A iniciativa partiu do convite feito pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer. Segundo o responsável pela Comissão de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da arquidiocese, cônego José Bizon, o ato ecumênico destaca o espírito de acolhida e fraternidade, próprio do tempo do Natal. “Festa das luzes, da paz, da justiça e também a festa da acolhida e da solidariedade”, explica o cônego.
O reverendo Marcelo Leandro, da Igreja Presbiteriana Unida, declarou no evento que o Advento é o momento para os cristãos estarem unidos e demonstrarem a luz suprema de Jesus. “Nós devemos estar iluminados, ajudando a sociedade que é carente não somente da pobreza material, mas espiritual”. Ao falar sobre a importância do diálogo ecumênico, recordou Nelson Mandela. “Como ele, sonho que um dia todos seremos irmãos, independentemente da placa de igreja”, disse.
O representante da Nação Ketu, do Candomblé, Sílvio Ribeiro, acredita que para o convívio harmonioso entre todas as religiões é necessário respeitar as diferenças. “Podemos ter a cor, cabelo, etnia e vestes diferentes do outro irmão, mas todos temos Deus no coração. Ele só muda de nome. A minha religião fala de paz, igual às outras que eu reconheço. As que não falam de amor, de paz, eu não reconheço”.
Para o sheikh Houssam El Boustani, da comunidade muçulmana, a iniciativa foi um sinal de grande respeito para as outras religiões. “Que o Natal seja iluminado para toda criatura que existe na face da terra, seja cristão ou não, pois todos nós precisamos da luz de Deus. Para nós muçulmanos Deus é luz do céu e da terra. Nós queremos e precisamos dessa luz. Pedimos ao Deus altíssimo para que nos guie e leve-nos para o caminho certo, derramando sob o mundo as grandes misericórdias, principalmente nas zonas dos conflitos, das guerras e de miséria”, afirmou Houssam.
Representando o Mofic estavam líderes das igrejas Católica Apostólica Romana; Ortodoxa Antioquina; Episcopal Anglicana; Presbiteriana Unida do Brasil; Apostólica Armênia; Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; e a Armênia Católica (Igreja Católica de Ritos Orientais). Entre as diferentes tradições religiosas estavam líderes do judaísmo; islamismo; budismo; espiritismo; umbanda e candomblé.