sexta-feira, 8 de agosto de 2014

EUA lançam mais dois ataques aéreos no Iraque

Ataques foram feitos contra posições do Estado Islâmico (EI).
Um desses ataques foi feito com drone e o outro com quatro aviões.

Os Estados Unidos lançaram mais dois ataques aéreos contra posições do Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque nesta sexta-feira (8), além do primeiro ataque anunciado mais cedo, afirmou o Pentágono por meio de comunicado.

Os novo ataques incluiram o de um drone (veículo aéreo não-tripulado) sobre a posição de lançamento morteiro e o de quatro aviões caça F/A-18 contra um comboio do EI perto da cidade de Erbil, capital da região do Curdistão iraquiano e pólo industrial de empresas norte-americanas, de acordo com a Reuters.

O EI é um grupo radical islâmico jihadista que se apoderou de uma parte do noroeste do país, na fronteira com a Síria, e proclamou a criação de um califado nas zonas conquistadas. Os membros desse grupo se apresentam como herdeiros de um regime que existiu da época do profeta Maomé até um século atrás.

Autoridades norte-americanas e europeias disseram que comboios do EI estavam indo em direção a Erbil. Governos ocidentais temiam que um dos comboios poderia estar a caminho de um ataque a comunidades cristãs da área de Erbil, disse uma das autoridades.
O governo regional do Curdistão e autoridades dos Estados Unidos disseram que combatentes curdos foram desarmados pelas forças do EI.

O governo do Iraque entregou um avião cheio de munição a Arbil nesta sexta, em um ato sem precedentes de cooperação militar entre as forças iraquianas e os curdos, segundo disse uma autoridade norte-americana à agência Reuters.

A administração de Obama está trabalhando com à do primeiro-ministro Nuri al-Maliki para atender a pedidos adicionais do Curdistão “o mais rápido possível”, disse a fonte sob condição de anonimato.

Obama autoriza ataques

Os bombardeios dos EUA foram autorizados nesta quinta-feira (7) pelo presidente Barack Obama para defender as minorias que estão sendo massacradas pelos jihadistas no país. Obama também autorizou uma operação humanitária de assistência aos deslocados.

Os EUA também começaram os lançamentos aéreos de suprimentos de emergência a membros da etnia Yazidi, dezenas de milhares dos quais estão em uma montanha deserta para evitar os combatentes, que ordenaram que eles se convertam ou morrerão.

O Departamento de Estado norte-americano disse que aviões lançaram 72 cargas com mantimentos, incluindo oito mil refeições prontas para consumo e milhares de litros de água potável.

No primeiro ataque desta sexta, duas aeronaves F/A-18 lançaram bombas guiadas por laser contra uma artilharia móvel dos jihadistas perto de Erbil, segundo o porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby. Ele afirmou que os rebeldes islamitas têm utilizado esta artilharia para bombardear as forças curdas que estão defendendo Erbil, onde tropas americanas estão localizadas.

Após a ação americana contra as posições jihadistas, o chefe de equipe do exército iraquiano disse esperar que as tropas federais e as forças curdas peshmergas recuperem grandes extensões de terra.

"Haverá grandes mudanças em terra nas próximas horas", declarou o tenente-general Babaker Zebari à AFP.

Na noite de quinta, quando as forças curdas haviam se retirado, os jihadistas tomaram posições em Qaraqosh, situada entre Mossul, a segunda cidade do país e em poder do EI, e Erbil.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse nesta sexta que os ataques militares dos EUA no Iraque não têm data para acabar, explicando que isso dependerá da situação de segurança no país.

“O presidente não disse uma data específica de fim”, disse ele, segundo a Reuters.

Sobre a ajuda militar dos EUA ao Iraque, o porta-voz disse que inicialmente ela será para proteger americanos que trabalham no Iraque e para lidar com a situação de emergência humanitária na montanha de Sinjar.

Segundo ele, os EUA poderiam oferecer mais ajuda militar ao governo do Iraque para ajudá-lo a combater os jihadistas, caso o país forme um novo governo “inclusivo”.

A Casa Branca também divulgou nesta sexta que Obama viajará de férias, com sua família, para a pequena ilha de Martha's Vineyard, em Massachusetts.

Segundo Josh Earnest, o presidente estará com sofisticados equipamentos de comunicação e acompanhado de seus conselheiros de Segurança Nacional, o que lhe permite "tomar decisões próprias de um comandante-em-chefe das Forças Armadas".

EUA proíbem vôos comerciais sobre Iraque

A Agência Federal de Aviação (FAA) proibiu nesta sexta-feira (8) a aviação comercial americana sobrevoar o Iraque, onde os Estados Unidos estão realizando os seus primeiros ataques aéreos contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI).

A FAA citou 'situações potencialmente perigosas criadas pelo conflito armado' entre os militantes do IE e as forças de segurança do Iraque como a principal razão para esta proibição até novo aviso.

Empresas de outros países, como a Etihad Airways e a Turkish Airlines, cancelaram voos para o aeroporto de Erbil, no norte do Iraque, por razões de segurança.

Califado

Em junho de 2014, os jihadistas do EIIL anunciaram o restabelecimento de um califado, regime político islâmico encerrado há um século com a queda dos otomanos.

O Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que a partir da proclamação do califado passou a se chamar Estado Islâmico (EI), pediu a todos os muçulmanos que jurem lealdade a seu chefe, proclamado califa, o que representa uma ameaça para o papel da Al-Qaeda na causa jihadista mundial. Eles já tomaram o controle de 17 cidades.

O avanço do grupo, favorecido pelo conflito entre a minoria sunita e os xiitas no poder, começou desde a saída de tropas dos Estados Unidos, em dezembro de 2011.

Presos nas montanhas

No domingo, a cidade de Sinjar, a 50 km da fronteira com a Síria, foi tomada pelos jihadistas, obrigando cerca de 200 mil pessoas a fugirem, segundo a ONU. Os jihadistas também invadiram Zumar, outra cidade perto de Mossul, de um poço de petróleo e de Rabia, um posto fronteiriço entre Síria e Iraque.

Milhares de civis, boa parte da minoria yazidi, estão presos nas montanhas do norte do Iraque, após fugirem dos jihadistas na região de Mossul.

O poderoso líder xiita Moqtada al-Sadr afirmou nesta sexta que os jihadistas estão a ponto de atacar a capital iraquiana, e prometeu mobilizar seus combatentes para defender Bagdá.

Fonte - G1
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