quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Comissão do Senado dos EUA aprova intervenção na Síria

A Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (4) uma resolução que autoriza o presidente Barack Obama a intervir militarmente na Síria.

Após ouvirem o secretário de Estado, John Kerry, o de Defesa, Chuck Hagel, e o general Martin Dempsy, chefe do Estado-maior conjunto norte-americano, em uma audiência realizada ontem (3), os senadores aprovaram a ação por dez votos a sete.

Essa autorização agora precisa passar por votação no plenário do Senado --o Congresso volta às atividades na próxima segunda-feira (9)--, e também deve ter respaldo da Câmara dos Representantes.

A resolução aprovada determina que a ação dos EUA na Síria tenha duração máxima de 60 dias –com possível prorrogação de 30 dias—e que não sejam usadas tropas americanas em solo durante as operações.

A autorização é mais limitadora do que a proposta original de Obama, mas ainda assim é um ponto ganho para o presidente.

Caso o Congresso venha a aprovar a retaliação à Síria pelo suposto uso de armas químicas contra civis em Damasco, os EUA poderão dar início ao ataque limitado, como represália ao regime de Bashar Assad. Segundo relatórios da inteligência americana usados como sustentação para a ação militar, mais de 1.400 pessoas morreram (centenas de crianças entre elas) no dia 21 de agosto de 2013.

Nesta quarta-feira, os secretários Kerry e Hagel e o general Dempsy responderam a perguntas da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes sobre os planos dos EUA para a Síria, os motivos de entrar em uma guerra com o país e quais serão as possíveis retaliações.

O intuito dos secretários e do general é conseguir o apoio dos legisladores para que o presidente Obama ganhe o apoio do Congresso.

"Eu não acredito que estamos indo para a guerra", disse Kerry no encerramento da audiência. "Estamos pedindo permissão para fazer uma ação limitada, mas que não vai colocar os americanos no meio do conflito".

O secretário de Estado alega que a segurança norte-americana estará em risco se os EUA não tomarem uma atitude em relação ao uso de agentes químicos pela Síria (país com grande estoque de armamento desse tipo).

"Se não querem mais extremismo, vocês devem aprovar isso [a intervenção militar]. Não enviem a pessoas como Assad a mensagem de que ele vai ficar impune. Alguém em algum lugar vai colocar as mãos naqueles materiais, de alguma maneira [caso os EUA não reajam]", disse Kerry.

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