite abrir os ouvidos e o coração a essas vozes de solidariedade para com o próximo, que às vezes o barulho e o cansaço da semana não permitem perceber.”

“O sábado – lê-se também – significa presença de Deus, sua relação com o homem, amorosa e misericordiosa; é, portanto, um tempo repleto de santidade, no qual se volta a propor a Aliança (Ex 31, 16) e a lembrança da redenção pascal (Dt 5, 15).”

“Por isso, este dia – afirma o documento – se enche de espera messiânica e de esperança de uma plenitude futura, representada pela imagem do sábado como rainha e como esposa.”

A iniciativa de um dia dedicado de forma especial à oração pelo povo judeu e ao diálogo com os filhos de Israel amadureceu na Igreja a finais da década de 80, seguindo a linha traçada pelo documento conciliar Nostra Aetate, promulgado em 1965 por Paulo VI.

Mas foi apenas em 1990 que a CEI decidiu dar vida a esta iniciativa, coordenada com autoridades e personalidades do mundo judaico e estendida também à Europa após o encontro ecumênico de Graz (Áustria) em 1998, que serviu de prelúdio para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 de janeiro).

Dessa forma, a Igreja Católica pretende responder a uma exigência de maior compreensão de si mesma através do conhecimento das suas origens, e expressar um gesto de diálogo e de fraternidade ao povo judeu.

Além disso, há alguns anos se acrescentou, no âmbito civil, a celebração do “Dia da Memória” da Shoá, também no final de janeiro, o que produziu um enriquecimento nas temáticas e nos encontros.

Desde 2005, como tema geral do evento de 17 de janeiro, começou-se um programa de reflexão em dez anos, para meditar sobre as “Dez Palavras” ou Decálogo, reveladas a Moisés sobre o Monte Sinai e entregues ao homem para sua santificação e no contexto da Aliança de salvação.

Pretendia-se acolher e desenvolver assim o convite feito pelo Papa Bento XVI, durante sua visita à sinagoga de Colônia, em 19 de agosto de 2005.

No ano passado, a assembleia rabínica italiana decidiu suspender a realização deste Dia, que foi retomado novamente este ano, coincidindo com a visita do Papa à sinagoga de Roma ontem.

Fonte - Zenit


Dez mandamentos: base do diálogo judaico-cristão, afirma Papa

Convida uns e outros e darem testemunho do único Deus

ROMA, domingo, 17 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Visitando, neste domingo à tarde, a comunidade judaica de Roma, Bento XVI pediu um aprofundamento e maior proximidade nas relações entre as duas religiões monoteístas.

“Que Deus reforce nossa fraternidade e torne mais firme nosso entendimento”, desejou.

Na intervenção que pronunciou na Grande Sinagoga, na presença de mais de mil pessoas, o pontífice recordou que tanto judeus como cristãos estão iluminados pelo Decálogo – as Dez Palavras ou Dez Mandamentos –, que representam “um farol e uma norma de vida na justiça e no amor, um ‘grande código’ ético para toda a humanidade”.

Nesta perspectiva, observou que há vários campos de colaboração e testemunho entre ambos os credos, sublinhando três particularmente importantes para a nossa época.

O Papa explicou antes de tudo que as Dez Palavras “pedem para recordar o único Senhor, contra a tentação de se construir outros ídolos”.

“Em nosso mundo, muitos não conhecem Deus ou o consideram supérfluo, sem importância para a vida; foram fabricados assim outros e novos deuses diante dos quais os homens se inclinam”, reconheceu.

“Despertar em nossa sociedade a abertura da dimensão transcendente, testemunhar o único Deus é um serviço precioso que judeus e cristãos podem oferecer juntos.”

Em segundo lugar, o Decálogo pede “pedem o respeito, a proteção da vida contra injustiça e exploração, reconhecendo o valor de toda pessoa humana, criada segundo a imagem e semelhança de Deus”.

