As organizações humanitárias enfrentavam grandes dificuldades nesta segunda-feira (16) para ajudar os habitantes de Vanuatu após a passagem devastadora do ciclone Pam, ao mesmo tempo que o presidente do arquipélago, Baldwin Lonsdale, fez um apelo à comunidade internacional para a reconstrução do país.
"As necessidades humanitárias são imediatas, precisamos agora", disse Baldwin à AFP antes de retorna ao país de Sendai (Japão), onde participava em uma reunião da ONU sobre a prevenção de catástrofes naturais.
"A longo prazo, necessitamos de apoio financeiro e ajuda para começar a reconstruir nossas infraestruturas. Temos que reconstruir todo", completou.
"Depois de todo o desenvolvimento que alcançamos nos últimos dois anos, vem este ciclone e destrói toda a infraestrutura que o governo construiu.
"Precisamos de financiamento internacional para reconstruir todas as infraestruturas", completou.
Mais cedo, o presidente de Vanuatu declarou que a mudança climática foi um fator-chave na devastação sofrida pelo país durante a passagem do ciclone Pam.
"A mudança climática está contribuindo para o desastre em Vanuatu", disse ele a uma emissora de televisão australiana.
O arquipélago de Vanuatu, no Pacífico Sul, foi devastado na sexta-feira por um dos mais graves desastres naturais da história da região. Na capital, Port Vila, 90% das casas foram atingidas.
Até o momento, o balanço oficial é de seis mortos em Port Vila, mas as autoridades temem um balanço muito maior após a avaliação de todos os danos no arquipélago, formado por quase 80 ilhas.
A ajuda já começou a chegar à capital do país, mas os funcionários das ONGs destacaram a falta de recursos para distribuir o material nas ilhas mais afastadas do Estado insular, um dos mais pobres do mundo.
Para alcançar cada localidade arrasada na sexta-feira pelo ciclone, que atingiu a categoria 5, a máxima, com rajadas de vento superiores a 320 km/h, serão necessários vários dias.
As necessidades de água potável, banheiros portáteis e pastilhas de purificação de água devem ser determinadas rapidamente, explicou o diretor da ONG Oxfam em Vanuatu, Colin Colette.
As organizações temem uma propagação das doenças.
"A primeira urgência era o ciclone. A segunda as doenças, caso a água potável e as condições de higiene continuem insuficientes", completou Colette, que citou 100.000 pessoas desabrigadas.
Para o diretor da organização Save the Children, Tom Skirrow, as condições são piores que nas Filipinas em novembro de 2013, quando o supertufão Haiyan arrasou o arquipélago e deixou 7.350 mortos e desaparecidos.
"Estive lá após o Haiyan e posso dizer que a logística é muito mais complicada aqui", disse à AFP.
Fonte - UOL