FAPESP anunciou financiamento de projeto; hoje, apenas 15% dos eleitores tem biometria cadastrada pelo TSE
SÃO PAULO – O sistema de identificação biométrica desenvolvido para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permitirá que todos os eleitores do país sejam identificados com a impressão digital na hora de votar na urna eletrônica a partir de 2018, informou nesta terça-feira através de seu site a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que financia o projeto.
A empresa Griaule, especializada em biometria e escolhida entre várias outras do setor, assinará um contrato de R$82 milhões para fornecer, por dois anos, para fornecer por sistemas de verificação de impressão digital em larga escala e o tratamento do banco de dados do órgão.
A implantação do sistema de reconhecimento de autenticação de impressões digitais, que ocorrerá em dois períodos, começará com o processamento dos 23 milhões de registros biométricos de eleitores já armazenados pelo TSE e deverá ser finalizada antes das eleições de outubro deste ano.
Em uma segunda fase, o programa garantirá que as 52,8 milhões de impressões que o TSE pretende armazenar até as eleições de 2016 não estão duplicadas nem constituam fraude, segundo a Fapesp.
Para este trabalho, o contrato de prestação de serviços prevê implantação de um supercomputador como servidor com quase 1.500 núcleos de processamento, que possibilitará a comparação de mais de três milhões de digitais por segundo.
“Para ter uma ideia da complexidade da tarefa, é importante ressaltar que são coletadas as digitais dos dez dedos de cada pessoa. Assim, o software de reconhecimento terá de processar um volume de dados da ordem de quintilhões”, explicou Felipe Bergo, pesquisador da empresa.
Embora as eleições já sejam informatizadas desde 2010 com a utilização das urnas eletrônicas em todas as seções eleitorais, o TSE possui apenas 15% de impressões digitais registradas dos 142,4 milhões de eleitores.
A tecnologia de identificação perante a urna eletrônica com impressão digital já foi testada nas eleições presidenciais de 2010 em 60 cidades por 1,2 milhões dos 135,8 milhões de eleitores que previamente tinham ido aos colégios eleitorais para escanear seus digitais.
“O serviço que iremos prestar ao TSE é a garantia de unicidade dos eleitores brasileiros. Ou seja, iremos certificar que nenhuma pessoa consiga se cadastrar duas vezes como eleitor, impedindo que ela vote mais de uma vez durante a eleição”, detalha Rodrigo Souza, gerente de produtos da Griaule.
Fonte - Estadão