quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

AVANÇO DO OCEANO AFETARIA 42 MILHÕES NO BRASIL

Terra, 27.02.2007.

Um estudo divulgado na manhã desta terça-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) mostra que cerca de 42 milhões de brasileiros que vivem na zona costeira podem ser afetados com o avanço de até meio metro do Oceano Atlântico durante este século. O diagnóstico foi dado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Climáticas (Inpe), que elaboraram essa parte do estudo.

De acordo com o levantamento, na costa brasileira observou-se a tendência de um aumento do nível do mar de 40 centímetros por século, mas, devido aos fatores globais de aquecimento, esse avanço pode chegar até 50 centímetros. A cidade do Rio de Janeiro é a mais vulnerável à elevação do Atlântico.

Estudos do Inpe também simularam uma enchente na Ilha do Marajó com o nível mais alto do oceano e chegaram a conclusão que, com uma elevação de dois metros, cerca de 28% do território da ilha desapareceria. Se a cheia atingisse seis metros, mais de 36% do local ficaria submerso.


O estudo do MMA foi baseado em dois cenários. Em um deles, as autoridades brasileiras conseguiriam reduzir a emissão de CO2 e o desmatamento, principalmente na Amazônia, quase que completamente. Em outro cenário, haveria o contínuo aumento do aquecimento, do desmatamento e da emissão de gases tóxicos. No cenário mais pessimista, a temperatura média do Brasil pode subir até 4ºC até 2100. Hoje, a temperatura média do Brasil é de 24,9ºC. Já a temperatura na Amazônia poderia subir até 8ºC, aumentando a incidência de doenças como a malária, dengue, febre amarela e encefalite. O estudo do MMA é dividido em oito partes e começou a ser realizado em 2004. O trabalho foi concluído no ano passado e, coincidentemente, divulgado semanas depois do levantamento do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que revelou um aumento do aquecimento global e das emissões de CO2 no mundo.


Se a Bíblia estiver certa (e na minha opinião está), em menos de cem anos catástrofes naturais terão lugar com maior intensidade, inclusive os maremotos e o avanço do oceano. Se lermos com atenção o capítulo 24 do livro de Mateus e o próprio livro de Apocalipse (no que diz respeito às pragas) perceberemos o que esses cataclismas representam e para o que apontam. Caso os fatos sejam analisados apenas sob o ponto de vista científico, não serão compreendidos em todos os seus efeitos. É fundamental um olhar mais avante, especialmente conforme o prisma espiritual.

Fonte - Blog Realidade em Foco

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

O mundo que há de vir

“Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando.” Hebreus 2:5

A expressão “ecumenismo” deriva da palavra grega oikoumene que é traduzida na Bíblia como “mundo habitado” ou “terra habitada”. No verso acima aparece como “mundo que há de vir”. O verdadeiro ecumenismo é aquele que promove os princípios do “mundo que há de vir”. Estaria o atual movimento ecumênico de igrejas em conformidade com aquilo que a Revelação aponta como princípios do reino vindouro?

Embora o Vaticano venha enfatizando o “escândalo da divisão” do cristianismo desde o Concílio Vaticano II, e promovendo o diálogo com as várias denominações cristãs “separadas” de Roma, e também com as religiões pagãs orientais, essa mesma postura de contemporização e relativismo tem afastado igrejas e grupos cristãos mais conservadores. E há razões de sobra que justificam essa atitude de cautela ou mesmo condenação:

1.
De acordo com o autor Bert Beverly Beach, "o quadro escatológico da igreja de Deus antes da segunda vinda não é o de uma megaigreja reunindo toda a humanidade, mas o de um 'remanescente' da cristandade, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus (Apocalipse 14:12)".

2.
O movimento ecumênico tem dado mais importância à moralidade social do que à santificação pessoal. É uma espécie de coletivismo religioso, onde o consenso coletivo tem muito mais valor do que a consciência e a piedade pessoal. Isso é um sério problema para a verdadeira fé cristã já que, segundo o fundador do cristianismo, o passaporte para o "mundo que há de vir" é o arrependimento (que pressupõe mudança de atitude diante de Deus e conformidade com as verdades bíblicas): "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus." Mateus 4:17.

3.
O pluralismo de idéias dentro do ecumenismo também é um fator complicador. Debaixo do guarda-chuva ecumênico se abrigam não só os defensores da teologia liberal, que vão desde os que não consideram o texto bíblico normativo e dotado de autoridade, até os que acreditam na revelação proposicional (a inspiração não está no texto, mas na experiência do leitor), como também aqueles provenientes das religiões orientais, com seus conceitos pagãos, o que contraria abertamente a mensagem cristã: "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão da luz com as trevas?... Retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor." II Coríntios 6:14 e 17. Nas palavras de Bert B. Beach, "a separação e a divisão a fim de proteger e preservar a pureza e a integridade da igreja e sua mensagem são mais desejáveis do que a unidade em mundanismo e erro". A verdade é uma só: "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" Amós 3:3.

4.
Michael Urban, autor evangélico conservador (apesar de ser dispensacionalista – acredita que as profecias apocalípticas vão se cumprir com a nação de Israel literal –, seu pensamento sobre o ecumenismo é relevante), afirma que o problema maior para os cristãos com o ecumenismo é que, na verdade, este movimento pretende criar uma nova visão de mundo e uma nova idéia sobre Deus que abrangerá todas religiões. Em outras palavras, o Jesus pregado pelos cristãos tem que dar lugar a um Deus que seja comum a todas as religiões, incluindo as de cunho pagão.

5.
Segundo o mesmo autor, a arma eficaz usada pelo movimento ecumênico é a sedução. Aparência de piedade, mas o espírito continua totalmente anticristão. Fato comprovado ao verificarmos as várias frases de impacto usadas pelos seus defensores: "a doutrina separa, a oração une", "devemos construir pontes e não muros" e "unidade no que é relevante, liberdade no que é secundário e, acima de tudo, o amor". Todas essas frases de impacto escondem conceitos antibíblicos. "A doutrina separa, a oração une": a doutrina é encarada como um obstáculo, e a separação que ela pode trazer como indesejável. Porém, Jesus mesmo foi quem previu: "Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre sua filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra." Mateus 10:34 e 35. A doutrina também tem um lugar de destaque na fé cristã: "Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai quanto o Filho." II João 1:9. Urban conclui: "Como podemos unir em oração aquilo que Deus separou?"

6.
"Unidade no que é relevante, liberdade no que é secundário e, acima de tudo, o amor": Porventura, há na mensagem bíblica aspectos secundários? Ou será que tudo que foi escrito para nosso proveito é que foi escrito? Se há aspectos secundários, quem deve determinar o que é secundário? Esvaziar a mensagem bíblica do seu todo orgânico é uma armadilha por detrás dos pressupostos ecumênicos.

Graças a Deus, há muitos cristãos conservadores que não se deixarão seduzir pela aparência de piedade destituída de poder.

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens... tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” II Timóteo 3:1, 2 e 5

Fonte - Blog Minuto Profético


Mais sobre o tema, aqui.

"Tumba de Jesus é uma farsa publicitária", diz arqueólogo israelense

WASHINGTON DC, 26 Fev. 07 (ACI) .- O anúncio de um documentário realizado por James Cameron –Diretor do filme "Titanic"– onde a Discovery Channel supostamente demonstra o achado da tumba de Jesus, foi qualificado como uma "farsa publicitária" por Amos Kloner, um dos mais destacados arqueólogos israelenses.

Nesta segunda-feira em Nova Iorque, o canal Discovery anunciou a próxima emissão, durante o tempo de Quaresma católica, de um documentário elaborado pelo diretor israelense-canadense Simcha Jacobovici e o diretor cinematográfico James Cameron, segundo o qual uma tumba descoberta há 27 anos em Talpiot, Jerusalém, é a tumba de Jesus de Nazaré e sua família.

O documentário, que também será exibido na América Latina em espanhol, argumenta que dos 10 ossadas encontrados em uma cova em 1980, seis levam inscrições identificando-os como os de Jesus, sua mãe Maria, uma segunda Maria (possivelmente Maria Madalena), e alguns parentes chamados Mateus, Josa e Judá; este último seria "o filho de Jesus".

Entretanto, pouco antes da apresentação à imprensa do documentário, o professor Amos Kloner, da Universidade Bar-Ilan e arqueólogo oficial do Distrito de Jerusalém, que fiscalizou as escavações da mesma tumba em 1980, e é autor de numerosas obras sobre os descobrimentos, assinalou que as afirmações do documentário "são só uma farsa publicitária, um excelente material para um filme de televisão, mas totalmente sem sentido, algo absolutamente impossível".