“Quantas vezes, em toda parte da terra, próxima ou distante, são ainda violados a dignidade, a liberdade, os direitos do ser humano!”, exclamou.

Neste contexto, “testemunhar juntos o valor supremo da vida contra todo egoísmo é oferecer uma importante contribuição ao mundo no qual reine a justiça e a paz”.

As Dez Palavras exigem, em terceiro lugar, “conservar e promover a santidade da família, onde o ‘sim’ pessoal e recíproco, fiel e definitivo do homem e da mulher, abre o espaço para o futuro, para a autêntica humanidade de cada um, e se abre, ao mesmo tempo, ao dom de uma nova vida”.

“Testemunhar que a família continua sendo a célula essencial da sociedade e o contexto de base onde se aprende e se exercita as virtudes humanas é um precioso serviço a ser oferecido para a construção de um mundo que tenha um rosto mais humano”, constatou.
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Nesta direção, afirmou, “podemos dar passos juntos, conscientes das diferenças que existem entre nós, mas também do fato que conseguiremos unir nossos corações e nossas mãos para responder ao convite do Senhor, sua luz se tornará mais próxima para iluminar todos os povos da terra”.
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Fonte - Zenit

Nota DDP: Veja também "Bento XVI é acolhido entre aplausos na Grande Sinagoga" e "Papa encomenda à Virgem Maria o diálogo com os judeus e a unidade dos cristãos".


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Visita do papa favorece relação com os judeus

ROMA, 14 JAN (ANSA) - O embaixador de Israel no Vaticano, Mordechay Lewy, disse hoje que a visita do papa Bento XVI à sinagoga de Roma, marcada para domingo, terá uma "dimensão histórica" para a relação muitas vezes "problemática" entre judeus e católicos.

Em entrevista concedida à ANSA, Lewy afirmou esperar que a ida do Pontífice ao templo "convença e demonstre a todos" que, "apesar da diferença de opiniões", fiéis dos dois credos podem manter "um diálogo honesto e muito amigável".

Por outro lado, Lewy indicou que "o antissemitismo católico ainda existe", mas se reduziu desde o Concílio Vaticano II, dos anos 60, quando a Santa Sé aprovou a declaração "Nostra Aetate", que redefiniu as relações entre católicos e judeus e condenou o antissemitismo.

O embaixador também comentou o mal-estar instaurado na comunidade judaica pelo decreto assinado em dezembro por Bento XVI no qual são reconhecidas as "virtudes heroicas" do papa Pio XII, acusado de ter sido omisso ante o Holocausto.

A medida é um importante passo no processo de beatificação de Pio XII, que exerceu seu pontificado entre 1939 e 1958.

Para Lewy, a postura de Pio XII em relação aos judeus que eram perseguidos pela Alemanha nazista só será esclarecida quando forem abertos "os arquivos secretos" do Vaticano, o que é pedido pela comunidade judaica e pelo próprio Estado de Israel.

Fonte - ANSA

Nota DDP: Veja também "Crescer em amizade com os judeus".


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Papa quer maior proximidade com os judeus

O papa já asseverou: quer visitar a comunidade judaica em Roma até o fim do ano. O jornal Estadão informou que Bento XVI busca sua "proximidade pessoal e a de toda a Igreja Católica" em relação aos judeus.

Apesar da falta de carisma, se comparado a João Paulo II, o pontífice anterior, Bento XVI prossegue com ações ecumênicas significativas, que, por vezes, esbarram em suas declarações estritamente dogmáticas. No caso dos israelitas, o esforço para reconquistá-los se deve, em parte, a um afastamento provocado por dois fatores: o caso Williamson e a intenção desastrosa de beatificar Pio XII.

Em Janeiro desse ano, Richard Williamson, bispo sueco ultraconservador, foi reabilitado pelo papa. Sua ordenação fora "anulada", uma vez que ocorrera sem a autorização do Vaticano. Após a reintegração, divulgou-se uma entrevista dada anteriormente por Williamson, na qual ele relativizava o holocausto. O fato de Roma não banir o bispo causou mal-estar na relação entre católicos e judeus (isto apesar do mea-culpa de Williamson; para mais detalhes, leia aqui.

