O Vaticano parece cada dia mais arrasado pela crise da pederastia clerical. A reportagem exclusiva publicada na quinta-feira (25) pelo jornal "The New York Times" sobre o falecido sacerdote Lawrence Murphy, que abusou durante anos de cerca de 200 meninos surdos em Wisconsin (EUA) e nunca foi denunciado ou expulso da Igreja, interpela diretamente o papa e seu número 2, o secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
Os documentos publicados parecem provar que os dois altos funcionários do Vaticano tentaram encobrir o caso quando dirigiam a Congregação para a Doutrina da Fé. Em 1996, o então prefeito Joseph Ratzinger deixou sem resposta duas cartas sobre o assunto enviadas pelo arcebispo de Milwaukee. Nela se contavam os abusos cometidos por Murphy, que trabalhou como educador de meninos surdos entre 1950 e 1974.
Oito meses depois de Ratzinger ter recebido as cartas, seu secretário Bertone ordenou aos bispos que começassem um julgamento canônico secreto que poderia ter levado à expulsão de Murphy. Mas pouco depois suspendeu a ordem. Escreveu a Ratzinger pedido que o deixasse morrer em paz. A Congregação para a Doutrina da Fé, dirigida por Ratzinger entre 1981 e 2005, tem desde 2001 a competência exclusiva sobre os abusos.
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Fonte - BOL
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