Amos, que descobriu a tumba em 1980 e a revelou ao mundo, criticou duramente a Discovery Channel por utilizar uma " estratégia de marketing". "A afirmação de que a tumba (de Jesus) foi encontrada não está apoiada em nenhuma prova e somente uma manobra para vender, Kloner" adicionou.

O arqueólogo israelense recordou que 11 anos atrás, a BBC de Londres já tinha produzido um documentário similar com o mesmo argumento; e assinalou que a nova produção da Discovery era meramente uma renovada tentativa de criar controvérsia no mundo cristão com o fim de obter maiores lucros.

"Refuto todas suas afirmações e esforços por chamar a atenção sobre os descobrimentos. Com todo respeito, não são arqueólogos", disse Kloner.

Argumentos

Kloner explicou que os nomes inscritos nas tumbas eram muito comuns na era do Segundo templo, e portanto, são absolutamente insuficientes como argumentos para concluir que essa era a tumba de Jesus e de sua família. Explicou também que a inscrição "Jesus filho de José" foi encontrada em muitas outras tumbas em Jerusalém.

"A verdadeira tumba da família de Jesus seria um descobrimento que sacudiria o mundo, e isso é o que os cineastas estão tratando de fazer", adicionou o arqueólogo.

"É muito pouco provável que Jesus e seus parentes tivessem uma tumba familiar ", explicou Kloner. "Eles eram uma família da Galiléia sem vínculos em Jerusalém. A tumba de Talpiot pertenceu a uma família de classe média do primeiro século de nossa era".

Finalmente, Kloner criticou duramente à Autoridade Israelense de Antiguidades –conhecida por suas siglas em inglês IAA– por emprestar duas das ossadas para sua exibição em Nova Iorque nesta segunda-feira durante a conferência.

"A IAA foi muito tola por emprestar para isto", concluiu.

Fonte - ACI

A tentativa, quase sempre, é encontrar algum traço na vida de Jesus Cristo que o descredencie a ser o Filho de Deus. Antes de checar possíveis incoerências em determinadas pesquisas, alguns espertalhões, ávidos por notoriedade e projeção na mídia, apresentam seus filmes e conclusões para chamar a atenção da população em geral e gerar o que garante boas vendas: a polêmica.

Fonte - Blog Realidade em Foco

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Até onde irá Bento XVI?

Ao ressuscitar a missa em latim, o papa faz uma concessão simbólica aos católicos tradicionalistas. Mas para liquidar o impulso do Concílio Vaticano II, ele teria de investir contra valores muito mais profundos, como a liberdade religiosa, o ecumenismo e a visão positiva da humanidade

Michel Cool

Teria Bento XVI ressuscitado a guerra sectária dentro da igreja católica? O anúncio do Vaticano, de que ele escutou a demanda da ala tradicionalista, que quer liberar a missa em latim de São Pio V reavivou as paixões francesas que "a filha mais velha da igreja", tendo outras preocupações pastorais, esqueceria de bom grado. Mas, Bento XVI dá seqüência a suas idéias. As que ele tem sobre a liturgia são, aliás, bastante quadradas. Ele exigiu rapidez dos bispos franceses, já constrangidos pela notável falta de união, em engajar-se na reforma litúrgica do concílio Vaticano II, que ele nunca apreciou.

Seguindo seus métodos, que lembram a idéia de "dar tempo ao tempo", o papa moveu pacientemente suas peças. Logo que eleito, em abril de 2005, advertiu os cardeais que o elegeram sobre sua intenção de aproximar-se dos tradicionalistas banidos de Roma depois do cisma do monsenhor Marcel Lefebvre, em 1988. Quatro meses mais tarde, em setembro, ele recebeu o sucessor de Lefebvre na direção da fraternidade de São Pio X, o monsenhor Bernard Fellay, para uma audiência em sua residência de verão em Castel Gandolfo. Em outubro de 2006, validou a criação do Instituto do Bom Pastor na diocese de Bordeaux, que acolhe cinco padres dissidentes lefebvristas. Em troca da volta deles, o Vaticano permitiu que realizassem a missa segundo o rito instituído pelo Concílio de Trento no século 16.

Analisando com mais atenção, nota-se que o papa foi rápido em assinar um decreto oficializando a restauração da missa em latim, caída em desuso desde 1969. No fim de dezembro de 2006, tudo indicava que a comissão de cardeais encarregados de preparar o texto daria sinal verde a Bento XVI. Isso apesar das reticências expressas em nome do episcopado francês, que foram apresentadas por seu presidente, o monsenhor Jean-Pierre Ricard, cardeal arcebispo de Bordeaux.

Por que o papa questiona a mais espetacular e emblemática reforma do concílio Vaticano II? Por razões que envolvem doutrina, estratégia e psicologia. Comecemos pela doutrina: o papa é o guardião da unidade da Igreja Católica; ele está, portanto, no exercício de seu sacerdócio quando busca trazer as ovelhas desgarradas do aprisco. Além disso, Bento XVI jamais digeriu bem o cisma de 1988. Então prefeito da Congregação Romana para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger esforçou-se até o fim para evitar a ruptura. Em vão, pois falhou diante da arrogante determinação do monsenhor Lefebvre.

As razões e os desejos do papa

Para Bento XVI, a missa em latim não deveria ser motivo de dissensão. Em 1998 ele declarou que "o concílio ordenou uma reforma dos livros litúrgicos, sem no entanto proibir o uso dos antigos livros" [1]. A missa de Paulo VI promulgada em 1969 podia inclusive ser feita em latim ou no vernáculo. Mas o uso da primeira, que facilitava a compreensão dos fiéis, logo ganhou enorme vantagem sobre a segunda.

Agora, as razões de ordem estratégica: face à carência de vocações que grassava no clero da Europa Ocidental, as paróquias e os seminários envolvidos com a nebulosa tradicionalista representavam um "filão a trabalhar", para uma igreja que estava com falta de sacerdotes. Além disso, buscava-se atingir uma população (250 mil fiéis no mundo, sendo a metade na França) que, contrariamente à idéia que se faz, era mais jovem que a média dos paroquianos franceses — a forte presença de jovens na peregrinação anual de Pentecostes a Chartres ilustra bem o fato. Esses dados não poderiam escapar a um papa que busca estancar a hemorragia espiritual e intelectual do catolicismo europeu.

No plano tático, liberando o rito em latim, principal reivindicação dos católicos tradicionalistas, o Vaticano espera de uma só vez ser capaz de apaziguar o conflito e tirar proveito das divisões internas entre partidários e opositores da reconciliação com Roma. Enfim, fatores psicológicos ligados à vida e à personalidade do papa Ratzinger explicam suas objeções à reforma litúrgica da concílio. Bento XVI ama as pompas da antiga liturgia que conheceu, ainda criança, na Bavária. O teólogo aberto que ele se mostrou no concílio, em 1968, escandalizalizou-se com a contestação acalorada e até violenta de que foram objeto valores que se presumia "eternos", como a autoridade, a sacralidade e a transmissão das crenças. Desde então, o tema litúrgico tem feito parte de seu arsenal conservador.

Com freqüência, em suas declarações e escritos, Ratzinger detém-se nos "abusos" da liturgia moderna. Esta, queixava-se ele em 1997, "deve tornar-se mais curta; e tudo que julgamos incompreensível deve ser descartado; é preciso que tudo seja dito numa língua mais ’clara’. Mas desse modo, a essência da liturgia e das festas litúrgicas fica fundamentalmente desconhecida. Pois na liturgia, não se compreende somente de maneira racional... mas de um modo complexo, com todos os sentidos, uma festa na qual somos admitidos e que não foi simplesmente invenção de uma comissão qualquer, mas que tem origem nos milênios e, no final das contas, na eternidade" [2]. Que católico tradicionalista não assinaria contente esse vibrante elogio de uma liturgia saída do baú do tempo?

Problema: o tradicionalismo vai muito além da liturgia

O problema subestimado por este papa nostálgico, sedento de cerimônias e aparatos cheios de fausto, é que a crítica tradicionalista não se limita à liturgia. Ela avança também sobre outros grandes princípios solenemente proclamados pelo concílio: a liberdade religiosa, o ecumenismo, o diálogo entre as religiões e uma visão positiva da humanidade. Os opositores de monsenhor Lefebvre rejeitam, muitas vezes com violência, essas opções, que vêem como um sinal da abdicação da fé católica frente à modernidade. O cisma de 1988 foi precipitado pela ira causada, entre os tradicionalistas, pelo encontro inter-religioso para a paz promovido por João Paulo II em 1986, em Assis. Esse evento foi estigmatizado pelos cães de guarda da tradição, transformando essa tradição em máquina de guerra contra a secularização. Mais que a missa em latim, o evento precipitou a consumação da separação e a excomunhão de seus autores.