Entrementes, o desejo de Bento XVI de beatificar o papa Pio XII gerou manifestações contrárias em Israel; isso por que historiadores já haviam exposto a forte ligação entre Pio XII e Hitler. Por essa época, uma frase colocada em um museu de Israel, desfavorável ao falecido chefe da Igreja Católica, acabou embaraçando Ratzinger quando ele pretendia visitar a Terra Santa.

Os dois fatores mencionados contribuiram para desentendimentos entre judeus e Bento XVI. Agora, o papa ensaia a reaproximação com o grupo monoteísta mais antigo do mundo. Da perspectiva bíblico-profética, os esforços do papa confirmam o que o Apocalipse 13 apresenta sobre a volta e predomínio da primeira besta (símbolo para a instituição político-religiosa que é a igreja de Roma). Podemos nos certificar de que o ecumenismo aconterá em sua plenitude, ocasionando uma polarização entre dois grupos - os que se unirem à Roma e os que fincaram as estacas nos limites da Verdade das Escrituras. Vale lembrar que a decisão sobre a qual lado pertencer será individual. Cabe a cada cristão se preparar para isso.

Fonte - Questão de Confiança


terça-feira, 9 de junho de 2009

Primeiro-ministro israelense anuncia que apresentará política de paz

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou neste domingo (7) que apresentará os "princípios" de sua "política de paz e segurança" em um "grande discurso" que será feito em uma semana.

"Na próxima semana pronunciarei um importante discurso no qual apresentarei aos israelenses os princípios de nossa política para conseguir paz e segurança", disse Netanyahu ao iniciar a reunião semanal do conselho de ministros.

O anúncio chega três dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sublinhou em discurso no Cairo que a solução dos dois Estados é a única possível ao conflito do Oriente Médio e pediu o fim da ampliação das colônias judias na Cisjordânia.

O chefe do Executivo israelense e líder do partido direitista Likud rejeita a criação de um Estado palestino como fórmula para alcançar a paz, o que gerou atritos com os Estados Unidos, o principal aliado de Israel.

Esta semana, o jornal "Haaretz" publicou que Obama pretendia dar a Netanyahu prazo até julho para apresentar uma "posição atualizada" de sua política de paz e segurança.

Fonte - Folha

Nota DDP: Ver também "Obama e a paz e segurança".

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Obama discursa na Universidade do Cairo

O presidente americano Barack Obama fez um discurso considerado histórico na Unviersidade do Cairo, hoje pela manhã (04-06-2009). Ele propôs um novo começo para as relações entre o Islã e os Estados Unidos, um começo pela paz. Dise ele: “Vim para o Cairo em busca de um novo começo entre os Estados Unidos e os muçulmanos do mundo todo, um começo baseado no interesse e no respeito mútuos, e baseado ainda na verdade fundamental de que Estados Unidos e Islã não são entidades excludentes e não precisam competir. Ao contrário, eles convergem e compartilham dos mesmos princípios - os princípios da justiça e do progresso; da tolerância e da dignidade de todos os seres humanos.”

O presidente destacou os pontos em comum entre os Estados Unidos com o Islã, bem como os pontos em comum entre as três religiões na Palestina, o Islã, os Cristianismo e o Judaísmo. Todos eles querem a paz. Disse ele: “Nós temos o poder de fazer o mundo que queremos, mas somente se tivermos a coragem de partir para um novo começo, tendo em mente o que está escrito. O Sagrado Alcorão diz: "Humanidade! Nós vos criamos homem e mulher; e vos fizemos em nações e tribos para que possais conhecer um ao outro". O Talmude diz: "Toda a Torá tem como objetivo a promoção da paz". A Bíblia Sagrada diz: "Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus". Os povos do mundo podem conviver em paz. Sabemos que esta é a visão de Deus. Agora esta deve ser a nossa missão aqui na Terra.”

