Roma, 11 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) Federico Cenci | 110 visitas
Hoje, no dia do 35 º aniversário da Revolução que levou o Irã a transformar-se de uma monarquia na República Islâmica, o embaixador iraniano junto da Santa Sé, Mohammad Taher Rabbani, encontrou-se com a imprensa italiana para discutir as relações com o Vaticano e outras questões de instante atualidade.
Na breve apresentação do seu país, o embaixador lembrou que durante estes 35 anos o povo iraniano têm demonstrado grande maturidade democrática constantemente indo às urnas: "caso único em todo o Golfo Pérsico". Último testemunho a este respeito foram as eleições presidenciais, que em maio passado levaram ao governo Hassan Rouhani. O rumo tomado pelo novo líder está na linha de um desenvolvimento das relações diplomáticas com os países estrangeiros. Especialmente, com a Santa Sé, o objetivo que se propõe é o de "trabalhar nos campos de interesse comum". Um deles é a resolução da crise da Síria. A este respeito, o embaixador confirmou que a Santa Sé é “um ótimo interlocutor para o Irã”.
"Grande atenção", disse o embaixador, "o povo e os intelectuais iranianos estão tendo com relação ao Papa Francisco, por causa da sensibilidade mostrada pelo Santo Padre pelos indigentes e pelo seu forte sentido de justiça”. Por isso no Irã se alimenta uma grande confiança com relação ao Papa Francisco, “uma personalidade cheia de moralidade e modéstia”, o definiu o embaixador Rabbani. Papa Bergoglio “procura no seu caminho e no seu magistério dar justiça e combater a discriminação entre os povos, substituindo a liberdade e o bem-estar pelo autoritarismo; a paz ,o desenvolvimento e o progresso à guerra e ao derramamento de sangue; a tolerância à violência. Tudo isso em nome do bem-estar do mundo e no respeito pela dignidade humana".
"Em cerca de um ano da minha missão junto da Santa Sé - continuou -, tendo tido a oportunidade de conhecer de perto o Papa Francisco, posso dizer que ele representa um precioso patrimônio de conhecimento e de ciência religiosa no mundo contemporâneo”. O embaixador afirmou portanto que cotidianamente reza pelo Papa Francisco, “para que Deus lhe conceda saúde e longa vida”. O seu desejo, além do mais, é que “em um circunstância favorável se possa programar um encontro entre o Santo Padre o presidente iraniano Hassan Rouhani”.
Além disso, no quadro de uma assim chamada "diplomacia religiosa", o Irã de Rouhani tem todo o interesse de reforçar ainda mais as relações com a Santa Sé. Os dois Estados, explicou o embaixador, “podem planejar um programa mundial contra a violência e o extremismo, a fim de fazer prevalecer o diálogo e a paz”. A “diplomacia religiosa”, esclareceu em seguida, “se inspira nos ensinamentos das religiões monoteístas para ter sempre aberto o canal da esperança”. O mundo contemporâneo, que, na opinião do embaixador está passando por "condições muito críticas”, tem necessidade deste tipo de diplomacia. O embaixador recordou que uma demonstração prática deste modus operandi a nível diplomático “houve no passado mês de novembro, quando se chegou ao acordo entre o Irã e os Países do grupo 5+1”. Em um arco mais longo, com a boa vontade", outros resultados nesse sentido poderão ocorrer, graças ao apoio divino”.
Falando sobre a situação dos cristãos na República Islâmica do Irã, o embaixador disse que "com base nos artigos 12 e 13 da Constituição iraniana, todas as minorias religiosas têm certos direitos; a liberdade de culto nos edifícios religiosos, a liberdade de associação, a possibilidade de ser julgados de acordo com as suas normas religiosas”. O embaixador lembrou que no Irã há cinco arcebispos e que os cristãos têm dois representantes (um da Igreja caldéia e outro da comunidade Armênia) dentro do Parlamento iraniano.
Por fim, o embaixador explicou que neste momento no Irã está se construindo a Carta de cidadania, “que Rouhani falou em campanha eleitoral, na qual se consagram de modo claro os direitos de todas as minorias”.