quinta-feira, 1 de abril de 2010

Papa pode sair fortalecido de escândalos

As denúncias de abusos sexuais cometidos por sacerdotes provocaram um forte abalo no pontificado de Bento 16, mas o papa está confrontando o problema e poderá sair fortalecido do episódio, na opinião de vaticanistas ouvidos pela BBC Brasil.

“Esse é o grande terremoto do pontificado de Bento 16, embora o papa seja muito claro e determinado no combate à pedofilia”, afirmou o vaticanista Marco Politi.

Segundo ele, a decisão de Bento 16, que está fazendo cinco anos de papado no dia 19 de abril, de adotar a regra da tolerância zero com os padres que cometem abusos está sendo aplicada nos países atingidos pelos escândalos e mudou o jeito de enfrentar o problema nos Estados Unidos.

“O resultado histórico será positivo para Bento 16”, disse outro vaticanista, Luigi Accattoli, que vê o papa como um religioso que sempre foi severo em relação ao comportamento moral do clero e um líder que promove uma ação transparente para combater a pedofilia na igreja e a colaboração com os tribunais civis.

Na opinião de Accattoli, muitos atribuíram ao papa a responsabilidade por abusos cometidos por padres por acreditarem que o então cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé Joseph Ratzinger teria contribuído para ocultar os casos para defender a imagem da Igreja Católica.

Mas, segundo Accatoli, essa atribuição seria injusta, porque "o segredo era mantido graças a regras que já existiam e não tinham sido aprovadas por Ratzinger, porque ele não era um legislador".

Já na avaliação do vaticanista Andrea Tornielli o escândalo esta assumindo dimensões imprevisíveis e "é impossível prever onde isso vai levar”.

Segundo Tornielli, a divulgação quase diária de casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, deixou marcas profundas na imagem da igreja.

Fonte - BBC


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