Obama falou também sobre a religião. Leia essa parte de seu discurso: “O quinto tema que devemos abordar juntos é a liberdade religiosa. O Islã tem uma orgulhosa tradição de tolerância. Ela pode ser vista na história da Andaluzia e de Córdoba durante a Inquisição. Testemunhei esta tolerância em primeira mão quando era criança na Indonésia, onde os devotos cristãos desfrutavam da liberdade de culto num país de esmagadora maioria muçulmana. Este é o espírito que necessitamos hoje. As pessoas de todos os países devem ser livres para escolher e professar sua fé com base na persuasão do intelecto, do coração e da alma. Esta tolerância é essencial para a prosperidade da religião, mas ela enfrenta atualmente muitos desafios.

“Entre alguns muçulmanos, existe uma tendência perturbadora de medir a própria fé pela rejeição da fé de outra pessoa. A riqueza da diversidade religiosa deve ser sustentada - seja para os maronitas no Líbano ou para os coptas no Egito. Se formos honestos nestas pretensões, devemos também selar as cisões também entre os muçulmanos, pois a divisão entre sunitas e xiitas levou à uma violência trágica, especialmente no Iraque.

“A liberdade religiosa é fundamental para a capacidade de convivência dos povos. Precisamos examinar todas as maneiras de protegê-la. Nos Estados Unidos, por exemplo, a legislação que rege as doações de caridade dificultam para os muçulmanos o cumprimento das suas obrigações religiosas. É com isso que estou comprometido a trabalhar com os muçulmanos americanos para garantir que eles possam contribuir com o zakat.

“Da mesma maneira, é importante que os países ocidentais evitem impedir os cidadãos muçulmanos de praticar sua religião como bem entenderem - ditando, por exemplo, o vestuário de uma mulher muçulmana. Não podemos disfarçar com supostas pretensões liberais a hostilidade diante de uma religião.

“Na verdade, a fé deveria nos aproximar. É por isso que estamos estabelecendo projetos de serviço social nos Estados Unidos para promover a aproximação entre cristãos, muçulmanos e judeus. É por isso que damos as boas-vindas a iniciativas como o diálogo inter-religioso proposto pelo rei Abdullah, da Arábia Saudita, e a liderança turca da Aliança das Civilizações. Em todo o mundo, podemos transformar o diálogo em serviço comunitário inter-religioso, para que as pontes entre os povos levem à ação - seja no combate à malária na África, ou na prestação de ajuda humanitária após um desastre natural.”

Os discursos de Obama e de Bento XVI estão se sincronizando. Os dois falam de tolerância, de diálogo entre civilizações, diálogo inter-religioso, de novo começo, de busca da paz. E Obama está tendo a grande capacidade de fazer proposições para a paz. Bento XVI já tem a sua proposição: a santificação do domingo para reabilitação da família no mundo em busca da formação de um novo cidadão global, que vive para a paz.

São dois poderes que agora trabalham em uníssono pela “paz e segurança” no mundo, pelo que sabemos que a vinda de nosso Senhor está muito próxima.

Fonte - Cristo Voltará

Nota DDP: Ainda neste tema, interessante pergunta foi lançada pelo colunista internacional Caio Blinder no Portal iG:

Obama foi Obama e ocupou o centro, criando uma nova dinâmica política. Mas onde estão os outros Obamas capazes de superarem os "ciclos da suspeita e da discórdia"?

Como visto ontem e na forma do presente post, um outro líder de grande expressão global adiantou-se a apoiar a manifestação de Obama no Oriente Médio. Coincidência?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Papa conseguiu fazer a paz ressoar na Terra Santa (Vaticano)

O Pe. Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Santa Sé, considera que Bento XVI cumpriu a missão que se tinha proposto na Terra Santa: fazer que a paz ressoassee nos diferentes âmbitos religiosos, sociais e políticos.

