quinta-feira, 19 de março de 2015

Amazônia perde drasticamente capacidade de absorver gases causadores do efeito estufa

Segundo um trabalho de pesquisa desenvolvido ao longo de 30 anos, a capacidade da Amazônia de absorver gases causadores do efeito estufa diminuiu consideravelmente nas últimas décadas. A equipe internacional de quase cem pesquisadores foi liderada pela Universidade de Leeds, e o trabalho foi publicado, na última quarta-feira, 18, pela revista Nature.

O estudo avaliou 321 trechos de partes da Amazônia jamais afetadas por atividades humanas e estimou que a quantidade de dióxido de carbono absorvida pela floresta diminuiu em um terço na última década em comparação com a década de 1990. Pela primeira vez, a captação da floresta é menor que as emissões de combustíveis fósseis na América Latina. Os cientistas disseram não estar claro se o declínio irá continuar e se a tendência se aplica a outras florestas tropicais, como a bacia do Congo ou a Indonésia.

Segundo a equipe, isto possivelmente ocorreu devido às mudanças climáticas e às secas, já que elas estão fazendo com que mais árvores morram. Outra possibilidade é que o dióxido de carbono, gerado pelo homem, esteja fazendo com que as árvores cresçam mais rápido e morram mais cedo, e que só agora o número maior de mortes está se tornando aparente. Se a tendência se mantiver, o panorama da floresta Amazônica pode mudar.

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, e ela vem assimilando grandes quantidades de dióxido de carbono, já que as plantas utilizam o gás, que acumula calor, para crescer. Depois, elas o eliminam quando aprodrecem ou queimam. No entanto, o relatório afirmou que essa função de compensação do aquecimento global pode estar ameaçada.

“O crescimento florestal zerou ao longo da última década”, disse um dos autores do relatório, Roel Brienen, da Universidade de Leeds, à Reuters. “A floresta toda está vivendo mais rápido – as árvores crescem mais rápido, morrem mais rápido”.

As descobertas são uma surpresa, já que alguns modelos de computador indicam que as florestas tropicais podem crescer melhor, já que o dióxido de carbono, emitido pelo uso humano de combustíveis fósseis, age como um fertilizante que se dispersa no ar.

Fonte - Opinião e Notícia
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