"A liturgia não é somente uma questão de culto", lembra Patrick Prétot, monge beneditino e professor de liturgia no Instituto Católico de Paris. "Porque ela é a vida de Deus, dada pelo Espírito Santo: ela participa plenamente da missão da Igreja no mundo e no tempo” [3], explica ele. Entendendo-se de outra forma, realizar a missa diante do povo, de acordo com o rito do concílio, ou de costas para o povo, como no rito tridentino, são duas concepções distintas da igreja que se enfrentam. A primeira é pastoral, favorece a participação ativa dos fiéis. A segunda, jurídica, implica submissão dos fiéis a um conjunto de regras e ritos inflexíveis.

A possibilidade de ter dois rituais tão diferentes juntos em suas dioceses não agrada a maioria dos bispos franceses. Eles temem, em suas paróquias, a cacofonia, a pior das dissensões a ameaçar a unidade das igrejas locais. Há oito anos, os dois ritos católicos, o antigo e o novo, são celebrados na paróquia de Santo Eugênio e Santa Cecília, no 9º arrondissement de Paris. Este laboratório do duplo ritualismo tem revelado problemas. O cura tem dificuldade em pacificar as relações entre seus fiéis, e deve ainda suportar as proposições intempestivas de uma minoria de tradicionalistas.

Entre o desastre de Ratisbona e o diálogo na Turquia

Na ocasião da assembléia geral em Lourdes, em novembro de 2006, os bispos reforçaram, numa pouco habitual declaração de apoio a seu presidente, monsenhor Richard, seu compromisso com a missa de Paulo VI. Essa declaração não deve, no entanto, trazer a seus espíritos uma reconciliação fraternal com a ala tradicional. Esses últimos pronunciaram, há não muito tempo, insultos contra o episcopado. Na linha de frente, sempre pronto para a provocação, está Philippe Laguérie, o midiático cura de Saint-Nicolas du Chardonnet, igreja ocupada ilegalmente desde 1977 em Paris. Em setembro de 2006 ele juntou-se ao Instituto do Bom Pastor, prometendo que saberia fazer uso do poder que Roma outorgou de fazer "críticas sérias e construtivas" ao concílio Vaticano II. Tanto espaço é incompreensível para muitos católicos, que falam em tom mais conciliatório. Eles lembram que as críticas do monsenhor Jacques Gaillot ou de movimentos laicos reclamando mais democracia e liberdade na igreja não foram recebidas com a mesma indulgência.

O concílio Vaticano II será comprometido pela decisão de Bento XVI, de restaurar a antiga liturgia? O que o colocaria fundamentalmente em xeque seria a liquidação de seus grandes princípios. Agora, depois do infeliz desastre em Ratisbona [4], Bento XVI aproveitou sua viagem à Turquia para manifestar sua intenção de prosseguir com o diálogo com outras igrejas cristãs e de outras religiões, na linha das orientações do concílio. O impulso de abertura se mantém; mas, segundo uma interpretação restritiva do concílio Vaticano II e uma concepção imóvel da igreja. A reabilitação da missa de sempre, reivindicada com sucesso pelos tradicionalistas, é a demonstração esclarecedora do conservadorismo tranqüilo de Bento XVI.

Tradução: Leonardo Abreu
leonardoaabreu@yahoo.com.br



[1] Discurso de 26 de outubro de 1998 por ocasião do décimo aniversário do motu proporio (decreto) Ecclesia Dei, autorizando o uso do missal anterior ao concílio, com a única reserva de obter o consentimento do bispo do lugar.

[2] Cardeal Ratzinger, O sal da terra, entrevistas com Peter Seewald, Imago, Rio de Janeiro, 1997.

[3] Philippe Bordeyne e Laurent Villemin (dir.), Vatican II e théologie, (O Vaticano II e a teologia, ainda sem tradução para o português), Cerf, Paris, 2006.

[4] Na Universidade de Ratisbona, em 12 de setembro de 2006, o papa usou a histórica controvérsia entre o cristianismo e o islã para explicar como o discurso racional é consubstancial à fé católica. A demonstração causou profundo mal-estar no mundo islâmico.

Fonte - Diplo

Sarcófagos encontrados em Jerusalém podem conter tumba de Jesus

da Ansa, em Jerusalém

Dois sarcófagos descobertos em 1980 no norte de Jerusalém foram enviados aos EUA, onde, na próxima segunda-feira, serão expostos ao público para a apresentação do documentário televisivo "A Tumba de Jesus".

O documentário foi realizado por James Cameron, mesmo diretor de "Titanic", e Simcha Jacobovici, durante as investigações de três anos que envolveram especialistas de diversas áreas.

Os autores afirmam ter localizado a gruta da sepultura de Jesus e familiares nas proximidades de Jerusalém, segundo publicou nesta sexta-feira o jornal "Yediot Ahronot". Jacobovici afirma ter tido acesso em 2005 à cripta em questão, localizada hoje debaixo de um condomínio israelense.

No meio do caso se encontra um sarcófago com a legenda "Santiago filho de José, irmão de Jesus" ("Yaakov Bar Yosef Ahi Yeshu", em hebraico).

Frente à expectativa internacional, a peça foi estudada por especialistas israelenses, que chegaram à conclusão, em 2003, de que o sarcófago parecia efetivamente datar do primeiro século d.C., enquanto a inscrição parecia duvidosa, pelo conteúdo, a caligrafia e o revestimento que o cobria.

O jornal escreveu ainda que os autores do documentário estão convencidos de poder provar de maneira definitiva que a "tumba de Jesus" foi localizada.

Fonte - Folha

Lucas 19:40 Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.

Nota DDP:
Interessante esse esforço do Cameron em provar o Êxodo bíblico e desacreditar a ressurreição de Cristo.
O que ele procura? Auto-afirmação judaica?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Estudos apontam que circuncisão reduz contaminação por HIV

Problema é como pôr esse fato a serviço do combate à aids na África

Associated Press


LONDRES - Cientistas afirmam ter dados conclusivos mostrando que a circuncisão reduz a chance de um homem adquirir HIV em até 60% - descoberta que especialistas saúdam como um grande avanço na luta contra a aids.

Agora, o problema é como pôr esse fato a serviço do combate à aids na África.

A descoberta foi anunciada inicialmente em dezembro, quando resultados iniciais de dois grandes testes - no Quênia e em Uganda - mostraram uma ligação promissora entre a circuncisão e a transmissão do HIV. Agora, os dados completos dos testes estão sendo publicados na edição desta sexta-feira, 23, da revista médica The Lancet.

"Trata-se de um desdobramento extraordinário", disse o médico Kevin de Cock, diretor do departamento de aids da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Circuncisão é a intervenção Amis poderosa já descrita na prevenção do HIV". Acredita-se que a circuncisão tenha esse efeito porque as células do prepúcio são especialmente vulneráveis ao vírus.

Um estudo de projeção realizado no ano passado estima que, na próxima década, a circuncisão masculina poderá evitar 2 milhões de contágios e 300.000 mortes.

Os especialistas advertem, no entanto, que a evidência não justifica circuncisões em massa. Os sistemas de saúde pública da África já estão sobrecarregados, e a circuncisão requer muito mais planejamento que, por exemplo, uma campanha de vacinação.

Fonte - Estadão

Gênesis 17:10 Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado.

Seguidores de "Jesus Cristo" porto-riquenho tatuam o número 666

San José, 22 fev (EFE).- Dezenas de seguidores do porto-riquenho José Luis de Jesús Miranda, que afirma que é "Jesus Cristo feito homem", tatuaram hoje na Costa Rica o número 666, seguindo as ordens de seu líder religioso.

Adultos, jovens e até crianças, todos seguidores da igreja Jesus Cristo Homem, foram a diferentes lojas de tatuagens para gravar na pele o número, identificado com o Anticristo na Bíblia.

Os proprietários de diferentes estabelecimentos confirmaram à imprensa que ficaram com a agenda cheia, na maioria dos atendimentos para tatuar o número.

Miranda visitou a Costa Rica em outubro e realizou uma reunião sem a presença dos "milhares" de seguidores que ele afirmava ter no país, mas reunindo algumas dúzias de pessoas.

No entanto, na semana passada, em Miami, o líder da igreja mostrou na televisão sua tatuagem com o 666 no braço. Ele pediu a seus fiéis que fizessem o mesmo, como uma senha de solidariedade e salvação.

Alguns fiéis consultados hoje pela imprensa disseram que o número "não tem nada de satânico", como diz a doutrina católica.

"Não é algo negativo nem satânico, pelo contrário, nós lutamos contra o satanismo", disse um homem não identificado após sair da casa de tatuagens.

A seita disse que, na Costa Rica, conta com mais de 2 mil fiéis.

Fonte - iG


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Autoridades britânicas temem ataque dos EUA ao Irã, diz jornal

Importantes autoridades do governo britânico temem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ordene um ataque ao Irã antes do fim de seu mandato, em dois anos, segundo informações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal "The Times". As fontes falaram em condição de anonimato ao jornal.