“Nesta última viagem, o Papa falou muito de paz, como tinha prometido: trinta discursos, uma só mensagem, que ele repete sem cessar, neste único tema, com inúmeras variações - paz entre israelitas e palestinos; paz entre judeus, muçulmanos e cristãos; paz na Igreja, entre as confissões e ritos; paz na sociedade e na família; paz entre Deus, o homem e as criaturas; paz nos corações, no Oriente Médio, no mundo... Paz, paz, paz”, refere o Pe. Lombardi.

“Ele falou muito, mas também escutou, pelo menos o mesmo ou muito mais”, continua, ao fazer um balanço para o «Octava Dies», semanário do Centro Televisivo Vaticano, desta visita que, de 8 a 15 de Maio, levou o Papa à Jordânia, Israel e territórios palestinos.

Segundo o Pe. Lombardi, Bento XVI “realizou uma peregrinação aos lugares, mas, antes ainda, aos corações”.

“Não só visitou os lugares mais santos do cristianismo, mas também os do judaísmo e do Islão: Yad Vashem, o Muro das Lamentações, a Cúpula da Rocha. Ele assumiu os sentimentos de todos os peregrinos das três religiões às quais pede acesso aos lugares santos”, precisa.

Para o porta-voz do Vaticano, Bento XVI é “um Papa cristão, mas um Papa para todos, acima das divisões. Um exemplo a ser seguido”.

Fonte - Ecclesia

Nota DDP: Como já demonstrado aqui, a manifestação do porta-voz do Vaticano não é isolada neste assunto. E ao se falar sobre paz e liberdade, importante é considerar-se outros aspectos, como aventado em "Hoje liberdade, amanhã...".

Outra percepção interessante sobre o mesmo quadro emerge desta análise do Le Mond:

Bento 16, um papa político no Oriente Médio


Três destinos sensíveis, quatro assuntos de peso. Durante uma semana e quase trinta discursos na Jordânia, em Israel e nos territórios palestinos ocupados, o papa Bento 16 tinha pelo menos sete boas razões para tropeçar. Não chegou nem perto. Bento 16 dominou de forma geral os aspectos geopolíticos da região, ainda que, ao longo da viagem que terminou na sexta-feira (15), ele não tenha conseguido evitar todos os obstáculos previsíveis em um contexto em que a religião tem parte com a política. Sem deixar de lado sua rigidez e seu registro de teólogo, o papa falou de política e se transformou em defensor do diálogo entre as religiões e as culturas.
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O diálogo entre islâmicos e cristãos, que se tornou uma grande aposta do pontificado desde a controvérsia suscitada pelo discurso do papa em Regensburgo (Baviera) - no qual os muçulmanos haviam entendido uma crítica ao Islã -, esteve no cerne da etapa jordaniana e da passagem por Jerusalém. Apesar das tentativas de recuperação política por parte de dirigentes muçulmanos, foram dados passos importantes. Só a visita ao Domo da Rocha, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, constitui um sinal significativo da confiança entre uma parte das elites muçulmanas e o Vaticano.

O balanço é menos positivo para as relações entre judeus e cristãos e para a imagem do papa na sociedade israelense.
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Na essência, o papa quis chamar a atenção mais para os "valores comuns" às três religiões do que para as diferenças.
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Mas é na questão entre israelenses e palestinos que esse papa, normalmente tão pouco político, surpreendeu.
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Ainda que a palavra papal não tenha o peso da de um Barack Obama, essa esperança continuará sendo uma das frases-chave de sua viagem. (...) (24 Horas News)

Saliento ainda duas percepções: A de que o Vaticano se afigura como um líder na composição dos segmentos religiosos no mundo com vistas à paz e, o estreitamento de relações com o Islão, muito embora como também já visto, a visita tenha se demonstrado importante junto aos judeus.

