Primeiro, foi uma série de e-mails que levou muitos a começarem a duvidar da veracidade dos cientistas climáticos. Depois, a própria entidade da ONU teve que mudar as previsões sombrias sobre o derretimento das geleiras do Himalaia. Outras alegações também levantaram dúvidas.
A geleira Siachen é lar de uma das maiores crises do mundo. Aqui, a 6 mil metros acima do nível do mar, soldados indianos e paquistaneses se enfrentam, protegidos em posições altamente armadas.
A disputa de fronteira em andamento entre as duas potências nucleares já custou as vidas de 4 mil homens –a maioria deles por exposição ao frio.
Agora a geleira do Himalaia também está no centro de uma disputa científica. Em seu atual relatório, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) prevê que a geleira, que tem 71 quilômetros de comprimento, poderia desaparecer até 2035. Ele também prevê que outras 45 mil geleiras na mais alta cadeia de montanhas do mundo virtualmente desaparecerão até lá, com consequências drásticas para bilhões de pessoas na Ásia, cuja vida dependa da água que se origina no Himalaia. O relatório do IPCC levou ativistas ambientais a soarem o alarme a respeito de um drama que pode estar se desdobrando no “terceiro pólo do mundo”.
“Este prognóstico é, é claro, uma completa tolice”, diz John Shroder, um geólogo e especialista em geleiras da Universidade do Nebraska, em Omaha. Os resultados de sua pesquisa dizem uma história completamente diferente.
Nas últimas três décadas, o glaciólogo americano tem percorrido as montanhas majestosas da região do Himalaia, particularmente a Cordilheira Karakorum, com seus instrumentos de medição. As descobertas que ele fez não são consistentes com a avaliação do IPCC. “Apesar de muitas geleiras estarem encolhendo, outras estão estáveis e algumas estão até mesmo crescendo”, diz Shroder.
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Fonte - BOL