"Bush não quer deixar a questão para o sucessor", disse uma das fontes.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou na quinta-feira que nenhuma intervenção militar contra o Irã estava em preparação, em particular por parte dos EUA.

'Não é possível prever todas as circunstâncias que podem acontecer, mas ao conversar com vocês aqui eu posso afirmar que o Irã não é o Iraque", disse Blair, acrescentando que a via diplomática é a única "sensata" para obter uma solução à crise atual sobre o programa nuclear iraniano.

Em um relatório que pode expor Teerã a sanções internacionais mais rígidas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quinta-feira que o Irã não acatou o pedido do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) de suspender as atividades de enriquecimento de urânio.

"O Irã não suspendeu suas atividades relacionadas com o enriquecimento de urânio", disse a AIEA. A conclusão é importante porque pode servir de base para a imposição de novas sanções a Teerã, devido à sua intransigência nas negociações a respeito de seu programa nuclear.

A acusação aponta outra violação a exigências do CS da ONU, que em 23 de dezembro pediu que o Irã garantisse "todo o acesso e a cooperação necessários para que a agência verifique" os procedimentos nas instalações nucleares dentro de 60 dias.

O documento, enviado ao CS e aos 35 países-membros da ONU-- pode acirrar as tensões entre o Irã e os demais países ocidentais.

Com France Presse

Fonte - Folha

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

O Ecumenismo avança

OS FATOS:

1. Congregando 100 milhões de fiéis, a Aliança Batista Mundial iniciou, no mês de Dezembro de 2006, a segunda fase do diálogo ecumênico com o Vaticano, sob o tema "A Palavra de Deus na vida da Igreja: Escritura, tradição e koinonia". Essa nova fase pretende encerrar seus trabalhos em 2010.

2. De acordo com a agência de notícias católica Ecclesia, “a Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo (CEDFE, católica) e o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) continuam a discutir o reconhecimento mútuo dos baptismos [sic] nas Igrejas Católica, Presbiteriana, Metodista, Lusitana e Anglicana em Portugal”. Ainda segundo a matéria, “esta decisão ultrapassa em muito o plano ‘burocrático’ de se evitar um novo Baptismo [sic], quando alguém decide mudar de Igreja”.

3. Já a agência Zenit noticiou, em 31 de janeiro de 2007, que o Vaticano recebeu a visita de líderes das Igrejas Ortodoxas Orientais, os quais vieram participar da reunião anual da “Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas orientais”. As Antigas Igrejas do Oriente (chamadas também de ortodoxas) se separaram tanto de Roma como das Igrejas Ortodoxas de Bizâncio, no Concílio de Calcedônia (ano 451).

4. No entanto, a notícia de maior impacto das últimas semanas relaciona-se com a Igreja Anglicana. De acordo com o jornal inglês The Times, edição de 19 de fevereiro de 2007, “propostas radicais para reunir Anglicanos com a Igreja Católica Romana sob a liderança do Papa serão publicadas este ano”. A matéria ainda informa que “em um documento de 42 páginas preparado por uma comissão internacional de ambas as igrejas, anglicanos e católicos romanos estão desejosos para explorar como eles poderiam reunir-se sob o Papa”. Mas a ICAR nega o fato.

5. Segundo a Enciclopédia Barsa – Macropédia, vol. 1, pág. 395, “a origem da Igreja Anglicana se encontra, no entanto, na recusa de Roma em declarar nulo o casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, celebrado em 1509 e do qual não haviam nascido descendentes varões. Pretendendo garantir a estabilidade da dinastia, em 1527 o rei tentou sem êxito conseguir do papa Clemente VII a anulação do casamento. Seis anos mais tarde, Thomas Cranmer, nomeado pelo rei arcebispo de Canterbury, declarou inválida a união entre Henrique e Catarina e celebrou o casamento do monarca com Ana Bolena. Seguiu-se a excomunhão do rei, que reagiu à Santa Sé, obtendo do Parlamento a aprovação do Estatuto de Supremacia (1534). O documento proclamava o monarca chefe da igreja na Inglaterra, declarava a coroa fonte suprema de jurisdição e privava o papa das rendas procedentes dos bens eclesiásticos”.

A Igreja Anglicana, na verdade, separou-se de Roma mais por vontade política do que por divergências teológicas. Talvez, por isso, de todas as igrejas “separadas” de Roma é a que apresenta a liturgia de culto mais parecida com o catolicismo. Nem por isso, a notícia dada pelo The Times deixa de ter um significado especial, revelando o desenrolar profético: “e toda terra se maravilhou, seguindo a besta”. Apocalipse 13:3.

“Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará”. Hebreus 10:37

Fonte - Blog Minuto Profético

Mais sobre o ecumenismo, aqui.

Crise sistémica global

Abril de 2007: Ponto de inflexão da fase de impacto e entrada em recessão da economia dos EUA

por Global Europe Anticipation Bulletin
N°12, 15/Fevereiro/2007

Tal como anunciado no GEAB nº 11, em Janeiro último, a névoa estatística dissipa-se e doravante a evolução da economia estado-unidense aparece claramente (venda a retalho em ponto morto em Janeiro de 2007, défice comercial récorde em 2006, revisão em baixa do crescimento dos EUA em 2006, confirmação da desaceleração económica pelo Fed, falências em série dos organismos de empréstimos hipotecários, continuação do afundamento do imobiliário americano, …). Assim, em função das evoluções próprias de cada componente da economia estado-unidense, é o mês de Abril de 2007 que constituirá, segundo LEAP/E2020, o ponto de inflexão da fase de impacto da crise sistémica global, ou seja, o momento em que as consequências negativas da crise crescem de maneira exponencial. Mais precisamente, isto vai marcar o momento em que todas as tendências negativas vão convergir, transformando múltiplas "crises sectoriais" numa crise generalizada, uma "depressão muito grande", afectando o conjunto dos actores económicos, financeiros, comerciais e políticos.

É portanto em Abril de 2007 que nove consequências directas desta crise irão convergir, a saber:
1- aceleração do ritmo e da importância das falências de sociedades financeiras nos Estados Unidos: de uma por semana hoje a uma por dia em Abril
2- alta espectacular dos arrestos imobiliários americanos: 10 milhões de americanos lançados à rua
3- afundamento acelerado dos preços dos imóveis americanos: -25%
4- entrada em recessão da economia dos EUA em Abril de 2007
5- baixa precipitada das taxas da Reserva Federal dos EUA
6- importância crescente dos conflitos comerciais China-EUA
7- venda chinesa de dólares americanos / retorno do comércio efectuado em Yen
8- queda brutal do dólar americano em relação ao Euro, ao Yuan e ao Yen
9- queda da Libra esterlina

No número de Fevereiro do GEAB (por assinatura), a equipe LEAP/E2020 pormenoriza a natureza e encadeamento destas evoluções a fim de permitir aos actores afectados anteciparem as consequências desta aceleração dos acontecimentos, quer sejam operadores nos mercados monetários ou financeiros, investidores, operadores comerciais internacionais, decisores políticos ou económicos, ou analistas. A estratégia é em primeiro lugar dominar o tempo! E este número do GEAB é um instrumento que ajudar a dominar as evoluções do próximo trimestre que as nossas equipes esforçaram-se por construir.

A equipe LEAP/E2020 apresenta neste comunicado público uma destas nove consequências directas que são desenvolvidas no GEAB nº 12 (por assinatura), a saber:

A alta espectacular dos arrestos imobiliários americanas na Primavera de 2007: 10 milhões de cidadãos americanos lançados à rua no ano em curso.

Com efeito, após uma alta de 42%, doravante os arrestos imobiliários em 2006 nos Estados Unidos afectam em média um lar americano em cada 92. Regiões inteiras, como o Colorado, a Califórnia, o Ohio e o Texas atingem taxas de um lar sobre cada 35 ou 40, vítimas de arresto imobiliário. No Ohio, entre Outubro e Dezembro de 2006, foram arrestadas 3,3% das casas e apartamentos [1] . Assiste-se a uma aceleração dos processos de arresto devido à insolvabilidade de um número crescente de famílias americanas (v. GEAB nº 10 acerca desta questão da insolvabilidade): em 2006 foram efectuados mais de 1,2 milhão de arrestos imobiliários [2] que afectaram directamente entre 4 e 5 milhões de cidadãos americanos (contando 3 a 4 pessoas por habitação).

