sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A Exactidão do Erro

Os contornos dos eventos finais claramente vêm sendo noticiados pela mídia, sendo esta , na grande maioria das vezes, completamente alheia ao conhecimento do texto bíblico. As impressões do articulista abaixo transcritas e assinaladas, vão de encontro ao estudo mais aprofundado do quadro profético que se afigura cada vez mais próximo.

Publicado na Visão em 28 de Setembro de 2006

Boaventura de Sousa Santos
bsantos@ces.uc.pt

O comentário no Ocidente ao discurso do papa alinhou-se pelas seguintes ideias: não foi um discurso do papa, foi um discurso do professor; talvez o papa tenha cometido um erro ao escolher a citação do Imperador de Bizâncio, mas isso não justifica as violentas reacções no mundo islâmico; o enfoque central do discurso foi a relação entre a razão e a fé, e a crítica do moderno secularismo ocidental.

Por que razão nenhum destes argumentos é convincente? O papa falou como papa e escolheu o contexto que lhe permitisse romper mais claramente com a doutrina papal até agora vigente. Essa doutrina, vinda do Concílio Vaticano II e continuada pelo Papa João Paulo II, era a do ecumenismo e do diálogo entre religiões, no pressuposto de que todas são um caminho para Deus e têm, por isso, de ser tratadas com igual respeito, mesmo que cada uma reclame uma relação privilegiada com a Revelação. O ecumenismo obrigava a considerar como desvios ou adulterações o uso da violência como arma de afirmação religiosa. Esta posição é desde há muito questionada pelo actual papa, para quem a superioridade da religião cristã está na sua capacidade única de compatibilizar a fé e a razão: agir irracionalmente contradiz a natureza de Deus, uma verdade perene que decorre da filiação do Cristianismo na filosofia grega. Ao contrário, no Islão o serviço de Deus está para além da racionalidade. Por isso, a violência islâmica não é um desvio, antes é inerente ao Islão, o que faz do Islamismo uma religião inferior. Esta doutrina está bem documentada na sua condenação dos teólogos mais avançados no diálogo ecuménico, na sua recusa em designar o Islão como uma religião de paz, na sua posição contrária à entrada da Turquia na União Europeia, dada a incompatibilidade essencial entre Islamismo e Cristianismo e ainda na sua convicção de que o Islão é incompatível com a democracia.

É, pois, claro que o papa não cometeu um erro. Foi exacto no modo como formulou a sua provocação. Aliás, se o seu discurso pretendesse ser uma lição de teologia, ela seria de péssima qualidade. Porque não referiu o contexto da conversa entre o imperador e o persa e ocultou o passado beligerante e cruzadista do primeiro? Porque não citou outras opiniões contemporâneas totalmente contrárias à que preferiu? Porque não referiu que em qualquer das religiões abraâmicas há preceitos que podem justificar o recurso à violência, assim tendo sucedido em nome de todas elas? Perante estas interrogações, é necessário analisar o discurso do papa pelos seus reais objectivos políticos. O primeiro e o mais óbvio é o de apor o selo do Vaticano na guerra de Bush contra o Islão e na guerra de civilizações mais vasta que a fundamenta. Tal como João Paulo II alinhara o Vaticano com os EUA na luta contra o comunismo, Bento XVI pretende o mesmo alinhamento, agora na luta contra o Islamismo. Em seu entender, perante o avanço do Islão a resposta tem de ser mais dura, e precisa do poder temporal para se concretizar. Tal como aconteceu com as Cruzadas ou a Inquisição. Trata-se, pois, de uma teologia de vencedores, uma teologia teo-conservadora, paralela à política neoconservadora.

O segundo objectivo é muito mais vasto. Ao defender uma relação privilegiada entre o Cristianismo e a racionalidade grega, o papa visa estabelecer o Cristianismo como a única religião moderna. Só no âmbito dela é possível conceber "actos irracionais" (a perseguição dos judeus, as guerras religiosas, a violenta evangelização dos índios) como desvios ou excepções, por mais recorrentes que sejam. Por outro lado, visa fazer uma crítica radical a um dos pilares da modernidade: o secularismo. O papa questiona a distinção entre o espaço público e o espaço privado, e acha "irracional" que a religião tenha sido relegada para o espaço privado. Dessa "irracionalidade" decorrerão todas as outras que atormentam as sociedades contemporâneas.

Daí a urgência de trazer a mensagem cristã para a vida pública, para a educação e a saúde, para a política e a cultura. O perigo desta crítica do secularismo está em que ela coincide com a posição dos clérigos islâmicos mais extremistas para quem, em vez de modernizar o Islão, há que islamizar a modernidade. Os opostos tocam-se, e não se tocam para dialogarem, senão para se confrontarem. A irracionalidade deste choque reside nas concepções estreitas de racionalidade de que se parte. De um lado, uma racionalidade que transforma a fé numa crença racional ocidental; do outro, uma racionalidade que transforma a razão na manifestação transparente da intensidade da fé islâmica. A luta contra estes extremismos é mais urgente do que nunca, pois sabemos que eles foram no passado os incubadores de guerras e genocídios devastadores. Mas pode o Ocidente lutar contra o extremismo do Oriente do mesmo passo em que reforça o seu?


http://www.ces.uc.pt/opiniao/bss/166.php

Lucas 21:28
Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

O ataque final do dragão – Parte 2

“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. Apocalipse 12:17

O mundo moderno está presenciando um reavivamento do paganismo. A cosmovisão cristã está sendo deixada de lado, e em seu lugar muitos estão adotando conceitos e práticas pagãs. E essa mudança tem um só objetivo: preparar o mundo para o ataque final do dragão contra os remanescentes de Deus.

OS FATOS:

1. Em julho de 2003, em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, o tabelião Ercy da Silva Cardoso, de 71 anos (na época), foi assassinado pelo caseiro Leandro Rocha Almeida. Segundo o réu, a mandante do crime foi Iara Marques Barcelos, de 63 anos, que foi julgada por júri popular no fim do mês de maio (2006). Essa história seria apenas mais uma entre tantas outras que fazem aumentar as estatísticas da violência. Porém, um fato interessante transformou a história em notícia: é que duas cartas psicografadas foram usadas como argumento de defesa pelo advogado e acabaram por ajudar na absolvição da acusada. As cartas foram psicografadas pela Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz a pedido do marido da ré, Alcides Chaves Barcelos.

Outro fato que demonstra o crescimento e a influência do espiritismo ocorreu em 28 de outubro de 2004, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O deputado federal Luiz Carlos Bassuma (PT–BA) fez um discurso na sessão solene em homenagem ao bicentenário do nascimento de Allan Kardec, considerado o fundador da doutrina espírita. Ao fim do discurso, para espanto de todos os presentes, durante pouco mais de três minutos, ele foi tomado por um espírito e sua voz ficou alterada bem como sua fisionomia. O deputado é espírita kardecista há 20 anos e, segundo ele, aquela foi a décima manifestação que recebeu só em 2004.

2. Nas Filipinas, o juiz Florentino Floro, de 53 anos, tomava suas decisões mediante a ajuda de três duendes com quem diz ter feito um pacto que o habilitava a escrever em transe. A mídia local afirmou que todas as sextas-feiras ele trocava sua beca azul por uma preta para recarregar as energias psíquicas. Ainda que neste caso o juiz tenha sido afastado de suas funções devido à polêmica ajuda sobrenatural que recebia, só em saber que um profissional ocupando cargo tão importante fazia uso de práticas ocultistas no seu trabalho, já é fato suficiente para nos mostrar a que ponto as influências pagãs chegaram no mundo atual.

Claro que não é só lá do outro lado do mundo que os “duendes” têm seus admiradores. Aqui no Brasil muita gente exibe com orgulho em seus carros um adesivo onde se lê “Eu acredito em duendes”. Sem falar nas pessoas famosas, como a apresentadora de programas infantis Xuxa, que têm se dedicado a influenciar a imaginação das crianças com crenças ligadas ao ocultismo – ela atuou em dois filmes por título “Xuxa e os duendes”.

3. Por falar em influência com crianças, a grande sensação mundial a favor do paganismo, sem dúvida alguma, é o fenômeno "Harry Potter". A série de sete livros sobre o pequeno bruxo Harry Potter, da autora J. K. Rowling, que já ganhou as telas de Hollywood, tem se tornado o carro-chefe para disseminação do paganismo nas mentes juvenis do mundo todo. O enredo dos livros é escrito de maneira a envolver as crianças num mundo de fantasia e imaginação, e criar o desejo de experimentar os poderes ocultos da magia. É a maior cilada do dragão em nossos dias. Os livros já foram traduzidos em dezenas de línguas ao redor do mundo e, em algumas cidades, inclusive aqui do Brasil, tornaram-se livros-textos para sala de aula. Como resultado, Rowling foi eleita a maior escritora britânica viva.

4. Pegando carona no fenômeno “Harry Potter”, a Disney lançou uma revista de bruxaria direcionada a meninas adolescentes. Witch, como foi chamada, significa “bruxa”, em inglês. Os direitos autorais já foram adquiridos por empresas em dezenas de países, e aqui no Brasil, a editora Abril publica mensalmente a revista com o nome original em inglês. A revista ensina às garotas como fazer feitiços e a lidar com os poderes ocultos da magia. Além disso, incentiva a consulta aos astros, a participação em festas pagãs como o Halloween e tudo mais que se relaciona com a bruxaria e o ocultismo.

