"Laudato sii" (Louvado seja) poderá ser o título da próxima encíclica do Papa Francisco dedicada à proteção da criação, a ser publicada em meados de junho, disse o diretor da Libreria Editrice Vaticana (LEV), padre Giuseppe Costa, à agência SIR da Conferência Episcopal Italiana. "Muitas editoras no exterior manifestaram interesse na publicação da encíclica em seus países", disse o padre salesiano.
O possível nome do documento papal foi retirado do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, que foi escrito em dialeto da Úmbria por volta de 1226, e é considerado o texto mais antigo da literatura italiana. Neste poema famoso, o Pobrezinho glorifica ao Senhor e louva as maravilhas da criação.
Dia 13 de março de 2013, o cardeal Jorge Mario Bergoglio se tornou o primeiro pontífice a levar o nome de Francisco, lançando assim uma grande mensagem ao mundo. "Para mim [Francisco de Assis] é o homem da pobreza, é o homem da paz, é o homem que ama e cuida da criação; neste momento, não mantemos uma boa relação com a criação, certo? Ele é o homem que nos dá este espírito de paz, o homem pobre", disse ele aos repórteres.
Na homilia da Missa inaugural de seu pontificado, o Santo Padre afirmou que o fundador da Ordem Franciscana "nos ensina a ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo meio ambiente onde vivemos". Assim, convidou os presentes a serem “ «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente” e pediu que “não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo!”
Durante o vôo de volta da Coréia do Sul, Francisco disse aos repórteres que o primeiro rascunho da encíclica preparado pela equipe do Cardeal Peter Turkson, estava grande e incluía contribuições de muitos especialistas. Assim, Francisco anunciou que o texto final seria muito mais curto e deixava de lado as discussões, porque "uma encíclica deve ser magistral, com base em certezas. As hipóteses podem ser mencionadas nas notas como tal, mas não no corpo da encíclica, que é um documento doutrinal e exige certeza".
Francisco nunca escondeu a sua profunda preocupação com o que ele considera um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade, a custódia de criação. Na audiência geral de 21 de maio de 2014, ele ressaltou que “a criação não é uma propriedade, que podemos manipular a nosso bel-prazer; nem muito menos uma propriedade que pertence só a alguns, a poucos: a criação é um dom, uma dádiva maravilhosa que Deus nos concedeu, para a cuidarmos e utilizarmos em benefício de todos, sempre com grande respeito e gratidão”.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, falou recentemente com o Papa sobre a encíclica dedicada à ecologia. Após um encontro no Vaticano, o secretário geral da ONU observou que o documento "transmitirá ao mundo que proteger o nosso ambiente é um imperativo moral urgente e um dever sagrado para com todas as pessoas de fé e consciência".
Fonte - Zenit