Não se deve perder de vista ainda esta última parte, em que se avalia o "peso" da palavra do papa em relação à do presidente americano, que também tem interesses declarados no Oriente Médio.

Eles (EUA x Roma) estarão falando a mesma "língua" dentre em breve.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Papa mostrou a força da Igreja

Não se pode pensar com simplismo sobre a passagem do papa pelo Oriente Médio. São tantos e tão diversos os seus papéis e significados que é preciso o maior cuidado para não se errar demais.

O Vaticano insistiu que Bento 16 vinha ao Oriente Médio como um peregrino, para ver e percorrer os lugares onde se desenrolou a vida de Cristo. Cumpriu seu roteiro de peregrino, mas não foi possível evitar a politização de sua visita. O papa representa a crença e a práxis religiosa de mais de um bilhão de seres humanos que são maioria ou um número considerável em dezenas de países. É chefe do menor Estado em existência, cerca de meio quilômetro quadrado dentro de Roma.

O nome certo é Santa Sé, com menos de mil habitantes, relações diplomáticas e embaixadas em aproximadamente duzentos países, toda a infraestrutura de um Estado e até um pequeno exército. Administra milhares de igrejas e organizações. É arquivo de preciosidades históricas inigualáveis, museu vivo de muitas das maiores obras primas das artes, obras de valores inestimáveis. E tudo isto com um orçamento anual registrando despesa de pouco mais de 300 milhões de dólares, sempre inferior à Receita. O que preserva e mantém são valores intocáveis. É a única religião com uma organização central. O menor poder militar com grande força moral.

Todos os passos viraram símbolos. E o Papa de 82 anos subiu o monte Nebo, no qual Moisés, o líder da libertação dos hebreus da escravidão no Egito, foi compensado com a visão da Terra Escolhida. Tinha 120 anos. Não entrou em Canaã por ter pecado, apesar de ter sido o indivíduo escolhido para subir o Monte Sinai, do qual voltou com os Testamentos para escolher as tribos de gente teimosa para mensageiros da Lei.

O Santo Padre quis repetir para o mundo que a Igreja reconhece laços e vínculos indestrutíveis, raízes, como diria em Nazaré, no judaísmo. A mensagem que se empenhou em transmitir em palavras e gestos, tais como visitando o Muro das Lamentações dos judeus e a Mesquita de Al-Aqsa, construída onde Maomé ascendeu a Deus para receber o Corão, foi a de que o monoteísmo tem um único patriarca em Abraão, primeiro homem a se comunicar com Deus. Veio reconstruir as pontes que vinculam as religiões. As Pontes para a Paz, como qualificou sua missão.

Em momento algum esqueceu. Viu seu povo, viu sacerdotes muçulmanos e rabinos judeus. Numa mensagem pouco destacada, descreveu o drama dos nossos dias. A internet é um poderoso meio de aproximar povos e pessoas, mas também um instrumento imensamente poderoso de dividir. É um canal tanto para a compreensão como o desentendimento.

As visitas e encontros foram imediatamente transmitidos para bilhões de seres humanos. Não faltam meios. A força moral real do Santo Padre inspirou apelos de líderes palestinos para que assuma posições mais explícitas em favor da paz. E o apelo que lhe fez Bibi Netanyahu, chefe do governo de Israel, para extirpar o antissemitismo renascente e condenar a retórica do presidente do Irã de promoção da destruição do Estado de Israel, adotando o exemplo de Hitler, cujo genocídio de judeus pôde ver exposto em sua visita ao Memorial do Holocausto.

Apreendeu desta peregrinação a incrível ignorância das fés, até entre lideranças. Ignorância como raízes de preconceitos e divisão que a globalização não considerou. A questão de como superá-la é hoje mais urgente. O choque de civilizações que os meios de comunicação fortalecem são cada dia mais violentos e sangrentos.

Fonte - Último Segundo

Nota DDP: Meios de comunicação, como este blog, estão com os dias contados.

