segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dez mandamentos: base do diálogo judaico-cristão, afirma Papa

Convida uns e outros e darem testemunho do único Deus

ROMA, domingo, 17 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Visitando, neste domingo à tarde, a comunidade judaica de Roma, Bento XVI pediu um aprofundamento e maior proximidade nas relações entre as duas religiões monoteístas.

“Que Deus reforce nossa fraternidade e torne mais firme nosso entendimento”, desejou.

Na intervenção que pronunciou na Grande Sinagoga, na presença de mais de mil pessoas, o pontífice recordou que tanto judeus como cristãos estão iluminados pelo Decálogo – as Dez Palavras ou Dez Mandamentos –, que representam “um farol e uma norma de vida na justiça e no amor, um ‘grande código’ ético para toda a humanidade”.

Nesta perspectiva, observou que há vários campos de colaboração e testemunho entre ambos os credos, sublinhando três particularmente importantes para a nossa época.

O Papa explicou antes de tudo que as Dez Palavras “pedem para recordar o único Senhor, contra a tentação de se construir outros ídolos”.

“Em nosso mundo, muitos não conhecem Deus ou o consideram supérfluo, sem importância para a vida; foram fabricados assim outros e novos deuses diante dos quais os homens se inclinam”, reconheceu.

“Despertar em nossa sociedade a abertura da dimensão transcendente, testemunhar o único Deus é um serviço precioso que judeus e cristãos podem oferecer juntos.”

Em segundo lugar, o Decálogo pede “pedem o respeito, a proteção da vida contra injustiça e exploração, reconhecendo o valor de toda pessoa humana, criada segundo a imagem e semelhança de Deus”.

“Quantas vezes, em toda parte da terra, próxima ou distante, são ainda violados a dignidade, a liberdade, os direitos do ser humano!”, exclamou.

Neste contexto, “testemunhar juntos o valor supremo da vida contra todo egoísmo é oferecer uma importante contribuição ao mundo no qual reine a justiça e a paz”.

As Dez Palavras exigem, em terceiro lugar, “conservar e promover a santidade da família, onde o ‘sim’ pessoal e recíproco, fiel e definitivo do homem e da mulher, abre o espaço para o futuro, para a autêntica humanidade de cada um, e se abre, ao mesmo tempo, ao dom de uma nova vida”.

“Testemunhar que a família continua sendo a célula essencial da sociedade e o contexto de base onde se aprende e se exercita as virtudes humanas é um precioso serviço a ser oferecido para a construção de um mundo que tenha um rosto mais humano”, constatou.
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Nesta direção, afirmou, “podemos dar passos juntos, conscientes das diferenças que existem entre nós, mas também do fato que conseguiremos unir nossos corações e nossas mãos para responder ao convite do Senhor, sua luz se tornará mais próxima para iluminar todos os povos da terra”.
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Fonte - Zenit

Nota DDP: Veja também "Bento XVI é acolhido entre aplausos na Grande Sinagoga" e "Papa encomenda à Virgem Maria o diálogo com os judeus e a unidade dos cristãos".


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