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Um motivo maior de preocupação para os cientistas é que um novo tratado climático obrigando grandes poluidores como EUA e China a reduzirem suas emissões só deve ser definido até 2015, para entrar em vigor em 2020.
“Estamos no limiar de algumas grandes mudanças”, disse Will Steffen, diretor do instituto para a mudança climática da Universidade Nacional Australiana, falando em uma conferência em Londres. “Podemos limitar o aumento das temperaturas a 2ºC, ou cruzar o limite além do qual o sistema passa para um estado bem mais quente.”
No caso das camadas de gelo, cruciais para desacelerar o aquecimento, esse limiar provavelmente já foi ultrapassado, segundo Steffen. A capa de gelo da Antártida ocidental já encolheu na última década, e a região da Groenlândia perde 200 quilômetros cúbicos de cobertura por ano desde a década de 1990.
A maioria dos especialistas prevê também que a Amazônia se tornará mais seca em decorrência do aquecimento. Uma estiagem que tem matado muitas árvores motiva temores de que a floresta também poderia estar perto de um ponto irreversível, a partir do qual deixará de absorver emissões de carbono e passará a contribuir para elas.
No pior cenário, 30 a 63 bilhões de toneladas de carbono por ano seriam liberadas até 2040, ficando entre 232 e 380 bilhões de toneladas por ano até 2100. Isso é um volume bem mais expressivo do que os cerca de 10 bilhões de toneladas de CO2 liberadas por ano pela queima de combustíveis fósseis.
Durante a sessão plenária da Cúpula sobre Segurança Nuclear, em que participam 53 países, em Seul, o primeiro-ministro francês, François Fillon, afirmou nesta terça, 27, que “não se pode abrir mão das vantagens do nuclear”, considerando que o aquecimento global poderá ser mais perigoso do que “qualquer acidente tecnológico”.
“O aquecimento global, que poderá causar danos bem mais graves do que qualquer acidente tecnológico, a escassez de recursos energéticos (..) encorajam-nos a continuar as pesquisas em matéria nuclear”, declarou Fillon aos jornalistas em Seul.
Fonte - Opinião e Notícia
Nota DDP: Seja para qual área se incline os olhos, a tônica sempre se direciona para "grandes mudanças". Veja também "2011 foi um dos anos mais quentes da história".