Ora vem Senhor Jesus.

Visita de Bento 16 foi 'um sucesso', dizem israelenses e palestinos

Embora tenha havido polêmica durante a visita do papa Bento 16 a Israel e aos territórios palestinos, representantes do Vaticano, de Israel e da Autoridade Palestina disseram à BBC Brasil que a passagem do pontífice pela região foi "histórica e bem-sucedida".

O papa Bento 16 termina nesta sexta-feira sua visita a Israel e aos territórios palestinos, definida pelo Vaticano como "peregrinação pela paz", com uma visita à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, onde segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado e sepultado.

Durante os últimos cinco dias, o papa visitou Jerusalém, Nazaré e a cidade de Belém, e se encontrou com líderes políticos israelenses e palestinos.

O pontífice esteve nos principais lugares sagrados para as três religiões monoteístas e realizou três missas a céu aberto, com participação de dezenas de milhares de pessoas.

De acordo com o porta-voz do Vaticano em Jerusalém, Wadi Abu Nassar, "a visita foi muito bem-sucedida".

Nassar destacou que a visita trouxe "muita alegria aos cristãos da região e lhes deu esperança".

"A visita de Sua Santidade a esta região contribuiu para as relações tanto com os israelenses como com os palestinos e esperamos dar continuidade à aproximação com todos", disse Nassar.

Incidentes

O porta-voz do Vaticano não mencionou, em sua declaração à BBC Brasil, alguns incidentes que ocorreram durante a visita e que causaram desconforto no Vaticano.

O principal incidente ocorreu depois da visita de Bento 16 ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O discurso do papa durante aquela visita foi recebido com duras críticas por parte do próprio Yad Vashem, de líderes políticos e religiosos e também por parte da imprensa local.

O papa foi acusado de omitir, em seu discurso no Yad Vashem, a responsabilidade dos nazistas pelo extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e também de "não ter pedido desculpas".

O Vaticano reagiu com uma nota incisiva, afirmando que "Sua Santidade não é obrigado a pedir desculpas por algo que não fez e que havia mencionado os seis milhões de judeus exterminados no Holocausto no momento de sua chegada a Israel, já no aeroporto Ben Gurion".

No entanto, o governo israelense não compartilhou da opinião do Yad Vashem e afirmou que o museu "falou em seu próprio nome".

Ao resumir a visita do papa, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yossi Levy, disse à BBC Brasil que "apesar dos momentos delicados que ocorreram nesta visita, o governo israelense a considera um dos eventos mais importantes da história do país".

De acordo com Levy, a visita foi "especial e muito bem-sucedida".

"Temos certeza de que, nesta visita, o diálogo entre Israel e o Vaticano avançou de maneira significativa", disse. "Este foi um encontro histórico com contribuições politicas, culturais e religiosas da maior importância."

João Paulo 2º

Embora o sentimento popular aqui em Israel seja de que a visita do papa João Paulo 2º, em 2000, teria sido "melhor e mais simpática", do que a visita de Bento 16, considerada "fria", analistas dizem que do ponto de vista do conteúdo, o atual pontífice fez pronunciamentos que indicam uma maior aproximação com Israel do que seu antecessor.

Em artigo no jornal Haaretz, o analista Lior Kudner comparou os discursos feitos pelos dois pontífices.

Segundo Kudner, em sua visita no ano 2000, João Paulo 2º afirmou que "devemos, sempre e em todos os lugares, agir na direção de expor a verdadeira face dos judeus e do Judaísmo, assim como dos cristãos e do Cristianismo".

Já o papa Bento 16, de acordo com Kudner, foi bem mais "direto" e disse que "a Igreja tem um total compromisso com a reconciliação entre cristãos e judeus".

Para o governador do distrito de Belém, Salah Ta'mari, a visita foi um "sucesso absoluto".

"A Autoridade Palestina está muito satisfeita com a visita do pontífice a Belém", disse à BBC Brasil o governador, que faz parte da Autoridade.

