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“Esse é o grande terremoto do pontificado de Bento 16, embora o papa seja muito claro e determinado no combate à pedofilia”, afirmou o vaticanista Marco Politi.
Segundo ele, a decisão de Bento 16, que está fazendo cinco anos de papado no dia 19 de abril, de adotar a regra da tolerância zero com os padres que cometem abusos está sendo aplicada nos países atingidos pelos escândalos e mudou o jeito de enfrentar o problema nos Estados Unidos.
“O resultado histórico será positivo para Bento 16”, disse outro vaticanista, Luigi Accattoli, que vê o papa como um religioso que sempre foi severo em relação ao comportamento moral do clero e um líder que promove uma ação transparente para combater a pedofilia na igreja e a colaboração com os tribunais civis.
Na opinião de Accattoli, muitos atribuíram ao papa a responsabilidade por abusos cometidos por padres por acreditarem que o então cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé Joseph Ratzinger teria contribuído para ocultar os casos para defender a imagem da Igreja Católica.
Mas, segundo Accatoli, essa atribuição seria injusta, porque "o segredo era mantido graças a regras que já existiam e não tinham sido aprovadas por Ratzinger, porque ele não era um legislador".
Já na avaliação do vaticanista Andrea Tornielli o escândalo esta assumindo dimensões imprevisíveis e "é impossível prever onde isso vai levar”.
Segundo Tornielli, a divulgação quase diária de casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, deixou marcas profundas na imagem da igreja.
Fonte - BBC