5. Os adultos também têm suas fontes de ocultismo aqui no Brasil. Uma delas é o autor Paulo Coelho, tido como “o mago do Brasil”. De alquimia a bruxaria, ele já publicou mais de dez obras. A última está sendo lançada neste mês e tem como título “A bruxa de Portobello”. Considerado o escritor brasileiro mais lido aqui e também no exterior, seus livros já são comercializados até no Irã, país considerado fechado devido ao extremismo religioso. Sobre o último livro lançado neste mês, a revista Veja, de 27 de setembro de 2006, dedica uma matéria com o título “A bruxa está à solta”. O comentário final resume a matéria assim: “Disfarçada em conversa pseudofeminista sobre a reabilitação da ‘Deusa Mãe’ reprimida pelas religiões ‘oficiais’, A Bruxa de Portobello traz uma apologia descarada do curandeirismo e da irracionalidade. Paulo Coelho não é apenas mais um mau escritor: seu obscurantismo é nocivo. Não se deve perdoá-lo pelo sucesso.” Enfim, alguém da mídia secular tocou no ponto certo.

“Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!” Romanos 1:25.

Fonte - Blog Minuto Profético

O ataque final do dragão – Parte 1

“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos”. Apocalipse 12:9

Embora os cristãos não tenham dúvida sobre quem é o dragão na profecia bíblica, é bom lembrar que, em segundo plano, o dragão do apocalipse 12 também representa o Império Romano, cuja principal religião era o paganismo. Isso pode ser comprovado por dois fatos:

1. “O dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.” Apocalipse 12:4. Já que “mulher” na profecia representa “igreja”, ou “povo de Deus” (Isaías 54:5 e 6), o ataque do dragão ao seu “filho” é, portanto, a representação simbólica do ataque do diabo contra Jesus Cristo, desferido logo depois do Seu nascimento – o instrumento usado foi o Império Romano, controlado pelo paganismo, na pessoa do rei Herodes (Mateus 2:1-12 e 16-18).

2. “Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.” Apocalipse 12:13. A perseguição contra o “povo de Deus” (mulher) ocorreu nos primeiros séculos da Era Cristã, quando o Império Romano, controlado pelo paganismo, perseguiu e matou milhares de cristãos. Muitos foram atirados aos leões no Coliseu Romano; outros foram lançados nas prisões e outros ainda foram crucifixados de cabeça para baixo. Como se pode observar, em ambos os casos o agente usado pelo diabo foi o Império Romano, cuja religião era o paganismo.

O Apocalipse ainda deixa claro que os cristãos remanescentes (dos últimos dias) enfrentariam também a fúria do dragão: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” Apocalipse 12:17. Conhecendo esta profecia e também a maneira como o diabo agiu no passado, os cristãos podem esperar um novo despertar do paganismo em âmbito mundial, um novo crescimento que preparará o caminho para o último ataque do diabo contra o povo de Deus, antes do retorno de Cristo. E isso já está ocorrendo!

OS FATOS:

1. O paganismo tem como característica básica a adoração da criatura em lugar do Criador, e, na atualidade, o neopaganismo pode ser observado em diversas crenças e práticas tais como: Magia Branca, Magia Negra, Feitiçaria, Satanismo, Espiritismo, Vodu, Bruxaria, Wicca, Macumba, Umbanda, Candomblé, Movimento Nova Era, Gnosticismo, Sociedades Secretas (Maçonaria, Rosacruz, Illuminati, Caveira e Ossos), no contato com duendes, elfos e gnomos, e também dentro do ocultismo – astrologia, tarô, búzios, quiromancia, bola de cristal.

2. A Wicca é uma religião ligada à bruxaria e foi criada pelo escritor britânico Gerald Gardner, na década de 1940. Com um notável crescimento desde a década de 1990, especialmente em países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Argentina e Brasil, atualmente conta com 12 milhões de seguidores espalhados pelo mundo, os quais praticam rituais mágicos usando instrumentos como vassouras, caldeirões, cálices, punhais, vestidos e bastões.


3. O dia 21 de junho é um dos oito dias sagrados no calendário anual dos pagãos. O solstício de verão (hemisfério norte) é uma data apropriada para reunir milhares de pagãos no círculo de pedras de Stonehenge, Inglaterra. Conhecido também como Templo do Sol, era ali onde, no passado, os Druidas, sacerdotes pagãos dos Celtas, celebravam rituais em homenagem aos seus deuses.

4. Para comprovação de que o paganismo se torna um fenômeno moderno, basta verificar que a Universidade de Brasília (UnB), uma das instituições de ensino e pesquisa mais prestigiadas do País, oferece um curso de astrologia e investe em pesquisas com mapa astral.

A influência do dragão do Apocalipse, portanto, já pode ser sentida nos quatro cantos da Terra.

Fonte - Blog Minuto Profético

Ameaças às Liberdades

Eclipse da democracia
Tribunais de exceção, tortura, prisões secretas. Parlamentos engolfados pelos Executivos. Vigilância e escutas ilegais. Em nome da segurança, grandes conquistas dos séculos passados são, uma a uma, atacadas nos EUA e Reino Unido
Philip S.Golub
6 de setembro de 2006

O arquipélago de prisões secretas da CIA
Uma comissão do Parlamento Europeu começa a levantar o manto de sigilo que encobre os "centros de detenção extraordinária dos EUA". Complementos da leis de exceção baixadas após o 11 de Setembro, eles podem estar associados a seqüestros, tortura e execuções
Giulietto Chiesa
6 de setembro de 2006

O Império ilude a si mesmo
Como a CIA e outras agências foram manipuladas, nas guerras contra Vietnã e Iraque, para produzir as "informações" que interessavam à Casa Branca e iludir a opinião pública. Por que esta deformação pode ser catastrofica para os próprios planos militares dos EUA
Gabriel Kolko
1º de abril de 2006

Retrato do novo Gulag
Relatórios de organizações de direitos humanos traçam um perfil do campo de concentração mantido pelo Pentágono em Guantanamo - e revelam a resistência dos prisioneiros
Marie-Agnès Combesque
1º de fevereiro de 2006

Torturas
Os EUA alteraram a definição jurídica de tortura, treinaram batalhões para maltratar prisioneiros e estariam criando, em outros países o “gulag de nossa época”. Além de atingir a imagem de Washington no mundo, esta tendência representa um grave ataque à democracia
Ignacio Ramonet
1º de dezembro de 2005

Cérebro, mentiras e antiterrorismo
O ambiente de vigilância social que se espalhou no Ocidente após o 11 de setembro acaba de parir mais um monstro: o suposto monitoramento cerebral, para detectar mentiras
Olivier Oullier
1º de dezembro de 2005

O que estamos fazendo no Iraque?
Após 27 meses de ocupação americana e da escalada de violência e mortes que acarreta por todos os lados, a guerra inventada por Bush segue vitimando também os norte-americanos, sua juventude, suas liberdades e seu modo de viver
Howard Zinn
1º de agosto de 2005

As florescentes indústrias do medo permanente
A guerra contra o terrorismo fortalece um projeto de sociedade que ameaça as liberdades civis e é gerido pela colaboração sem limites de instituições públicas com poderes privados, que encontram na gestão do medo uma reserva durável de lucro
Denis Duclos
1º de agosto de 2005

Lições da história
A II Guerra não somente abalou a geopolítica internacional como a própria mentalidade das pessoas. Mas os atuais representantes de seus vencedores parecem ter esquecido suas lições
Ignacio Ramonet
1º de maio de 2005

Em busca do novo inimigo
Depois do 11 de setembro, os serviços de segurança europeus e americanos buscam um novo inimigo estratégico na figura difusa de um grupo terrorista islâmico – que se torna a grande ameaça aos valores da liberdade e da democracia
Laurent Bonelli
1º de abril de 2005

Um controle incontrolável
Em nome da urgência e da amplitude das “ameaças” que pesariam sobre a sociedade, a legislação antiterrorista sacrifica a liberdade individual e cria um estado de exceção
Laurent Bonelli
1º de abril de 2005

Quem tem medo do Big Brother?
O controle social não é mais visto como relação política de dominação e sim como elemento necessário e bem aceito por cidadãos que a ele se submetem voluntariamente
Denis Duclos
1º de agosto de 2004

Imagens e carrascos
Uma guerra colonial caracteriza-se pela arrogância dos invasores, por sua convicção de terem origem numa categoria superior, pelo desprezo pelo colonizado
Ignacio Ramonet
1º de junho de 2004

Entre ameaças externas e bloqueios internos
Seria possível condenar a política de agressão permanente do governo norte-americano em relação a Cuba e, ao mesmo tempo, lembrar as violações das liberdades políticas na ilha sem ser objeto de um fogo cruzado de críticas?
Janette Habel
1º de junho de 2004

Os crimes norte-americanos no Afeganistão
A organização Human Rights Watch denuncia, de forma vigorosa, as violações do direito internacional pelas tropas norte-americanas no Afeganistão em um relatório divulgado no dia 9 de março. São descritas violações das convenções de guerra, saques, mortes suspeitas de civis e tortura. O relatório, que passou despercebido para a grande imprensa tem seus principais trechos reproduzidos pelo Diplô
1º de abril de 2004

Antiterrorismo
Em nome da ?segurança? e seguindo o exemplo dado por Washington, vários governos dos países ditos democráticos adotam medidas que restringem as liberdades civis, abrindo caminho para os regimes mais repressivos endurecerem ainda mais
Ignacio Ramonet
1º de março de 2004

