Após os vazamentos de Edward Snowden, Comissão Europeia lança plano para globalizar várias funções da internet atualmente controladas pelo governo dos EUA
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, está aumentando a pressão para reduzir a influência dos EUA sobre a Internet após a descoberta de que o governo americano monitora o tráfego de informações na rede secretamente.
A Comissão irá propor nesta quarta-feira, 12, a adoção de “medidas concretas e factíveis” para globalizar algumas funções essenciais da internet, incluindo a atribuição dos chamados nomes de domínio de nível superior, como “.com” ou “.org “, que permanecem contratualmente ligados ao governo dos EUA, de acordo com um projeto de lei obtido pelo Wall Street Journal.
O órgão europeu deve propor também uma agenda para a internacionalização plena da ICANN, a Corporação da Internet para Nomes e Números, que supervisiona aspectos-chave da infraestrutura da internet, para garantir que todo o tráfego virtual seja direcionado para seu legítimo destinatário, diz a proposta.
“Atividades de vigilância e inteligência de larga escala … levaram a uma perda de confiança na Internet e seu atual sistema de governança”, afirma o documento.
A proposta europeia posiciona o bloco como um mediador importante nas próximas negociações sobre as normas técnicas que regem a internet, preenchendo uma lacuna entre os EUA e países como Rússia e China, que têm pressionado por mais controle de governos sobre a Web.
A proposta também alinha o bloco europeu com o Brasil, que adotou um tom particularmente estridente sobre a governança da internet após reportagens alegando que os EUA espionaram a presidente Dilma Rousseff terem enervado autoridades e cidadãos brasileiros. O Brasil pediu na ONU mais controle internacional sobre a internet e vai hospedar uma conferência importante sobre o futuro da rede em abril.
Fonte - Opinião e Notícia