Na centésima audiência geral de seu pontificado, perante multidão reunida na Praça de São Pedro, o pontífice reafirmou o apelo por uma mudança no modo de vida, feito em junho na encíclica Laudado si, seis meses antes da conferência de Paris (COP21) sobre as alterações climáticas.
Pela primeira vez, católicos e ortodoxos vão promover, no sábado (29), um Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a fim de contribuir, segundo o papa, "para a solução da crise ecológica que a humanidade está vivendo".
O papa não gosta de ver o documento reduzido a uma "encíclica verde", pois considera o texto mais como uma encíclica sobre justiça social
Iniciativas locais de oração e reflexão estão previstas e deverão fazer da jornada um "momento forte para que também possam ser escolhidos estilos de vida coerentes", afirmou Francisco.
O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, instituído pelo papa, vai ocorrer anualmente em 1º de setembro, data que já tinha sido fixada pela Igreja Ortodoxa.
Na encíclica Laudato si (Louvado seja, em latim), o papa defende um modo de vida mais sóbrio e mais tranquilo, lembrando que os problemas ambientais estão intimamente ligados aos sistemas sociais, econômicos e ao domínio das finanças e da tecnologia.
Em entrevista ao diário chileno El Mercurio, citado pelo jornal L'Osservatore Romano, o presidende da Academia Pontifícia das Ciências, o argentino Marcelo Sánchez Sorondo, disse que o papa não gosta de ver o documento reduzido a uma "encíclica verde", pois considera o texto mais como uma encíclica sobre justiça social, na medida em que a "questão do clima tem repercussão sobre os povos mais pobres".
De acordo com o Vaticano, Francisco recebeu 3 milhões de peregrinos em Roma, em dois anos e meio de audiências gerais, Angelus e audiências especiais.