Guantánamo, a ilegalidade total
Depois de dois anos de detenção, violando as leis internacionais, membros do judiciário, das organizações humanitárias e dos meios de comunicação denunciam a recusa do governo Bush em permitir um processo judicial legal para os 660 presos de Guantánamo
Augusta Conchiglia
1º de janeiro de 2004

Leis “patrióticas”
Mais de mil muçulmanos originários de países árabes e do Sudeste Asiático residentes nos EUA foram vítimas das medidas liberticidas adotadas pelo governo Bush, permitindo prever o que poderá ser feito amanhã contra cidadãos norte-americanos
Augusta Conchiglia
1º de janeiro de 2004

Vigilância absoluta
Qualquer pessoa que viajar para os Estados Unidos terá suas informações de caráter pessoal entregues à polícia de imigração norte-americana, com particular atenção para com os latino-americanos, muçulmanos e oriundos do Oriente Médio
Ignacio Ramonet
1º de agosto de 2003

Palavras que poluem o pensamento
No V Congresso Internacional de História dos Conceitos, acadêmicos alertaram para as manipulações dissimuladas pela linguagem, como na obra de George Orwell. A palavra da moda, “resiliência”, é exemplo dessa ideologia camuflada por uma “novilíngua”
Serge Tisseron
1º de agosto de 2003

A vigilância anti-muçulmana
Para alguns intelectuais norte-americanos, os costumes muçulmanos são preocupantes e é preciso "vigiar e informar" sobre as atividades dos professores universitários especialistas em Oriente Médio, que "parecem não gostar de seu país".
Joel Beinin
1º de julho de 2003

A revanche dos juízes de Atenas
O processo repleto de irregularidades dos supostos membros do grupo terrorista 17-N inscreve-se no ambiente desta nova doutrina, em que a “defesa da democracia” justifica que se espezinhem os direitos elementares dos cidadãos
Gilles Perrault
1º de maio de 2003

Os demolidores de liberdades
Um ano e meio após o temível ’Patriot Act’, o ’Domestic Security Enhancement Act’ é um projeto que fala por si mesmo: entre outros absurdos, exige o registro do DNA de estrangeiros suspeitos de delitos e de cidadãos norte-americanos suspeitos de terrorismo
Philippe Rivière
1º de março de 2003

Os tentáculos da segurança digital
O Sistema de Informações da União Européia é assustador. Mas os governos querem mais: pretendem integrar ao arquivo central do banco de dados fotografias, impressões digitais, impressões de DNA e dados biométricos de “estrangeiros indesejáveis”
Jelle Van Buuren
1º de março de 2003

Adeus às liberdades
Em nome da “guerra justa” contra o terrorismo, toda transgressão é permitida. Washington não hesitou em estabelecer alianças com dirigentes pouco recomendáveis: o general golpista Musharraf, do Paquistão, e o ditador Karimov, do Uzbequistão
Ignacio Ramonet
1º de janeiro de 2002

Rumo à remilitarização?
Apesar de se falar em terrorismo, tráfico de drogas etc., na verdade é a instabilidade política e econômica – que sempre serviu de pretexto para legitimar a intervenção norte-americana – que “reaparece como uma ameaça potencial à segurança da região”
Janette Habel
1º de janeiro de 2002

Uma onda macartista nos EUA
O governo Bush elaborou um plano tripartite para erradicar o terrorismo: além da criação do Departamento de Defesa do Território e dos milhares de interrogatórios e detenções em curso, o Congresso acaba de aprovar dispositivos liberticidas
Michael Ratner
1º de novembro de 2001

Fonte - Le Monde

Eclipse da democracia

Tribunais de exceção, tortura, prisões secretas. Vigilância e escutas ilegais. Parlamentos dominados pelos Executivos. Em nome da segurança, grandes conquistas dos séculos passados são, uma a uma, atacadas nos EUA e Reino Unido

Philip S.Golub

Poucas vezes a distância entre democracia real e democracia formal foi tão grande. Em quase todos os países democráticos "avançados", poderes Executivos de baixa legitimidade governam há anos sem – e freqüentemente contra – o assentimento popular. Na França, no Reino Unido, nos Estados Unidos e em outros lugares, o Executivo se autonomizou da sociedade, impondo-lhe, em uma marcha para frente neoliberal e neoconservadora cega, "reformas" sociais reacionárias, assim como medidas disciplinares e de segurança cada vez mais repressivas.

Assiste-se, ao mesmo tempo, a uma concentração do poder Executivo e a uma marginalização dos contra-poderes, e até mesmo, como é o caso no Reino Unido e nos Estados Unidos, a uma revisão dos fundamentos dos equilíbrios institucionais que constituem desde suas origens o projeto liberal-democrático. Esse duplo movimento de autonomização e de concentração do poder foi poderosamente ampliado pela "guerra contra o terrorismo" e o estado de exceção que, desde 2001, sobredeterminam os campos do real.

No Reino Unido, o governo de Tony Blair acentuou o movimento, já aparente sob Margaret Thatcher (1979-1990), de "presidencialização" das instituições britânicas. Nos últimos anos, o primeiro-ministro tentou reconfigurar os equilíbrios institucionais minando as prerrogativas do Parlamento, limitando a autonomia da justiça e restringindo as liberdades. Enquadra-se aí a Criminal Justice Act (2003),"que impõe penas obrigatórias e mínimas, e reduz a capacidade dos juízes de adaptar a punição aos casos particulares"; a Prevention of Terrorism Act (2005), que "permite ao Ministro do Interior restringir a liberdade das pessoas suspeitas de estarem implicadas em atividades terroristas", sem garantia judiciária adequada; e a Enquiries Act (2005), que "limita a independência dos juízes nomeados para dirigir as investigações, autorizando os ministros a escolher os elementos de prova que poderão ser, ou não, tornados públicos." [1] Ainda mais grave, o habeas corpus, a proteção mais antiga dos direitos da pessoa contra a arbitrariedade do Estado, é ameaçado pela nova legislação antiterrorista.

Até então dócil, o Parlamento recusou-se, no entanto, a consentir uma expansão maior ainda do poder discricionário do executivo, que era prevista no Legislative and Regulatory Reform Bill de 2006. Por trás de uma reforma administrativa anódina, esse projeto de lei "dava aos ministros poderes arbitrários" [2], permitindo-lhes legislar por decretos, sem controle parlamentar limitador. A medida esvaziaria de fato o Parlamento de sua substância. Diante da resistência dos lords, que não quiseram manifestamente consentir na sua própria autodissolução, a "lei de abolição do parlamento", como a qualificavam seus detratores, teve de ser emendado por Downing Street [3].

A extensa lista das restrições às liberdades

Mas, ainda que o Executivo tenha sido obrigado a ceder nesse caso particular, isso não deixa de significar que Blair esteja desconstruindo paulatinamente a democracia britânica. Como disse Henry Porter, causa "um mal enorme à Constituição, à tradição de soberania parlamentar, à independência do poder judiciário, aos direitos da pessoa e à relação complexa entre o indivíduo e o Estado" [4].

Nada disso é verdadeiramente surpreendente vindo de um primeiro-ministro que se refugia na idéia de que apenas Deus julgará seus atos, ou de um governo que preconiza "o imperialismo liberal" e a necessidade "de reatar com os métodos mais rudes de uma outra era — a força, o ataque preventivo, a mentira e tudo mais que se revele necessário para combater aqueles que vivem ainda no século 19" [5].

Nos Estados Unidos, a amplitude do recuo democrático é espantosa. Através de um estado de exceção não-declarado, mas efetivo, o governo Bush procede à demolição sistemática da ordem constitucional. Governar por decretos secretos e decisões presidenciais arbitrárias tornou-se uma prática normal do Estado, como atestam as revelações cotidianas sobre a tortura, a existência de um arquipélago de prisões secretas e as operações não legais de espionagem interior.

Agindo por trás de uma cortina de segredos, o Executivo norte-americano arrogou-se consideráveis poderes extra-jurídicos. Pisa nos tratados internacionais e empreende guerras preventivas; prende, tortura e mantém indefinidamente detido, sem julgamento, qualquer um que tenha sido identificado por decreto presidencial como um "combatente ilegal"; apóia-se na criação de um "sistema" judiciário paralelo e secreto, colocado sob o controle direto do Pentágono e da Casa Branca; em poucas palavras: atribui a si mesmo o poder de ultrapassar a ordem existente definida pelo direito internacional e nacional.

Essa tomada de poder que se efetua metodicamente cortando cada vez mais as atribuições e competências dos outros braços do governo suscita resistências institucionais: no meio de dezembro de 2005, o Senado tentou finalmente interditar os "tratamentos cruéis, desumanos e degradantes" infligidas aos detentos (Detainee Treatment Act). No mesmo sentido, a Corte Suprema derrotou o presidente no início de julho, declarando anticonstitucionais os tribunais militares de exceção instaurados pela Casa Branca na Baía de Guantánamo. Mas, nos dois casos, o Executivo contorna ou tenta contornar o obstáculo: a pressão insistente da Casa Branca venceu a resistência da iniciativa do Senado. Novas formulações na lei senatorial não somente anulam seu efeito, mas poderiam muito bem abrir o caminho para uma "legalização" da tortura, "legitimando" a apresentação, diante das jurisdições norte-americanas, de depoimentos obtidos por esses métodos [6].

