terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Papa quer acordo para o clima

O Papa Bento XVI pediu esta manhã um acordo, já este ano, “que enfrente de maneira eficaz” a questão das alterações climáticas. Condenando o fracasso da cimeira de Copenhaga, realizada em Dezembro, o Papa afirmou que por detrás do fracasso estiveram sobretudo “resistências de ordem económica e política”.
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Mais de metade do texto (disponível aqui), foi mesmo dedicada ao ambiente e às alterações climáticas, tema que o Papa tem referido em dezenas de intervenções nos últimos meses. Para Bento XVI, a crise ecológica deriva também da “mentalidade egoísta e materialista”, que esquece os “limites inerentes a toda a criatura”.

O Papa pediu “uma gestão correcta dos recursos naturais dos países e, em primeiro lugar, daqueles que se encontram economicamente desfavorecidos”. Referindo-se concretamente a África, recordou, “com preocupação, a erosão e a desertificação de amplas extensões de terra cultivável, por causa da exploração selvagem e da poluição do ambiente”. E condenou os casos do Afeganistão ou de alguns países da América Latina, “onde infelizmente a agricultura está ainda ligada à produção de droga”. Aqui, é preciso reconverter tais actividades, afirmou, pedindo “à comunidade internacional que não se resigne com o tráfico da droga”.
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O discurso serviu ainda para o Papa Ratzinger condenar o “sentimento de pouca consideração e por vezes de hostilidade, para não dizer menosprezo, para com a religião, particularmente a religião cristã”, que se verifica “em certos países, sobretudo ocidentais”.

Esta ideia, difundida em “meios políticos e culturais, bem como nos mass media” resulta de se “conceber a laicidade apenas em termos de exclusão ou, mais exactamente, de recusa da importância social do facto religioso”.

“É urgente definir uma laicidade positiva, aberta, que, fundada sobre uma justa autonomia da ordem temporal e da ordem espiritual, favoreça uma sã cooperação e um espírito de responsabilidade compartilhada”, pediu o Papa, que aproveitou para saudar a entrada em vigor do Tratado de Lisboa. “Faço votos de que a Europa, na construção do seu futuro, saiba sempre beber nas fontes da sua própria identidade cristã.”

Fonte - Publico

Nota DDP: Veja também "Raízes da degradação ambiental são de ordem moral, afirma Papa".


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