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Somado às recentes tragédias no Haiti e no Chile, o tremor do dia 4 deixa de fato a sensação de que uma grande hecatombe está prestes a acontecer. O Centro de Investigação Científica e de Educação Superior de Enseada, no México, classificou como “sem precedentes” o terremoto na região. Ele foi sentido, inclusive, nos municípios americanos de Calexico, San Diego e Los Angeles. A brasileira Elaine Wanderley, 30 anos, mora desde 2005 em San Diego e relatou à ISTOÉ que o evento causou grande comoção na cidade, antes tranquila. “Foram os 90 segundos mais longos da minha vida”, diz Elaine. “A sensação é muito estranha.Os quadros da parede ficaram tortos, vasos e copos balançaram sobre a mesa. Foi chocante”, completa.
Apesar de não ter acusado o tremor, São Francisco vive sob constante ameaça de terremotos. John Chappel, designer de 39 anos e morador da cidade, conta que as pessoas estão assustadas diante da quantidade de eventos do tipo que ocorrem mundo afora. “Com tanto terremoto acontecendo por aí, fica difícil não pensar que o Big One está se aproximando”, diz. “O medo é de que se repita a tragédia de 1906, mas com proporções ainda maiores”, conclui. O evento ao qual John se refere é o terremoto ocorrido em 17 de abril daquele ano. Com 8.0 graus de magnitude, o fenômeno destruiu a cidade, tomada pelas chamas logo depois. O jornalista Jack London foi testemunha ocular da tragédia e escreveu um impressionante e agora clássico relato sobre ela. “Todas as engenhocas e salvaguardas humanas foram desmanteladas por 30 segundos de contorção da crosta terrestre”, escreveu London. “São Francisco desapareceu. Não ficou nada além da lembrança.” O terremoto causou três mil mortes e prejuízos da ordem de US$ 500 milhões.
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Fonte - Isto É