Em 30 de dezembro 2005, apenas alguns dias após o voto do Senado, o presidente George W. Bush reafirmava que seus "poderes como Comandante em Chefe e dirigente do ’braço executivo unitário’" (expressão referente a uma filosofia jurídica que afirma a primazia absoluta do Executivo sobre o Legislativo e o Judiciário) o autorizam a fazer "tudo aquilo que for necessário para defender a América", suscitando esta advertência por parte do senador Edward Kennedy: "Qualquer que seja a legislação do país, quaisquer que sejam os textos que tenham sido redigidos pelo Congresso, o braço executivo [reivindica] o direito de autorizar a tortura sem medo de inquéritos judiciários" [7].

Quanto ao julgamento da Corte Suprema sobre os tribunais militares, a Casa Branca tenta atualmente contorná-lo fazendo "legalizar (por uma nova lei do Congresso) ações ilegais", segundo expressão do New York Times. O esforço é transparente: trata-se "de minar a separação constitucional dos poderes" [8]...

Como se cria a "emergência permanente"

Essa vontade já estava presente antes do 11 de setembro. "Mesmo sem os atentados", destaca um pesquisador, "estava claro que o governo Bush iria agir unilateralmente cada vez que pudesse fazê-lo, e iria sistematicamente empurrar para cada vez mais além os limites do poder presidencial" [9]. Após os atentados, o presidente metamorfoseou-se em César norte-americano, enquanto as vozes dissidentes foram reduzidas ao silêncio pelo medo e pela mobilização do sentimento nacionalista.

Em suma, as barreiras que restringem habitualmente, em uma sociedade democrática, o uso arbitrário do poder coercitivo do Estado, desmoronaram. Testemunha disso são os memorandos de triste notoriedade sobre a tortura, redigidos por Alberto Gonzáles (atual ministro da Justiça) em 2002, reconhecendo o poder "constitucional" do presidente de utilizar, em tempo de guerra, todos os meios necessários, sem exceção, para o cumprimento de sua missão de "Comandante em Chefe" - mesmo em se tratando de atos que derrubem por terra o direito internacional. "Em virtude desse raciocínio, escreve o jurista David Cole, o presidente estaria, pela Constituição, habilitado a recorrer ao genocídio, se ele assim desejasse" [10].

Assistimos assim a uma reconfiguração da soberania que nega os princípios fundadores do liberalismo clássico: a separação dos poderes e o estabelecimento de garantias constitucionais para proteger a pessoa do arbítrio coercitivo do Estado.

Para os primeiros filósofos políticos democráticos, entre os quais Montesquieu e John Locke, é a separação dos poderes que dá essas garantias. Ela limita a ação dos governantes e garante desse modo "a tranqüilidade" (Montesquieu), ou seja, a liberdade política do indivíduo. Em teoria, essas barreiras constitucionais contra o absolutismo ou a tirania institucionalizam normas das quais os dirigentes só podem se livrar temporariamente, em circunstâncias excepcionais. Mais ainda: se, em caso de urgência ou de "necessidade" – por exemplo, em caso de guerra – e por períodos limitados de tempo, os dirigentes dos Estados democráticos podem se furtar a certas leis, não lhes é legalmente dado se furtar à ordem constitucional. Na teoria liberal-democrática, o estado de emergência (o "poder prerrogativo" do dirigente, na terminologia de Locke) é uma exceção destinada a salvaguardar a norma fundamental, que é precisamente a ordem constitucional.

Em um estado de emergência permanente, a exceção torna-se regra. No início do século 20, Carl Schmitt, teórico político reacionário alemão, elaborou e sistematizou uma doutrina sobre o estado de emergência e de exceção. Em seus primeiros escritos, ele opera uma distinção entre ditadura "comissarial" e "soberana". A primeira estaria fundada sobre a ordem jurídica existente e destinada a salvaguardar a norma constitucional; a segunda, destruiria essa norma. Em suas obras mais importantes, Teologia Política e A Noção do Político, ele opta pela segunda: "Impulsionados por sua extrema lógica, os trabalhos de Schmitt (...) constituem o fundamento de uma exceção autoritária sem exceção" [11]. Na segunda obra citada, Schmitt afirma que o Estado, como expressão mais elevada do político, apenas se realiza e descobre sua verdadeira essência em situações de emergência quando "ele escolhe seu inimigo e decide combatê-lo".

Rumo a um futuro estruturalmente sem lei.

Essa escolha produz senso de coletividade, unifica a nação, despolitiza a sociedade civil e concentra o poder. O estado de emergência permite ao Estado transcender a sociedade e estabelecer sua autonomia ditatorial. Tendo assim adquirido o monopólio da ação e da decisão política, o Estado, encarnado no ditador com poderes de exceção e que, desse modo, torna-se verdadeiramente soberano, goza de poderes ilimitados, começando pelo de ultrapassar ou de arrasar "a ordem jurídica existente". Visto que a guerra representa a forma mais pura do estado de emergência, ela torna-se o fundamento ontológico do Estado.

Atualmente, a desconstrução da ordem constitucional desenvolve-se em um contexto de "guerra" onipresente. Uma guerra definida desde o início pelo Executivo americano (e, a fortiori, por seus aliados) como sem fronteiras espaciais nem temporais. O documento da Casa Branca apresentando a Estratégia de Segurança Nacional (NSS) para 2002 equipara a "vulnerabilidade [dos Estados Unidos] ao terrorismo" a uma "nova condição de vida" [12]. A guerra perpétua torna-se o modo de vida desse início de século 21. Mais recentemente, podia-se ler no Quadrennial Defense Review (QDR), documento doutrinal do Pentágono, que a "Longa Guerra" empreendida pelos Estados Unidos é "uma luta que [se dará] em dezenas de países simultaneamente [por] muitos anos ainda" [13]. Do mesmo modo, vemos na Estratégia de Segurança Nacional para 2006, documento que retoma os elementos chave da NSS 2002 (a qual oficializa a doutrina da guerra preventiva), que "os Estados Unidos vivem os primeiros anos de uma longa luta, uma situação parecida com aquela que nosso país teve de enfrentar no início da Guerra Fria"[ NSS, Casa Branca, Washington, D.C., março 2006, p. 1.]].

Como sublinha a filósofa Judith Butler, "a perspectiva de um exercício [de poder do Estado ignorando a lei] estrutura o futuro indefinidamente. O futuro torna-se assim um futuro sem lei, não anárquico, mas submetido às decisões discricionárias de um conjunto de soberanos designados" [14].

Esses soberanos governam por meio do medo, estimulam o nacionalismo e exploram preconceitos raciais e étnico-religiosos. As operações de uma organização terrorista desterritorializada são apresentadas não como um perigo específico e circunscrito, mas como uma ameaça totalitária planetária de tipo hitleriano. Em 16 de outubro de 2005, Bush afirmava que os extremistas islâmicos tentavam "estabelecer um império islâmico radical estendendo-se da Espanha à Indonésia". Dois dias mais tarde, seu Conselheiro de Segurança Nacional, Stephen Hadley, declarava, diante do Conselho de Relações Exteriores em Nova York: "A Al-Qaeda tenta conseguir a adesão das massas muçulmanas, derrubar os governos moderados da região e restabelecer o califado islâmico que (na sua forma atual) reinaria da Espanha à Indonésia e além".

Esse exagero do poder da Al-Qaeda, tanto quanto as sinistras advertências da Casa Branca contra o espectro de "cogumelos atômicos" no dia seguinte ao 11 de setembro, poderiam parecer caricaturais se não se tratasse de um método de governo para mascarar as intenções autoritárias do Estado. É um jogo perigoso que atiça os ódios essencialistas: as culturas plurais do Islã são reduzidas a uma categoria indiferenciada designando o Outro, o bárbaro, o inimigo. O "choque de civilizações" torna-se pouco a pouco uma profecia auto-realizável.

A pior das tradições do Ocidente

A paisagem ideológica não é mais muito sadia na Europa, onde o medo do outro se traduz por uma suspeita sobre as pessoas "estrangeiras" ou "de origem migrante". Na França, por exemplo, os motins urbanos, manifestamente causados por longos anos de negligência social e de exclusão institucional, foram condenados por muitos como atentados étnico-religiosos contra "a identidade nacional" [15]. O governo reagiu à crise dos subúrbios de novembro de 2005 desenterrando uma lei que data da época colonial e decretando estado de urgência. Essas medidas dizem muito sobre o estado da cultura e... a cultura do Estado.

É preciso lembrar: foi em um contexto colonial que o estado de urgência como forma de exercício do poder foi mais freqüentemente utilizado pelas democracias liberais. Ao longo de seu aprendizado multicentenário do despotismo colonial, retomando a fórmula de Hannah Arendt [16], o Ocidente inventou os campos de concentração e ressuscitou a tortura (que, graças ao Iluminismo, estava em vias de extinção). Enquanto a Europa exportava sua violência, o despotismo norte-americano era aplicado no próprio país, sob a forma do escravismo.

Como sublinham as recentes apologias da colonização ou do imperialismo, esse passado não está definitivamente passado. Mesmo assim, na França, a memória anticolonial ainda está viva: o artigo 4 da lei de 23 de fevereiro de 2005, adotada pelo Parlamento francês, reconhecendo "a obra da França" em sua colônias teve de ser revogado por decreto, em 15 de fevereiro de 2006, diante dos protestos suscitados [17]. Nesse país, como em tantos outros, autoritarismo e espírito colonial estão uma vez mais intimamente ligados àqueles que reclamam regimes de exceção. Nas entrelinhas do discurso oficial transparece a idéia de que seria preciso um Estado autoritário para proteger dos bárbaros – seria preciso renunciar às nossas liberdades para preservar as nossas vidas.