Para o LEAP/E2020, o ano 2007 vai experimentar pelo menos uma duplicação do número de arrestos imobiliários [3] uma vez que é neste ano que chega ao mercado o maior número de empréstimos imobiliários a refinanciar (cerca de US$ 2000 x 10 9 ). Orienta-se portanto para dois a três milhões de domicílios arrestados e cerca de 10 milhões de cidadãos americanos lançados à rua durante o ano em curso. Se alguns ainda duvidam que os Estados Unidos tenham entrada numa "depressão muito grande", eles que venham ao terreno para constatar o impacto devastador da crise imobiliária e financeira sobre milhões de americanos [4] . Já surgiu uma multidão de blogs que tentam examinar a catástrofe imobiliária em curso e o seu cortejo de dramas humanos [5] . Considerando os três meses de intervalo entre o primeiro não-pagamento dos juros e o arresto do bem imobiliário, para LEAP/E2020 será certamente em Abril que a segunda grande vaga de arrestos irá atingir o mercado estado-unidense.

Notas:
(1) "Home foreclosures are highest in Ohio", Beacon Journal , 11/01/2007
(2) "More than 1,2 million foreclosures reported in 2006", Yahoo Finance , 25/01/2007
(3) "Foreclosures increase 19% in January", United Business Media , 12/02/2007
(4) "Texas riddled by foreclosures", Austin Business Journal , 26/01/2007
(5) Como por exemplo, My Real Estate Money ou Foreclosure Pulse .

O original encontra-se em http://www.leap2020.eu/

Fonte - Resistir

Ainda no tema, aqui.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Império vs Democracia

Porque está Nemesis à nossa porta?

por Chalmers Johnson

A História diz-nos que uma das mais insustentáveis combinações políticas, é um país – como são hoje os Estados Unidos – tentar ser internamente uma democracia e externamente um império. A razão porque isto é assim, pode ser bastante abstracta. Talvez a melhor forma de exprimir o meu pensamento seja dizer algumas palavras sobre meu novo livro, Nemesis e explicar porque lhe dei o subtítulo: "Os últimos dias da república americana". Nemesis é o terceiro livro que resultou da minha pesquisa realizada ao longo dos últimos oito anos. Nunca tive a intenção de escrever uma trilogia sobre a nossa democracia, cada vez mais posta em perigo, mas como me tenho deparado continuamente com evidencias de um legado resultante da pressão imperialista que exercemos sobre muitos países, assim como sobre a Natureza e com a dimensão do nosso império militar, foi surgindo um livro após o outro.

Profissionalmente, sou especialista em história e política de Ásia Oriental. No ano 2000, publiquei Blowback: The Costs and Consequences of American Empire , porque as minhas pesquisas na China, no Japão, e nas duas Coreias, persuadiram-me de que as políticas por nós desenvolvidas naquela região teriam sérias consequências no futuro. O livro foi notado na ocasião, mas só depois do 11 de Setembro é que o expressão da CIA que adaptei como título – "blowback" [1] – se tornou uma palavra corrente, e o meu livro um "best-seller".

A minha intenção foi exactamente explicar a razão que levou o nosso governo a ser tão odiado por todo o mundo. O termo da gíria da CIA, "blowback", não significa apenas retaliação por coisas que o nosso governo tenha feito para, ou em, países estrangeiros. Diz respeito especificamente a retaliação devida a operações ilegais efectuadas no estrangeiro que foram mantidas totalmente secretas para o público americano. Estas operações incluíram o derrube clandestino de governos que não eram do agrado da administração norte-americana, o treino de exércitos estrangeiros em técnicas de terrorismo estatal, a burla de eleições em países estrangeiros, a interferência com a viabilidade económica de países que pareciam ameaçar os interesses das corporações norte-americanas influentes, assim como a tortura ou assassínio selectivo de estrangeiros. O facto de estas acções serem, pelo menos originalmente, secretas, significa que quando surge uma reacção de retaliação – como, espectacularmente, aconteceu no dia 11 de Setembro de 2001 – o público americano é incapaz de avaliar estes acontecimento dentro do contexto. Não surpreende então que os americanos tendam a apoiar actos imediatos de vingança com a pretensão de punir os verdadeiros, ou suspeitos, autores. Obviamente que estas reacções violentas apenas preparam o terreno para iniciar um novo ciclo de "blowback".

Um mundo de bases militares

Na continuação de minha odisseia analítica, comecei então por pesquisar a rede das 737 bases do exército americano que mantemos por todo o mundo (de acordo com o próprio inventário oficial do Pentágono de 2005). Não considerando os conflitos do Iraque e do Afeganistão, temos hoje em dia para cima de meio milhão de tropas norte-americanas, espiões, contratados, dependentes, e outros, em bases militares localizadas em mais de 130 países, muitos deles presididos por regimes ditatoriais que não deram voz aos seus cidadãos na decisão de nos permitir a instalação das nossas bases.

Vejamos um exemplo notável de uma política de base imperial: Durante os últimos 61 anos, o exército norte-americano ocupou militarmente a pequena ilha japonesa de Okinawa com 37 bases. Mais pequena do que a ilha havaiana Kauai, Okinawa tem 1,3 milhão de habitantes que coexistem com 17 mil militares da 3ª Divisão Naval e com a maior instalação militar norte-americana na Ásia Oriental – a base aérea de Kadena. Registaram-se muitos protestos em Okinawa devidos a estupros, crimes, acidentes, e poluição causados por este tipo de concentração de tropas e armamento americano, no entanto, no máximo o exército norte-americano – com a conivência do governo japonês – ignorou-os. O resultado da minha pesquisa está exposto em The Sorrows Of Empire: Militarism, Secrecy, And The End Of The Republic escrito no decurso da invasão de Iraque.

Na medida em que as nossas actividades no Afeganistão e no Iraque se iam transformando em enormes fiascos, desacreditando a nossa liderança militar, arruinando as nossas finanças públicas, e trazendo a morte e a destruição a centenas de milhares de civis nesses países, eu ia reflectindo sobre este assunto do império. Durante estes últimos anos, tornou-se já claro que o George W. Bush, Dick Cheney, e os seus partidários reivindicavam, e assumiam activamente, poderes especificamente negados pela nossa constituição a qualquer presidente. Tornou-se igualmente claro que o Congresso abdicou, quase por completo, das suas responsabilidades de equilibrar o poder do governo. Apesar da contundente vitória do Partido Democrata nas eleições de 2006, está por ver se estas tendências podem, a longo prazo, ser controladas — sem falar em reverte-las.

Até às eleições presidenciais de 2004, qualquer cidadão norte-americano poderia afirmar que, pelo menos a nossa política externa, incluindo a nossa invasão ilegal do Iraque, resultava das decisões da administração de George Bush que não tinha sido eleito por nós. Afinal de contas, em 2000, Bush perdeu o escrutínio popular, mas foi designado presidente graças a uma decisão do Tribunal Supremo baseada numa votação de 5-4. No entanto, em Novembro de 2004, não obstante as reclamações de fraude eleitoral, Bush ganhou na verdade o escrutínio popular por mais de 3,5 milhões de votantes, tornando nosso o seu regime e as suas guerras.

Acontece que actualmente, quer tenha ou não sido intenção dos americanos, somos vistos por todo o mundo como aqueles que aprovam a tortura dos prisioneiros em Abu Ghraib no Iraque, na base aérea de Bagram em Kabul, na baía de Guantanamo em Cuba, e numa rede global de prisões secretas da CIA, assim como somos vistos por termos aprovado as alegações de Bush que, como comandante supremo em "tempo de guerra", o coloca acima de todos os constrangimentos da Constituição ou da lei internacional. Actualmente estamos envolvidos com uma economia fraudulenta que tem por base défices comerciais e fiscais recordes, com o governo mais secreto e intrusivo de que há memória no nosso país, e com a continuação de uma guerra "preventiva" como base da nossa política externa. Também não nos devemos esquecer da potencial epidemia que pode ser a proliferação nuclear, que resulta da tentativa das outras nações se ajustarem e se defenderem das guerras preventivas de Bush, enquanto o nosso já surpreendente arsenal nuclear se vai expandindo para a primazia do primeiro ataque, e vamos despendendo somas incalculáveis em ideias futuristas de guerras espaciais.

A escolha pela frente

Quando escrevia Nemesis, já não duvidava que, para manter o nosso império no estrangeiro, seriam exigidos recursos e compromissos que inevitavelmente estavam diminuídos, ou eram simplesmente marginais, em resultado da nossa democracia, que poderia em última instancia vir a criar uma ditadura militar ou – muito mais provavelmente – o seu equivalente civil. A combinação de grande quantidade de forças militares permanentes, de guerras quase contínuas, de uma sempre crescente dependência económica do complexo industrial-militar e do fabrico de armamento, e de despesas militares ruinosas, assim como de um orçamento de "defesa" vasto e engordado, para não falar da criação de um completo segundo Departamento de Defesa (conhecido por Department of Homeland Security), tem destruído a nossa estrutura republicana de governo, em favor de uma presidência imperial. Por estrutura republicana de governo, obviamente, entendo separação de poderes e elaborados controlos e equilíbrios que os fundadores de nosso país consignaram na Constituição como os principais bastiões contra a ditadura e a tirania que muito temiam.

