quinta-feira, 3 de maio de 2012

Três mensagens de um povo para o mundo

Quando olhamos para o mundo à nossa volta, o que é que vemos? Problemas a toda a volta: economia, pobreza social, catástrofes naturais, guerras, doenças mortais, ameaça de armamento nuclear, abuso de crianças, aumento do crime, moralidade da sociedade, etc. É precisamente para este mundo que o livro de Apocalipse apresenta uma solene mensagem:

E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome. Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” (14:6-12).

Diz o texto que se vêm anjos voando pelo céu. Será que estas mensagens são trazidas por três anjos literais que rodeiam a Terra a grande velocidade, gritando para toda a gente ouvir?

Na Bíblia, “anjos” (literais) são descritos como ajudantes do ser humano na proclamação de uma mensagem. Eles são mensageiros celestiais auxiliando seres humanos que voluntariamente de dispõem para essa obra.

Em Apocalipse 1:1-3 lemos:

Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

A sequência que aqui reparamos, é: Deus deu a Jesus para mostrar a Seu servo – Jesus diz a João a mensagem – João dá a mensagem à igreja (v. 4: “João às sete igrejas…”) – a igreja dá a mensagem ao mundo.

No grego, língua usada para composição do Novo testamento, a palavra para anjo é “angelos”, que quer dizer “mensageiro”, havendo várias pessoas na segunda parte da Bíblia que são tratadas por “anjo” (ou palavras derivadas), sempre no contexto de “mensageiros”.

a) Mateus 11:10 – João Batista (“diante da Tua face envio o meu anjo, que preparará diante de Ti o Teu caminho”);
b) Gálatas 4:14 – Paulo ("me recebestes como anjo de Deus”);
c) Filipenses 2:25 – Epafrodito (“seu enviado”);
d) Tiago 2:25 – espias em Jericó ([Raabe] “recolheu os emissários”);

Deus não entregou a pregação do evangelho a anjos literais, a seres celestiais. Essa obra é para os seres humanos executarem, ajudados pela hoste angélica. Foram eles, os humanos, os que foram comissionados em Mateus 28:18-20:

E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.

“Ide e fazei discípulos” – sinceramente, não percebo muito de pecuária; mas sei que o Pastor cuida das ovelhas, mas não as produz; ovelha é que gera ovelha; discípulo gera discípulo.

Um gato pode produzir um gato; uma abelha pode produzir uma abelha; um papagaio pode produzir um papagaio; por todo o reino animal, é assim. E, um homem pode produzir um homem; um redimido pode produzir outro redimido; um anjo (literal), não pode produzir um redimido – porque um anjo (literal) não é um redimido.

Outra evidência: em Atos 8:26, comprova-se que os anjos celestiais auxiliam os seres humanos na proclamação da mensagem, quando Filipe foi instruído por um anjo a encontrar-se com o eunuco etíope.

Os anjos entregam a mensagem e auxiliam no desempenho da missão – mas os homens é que proclamam a mensagem. E assim também acontece com as mensagens de Apocalipse 14.

Note-se que Jesus tinha vários discípulos e deu a comissão evangélica a todos – não apenas aqueles que, supostamente, eram mais capazes, mas sim a todos os membros da igreja. Assim, nenhum membro está excluído da convocação que o próprio Senhor fez.

No verso 6 lemos que o anjo “voava pelo meio do céu” – por aqui vemos que se trata de uma mensagem de origem celestial, pois na Bíblia, o que vem de cima (ar, céu) é de Deus; o que vem de baixo (mar, terra, abismo) é sempre de Satanás.

Colossenses 3:2 diz “pensai nas coisas que são de cima e não nas que são de baixo”. Tiago 3 fala de uma sabedoria que "não vem do alto", mas também de uma “sabedoria que vem do alto”. Ainda em Apocalipse, percebemos claramente este mesmo conceito de mensagem celestial, divina: “vi descer do céu outro anjo” (18:1) – se desce, é porque, mais uma vez, vem de cima.

No verso 7 é dito que o mensageiro deve anunciar “com grande voz”. A palavra no grego para esta expressão é “megaphone”, facilmente entendida nas suas derivações para a língua portuguesa.

Aqui não há demasiada diplomacia ou o politicamente correto. Há lugar, sim, à pregação da mensagem – as consequências e resultados ficam sempre à responsabilidade de Deus. Repare no pormenor da ordem de Jesus em Mateus 10:27:

O que vos digo em trevas dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido, pregai-o sobre os telhados.

Voltando a Apocalipse 14, vemos também que os anjos voavam. A que velocidade voa um anjo? (Em profecia, “asas” – que são necessárias ao voo – indicam ação veloz.) Vejamos Ezequiel 1:13-14 (contexto: seres viventes que representam a hoste angélica).

E, quanto à semelhança dos seres viventes, o seu aspecto era como ardentes brasas de fogo, com uma aparência de lâmpadas; o fogo subia e descia por entre os seres viventes, e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos; E os seres viventes corriam, e voltavam, à semelhança de um clarão de relâmpago.

O texto menciona “clarão de relâmpago”, indicando a velocidade da luz, que é a mais rápida velocidade humanamente conhecida (teoria que já é debatível); não se refere a velocidade de caracol, lentidão na exposição da mensagem.

Encontramos outra evidência desta imagem da velocidade dos anjos em Lucas 10:18, referindo-se ao principal anjo da hoste caída: “e disse-lhes: Eu via Satanás, como raio, cair do céu”.

Às vezes temos tendência para nos justificarmos com frases do tipo: “cada um tem o seu tempo” e outras semelhantes; mas o texto bíblico indica uma proclamação a toda a velocidade.