Tradução de Carolina Massuia de Paula carolmpaula@yahoo.com.br


Fonte - Le Monde

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Propostas do Sínodo ao Papa abordam temas cruciais sobre a Eucaristia

VATICANO, 2005-10-25 (ACI).- Os Pais Sinodais que participaram da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a "A Eucaristia, fonte e cume da vida e da missão da Igreja", ofereceram ao Papa Bento XVI um elenco de 50 propostas para que elabore uma exortação apostólica sobre este sacramento. No documento sinodal, os bispos agradeceram a "influência benéfica" da reforma litúrgica do Concílio Vaticano, inclusive face aos abusos que até hoje, embora em menor medida que antes, ainda são cometidos. Ao reafirmar a validez da reforma, os Padres Sinodais pediram "prestar mais atenção à ‘ars celebrandi’", que favorece a participação ativa dos fiéis.

Sobre a relação da Eucaristia e o Sacramento da Reconciliação, os Padres pediram recuperar "a pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia" e favorecer para isso a confissão individual freqüente. Do mesmo modo, recordaram que não se deve permitir as absolvições coletivas.

Diante da escassez de sacerdotes, o Sínodo apostou por "recorrer a iniciativas pastorais eficazes" como a maior promoção das vocações sacerdotais e a maior disponibilidade do clero para servir a Igreja e reafirmou a importância do "dom inestimável do celibato eclesiástico na praxe da Igreja latina" ao mesmo tempo em que reafirmou a não viabilidade da hipótese disseminada em suas congregações sobre "viri probati".

Os participantes do Sínodo, pediram um maior esforço em "valorizar e viver o Dies Domini" em toda a Igreja reafirmando o "caráter central do domingo". Do mesmo modo,
mostraram sua esperança em que o Dia do Senhor seja também o dia dos cristãos, "respeitado por toda a sociedade com o repouso do trabalho".

Os Padres pediram o impulso da utilização do latim nas celebrações litúrgicas para "expressar melhor a unidade e universalidade da Igreja". Assim propuseram que, exceto as leituras, a homilia e a oração dos fiéis, "a (con)celebração da Santa Missa seja em latim" e se revalorize o canto gregoriano.

Sobre os divorciados que voltaram a casar que desejam participar do sacramento eucarístico, os padres reiteraram que "não podem ser admitidos na Santa Comunhão" embora destacaram que eles pertencem à Igreja e podem participar dela e da Missa de diversas maneiras.

Em relação à admissão dos não católicos à Comunhão ("intercomunhão"), o texto sinodal indica que a "Comunhão eucarística e a comunhão eclesiástica se pertencem intimamente e por isso, a Comunhão eucarística com os cristãos não católicos não é possível geralmente". Por isso, os Padres excluíram, a "concelebração ecumênica".

Ao referir-se ao polêmico tema da coerência eucarística dos políticos e legisladores, o documento sinodal, assinala que "não há coerência eucarística quando se promovem leis que vão contra o bem integral do ser humano, contra a justiça e o direito natural" e explica que "não se pode separar a opção privada da pública".

A esse respeito, os padres pediram aos bispos que ao aplicar esta orientação, exerçam "a virtude da fortaleza e da prudência, tendo em conta as situações locais concretas".

Por último, o texto enfatiza a dimensão social da Eucaristia assegurando que "quem participa da Eucaristia deve comprometer-se na construção da paz em nosso mundo".


Fonte - ACI

O terceiro mandamento:

Deus nosso Senhor quer que a cada semana dediquemos a ele um dia de festa para dar-lhe glória e para nosso bem e descanso.

Esse dia já não é o Sábado como no Antigo Testamento, mas sim no Domingo, porque é o dia em que Jesus Cristo ressuscitou glorioso do sepulcro.

Os Apóstolos começaram a celebrar neste dia da Ressurreição e a Igreja colocou neste mesmo dia a obrigação de escutar a Missa inteira todos os domingos e feriados religiosos de preceito juntamente com o descanso dominical.

Quando não há sacerdote ou existe algum impedimento grave para assistir à Santa Missa, deve-se procurar participar em uma liturgia ou em orações especiais ao Senhor ; além disso deve-se santificar e observar o descanso dominical.

O que nos manda o terceiro mandamento da Lei de Deus?

O terceiro mandamentos da Lei de Deus nos manda participar da Missa nos domingos e demais feriados religiosos de preceito, observando o descanso dominical; e quem voluntariamente falta a esta obrigação comete pecado grave.

O que quer dizer descanso dominical?

Descanso dominical quer dizer que nos domingos e feriados religiosos de preceito devemos nos abster daqueles trabalhos que nos impeçam de dar culto a Deus, gozar da alegria do dia do Senhor ou desfrutar do devido descanso da mente e do corpo.

Quais são as festas religiosas de preceito?

1º de janeiro: A Maternidade divina da Virgem Maria.
1º de novembro: Todos os Santos.
8 de dezembro: A Imaculada Conceição da Virgem Maria.
25 de dezembro: O Nascimento do Senhor.
E as próprias do calendário de cada país, como podem ser Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Finados (2 de novembro)

O que deve ser feito quando não há Santa Missa ou alguma causa grave nos impeça de assistir a ela?

Quando não há Santa Missa ou uma causa grave nos impeça de assistir a ela, recomenda-se vivamente participar em uma liturgia da palavra, ou permanecer em oração durante um tempo conveniente, individualmente, em família ou em grupo de famílias.

Fonte - ACI

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Vaticano e Casa Branca: uma aliança profética

Wendel Lima

Desde o ataque terrorista em 2001, talvez nenhum outro acontecimento tenha mexido tanto com o imaginário dos adventistas quanto a morte de João Paulo II. A iminente renúncia ou morte de Wojtyla e depois, a eleição de Bento 16, favoreceram com que alguns fizessem previsões apocalípticas equivocadas, e outros, escorregassem para o sensacionalismo. Porém, os últimos acontecimentos políticos e religiosos parecem compor um quadro singular na História. Afinal, Bento 16 será o último papa? Para responder essa e outras perguntas, Kerygm@ conversou com o professor e jornalista Vanderlei Dorneles. Ele é mestre em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), e mestre em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp).

Os artigos do professor Dorneles têm se popularizado entre os internautas, por relacionarem o atual contexto político-religioso com a interpretação adventista das profecias. Atualmente, Dorneles é professor de Jornalismo no Unasp, Campus Engenheiro Coelho (SP) e diretor da Unaspress, editora da mesma instituição. Ele é casado com a professora Luciene e tem dois filhos: Elina e Weber.

Kerygm@ - A reação de muitos diante da morte do papa demonstrou o quanto a religião ainda é importante para a maioria das pessoas. Por que em pleno século 21 a humanidade parece ter redescoberto a fé?

Prof. Dorneles - Muita gente achava, antes do final do século 20, que o interesse religioso fosse fruto da chegada do novo milênio. Isso colaborou, mas não foi o fator principal. A forte presença da religião é sem dúvida um refluxo. As culturas ocidentais parecem estar atemorizadas pelas crises econômica, social, política, moral, ecológica, e isso tem feito as pessoas se voltarem para Deus em busca de segurança. O fenômeno em que se transformou o velório de João Paulo II é uma evidência de que o mundo está ansioso por Deus. A figura religiosa e política de Karol Wojtyla catalisou boa parte desse despertamento.

Kerygm@ - João Paulo II procurou conquistar inimigos históricos do catolicismo, como os judeus, islâmicos e protestantes. Em que sentido João Paulo II foi um restaurador de feridas? Quais são as implicações proféticas do pontificado de Carol Wojtyla?

Prof. Dorneles - Esse papa tinha uma visão muito clara do papel da Igreja Católica no mundo atual. Ele sabia onde a Igreja deveria estar e como ela poderia conseguir isso. O escritor jesuíta Malachi Martin, em seu livro The keys of this blood (As chaves deste sangue), afirma que João Paulo II teria recebido uma visão da virgem Maria de que ele, o papa, colocaria a Igreja no centro da Nova Ordem e ocuparia a função de pastor e juiz universal. De posse desta visão do papel universal da Igreja, ele tentou tanto quanto pôde reparar as brechas históricas que minavam o poder global da Igreja. Buscou restaurar as relações com os protestantes, judeus, islâmicos, com a ciência e com o mundo político. A presença de centenas de lideranças políticas e religiosas de diversos credos em seu velório foi uma evidência de que ele conseguiu seu intento em grande medida. Mesmo assim, a figura de Karol Wojtyla, em si mesma, nada tem de natureza profética. Não se pode afirmar que seria o último nem o penúltimo papa. Mas é inegável que seu pontificado contribuiu grandemente para restaurar as feridas da Igreja e naturalmente para iniciar o processo de restauração da ferida de morte do papado, isto é, a perda de seus poderes políticos, imposta pela Revolução Francesa no século 18.

Kerygm@ - Em 1978, quando Carol Wojtyla iniciou seu papado, o comunismo era visto como um grande obstáculo para o cumprimento das profecias. Hoje, a barreira parece ser outra: o Islamismo. Como o Mundo Oriental será conquistado pelo Bispo de Roma?

Prof. Dorneles - João Paulo II foi o primeiro papa a entrar numa mesquita. Ele conseguiu granjear a simpatia de muitos chefes islâmicos, tanto religiosos quanto políticos. A primeira missa de seu sucessor contou com a presença de diversos líderes islâmicos, com os quais Bento 16 esteve reunido nos dois dias seguintes. Existe hoje uma ampla via de relações entre Catolicismo e Islamismo. Quanto ao Oriente, propriamente dito, creio que o caminho de aproximação ocorrerá por meio das relações comerciais mantidas com os Estados Unidos. A China ainda é muito fechada para a religião cristã. Foi um dos poucos lugares em que a missa de sepultamento de Wojtyla não foi transmitida. Mas ela tem uma relação econômica dependente e essencial com os Estados Unidos. Certamente a América poderá ser uma cunha para essa entrada da Igreja de Roma naquela cultura. De toda forma, talvez não possamos falar de conquista, mas de aproximação ecumênica.