Estamos à beira de perder a nossa democracia em virtude de querermos manter o nosso império. Uma vez que uma nação tome este caminho, a dinâmica aplicada a todos os anteriores impérios entra em acção – o isolamento, o forçar demasiado as situações, a união das forças locais e globais que se opõem ao imperialismo, e no final, a falência.

A História é bastante esclarecedora acerca deste dilema. Se escolhermos manter o nosso império, como fez a república romana, perderemos certamente a nossa democracia e esperaremos o eventual "blowback" gerado pelo imperialismo. Existe no entanto uma alternativa. Podemos, tal como fez o império britânico depois da II Guerra Mundial, manter a nossa democracia deixando o nosso império. Os britânicos não fizeram um trabalho particularmente brilhante de liquidação do seu império, registando-se situações concretas de os imperialistas britânicos, para continuarem a usufruir dos privilégios no estrangeiro, chegarem a pôr em causa o compromisso da nação para com a democracia. A guerra contra os Kikuyus no Quénia nos anos cinquenta e a invasão anglo-franco-israelense do Egipto, em 1956, são exemplos particularmente selvagens disso mesmo. Mas o conjunto de acontecimentos da história britânica pós-guerra, em termos globais, é muito claro: as pessoas das Ilhas Britânicas escolheram a democracia em lugar do imperialismo.

No livro da filósofa política Hannah Arendt, The Origins of Totalitarianism, pode-se ler o seguinte resumo acerca do imperialismo britânico e do seu destino:

"De um modo geral foi um fracasso em virtude da dicotomia existente entre os princípios legais do estado-nação e os métodos necessários para oprimir de modo permanente os outros povos. Este fracasso não foi nem necessário nem devido a ignorância ou a incompetência. Os imperialistas britânicos sabiam perfeitamente que os "massacres administrativos" poderiam manter a Índia na escravidão, mas também sabiam que a opinião pública inglesa não apoiaria tais medidas. O imperialismo poderia ter sido um sucesso se o estado-nação se dispusesse a pagar o preço de suicidar-se e transformar-se numa tirania. O facto de se ter preferido acabar com o império, representa uma das glórias de Europa, mas muito especialmente da Grã Bretanha".

Concordo com este julgamento. Quando se observa o desnecessário e fútil apoio do primeiro-ministro Tony Blair à invasão de Bush e à ocupação do Iraque, só se pode concluir que esse apoio não foi mais do que uma resposta atávica, representando um desejo britânico para reviver as glórias – e as crueldades – de um passado que deveria pertencer a uma história já antiga.

O imperialismo, como uma forma de governo, não procura nem requer o consentimento dos governados. É uma forma pura de tirania. A tentativa americana de combinar democracia interna com o controlo tirânico sobre povos estrangeiros, é desesperadamente contraditória e hipócrita. Um país pode ser democrático ou imperialista, mas não pode ser ambas as coisas.

O caminho para a falência imperial

O regime político americano não impediu que esta combinação se desenvolvesse – e agora pode já não ser capaz de corrigir esta situação. Existem fortes evidências de que, em presença da presidência imperial, as vias legislativas e judiciais de nosso governo tornaram-se tão servis que perderam, em grande parte, a capacidade de responder com princípios e com independência. Inclusivamente com o actual momento de animo que se vive no Congresso, parece haver ali um profundo sentido de desamparo. Vários congressistas já tentaram explicar que apesar do evidente poder que detêm – para cortar fundos destinados a programas desastrosos – não estão actualmente preparados para o usar.

Assim a pergunta que se coloca é a de saber se o povo é, por ele próprio, capaz de restabelecer o governo constitucional, uma vez que não se pode contar com o Congresso para esse efeito. Um movimento de base para abolição do governo secreto, trazer a CIA e outras operações ilegais de espionagem e exércitos privados para fora do armário do poder imperial e expô-lo à luz do dia, romper as ligações com o complexo industrial-militar, e estabelecer um financiamento público genuíno dos processos eleitorais, pode ser pelo menos teoricamente concebível. Mas dado o controlo exercido pelo conglomerado dos nossos meios de comunicação de massas, e as dificuldades de mobilizar a nossa grande e diversificada população, como seja para se optar por uma democracia popular, tal como foi feito no passado, parece bastante improvável vir a acontecer tal movimento.

É possível que, em algum momento futuro, o exército norte-americano possa realmente assumir o governo e declarar uma ditadura (ainda que os seus comandantes encontrassem uma designação mais suave, mais amigável para isso). Afinal de contas, foi assim que a Republica Romana terminou – transformando-se num general populista, Júlio César acabou por ser declarado ditador vitalício. Depois do seu assassinato e de um curto interregno, foi o seu sobrinho-neto Otávio que o sucedeu tornando-se no primeiro imperador romano, Augusto César. Não é provável que o exército americano vá por esse caminho. Mas não se pode ignorar o facto de os oficiais militares profissionais terem tido uma responsabilidade preponderante na liberdade de acção adquirida pelo seu chefe-supremo civil, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld. Os novos directores da CIA, dos seus principais departamentos, da Agência de Segurança Nacional, e de muitos outros órgãos fundamentais da "instituição de defesa", são presentemente, oficiais militares (ou ex-militares), o que sugere que o exército não precisa de assumir o governo para controlar a situação. Por outro lado, os militares voluntários emergem como se fossem uma instituição cada vez mais separada da nossa sociedade, com um perfil cada vez menos de acordo com a população em geral.

No entanto, golpes militares, mesmo decorosos, não fazem parte da tradição americana nem do corpo de oficiais, que deveria ficar bastante preocupado com a reacção colectiva dos cidadãos a um movimento que tendesse para uma ditadura militar aberta. Além disso, as acusações a militares que exerceram torturas de baixo nível na prisão de Abu Ghraib, e o assassínio de civis no Iraque, mostraram às tropas que obedecer a ordens ilegais pode resultar numa penalidade pesada, não atingindo os de elevada patente. Ninguém sabe se o soldado comum, considerando mesmo que já não possui o normal sentido de um exército de cidadãos, deveria obedecer sem hesitação a ordens para desalojar um governo eleito, ou se o corpo de oficiais teria já suficiente confiança para emitir tais ordens. Além disso, o presente sistema já oferece bastante ao alto comando militar – em fundos, prestígio, e emprego futuro pela afamada "porta rotativa" do complexo industrial-militar – e uma transição perigosa para qualquer coisa equivalente a um envolvimento militar directo, teria pouco sentido em condições razoavelmente normais.

Independentemente dos desenvolvimentos que se venham a registar, a minha forte convicção é de que os EUA vão continuar a manter um governo constitucional de fachada, até serem surpreendidos pela falência financeira. Claro que a falência não significará o fim literal dos EUA tal como não foi para a Alemanha em 1923, para a China em 1948, ou para a Argentina em 2001/2002.

Na realidade, poderia abrir o caminho para uma inesperada restauração do sistema americano – ou das leis militares, ou para a revolução, ou simplesmente para algum novo desenvolvimento que ainda não conseguimos vislumbrar.

Certamente, uma tal bancarrota significaria a redução drástica do nosso padrão de vida, a perda do controlo nos assuntos internacionais, uma necessidade súbita de se ajustar à ascensão protagonismo de outras potências, incluindo a China e a Índia, e um maior descrédito da noção de que, em comparação com outros países, os EUA são de algum modo excepcional. Teremos de aprender o que significa ser um país extremamente pobre – assim como as atitudes e modos gerados por essa situação. Como observou Anatol Lieven , autor de America Right or Wrong: An Anatomy of American Nationalism:

"O poder global norte-americano, como é presentemente concebido pela maioria opressora da elite no poder, é insustentável... O império já não pode aumentar, para um nível que lhe seja suficiente, nem os impostos nem o número de soldados, está crescentemente endividado, e os estados vassalos chave já não são confiáveis... O resultado disto é que o império já não pode pagar o suficiente às tropas profissionais que necessita para cumprir as suas auto-assumidas tarefas imperiais".

Em Fevereiro de 2006, a administração Bush submeteu ao Congresso um orçamento de defesa de 439 mil milhões de dólares para o ano fiscal de 2007. Assim que o país entrou em 2007, a administração apresentou de novo ao Congresso um pedido suplementar de quase 100 mil milhões de dólares só para as guerras do Iraque e do Afeganistão. Enquanto isso, o défice de transacções correntes do país – o desequilíbrio no comércio de bens e serviços, assim como nas receitas do estrangeiro de juros de aplicação de capitais, e a dividendos e lucros devidos a rendimentos – sofreu já a sua mais rápida deterioração trimestral de sempre. Para 2005, o défice de transacções correntes era 805 mil milhões de dólares, 6,4% do PIB nacional. Em 2005, o défice do comércio norte-americano, o maior componente do défice de transacções correntes, disparou para o défice mais elevado de sempre, 725,8 mil milhões de dólares, o quarto ano consecutivo em que a dívida comercial dos EUA bateu recordes. Só com a China, o défice comercial atingiu 201,6 mil milhões de dólares, o valor mais elevado alguma vez registado com um país estrangeiro. Entretanto, desde meados de 2000, o país perdeu quase três milhões de postos de trabalho na indústria.

