CIDADE DO VATICANO, 18 JAN (ANSA) - O papa Bento XVI afirmou hoje, recebendo uma delegação da Igreja Luterana Finlandesa, que desde o Concílio Vaticano II a Santa Sé se empenha "com todo o coração" pela unidade dos cristãos.
Hoje, o Pontífice abre a tradicional semana para o diálogo entre os cristãos. No discurso feito aos líderes luteranos, Bento XVI ressaltou que os problemas do passado devem ser um motivo para "estimular um esforço em direção a uma maior compreensão recíproca e à reconciliação".
As mudanças da Igreja Católica no que se refere ao diálogo com outras religiões e denominações cristãs também foram elogiadas ontem pelo rabino-chefe da Sinagoga de Roma, Riccardo Di Segni, que recebeu Bento XVI no templo judaico.
"A nós interessa que não se volte atrás nas decisões do Concílio e, sobre isso, me parece que haja sintonia", destacou Di Segni, acrescentando que o resultado da ida do Pontífice à sinagoga foi "decisivamente positivo".
Hoje, a visita de Bento XVI também foi elogiada pelo prefeito da capital italiana, Gianni Alemanno. "A visita do Papa à Sinagoga de Roma foi um evento histórico, com o qual fiquei comovido", destacou.
O político italiano lembrou que Bento XVI e Di Segni falaram de temas "de forte atualidade, de integração, de meio ambiente e demonstraram como pertencer a religiões diferentes pode servir para reforçar os valores universais da pessoa".
"Agradeço à comunidade judaica por ter tido a coragem de organizar este encontro. Acredito que tenha sido um passo adiante, não só para Roma, mas para toda a humanidade, para construir um futuro de colaboração e paz", enfatizou Alemanno.
O encontro entre líderes das duas religiões ocorreu em meio a discórdias sobre a atuação do Papa Pio XII (1939-1958) em relação ao Holocausto. Os judeus acusam o Pontífice de ter sido omisso diante do extermínio dos judeus.
A controvérsia se intensificou em dezembro, quando Bento XVI assinou um documento atestando as "virtudes heróicas" de Pio XII, passo importante em seu processo de beatificação.
Fonte - ANSA
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