Kerygm@ - João Paulo II ficou conhecido como o “papa da mídia”. Ratzinger tem uma fama de ultraconservador e tímido. Como o Vaticano tem trabalhado a imagem pública de Bento 16?

Prof. Dorneles - A imprensa já tem dado ao papa a imagem de um líder sábio e de pastor universal. Outro dado que tem sido enfatizado é a simpatia dos jovens pelo papa. A primeira viagem anunciada de Bento 16 foi à Alemanha para um encontro de jovens católicos. Se Ratzinger fosse o papa a começar seu pontificado em 1978, não teria muita presença na mídia. Mas como ele é o sucessor de João Paulo II, que abriu as portas do mundo secularizado para a Igreja, Bento 16 pegou carona nessa popularidade. Ele tem aparecido. A mídia está fazendo diversas inserções dele.

Kerygm@ - Bush disse que vê em Bento 16 “um servo do Senhor”. Ademais, a Casa Branca e o Vaticano parecem se identificar no discurso moralista. Qual será a ênfase do ecumenismo e da união entre Igreja e Estado?

Prof. Dorneles - Os religiosos americanos que integram o governo Bush e a força evangélica por trás da militância do partido Republicano se dizem conscientes da necessidade de reformas morais, que possam conter os avanços relativistas e liberalizantes da contracultura, e entendem que o Estado não pode mais continuar numa postura liberal como tem sido até aqui. Eles querem que o poder civil intervenha, colocando freios e criando instrumentos para contenção da onda destruidora da moral, da família e da religião. As encíclicas do pontificado de João Paulo II, muitas delas feitas por Ratzinger, vêem o papel do Estado dessa mesma forma. Portanto, há um amplo contexto preparado para uma atuação conjunta entre Estados Unidos e Vaticano em função de uma reforma religiosa e moral com perspectivas de intolerância para com os dissidentes dessa união entre Igreja e Estado.

Kerygm@ - O senhor afirma que uma “onda conservadora” tem influenciado a política americana. Como se explica esse fenômeno social das últimas décadas?

Prof. Dorneles - O atentado às torres gêmeas e o avanço do terrorismo despertaram os americanos para a necessidade de mais segurança. Contribuíram também para criar uma certa consciência de que a América poderia estar sendo destituída das bênçãos e proteção divinas, como sempre creram ter. Essa consciência de que a América estava chegando ao fundo do poço na destruição dos valores morais e religiosos, começou a se fortalecer na década de 1990, quando o ex-presidente Bill Clinton confessou diante das câmeras de televisão que tivera um caso amoroso com uma jovem na Casa Branca. Os americanos viram nesse escândalo a realidade de que a onda liberalizante, criada pela contracultura nos anos 1960, estava minando valores muito caros para eles, como religião, autoridade e tradição. Reconheceram então ter chegado a hora de uma retomada, de uma reforma. A onda liberal iniciada nos anos 1960 precisava então ser sucedida por uma onda conservadora. É o processo de emancipação sendo substituído por um novo momento de regulação, do Estado sobre a sociedade.

Kerygm@ - Qual é a visão religiosa de Bush acerca dos últimos acontecimentos da História?

Prof. Dorneles - A onda conservadora é uma espécie de credencial da missão profética do governo americano. Esses religiosos por trás da política republicana têm uma visão muito literalista das profecias bíblicas. Eles entendem que as profecias do Antigo Testamento acerca de Judá e de Jerusalém terão um cumprimento literal. Esse cumprimento se mistura com a profecia da segunda vinda de Cristo, resultando numa expectativa de que Jesus deverá descer sobre o Monte das Oliveiras para um primeiro contato com os judeus, com quem vai estabelecer seu reinado messiânico. Para isso ocorrer, crêem eles, os judeus precisam estar em Israel e os terroristas (os anticristos) precisam ser combatidos. George W. Bush acredita que tem uma missão profética no sentido de preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo. Essa missão envolve o combate ao terrorismo e a manutenção do Estado de Israel. As políticas externas americanas relacionadas a Israel e aos palestinos confirmam essa visão.

Kerygm@ - Em que momento os adventistas deverão pregar mais explicitamente contra as doutrinas da Igreja de Roma?

Prof. Dorneles - Os adventistas não devem pregar contra nenhuma doutrina em particular. Devemos manter uma relação de simpatia com todas as religiões dando evidência do amor de Cristo entre e sobre nós. Essa é uma condição para que a Igreja de Deus possa atrair os fiéis para seu meio. Devemos pregar a verdade bíblica, a salvação pela graça de Cristo unicamente, a Criação bíblica, a imortalidade condicional da alma, a santidade do sábado. Essas verdades vão, no momento certo, desmascarar o erro, onde quer que ele esteja. Quanto mais ousado o erro se tornar, tanto mais os inimigos de Deus tornarem explícitos seus atos enganosos, mais alto deve a Igreja de Deus levantar o estandarte da verdade. A verdade sozinha esclarece e desmascara o erro.

Kerygm@ - Qual será o papel dos meios de comunicação de massa no cumprimento das profecias bíblicas?

Prof. Dorneles – A mídia vai potencializar a proclamação da última mensagem de salvação. Quando o mundo for sacudido pela pregação das verdades bíblicas anunciadas no contexto da ascensão dos poderes imperialistas americanos e romanos juntos, todas as pessoas verão essas verdades como altamente coerentes. Ellen White afirma que no contexto do engano final, a verdade terá um poder de atração nunca visto antes. Vamos ver gente inteiramente secularizada reconhecendo a legitimidade das verdades bíblicas e crendo nelas. Isso vai ser algo impressionante, de causar arrepio.

Kerygm@ - Afinal, Bento 16 será o último papa? Por quê?

Prof. Dorneles - Ninguém pode saber. Não há períodos proféticos definidos posteriores ao final dos 2.300 e 1.260 anos de Daniel e Apocalipse. No período do tempo do fim, iniciado em 1798 e 1844, Cristo está às portas, não sabemos, porém, quando Ele será visto. Os acontecimentos, contudo, indicam que está muito próximo mesmo.


Fonte - Kerigma

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

No domingo, Dia do Senhor

Na pastoral destes últimos anos, o domingo se converteu em um grave problema, não só nos planos religioso e pastoral, mas também no cultural, social, político e econômico. Quando tentam realizar uma aproximação a este tema, não entram em causa somente a vivência da fé e o compromisso propriamente pastoral, mas sim toda a complexidade da malha social.

Diante de tal panorama nos perguntamos como entender realmente o domingo? O que é? O Catecismo da Igreja Católica nos dirá: "A Igreja, da tradição apostólica que tem sua origem no mesmo dia da ressurreição de Cristo, celebra o mistério pascal a cada oito dias, no dia que se chama com razão "dia do Senhor" ou domingo. O dia da Ressurreição de Cristo é de uma vez o "primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação, e o "oitavo dia" em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande Sabbat, inaugura o Dia "que faz o Senhor", o "dia que não conhece ocaso". O "banquete do Senhor" é seu centro, porque é aqui onde toda a comunidade dos fiéis encontra o Senhor ressuscitado que os convida a seu banquete... [b]Para os cristãos deve ser o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor ("Hé kyriaké hémera", "dies dominica"), o "domingo"" (CIC, 1166.2174)[/u]. É mediante a Ressurreição do Senhor que no domingo é estabelecido como o dia privilegiado, como o dia da Reconciliação.

Apesar disto há quem critique fortemente à Igreja católica por ter trocado o preceito bíblico do descanso sabático, substituindo assim o ensino divino com preceitos humanos, tomando a liberdade de converter o domingo como o Dia dos dias, o Dia principal. Isto é verdade?

Para responder a esta crítica repassemos rapidamente os inícios da história de maneira que possamos entender o significado do sábado: "Deus concluiu no sétimo dia a obra que fizera e no sétimo dia descansou, depois de toda a obra que fizer. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nele descansou depois de toda sua obra de criação..." (Gén 2, 2-3). Este dia, o último dia da criação, onde Deus tinha terminado sua obra criadora foi declarado dia santo e dia de descanso no Monte Sinai; o dia para recordar a aliança de Deus com seu povo. "Recorda o dia do sábado (sabbath = descanso) para santificá-lo. Seis dias trabalhará, mas nos sétimo dia é dia de descanso para Yahvé, seu Deus. Não fará nenhum trabalho..." (Ex 20, 8, 10). Os elementos que podemos extrair do relato da Criação da Sagrada Escritura são os seguintes:

A. Último dia da criação.

O dia do descanso é "abençoado" e "santificado" por Deus, ou seja, separado dos outros dias para ser, entre todos o "dia do Senhor". É um dia para nos ocuparmos das coisas santas e não das profanas, trabalhar seria "profanar" o dia santo.

B. Dia de libertação.

Na sábado se estabelece como lei de libertação no Monte Sinai (ver Dt 5,15). Yahvéh quer que os judeus festejem o dia de sua libertação e do poder de Deus.

