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Além da religião católica romana, que influencia amplamente países latino-americanos, outras religiões de grande influência em locais importantes para a biodiversidade são o budismo (sudoeste asiático), hinduísmo (Índia) e islamismo (Ásia menor, nordeste e centro da África).
Os pesquisadores acreditam que membros de grupos religiosos podem começar a se preocupar mais em conservar a natureza se forem guiados por discursos morais de preservação dos recursos naturais para as próximas gerações.
A maioria das religiões sempre pregou atitudes moralmente boas, e durante séculos mostram para as pessoas o que seria certo e errado de acordo com valores morais. Mikusinski acredita que os líderes religiosos têm o potencial de fazer “milagres” nos locais de grande biodiversidade a partir de seus discursos.
Os resultados do estudo mostram que os católicos romanos são os que têm o maior potencial de preservar a diversidade biológica onde vivem. A Igreja Católica acaba de eleger o papa Franscico, que tem um nome associado ao “santo verde” do catolicismo, Francisco de Assis – o santo padroeiro da ecologia. Os pesquisadores esperam que o papa e outros líderes religiosos se envolvam ativamente no debate sobre a conservação da natureza. Embora a ciência e a religião vivam em conflitos, a união entre as duas áreas pode ser muito importante para o futuro do planeta.
(Hypescience)
Nota Michelson Borges: Texto bastante revelador esse aí. Quando o assunto é preservação da Terra, a ciência naturalista e a religião podem e devem dar-se as mãos. Note que o apelo dos pesquisadores é para que os líderes religiosos usem seu poder de influência para convencer seus seguidores a se engajar na luta pela preservação do meio ambiente, e para que façam isso mostrando que essa luta tem que ver com valores morais. Então citam o papa Francisco como peça-chave nessa campanha, até porque ele adotou o nome do “santo verde”. Não nos esqueçamos de que uma das propostas ECOmênicas da Igreja Católica consiste na observância do domingo como dia santo e de descanso (para as pessoas, as famílias e a natureza). Portanto, o domingo se reveste de um valor moral para as pessoas que o consideram sagrado. Aqui os interesses convergem, pois mesmo quem não atribui caráter moral/sagrado ao primeiro dia da semana aceita a proposta de que ele seja dedicado à família e ao baixo consumo de carbono. E qualquer um que discordar disso (da observância do domingo como dia “santo”), ainda que seja plenamente a favor da preservação do meio ambiente, será visto como inimigo do bem.