quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Eqüidade nas relações comerciais entre países é urgente, recorda Santa Sé ao G8

ZENIT - O mundo visto de Roma
--------------------------------------------------------------------------------
Código: ZP06071409
Data de publicação: 2006-07-14

Eqüidade nas relações comerciais entre países é urgente, recorda Santa Sé ao G8
Comunicado do Conselho Pontifício Justiça e Paz

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 14 de julho de 2006 (ZENIT.org).- O Conselho Pontifício Justiça e Paz faz um chamado de atenção às grandes potências --que estão prestes a se reunir em São Petersburgo-- para que se comprometam na plena participação de todos os Estados nas negociações comerciais.

Assim se desprende do comunicado do dicastério -- difundido nesta sexta-feira -- sobre os resultados da Reunião Miniministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), celebrada em Doha (Qatar) em 29 e 30 de junho.

O documento é assinado pelo cardeal Renato Martino e pelo bispo Giampaolo Crepaldi, respectivamente presidente e secretário desse dicastério.

O texto -- do qual se faz eco o VIS («Vatican Information Service») -- lamenta que a reunião tenha concluído deixando as questões principais em suspenso, um fato que contrasta com «a intensidade do compromisso demonstrado pelos negociadores e o pessoal da OMC, de concluir Doha com um acordo geral».

O Conselho Pontifício Justiça e Paz reconhece a complexidade desse compromisso «devido à dificuldade objetiva de mediar entre tantos Estados com interesses e expectativas diferentes», mas também as esperanças que encerram, pelas quais manifesta seu apreço.

O tema principal de Doha, «a eqüidade nas relações comerciais», foi e continua sendo «uma preocupação principal da Santa Sé», lê-se no documento, que cita as palavras de Paulo VI, que em sua Encíclica «Populorum progressio» afirmou: «O comércio livre pode chamar-se justo só quando obedece às exigências da justiça social».

O documento sublinha a necessidade de regressar ao espírito que inspirou a Ronda de Doha há cinco anos, quando se chegou a uma declaração conjunta «sobre o desenvolvimento e o alívio da pobreza e ao compromisso específico de melhorar a participação eficaz dos países menos desenvolvidos no sistema comercial multilateral».

«As semanas que os negociadores têm agora para alcançar um acordo frente à conclusão positiva e eficaz da Ronda são uma oportunidade única», observa o dicastério.

E manifesta a esperança de que a próxima reunião do G8 que se celebrará em São Petersburgo «desemboque nas decisões políticas necessárias para transformar os pontos técnicos em pontos operativos».

«A urgência particular desta tarefa não pode ser encarada superficialmente, sobretudo levando em conta as sérias repercussões das relações comerciais dos seres humanos e sua dignidade. Por isso, nas negociações comerciais devem considerar sempre o impacto que provocam na família humana», alerta.

De 15 a 17 de julho, a cidade russa de São Petersburgo acolherá a reunião dos chefes de Estado e de Governo do G8, o grupo dos oito países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Japão e Rússia.

Está prevista a apresentação de uma mensagem conjunta de cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, hinduístas e xintoístas, destinada especialmente aos integrantes do G8 -- mas também para todos os crentes --, fruto dos trabalhos que a Reunião Mundial de Líderes Religiosos -- de cinqüenta países -- realizou a semana passada em Moscou (Zenit, 6 de julho de 2006).
Related Posts with Thumbnails