C. Dia santo e santificado por Deus.

O dia do descanso é "abençoado" e "santificado" por Deus, ou seja, separado de outros dias para ser, entre todos, o "dia do Senhor". É um dia para nos ocuparmos das coisas santas e não das profanas, trabalhar -para o judeu- seria "profanar" o dia santo

D. Dia consagrado a Yahvé.

O Senhor do sábado é Yahvé, os judeus chamavam de o dia do Yahvé, o dia consagrado a Yahvé (ver Ex 16, 23- 25).

Depois de ter visto tudo isto alguém poderia perguntar: há uma oposição entre o dito no Antigo Testamento e o anúncio do Senhor Jesus? Não há nenhuma oposição, todos os elementos que repassamos encontram sua plenitude com a vinda do Senhor Jesus; analogamente -sendo conscientes da limitação da analogia- é como se primeiro tivesse um televisor branco e preto onde o que se vê é a imagem tal como é mas logo tem um televisor a cores onde o que vê é a mesma imagem mas de maneira mais nítida e mais clara. O Papa João Paulo II menciona na carta apostólica Dies Domini: "no domingo, pois, mais que uma "substituição" do sábado, é sua realização perfeita, e em certo modo sua expansão e sua expressão mais plena, no caminho da história da salvação, que tem seu auge em Cristo... O que Deus obrou na criação e o que fez por seu povo no Êxodo encontrou na morte e ressurreição de Cristo seu cumprimento... É em Cristo que se realiza plenamente o sentido espiritual do sábado, como destaca São Gregório Magno: "Nós consideramos como verdadeiro sábado a pessoa de nosso Redentor, Nosso Senhor Jesus Cristo"" (Dies Domini, 18). Entre os elementos mais importantes sobre este ponto estão:

A. Jesus Cristo é o Senhor do sábado.

Os judeus se zangavam com Jesus porque trabalhava na sábado curando às pessoas. (Ver Mc 3, 1). Jesus se defende afirmando que Ele é "o Senhor do sábado". (ver Mc 2, 23-28). Com seu exemplo, o Senhor nos ensina que no sábado devemos trabalhar fazendo o bem a outros, porque a caridade não tem tempo, está por cima de outros mandamentos.

B. no domingo é o dia da fé, para confessar que "Jesus é o Senhor".

Jesus Cristo ao declarar-se Senhor do sábado, adjudica-se, além disso, um título divino, por isso os fariseus queriam matá-lo. No domingo é o dia em que os cristãos confessam a divindade e o senhorio de Cristo; nesse dia Tomé confessou sua divindade e senhorio: "meu senhor e meu Deus" (ver Jo 20,26-28). Ao trocar o dia de culto, confessamos Jesus como Deus e Senhor do tempo e da história.

C. Deus segue trabalhando.

O Antigo Testamento diz que Yahvé descansou de toda obra criadora, o Novo Testamento nos revela que Deus segue trabalhando (ver Jo 5,17). Se segue trabalhando, quer dizer que a obra de Deus não acabou no sábado. O pecado de Adão introduziu desordem no mundo e era necessário um dia mais de trabalho e um novo dia de descanso.

D. Um novo dia.

Com Cristo se inaugura um tempo novo e definitivo. Ele é o Alfa e o Omega, e como no domingo é o primeiro dia da semana e o último da criação. A Sagrada Escritura o chama e a Igreja o proclama: O dia do Senhor (ver Ap 1, 8.10).

E. Nova Criação.

Já com o profeta Isaías se prediz uma nova criação (ver Is 65,17). E qual é a Nova Criação? A nova criação é a iniciada com a ressurreição de Cristo porque ele é o primeiro nascido dentre os mortos, ele é o princípio dessa nova criação (ver Col 1,18).

Por último deve ficar muito claro que no domingo é "o dia do Senhor, o dia da Ressurreição, o dia dos cristãos, é nosso dia. Por isso é chamado dia do Senhor: porque é neste dia quando o Senhor subiu vitorioso junto ao Pai. Se os pagãos o chamarem dia do sol, também o fazemos com gosto; porque hoje amanheceu a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação" (CIC, 1166).


Fonte - ACI

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Grupo religioso diz que papa não é bem-vindo na Turquia

Talvez a resposta pretendida no artigo anterior, possa ser dada por atos e não palavras...

19 de setembro de 2006 - 18:14

Manifestantes ameaçaram pedir a prisão de Bento XVI; atirador turco que tentou assassinar João Paulo II também aconselhou o papa a não visitar o país

AP

ROMA - Um dia após bispos católicos turcos confirmarem a visita do papa Bento XVI ao país, grupos religiosos protestaram em Ancara nesta terça-feira pedindo a retratação do pontífice por suas declarações consideradas ofensivas ao Islamismo. Os manifestantes, que pertencem a uma união de trabalhadores religiosos, exigiram do ministro da Justiça da Turquia a prisão do papa na sua chegada, caso ele se recuse a pedir desculpas. A visita de Bento XVI está programada para novembro.

Em um episódio paralelo, o atirador turco que tentou assassinar o papa João Paulo II em 1981 e hoje está preso em uma prisão da Turquia, Mehmet Ai Agca, também aconselhou o papa Bento XVI a não visitar o país. Em carta publicada no jornal italiano La Reppublica, Agca disse que o papa corre o risco de ser morto. "Sua vida está em perigo, não venha à Turquia", adverte ele, depois de observar que escreve como alguém que conhece bem a questão.

A carta do homem que tentou assassinar João Paulo II foi interpretada em Roma como uma advertência amiga a Bento XVI. Agca, que recebeu na cela a visita de João Paulo II, dois anos após o atentado, repudiou mais tarde o seu crime.

A origem dos protestos dos muçulmanos foi o discurso realizado no último domingo, no qual o pontífice citou um texto medieval que caracterizava alguns ensinamentos de Maomé como "maus e desumanos".

O editor-chefe do jornal turco The New Anatolian, Ilnur Cevik, comentou nesta terça que Bento XVI deverá convencer os cidadãos turcos com "sensibilidade religiosa" de que ele não é um inimigo do Islã. "Será muito difícil para o povo turco oferecer uma boa recepção, caso o papa falhe nessa tarefa", afirmou o jornalista.

Na Turquia, o comentário de Bento XVI reforçou a visão difundida de que o papa é hostil à entrada do país na União Européia (UE). Quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, o papa questionou se a UE deveria abrir suas portas para o país de maioria muçulmana, dizendo que sua adesão poderia ser incompatível com a cultura européia.

Cevik disse que a visita papal seria uma oportunidade de "dissipar preconceitos de ambos os lados". "O papa deve observar o fato de que a Turquia secular e sua imensa população muçulmana pode ser o diferencial para a UE", afirmou ele.


Fonte - Estadão

Será que o discurso sobre violência e Islã foi um equívoco de Bento 16?

Dadas as conclusões do articulista - O que o novo papa está pedindo é um diálogo fundamentado na "razão": haverá, sim ou não, germes de violência nos textos sagrados? - imagino que um sim, autoriza in continenti, sejam os islâmicos perseguidos por serem contrários a paz. Ou não?

20/09/2006
Henri Tincq

Terá o novo papa cometido o seu primeiro equívoco? Diante da enxurrada de reações que o seu discurso de Ratisbona, na Alemanha, pronunciado em 12 de setembro - numa palestra intitulada "Fé, Razão e Universidade: Memórias e Reflexões" - por ocasião da sua visita a este país, despertou no mundo muçulmano, as suas declarações deixaram mais de um cristão perplexo. Muitos se perguntam até agora por que ele resolveu pinçar na história do Islã exemplos de contradição entre a fé e a razão, como se estes não existissem na longa série das querelas teológicas internas inerentes ao cristianismo, e que não raro se revelaram cruéis.

Por que será que ele não procurou fazer a faxina em frente à sua própria
porta em vez de ir buscar argumentos na literatura das controvérsias? Por que ter resgatado a polêmica levantada por um tal de Manuel Paleologus, um imperador bizantino do século 14, que proferia diatribes contra o Islã enquanto a ameaça turca estava às portas de Constantinopla? Ou aquela de Ibn Hazm, um autor espanhol do século 11 que condenava toda especulação teológica, mas que nunca fez escola no pensamento islâmico?

Por sua vez, os muçulmanos mostram-se indignados, a justo título, com o fato de o papa ter ido buscar seus elementos de argumentação contra a violência religiosa em contextos históricos assim datados ou em correntes marginais do Islã. Poucos são os que conseguem entender tamanho despautério em meio a um contexto de relações tão conturbadas entre o Islã e o Ocidente.

Bento 16, nascido Joseph Ratzinger, oriundo da grande tradição teológica
alemã (católica e protestante), foi um universitário consumado e brilhante e, durante o reinado de João Paulo 2º, um guardião muito ortodoxo da doutrina romana. Mas será que alguém poderia imaginar que a sua inexperiência política se revelasse tão evidente, e num prazo tão curto depois da sua eleição de abril de 2005 para o trono de Pedro?

Algumas semanas depois da sua ascensão ao topo da Igreja, ele havia
enumerado os nomes dos Estados vítimas do terrorismo, sem citar aquele de Israel, atraindo contra ele vivas críticas por parte de Jerusalém. Em 28 de maio, por ocasião da sua primeira visita na qualidade de papa alemão a Auschwitz, ele havia também atribuído a Shoah às exações de um "grupo de criminosos" nazistas, sem evocar a responsabilidade do povo alemão. E ele havia discursado em memória aos seis milhões de vítimas polonesas da guerra, sem precisar que metade deles eram judeus. Diante da emoção que isso suscitou na comunidade judaica, ele havia corrigido suas declarações.

