quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Gorbachev diz que a Europa está nas vésperas de uma guerra nuclear

O ex-líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, alertou sobre o aumento de tensão na Europa em uma entrevista para a revista alemã Der Spiegel, no último final de semana. Segundo Gorbachev, a crise na Ucrânia pode levar a uma guerra de grande escala na Europa ou até mesmo uma guerra nuclear.

Gorbachev afirmou: “nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão”. Ele ainda classificou a perda de confiana na relação entre a Rússia e o Ocidente como catastrófica e afirmou que os laços precisam ser “descongelados”.

Ele ainda acusou o Ocidente e a Otan de destruir a estrutura de segurança na Europa.
“Nenhum chefe do Kremlin pode ignorar uma coisa dessas”, analisou, acrescentando que os EUA estavam “infelizmente” começando a estabelecer um “mega-império”.

Gorbachev ainda acusou a Alemanha de intervir na crise da Ucrânia e que há “uma grande quantidade de pessoas que querem estar envolvidas em uma nova divisão da Europa”. “A Alemanha já tentou expandir sua influência de poder pelo Oriente, na Segunda Guerra Mundial. Será que ela precisa realmente de outra lição?”, afirmou.

O ex-líder soviético vem alertando por diversas vezes sobre o perigo de uma guerra nuclear: “a situação na Europa e no mundo é extremamente alarmante. O resultado dos acontecimentos que ocorreram nos últimos meses, é uma perda catastrófica de confiança em relações internacionais”, disse ele em um artigo do diário russo Rossiyska Gazeta, de 11 de dezembro.

Gorbachev ecoa os comentaŕios feitos pelo investidor bilionário George Soros, que disse na última semana que a Rússia poderia entrar em default se os preços do petróleo continuarem baixos. E ele acha que a Europa deve socorrer a Ucrânia, dizendo: “A Europa parece estar perigosamente inconsciente de ser a responsável indireta do ataque militar da Rússia. Ela trata a Ucrânia como apenas mais um país que precisa de assistência financeira, e não como aquele que é importante para a estabilidade do euro, como a Grécia ou a Irlanda.”

Via Der Spiegel

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