Para tentar conter estes desequilíbrios, em 16 de Março de 2006 o Congresso elevou o limite de dívida interna de 8.200 para 8.960 mil milhões de dólares. Desde que o George W. Bush entrou em funções, foi já a quarta vez que este limite teve de ser elevado. A dívida pública é o total em dívida da responsabilidade do governo e não deve ser confundida com o défice do orçamento federal, isto é, o montante líquido anual pelo qual as despesas federais excedem as receitas. Se o Congresso não tivesse elevado o limite, o governo norte-americano não poderia pedir emprestado mais dinheiro, tornando-se incapaz de fazer face ao pagamento das suas enormes dívidas.

Os dois maiores credores que financiam estas somas sem precedentes são os bancos centrais da China (com 853,7 mil milhões de dólares em reservas) e do Japão (com 831,58 mil milhões de dólares em reservas), que são os administradores dos enormes excedentes comerciais com os Estados Unidos. Isto ajuda a entender porque o nosso fardo da dívida ainda não despoletou o que a teoria económica padrão determinaria: um declínio agudo do valor do dólar norte-americano seguido por uma severa contracção da economia americana quando descobrirmos que não podemos mais dispor dos bens estrangeiros de que tanto gostamos. Até agora, tanto o governo chinês como o japonês continuam dispostos a serem pagos em dólares a fim de sustentar as compras americanas das suas exportações.

A bem do seu próprio nível de emprego interno, ambos os países emprestam enormes quantias ao Tesouro americano, mas não existe qualquer garantia de por quanto tempo mais eles quererão, ou poderão, continuar a fazê-lo. Marshall Auerback, um estratego financeiro internacional, diz que nos tornámos numa "economia Blanche de Dubois" (assim nomeada pelo estilo de liderança da peça de Tennessee Williams: Uma rua chamada desejo, A Streetcar Named Desire ) fortemente dependente da "bondade de estranhos". Infelizmente, no nosso caso, como no de Blanche, há cada vez menos estranhos dispostos a suportar as nossas ilusões.

Assim a minha esperança é de que – se o povo americano não encontrar uma forma de optar pela democracia ao invés do império – ao menos a nossa aventura imperial não termine com uma explosão nuclear e sim com um desastre financeiro. Deste ponto de vista, para qualquer presidente (ou Congresso) de qualquer dos partidos, é certamente um tremendo desafio iniciar a tarefa de desmantelar o complexo industrial-militar, terminar com a mortalha do segredo da "segurança nacional" e dos "orçamentos negros" que fazem omissão pública daquilo que nos parece impossível que o nosso governo possa fazer, e trazer o exército secreto do presidente, a CIA, para debaixo do controlo democrático. É evidente que Nemesis – em mitologia grega, a deusa da vingança, a castigadora do orgulho e da arrogância – é já uma visitante do nosso país, simplesmente a aguardar o momento para tornar conhecida a sua presença.

[*] Professor jubilado de Estudos Asiáticos da Universidade de Califórnia, San Diego. De 1968 a 1972, serviu como consultor do Office of National Estimates da Central Intelligence Agency. Nemesis: The Last Days of the American Republic , o último volume da Trilogia da sua Blowback Trilogy, foi publicado em Fevereiro de 2007. Em 2006 participou no documentário premiado Why We Fight.

[1] Blowback: literalmente, explosão para trás. Também poderia ser traduzido por "tiro pela culatra".

Fonte - Resistir


Mais sobre o império no contexto da profecia, aqui, aqui e aqui.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

O liberalismo da Nova Ordem Mundial

Estamos presenciando o enfraquecimento acentuado da moral em nossos dias, principalmente no campo da sexualidade. Comportamentos típicos de uma cultura pagã primitiva estão sendo impostos como normais à sociedade. É o vale tudo na busca desenfreada pelo prazer.

O sexo é um dom de Deus para a humanidade. É algo belo que foi criado por Deus para dar também prazer ao ser humano. Por isso, o modelo estabelecido por Deus para a prática do sexo deve ser a norma, e não a exceção: um homem e uma mulher devidamente comprometidos em uma relação matrimonial.

Até o fim da Idade Média o sexo foi encarado como algo pecaminoso, instrumento apenas de procriação (infelizmente, o cristianismo de então contribuiu para essa situação). Porém, em nossos dias estamos vivenciando o extremo oposto: uma busca irresponsável pelo prazer a qualquer custo. E isso graças à filosofia humanista pós-moderna que vem encarando tudo, inclusive a moral sexual, como sendo relativo, ao gosto do freguês.

A pressão da sociedade e a influência da mídia têm contribuído para popularizar o sexo livre antes de um compromisso permanente (Malhação e Big Brothers da vida) e para tornar o adultério um simples “caso” (novelas e Hollywood da vida).

No entanto, são as perversões como o homossexualismo, a pedofilia, o incesto e o bestialismo que demonstram a real situação de imoralidade a que chegou nosso mundo (a cultura brasileira, infelizmente, também incorporou o sensualismo e a imoralidade em seus diversos aspectos).

A Bíblia nos ensina que, embora Deus ame o pecador (João 3:16), Ele aborrece o pecado em si (Levítico 20:10-16 e 23). No caminho descendente da imoralidade sexual, o último estágio de degradação é o bestialismo (sexo com animais). Não causa admiração, portanto, saber que o garoto propaganda do neopaganismo mundial foi contratado para promover os primeiros passos rumo a tal aberração.

Na Holanda, o país com as políticas sociais mais liberais do mundo, a pedofilia já passou a ser bandeira política. Sem falar, é claro, do homossexualismo que avança a passos largos no mundo. (Confira aqui e aqui também.)

Mesmo o Vaticano, normalmente contrário ao homossexualismo, cometeu uma gafe.

Para você entender melhor as implicações da propaganda homossexual, leia o excelente texto de Júlio Severo.

“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4:8

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão... mais amigos dos prazeres que amigos de Deus.” II Timóteo 3:1, 2 e 4

Fonte - Blog Minuto Profético

Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo

Dentro de 20 anos, uma proporção de dois terços da população do mundo deve enfrentar escassez de água, de acordo com a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, sediada em Roma. Segundo a FAO, o consumo de água dobrou em relação ao crescimento populacional no último século.

Pouco mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo já não têm acesso a água limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias, disse Pasquale Steduto, diretor da unidade de gerenciamento dos recursos hídricos da FAO. Segundo ele, mais de 2,5 bilhões não têm saneamento básico adequado. Steduto pediu maiores esforços nacionais e internacionais para proteger os recursos hídricos do planeta.

A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos. Em várias partes do mundo, agricultores que tentam produzir alimentos suficientes e obter renda também enfrentam estiagens sistemáticas e crescente competição por água. O que os agricultores têm que fazer, diz a FAO, é armazenar mais água da chuva e reduzir o desperdício ao irrigar suas plantações.

"A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O que é necessário é agir", afirma a agência das Nações Unidas.

Nota: "A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade, a terra está contaminada, por causa dos seus moradores; porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra; e os que habitam nela serão desolados..." Isaías 24

Fonte - Blog do Michelson Borges

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A sodomização do Brasil

por Carlos Reis em 13 de fevereiro de 2007

Resumo: Quando parece que a televisão brasileira atingiu o topo do lixo pornográfico, o SBT "inova" e desce um pouco mais no esgoto: incesto homossexual e sexo com animais.

© 2007 MidiaSemMascara.org

O ano de 2007 já tem um mês – um mês assustador. No mundo todo, incluindo os Estados Unidos, a Europa, Ásia, África e Américas, prosperam as idéias globalistas. São elas: o aborto, a eutanásia, o confisco dos filhos de famílias “desajustadas”, a liberação das drogas, a proibição do cigarro, a exagerada e por isso, suspeitíssima agenda ecológica do “aquecimento global”, o casamento gay, a abolição das fronteiras nacionais, etc., etc.

Entre todos esses ensaios de terror, mentiras e ardis sórdidos, desponta a idéia que os une: a concepção de uma Nova Ordem Mundial. E ela é afamilial, apátrida, desnacionalizada, atéia, e o pior: socialista. Nos Estados Unidos, o Council of Foreign Relations (Conselho de Relações Exteriores), subvencionado pesadamente pelos capitalistas americanos, busca suprimir a existência das fronteiras entre Estados Unidos, Canadá e México. Os planos para isso já estão adiantados. Procura-se substituir esses países por uma América só, com moeda única, sem religiões ou com uma só religião materialista e secular, do mesmo modo como se tenta fazer na Europa unificada do Euro. Os comunistas não estariam orgulhosos de destruir o Estado americano, como estão sendo nesses tempos modernos, sem a ajuda inestimável dos banqueiros e do grande business internacional, em especial, o americano!