"Apesar de nossas preocupações com questões de segurança, tudo transcorreu na mais perfeita ordem, harmonia, e devo mencionar principalmente a alegria que todos sentiram, principalmente o próprio papa".

"Percebi que ele se sentiu seguro em nossa cidade pois percorreu Belém, durante toda a visita, com as janelas de seu carro abertas".

"Também percebi que ele gostou muito quando as crianças do campo de refugiados de Aida iniciaram a dança da debka (dança tradicional palestina) com um trecho da Quinta Sinfonia de Beethoven, sei que ele é pianista".

"Bento 16 foi honesto e justo, ele expressou solidariedade com os refugiados palestinos, condenou o Muro de Separação e defendeu a criação de um Estado Palestino independente", concluiu Ta'mari.

Fonte - BBC


Nota DDP: Outras manifestações correlatas em "Papa canta ode pela paz com rabino e imã", "BXVI no Oriente Médio 2", "Bento 16 no Oriente Médio " e "Cristãos, islâmicos, judeus e o diálogo". Sem dúvida, no balanço, outra incursão vitoriosa no processo de restauração da ferida.

Recomendo também a leitura dos comentários aviados no Blog O Tempo Final.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Papa canta ode pela paz com rabino e imã


NAZARÉ, Israel (AFP) - O papa Bento XVI cantou uma ode pela paz ao lado de um rabino e de um imã muçulmano e entoou "Salam, Shalom" durante um encontro nesta quinta-feira com os líderes religiosos da Galileia no auditório do santuário da Anunciação de Nazaré.

Com este gesto simbólico e fora de programa foi concluído o encontro com os líderes religiosos da Galileia.

A ode conjunta pela paz foi proposta por um rabino que entoou o canto da paz.

Em um discurso poucos minutos antes, o Papa pediu a todas as religiões que "protejam as crianças do fanatismo e da violência".

"Os cristãos se unem aos judeus, muçulmanos, drusos e outras religiões com o desejo de proteger as crinças do fanatismo e da violência e de prepará-los para ser construtores de um mundo melhor", declarou o Papa.

"A Galileia é uma terra conhecida por sua diversidade religiosa e étnica. É a terra de um povo que conhece os esforços para obter uma convivência harmoniosa", completou.

"Nossas tradições religiosas diferentes têm a força de promover uma cultura de paz".

Fonte - Yahoo

BXVI no Oriente Médio 2

Presidente de Israel ressalta que "toda a mensagem do Papa é positiva"

ROMA, 13 Mai. 09 / 11:34 pm (ACI).- O Presidente de Israel, Shimon Peres, assinalou que "toda a mensagem do Papa é positiva e poderia gerar importantes reflexões", ao comentar a atual Viagem do Papa a Terra Santa que termina esta sexta-feira 15 de maio.
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Para o Presidente do Estado do Israel, explica o LOR, ninguém melhor que o Papa, com sua autoridade espiritual para expressar o rechaço de uma religião que justifique a violência. Deste modo Peres destacou que a mensagem mais forte do Santo Padre nesta viagem "é talvez o que o Papa lançou no discurso de chegada. Mais de uma vez, o Papa falou do papel das três religiões monoteístas na construção de uma paz duradoura".
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Fonte - ACI Digital

Jornais árabes destacam visita do papa a Belém

Roma, 14 mai (RV) - “O Papa é a favor de um Estado independente e pelo fim dos muros de separação”: esse é um título comum hoje para muitos jornais árabes, grande parte dos quais publica a foto do Pontífice que fala diante da barreira que Israel construiu ao redor da Cisjordânia.
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O jornal al Jazeera do Catar deu início hoje uma pesquisa pedindo aos seus leitores se acreditam que a viagem do Papa conseguiu o seu objetivo declarado de favorecer a reaproximação entre religiões e consideram a visita do Santo Padre.

Fonte - Radio Vaticano
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