Segundo estimativas preliminares, o furacão Irene muito provavelmente será um desastre de 10 bilhões de dólares (16,12 bilhões de reais), quebrando recorde de 2008 para prejuízo de desastres por ano. Entre as enchentes de verão, tornados, tempestades e secas, 2011 já acumulou nove desastres naturais que custaram pelo menos 1 bilhão de dólares (1,61 bilhões de reais) cada. Se as estimativas de danos estiverem certas, Irene seria um recordista. Nos EUA, conforme o furacão deixou um rastro que começou nas Carolinas na sexta-feira (26 de agosto), como uma tempestade da categoria 2 com ventos de até 169 quilômetros por hora, matou pelo menos nove pessoas [dados mais recentes dão conta de que 33 pessoas morreram] – cinco na Carolina do Norte, três na Virgínia e uma na Flórida. Até o fim da noite de domingo, passando por Nova York, deveria ser rebaixado à categoria de tempestade tropical, graças a seu contínuo enfraquecimento. Já na quinta-feira, a agência de notícias Bloomberg informou que o risco estimado que o furacão podia causar custaria 13,9 bilhões de dólares (22,41 bilhões de reais) em perdas seguradas e 20 bilhões de dólares (32,24 bilhões de reais) em perdas econômicas totais, se fatores como horas de trabalho perdidas e interrupção do transporte fossem considerados.
O especialista Roger Pielke observou os totais danos causados por tempestades anteriores que seguiram a trilha de Irene e descobriu que os danos variavam de cerca de 4,9 bilhões de dólares (7,9 bilhões de reais – Tempestade 8, 1933) a cerca de 46,2 bilhões de dólares (74,48 bilhões de reais – Tempestade de New England, 1938). Porém, ele diz que nenhuma das tempestades do passado é um bom análogo para Irene. “Devemos esperar danos ao longo da costa leste inteira”, disse Pielke, “assim como uma quantidade considerável de danos causados por inundações no interior, não incluídas nestes números.” [...]
Pelos cálculos dos pesquisadores, a tempestade única mais prejudicial foi a Grande Miami, de 1926, que teria custado até 157 bilhões de dólares (253 bilhões de reais) em 2005. A tempestade foi de categoria 4, que rugiu em terra com ventos de até 201 quilômetros por hora. [...]
Junto com o Irene, os danos econômicos de desastres naturais que formaram um recorde nos EUA, de acordo com um relatório do Centro Nacional de Dados Climáticos americano lançado em agosto de 2011, são (em reais):
Inundações no centro-oeste (verão): pelo menos 3,22 bilhões a partir de meados de agosto.
Enchente do Rio Mississippi (primavera e verão): 3,22 bilhões a 6,45 bilhões em danos.
Secas, ondas de calor e incêndios florestais nas planícies do sul e sudoeste (primavera e verão): mais de 8,06 bilhões em danos.
Furacões (22 a 27 de maio): pelo menos 11,28 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.
Tornados (25 a 30 de abril): pelo menos 14,51 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.
Furacões (14 a 16 de abril): mais de 3,22 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.
Furacões (08 a 11 de abril): perdas superiores a 3,55 bilhões nos estados centrais e do sul.
Furacões (4 a 5 de abril): mais de 3,71 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.
Tempestade de inverno: 3,22 bilhões em danos após uma tempestade de inverno maciça que despejou neve em toda a região central, leste e nordeste do país.
(Hypescience)
Nota Michelson Borges: Não nos esqueçamos, também, do raro terremoto ocorrido poucos dias antes do furacão Irene. Há mais de um século, Ellen White escreveu: “É chegado o tempo em que haverá no mundo tristeza que nenhum bálsamo humano pode curar. O Espírito de Deus está sendo retirado. Catástrofes por mar e por terra seguem-se umas às outras em rápida sucessão. Quão frequentemente ouvimos de terremotos e furacões, de destruição pelo fogo e inundações, com grandes perdas de vidas e propriedades! Aparentemente essas calamidades são caprichosos desencadeamentos de forças da natureza, desorganizadas e desgovernadas, inteiramente fora do controle do homem; mas em todas elas pode ler-se o propósito de Deus. Elas estão entre os instrumentos pelos quais Ele busca despertar a homens e mulheres para que sintam o perigo” (Profetas e Reis, p. 277).