O que isso tem de especial é que as tomadas de decisões desse nível se dão sob segredo e isso em democracias plenas e consolidadas, e não nas pantomimas pseudo-democráticas, semi-analfabetas e desonestas da América Latina. Essas decisões são tomadas em Comitês fechados; em comissões encarregadas de fazer os projetos e entregá-los prontos para a formalidade democrática votá-los e legitimá-los. Não importa o conteúdo ou o tema, o método de aprovação é sempre o mesmo: através de comissões secretas, poderosas política e financeiramente, e sem nenhuma consulta prévia à população. Não importa se a liberação das drogas e o fim do crime do aborto arruínem moralmente a população desses países – a Nova Ordem Mundial não está nem aí para os costumes dos povos. A idéia é uni-los, mesmo que para isso seja necessário inverter sua moral, sua lógica e sua consciência. A tragédia já está anunciada porque todos os movimentos históricos de unificação e imperialismo ideológico redundaram em enormes fracassos, sangrentos fracassos. E todos tiveram em comum a idéia globalizante, unificadora e salvadora. Os milhões de mortos do comunismo e do nacional-socialismo são as testemunhas disso!

Na atualidade é para isso que serve a ONU. No Brasil, por exemplo, não há nenhuma política de saúde ou de educação, e nenhuma idéia de cultura e cidadania que não tenha sido urdida em “comissões” da ONU ou de outros organismos internacionais. O politicamente correto globalizado é fabricado em grande escala nessa usina de destruição. Resta ao povo brasileiro assistir e aceitar inerme e abestalhado seus representantes aprovarem coisas que nem entendem nem imaginam de onde vieram. É por isso que a corrupção é tolerada e Lula se reelegeu – não interessa à Nova Ordem Mundial globalizada a destruição desse projeto que funciona tão bem e é tão “democrático”! É por isso que o Bush elogia tanto o Lula e sua competente administração. Bush faz parte do Council of Foreign Relations!

Então, não importa se o povo brasileiro não foi consultado sobre a liberação total do aborto, ou com o projeto que dará poderes ao Estado para roubar crianças de famílias “desajustadas”! Para quê vocês acham que trabalha um exército bem pago de políticos, psicólogos, médicos, jornalistas, juízes, professores universitários e promotores?

Como exemplo final da degeneração da moral brasileira, cito o programa do SBT “Aprendendo Sobre Sexo”, levado ao ar nos domingos pela psicóloga, mestre em Saúde, e soi disant sexóloga, Carla Cecarello. No programa de ontem, que casualmente assisti, e com uma brutal surpresa, essa tipa deu um show de safadeza. Perguntada por um gay que confessava fazer sexo com seu próprio pai e que parecia apenas preocupado com o uso da camisinha, a sexóloga sabichona deitou falação sobre os benefícios da dita cuja na prevenção da AIDS, não dando a mínima para a aberração que os telespectadores acabavam, estupefatos como eu, de ouvir ela ler! Logo em seguida essa sexóloga dos oprimidos, que não me espantaria se não estivesse a soldo da ONU e sua infame OMS (Organização Mundial de Saúde), mostrou-se muito preocupada em como proteger da AIDS um cavalo, dos assédios sexuais de uma telespectadora! Sodomia e incesto é normal na TV brasileira e na sociedade brasileira abestalhada.

Mas ela tem as costas quentinhas. Por trás daquela enorme safadeza televisiva está o braço da Nova Ordem Mundial e sua degenerada proposta de destruição das instituições cristãs-judaicas e do edifício jurídico constitucional do Ocidente. Mas vejam, eles não fazem nada fora da lei; eles fabricam as leis da safadeza. O gaysmo, por exemplo, passará a ser doutrina obrigatória nas escolas e quem denunciar isso vai para a cadeia! Até ontem a perversão sexual era tratada como ela é, uma perversão, como o cavalinho treinado da telespectadora tarada do SBT. Hoje, quem é contra a idéia já pode ser enquadrado – torna-se um criminoso! Em breve, fumar um cigarro Hollywood no segundo andar do seu prédio poderá dar cadeia. Enquanto isso as FARC distribuem drogas no Brasil, sem que a tal Força Nacional de Segurança do Lula faça algo, já que não ousa pôr os pés nas favelas e nas áreas liberadas do narcotráfico.

Esses projetos elaborados em comissões secretas e poderosas, interessadas em dar ao mundo a sua própria cara pervertida e sua visão deformada da realidade e do ser humano, são a matéria-prima com que trabalham os nossos políticos. Os políticos brasileiros, sem exceção, vou repetir devagarinho, sem exceção, são marionetes desse projeto global. Tenha o partido o nome que tiver, seja o político quem for, estão eles sob o jugo e o temor dessa ditadura fenomenal. Jamais ousarão confrontá-la; ela os destruiria rapidamente! Temas tão absurdos como a legalização do rapto estatal de crianças já chegarão prontos para os negociantes do parlamento. Perto disso, proibir o cigarro e condenar os pais de crianças obesas à prisão é brincadeirinha apenas para americanos!

Da mesma maneira os intelectuais de miolo mole como essa doutora especialista em sacanagem do SBT, fazem o papel perfeito de propagadores do vírus da dissolução da família, das instituições e das nações. A maioria é idiota inconsciente. Uma minoria, no entanto, já está sendo bem remunerada para fazer papéis mais ativos e conscientes. A cultura brasileira, toda ela, está contaminada com a idéia dissolutiva e relativizadora da realidade; uma idéia que faz tabula rasa da moral e do costume – de fato, atenta contra eles!

Os meios de comunicação são isso em sua esmagadora maioria. O ambiente universitário já está podre há pelo menos duas décadas! Idiotas perfeitos que vivem se auto-bajulando, se auto-promovendo e se auto-financiando são admirados e consagrados. Quem lhes contradiz, se conseguir provar que não está louco, será eliminado do mercado de trabalho e jamais receberá verbas estatais. ONGs de sacanagem são uma tentação para um povo já degenerado e dissoluto como o povo brasileiro! Quem sabe você não funda uma ONG em defesa dos cavalinhos treinados?

Foi pouco? Esperem o ano todo que terá mais! Desse só se passaram 30 e poucos dias!

Fonte - Mídia sem Máscara

Ainda no tema, aqui.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

EUROPEUS CRIAM SCANNER PARA "LER" PENSAMENTOS

Cientistas usam equipamento para analisar atividade cerebral.
Dados são utilizados para prever intenções dessas pessoas.

Um grupo de cientistas desenvolveu uma nova técnica que, em testes, permitiu prever as intenções das pessoas por meio da análise de sua atividade cerebral, informou nesta sexta-feira (9) o jornal britânico "The Guardian".

A técnica, que segundo a publicação deverá trazer conflitos éticos, permite detectar mudanças na atividade cerebral com a ajuda de um scanner de alta resolução, que indica o que uma pessoa pensa em fazer antes de realizar a ação.

Especialistas do Instituto de Ciências Cerebrais e Cognição Humana Max Planck da Alemanha, em colaboração com colegas do University College de Londres e da Universidade de Oxford, identificaram faixas de atividade cerebral que, depois, puderam ser traduzidas em pensamentos coerentes.

A pesquisa foi baseada em uma série de estudos anteriores nos quais as imagens do cérebro foram utilizadas para detectar as mudanças associadas à mentira, ao comportamento agressivo e ao preconceito racial. Os cientistas pediram a um grupo de voluntários que decidissem se iriam somar ou diminuir dois números que apareceriam posteriormente em uma tela.

Antes de mostrarem os números, escanearam os cérebros destas pessoas usando uma técnica especial de ressonância magnética para, depois, analisar os resultados com um software desenvolvido para detectar diferenças sutis da atividade cerebral.

Os cientistas observaram que a área do córtex pré-frontal sofria alterações caso o voluntário pretendesse somar ou diminuir os números. De posse destas informações, os especialistas conseguiram prever a intenção dos voluntários, com acerto em 70% dos casos.

"Com a utilização do scanner, pudemos rastrear o cérebro na busca da informação e ler algo que, de fora, jamais poderíamos saber", disse ao jornal John Dylan Haynes, um dos autores da pesquisa. "Novas técnicas estão surgindo e precisamos fazer um debate ético sobre suas implicações", acrescentou o professor, que antecipou a polêmica que pode gerar a utilização deste tipo de evidência no combate ao crime.

Fonte - G1

Mais no tema, aqui.
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