Mais do que em inexperiência, é em desconfiança que é preciso falar a
respeito deste papa.
O seu secretário de Estado, o número dois da Cúria,
encarregado da diplomacia do Vaticano, foi recrutado por decisão própria, contrariamente a todos os costumes da casa, fora do rol dos muitos diplomatas de profissão aptos para esta tarefa. Bento 16 preferiu optar por alguém da sua confiança, escolhendo um outro teólogo próximo a ele, o cardeal Tarcisio Bertone, que fora o seu cúmplice na congregação da doutrina da fé.

Recentemente, Bento 16 explicou a confidentes que ele estava assustado com a incompetência dos núncios apostólicos. Aquele de Washington, por exemplo, nunca havia enviado qualquer relatório para Roma, e muito menos para ele, antes que arrebentasse o escândalo dos padres pedófilos nos Estados Unidos! Mas o papa não pode continuar confiando apenas no seu próprio faro e no seu apreço pela confrontação intelectual. Um diplomata astucioso do seu entourage poderia ter adivinhado a exploração que seria feita nos países muçulmanos das infelizes citações da sua "aula magistral" universitária em Ratisbona.

Bento 16 manifestou o seu "pesar", mas ele não apresentou nenhum pedido de desculpas. Para ele, trata-se de um mal-entendido lamentável. Mas - conforme o ciclo infernal instaurado por toda polêmica -, os países muçulmanos esperam que ele se retrate e se arrependa. Assim como fizera João Paulo 2º que havia manifestado seu "arrependimento" pelos crimes cometidos no passado pela Igreja: o anti-judaísmo das origens cristãs, as Cruzadas, a Inquisição, a guerra contra os protestantes. Mas um tal pedido de desculpas, a ser apresentado assim, "a quente", perante o Islã, seria um fato sem precedente na história da Igreja. Pode-se imaginar as vantagens que extremistas de toda laia tirariam desse "mea culpa" do papa para com os muçulmanos, assim como os riscos de incompreensão radical por parte dos católicos.

Um diálogo fundamentado na "razão"

Aquele foi um erro na forma, sem dúvida. Mas terá sido um erro quanto ao fundo da questão? Do ponto de vista do papa Ratzinger, certamente não. O discurso de Ratisbona não é produto de um acaso. Ele é o fruto de um encaminhamento que lhe é próprio em relação ao diálogo inter-religioso e que não se parece com as vias que haviam sido abertas por João Paulo 2º.

Bento 16 não renega as opções que foram feitas já no concílio Vaticano II (1962-1965) em favor do reconhecimento das outras religiões não cristãs e da abertura de um diálogo com elas. Mas ele sempre preferiu ficar distante dos encontros das religiões em Assis que haviam sido convocados por João Paulo 2º, neles enxergando um risco de sincretismo (fusão de elementos de doutrinas diferentes) e de diluição da identidade católica.

Mal Bento 16 foi eleito papa, ele afastou o responsável das relações com o Islã, um Padre branco, experiente veterano de um diálogo considerado por demais convencional e que não corresponde a um sentimento profundo. Então, em nome de uma concepção mais cultural do que teológica da relação com o Islã, ele fundiu no Vaticano os dois "ministérios", da cultura e do diálogo inter-religioso. Logo depois do caso das caricaturas de Maomé, do assassinato de padres na Turquia e das violentas manifestações anticristãs em alguns países muçulmanos, aquela dupla decisão tivera o valor de um sinal. O diálogo com o Islã seria colocado no contexto de uma maior firmeza.

Portanto, o que o papa quis dizer exatamente em Ratisbona? Que o diálogo devia ser franco. Estava encerrada a fase do diálogo dos bons sentimentos, dos abraços, dos apelos solenes e sedutores, tão repetitivos quanto ineficazes, para a paz das religiões como forma de antecipar a paz do mundo.

O que o novo papa está pedindo é um diálogo fundamentado na "razão": haverá, sim ou não, germes de violência nos textos sagrados? Haverá, sim ou não, no Islã assim como nas outras confissões, instâncias críticas capazes de permitir uma hermenêutica livre - um direito de interpretação - dos textos? Haverá, sim ou não, autoridades magisteriais capazes e livres de enunciar o direito, de denunciar os excessos, de perseguir o fundamentalismo?

Então, sob o pretexto de que está havendo uma islamofobia ambiente, ou de que qualquer declaração corre o risco de ser utilizada em seu proveito por grupos radicais, será mesmo o caso de se calar em relação a essas questões?

Muitos são os muçulmanos moderados, que eles sejam ou não intelectuais, que se perguntam exatamente isso a cada dia que passa, de maneira aberta ou clandestina, por medo de represálias.

Além disso, o Islã deve estar se sentindo muito frágil. Isso porque, diante de cada interpelação externa, de onde quer que ela provenha - seja de um escritor tal como Salman Rushdie, dos caricaturistas dinamarqueses, e hoje do papa -, ele não encontra outro recurso, a não ser aquele da emoção transmitida pelo "Islã conectado a satélites" (os canais Al Jazeera ou Al-Arabiya, hoje o mais influente). Como explicar de outro modo que diante de qualquer contradição o mundo muçulmano não tenha outra forma de resposta a não ser gritar que um insulto foi proferido contra o profeta?

Tradução: Jean-Yves de Neufville
Visite o site do Le Monde ( http://www.lemonde.fr/ )


Fonte - UOL

Ecumenismo avançado

VOCÊ SABIA QUE...

O processo do ecumenismo está em estágio avançado, e pelo andar da carruagem, ainda que fosse possível aos ossos de Lutero sacudir a sepultura onde se encontram, em sinal de protesto, dificilmente o processo poderia ser revertido.

OS FATOS:

1. Na estratégia do Vaticano, um papa alemão eleito seria o ideal para fazer avançar o atual estágio do ecumenismo. Não por acaso, Bento XVI já fez duas viagens a sua terra natal. Na primeira, entre os dias 18 a 21 de agosto de 2005, o “bispo dos bispos” de Roma deixou claro que a Igreja Romana não mudou em nada desde a reforma, fato comprovado pela decisão de oferecer indulgências aos católicos conterrâneos e irmãos de sangue do reformador – quem, é bom lembrar, combateu arduamente as tais indulgências.


2. Na segunda viagem (09 a 14 de setembro de 2006), os esforços ecumênicos receberam uma ajuda benevolente do presidente da Alemanha, o protestante Horst Kohler, que no discurso de boas-vindas ao chefe católico feito por ele no sábado, no aeroporto de Munique, não só se dirigiu a ele como o “Supremo Pastor da Igreja Universal”, como também afirmou que “especialmente na Alemanha, que foi o berço da reforma evangélica, o desejo de muitos cristãos é um impulso decidido ao entendimento ecumênico”.

3. Deve-se lembrar que o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, órgão responsável pela aproximação de todas religiões com Roma, também é alemão – o cardeal Walter Kasper. E que a Federação Luterana Mundial praticamente anulou suas diferenças com a Igreja Católica assinando em 1999 a Declaração Conjunta Sobre Justificação Pela Fé.

Tudo indica que o vôo para a consumação do ecumenismo obrigatoriamente tenha que fazer escala na Alemanha. Será que a obra de Lutero terá sido em vão?

“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto [volta de Cristo] não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus”. II Tessalonicenses 2:3 e 4

Fonte - Blog Minuto Profético

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Religião estatal

Tuesday, September 05, 2006

Religião estatal

VOCÊ SABIA QUE...

O princípio da separação Igreja-Estado, que é a base da liberdade religiosa, será violado, e uma forma de Estado-Eclesiástico vai ser estabelecida?

“Faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.” Apocalipse 13:12

O mundo presenciará em breve a imposição de leis religiosas pelo poder do Estado. E o caminho já está sendo sutilmente preparado para atingir esse objetivo.

OS FATOS:

1. Referindo-se ao atual presidente norte-americano, George W. Bush, a FolhaOnline afirmou que “críticos enxergam em sua gestão a maior ofensiva já feita contra a separação entre igreja e Estado”, isso porque o presidente “propôs canalizar recursos sociais para entidades religiosas, autorizar preces e sermões em escolas públicas, subsidiar faculdades geridas por grupos religiosos e financiar o trabalho de entidades religiosas em presídios”.

2. O governo da Inglaterra, por meio da ministra Ruth Kelly, está financiando escolas religiosas com dinheiro público, e isso tem gerado protestos por parte daqueles que acreditam que a separação Igreja-Estado está sendo violada.

3. A Rússia também está seguindo pelo mesmo caminho, e adotará em quatro regiões do país o ensino obrigatório de religião nas escolas públicas (usando verbas públicas).

4. Nos Estados Unidos, desde 1997, o governo tem financiado o projeto “Silver Ring Thing” (Coisa do Anel de Prata), que visa a conscientizar os jovens quanto à importância de permanecerem virgens até o casamento. Aqueles que aceitam o desafio são orientados a usar um anel de prata no dedo para demonstrar publicamente sua decisão. O problema, de acordo com entidades que lutam pela separação entre Igreja e Estado, é que o projeto, na prática, faz proselitismo e extrapola completamente o papel do Estado.

A história tem demonstrado que, para segurança da sociedade, o Estado deve preocupar-se tão somente com os deveres do cidadão para com outros cidadãos, e não deve, em hipótese alguma, legislar sobre os deveres do cidadão para com Deus.


http://minutoprofetico.blogspot.com/2006/09/religio-estatal.html
Related Posts with Thumbnails