Contudo, e curiosamente, há uma velocidade ainda superior à da luz que é mencionada na Bíblia, associada a velocidade angelical!

Em Daniel 9, o profeta queria saber acerca da profecia das 2.300 tardes e manhãs. Gabriel, o anjo, deixou o trono quando Daniel orava e antes que a oração acabasse, Gabriel estava ao lado dele.

Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.” (Daniel 9:21-22)

Não consigo saber que distância se precisa percorrer para um trajeto do céu até Babilónia; mas se Gabriel chegou ao destino antes mesmo de Daniel terminar a oração, não me custa acreditar que ele se deslocou mais rápido do que a luz

As mensagens de Apocalipse 14 são de âmbito mundial, global, não restrito ou exclusivo, pois no verso 6 lemos que se destinam “aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação e tribo e língua e povo”.

Os dispensacionalistas, cristãos protestantes conservadores, principalmente residentes da América do Norte, acreditam no chamado arrebatamento secreto. Dizem que Apocalipse capítulos 4-19 é apenas para os judeus no Médio Oriente, para o tempo de tribulação que virá, depois da igreja ser secretamente arrebatada. Mas, o verso 6 diz “a toda a nação e tribo e língua e povo”, o que desde logo começa a desmontar aquela argumentação!

Esta noção de globalidade já tinha sido predita, por Jesus:

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mateus 24:14)

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15)

Pregar o evangelho é levá-lo a todas as pessoas de todo o mundo, trazendo o máximo possível de pessoas para o campo de Deus, encontrando salvação. Isto porque, Satanás criou uma contrafação para as mensagens dos três anjos de Apocalipse 14, que também leva a todo o mundo, criando perdição. Veja Apocalipse 16:13-14:

E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demónios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.”

O que são espíritos imundos? Quando Jesus expulsou espíritos imundos (Lucas 4:33-36), o que eram eles? Eram demónios. E o que são demónios? São anjos caídos.

Então, fica provado que Satanás também tem três mensagens angélicas. O verso 14 deixa bem claro que estes demónios vão “ao encontro”, primeiramente dos reis e, depois, de todo o mundo – o que demonstra alcance global. E sobre estes espíritos demoníacos diz que, saem “da boca”. E o que sai da boca? Palavras, proclamação (de uma mensagem)!

Qual o propósito? Pois bem, se as mensagens dos três anjos têm o propósito de arregimentar para Deus, as mensagens dos três demónios têm o objetivo de arregimentar para Satanás, contra Deus.

E, reforçando, porque razão Deus quer que os Seus mensageiros vão por todo o mundo? Porque Babilónia, o grande sistema de erro e engano, controla as pessoas de todo o mundo. E elas precisam ser advertidas!

Um pouco mais à frente no oráculo profético do livro de Apocalipse 17:1, fala-se de uma prostituta que está “assentada sobre muitas águas”.

Ora, normalmente, quem “se assenta” é o monarca, o rei, o governador.  E o que são “muitas águas”? O verso 15 esclarece que “as águas que viste onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações e línguas”. Assim, essa mulher adúltera reina, exerce poder sobre muita gente, de todas a partes da terra – por isso se faz menção a nações e línguas.

Mais uma vez comprovamos a frequente e recorrente estratégia de Satanás: para tudo o que Deus faz, Satanás contrafaz. Veja outras evidências.

a) A Divindade é composta por três entidades distintas; Satanás também tem a sua trindade: dragão, besta e falso profeta;
b) No Calvário, Jesus recebeu um ferimento mortal e ressuscitou; a besta semelhante a leopardo foi ferida de morte e depois recebeu a cura;
c) O nome de Cristo em hebraico, Miguel, quer dizer “Quem é semelhante a Deus?”; as pessoas que adoram a besta perguntam: “Quem é semelhante à besta?”;
d) A besta semelhante a cordeiro é chamada de falso profeta, uma contrafação do Espírito Santo, o outorgador da verdadeira profecia. Em João 16 o Espírito Santo conduz-nos a toda a verdade e à adoração a Deus; o falso profeta ensina mentiras e persuade as pessoas a adorarem a besta;
e) Deus criou o homem à Sua imagem e deu-lhe vida; a trindade satânica cria uma imagem à besta, um membro da trindade satânica concede vida à imagem da besta;
f) Deus oferece-nos identificação com o seu selo, sinal; Satanás oferece a marca da besta.

Este grupo de pessoas que estão enganadas pelas mentiras do inimigo de Deus é precisamente o mesmo grupo a quem devem ser pregadas as três mensagens de Apocalipse 14! Estão dominados pela grande prostituta, precisam ser advertidos para a salvação.

A mensagem sugerida é para resgatar essas nações do pecado, do poder opressor que as domina: “sai dela povo Meu” (18:4). Este é o apelo final de Deus a todo o mundo, antes do encerramento do tempo da graça – as mensagens dos três anjos.

O que sucede após o fim da proclamação do terceiro anjo (v. 12)?

Logo de seguida, ainda há uma voz que profere uma bênção especial desde o céu (v. 13) sobre aqueles que ouvem e atendem as mensagens. Depois, no verso 14 temos uma breve descrição da volta de Jesus: “eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro”.

Por isso, as três mensagens de Apocalipse 14 são mesmo o último e definitivo apelo de Deus a um mundo que se aproxima do final.

Quais entre as três mensagens – celestiais ou demoníacas – vamos aceitar? Esta é a pergunta à qual todas as pessoas terão de responder! Mas antes, é preciso que os mensageiros as proclamem com toda a força!


Fonte - O Tempo Final
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