terça-feira, 17 de outubro de 2006

Pyongyang considera resolução da ONU uma declaração de guerra

17/10/2006 - 06h56

Cecilia Heesok Paek Seul, 17 out (EFE).- A Coréia do Norte rejeitou hoje taxativamente a resolução do Conselho de Segurança da ONU que condena seu teste nuclear, dizendo que se trata de uma "declaração de guerra" e ameaçando bater "sem piedade" em quem tentar aplicar as sanções previstas no texto.

Em comunicado divulgado pela Agência Central de Notícias norte-coreana ("KCNA", oficial), o Ministério de Relações Exteriores da Coréia do Norte afirma que o país quer a paz. Mas também "não teme a guerra" e está preparado para um confronto com os Estados Unidos.

"A Coréia do Norte não cedeu no passado, quando não possuía armas nucleares, e agora que as possui não vai se dobrar a qualquer pressão ou ameaça", acrescentou o comunicado.

O ambiente na região é de tensão cada vez maior, entre rumores sobre a possibilidade de um novo teste nuclear norte-coreano, após o de 9 de outubro.

Em referência à resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada no sábado, a Coréia do Norte ressaltou que se trata de "uma declaração de guerra instigada pelos Estados Unidos".

No entanto, "se alguém tentar prejudicar a soberania e o direito à existência da República Democrática Popular de Coréia, ainda que no âmbito da ONU, receberá como resposta golpes sem piedade, mediante as ações mais fortes", acrescentou o texto.

A mensagem qualifica a decisão do Conselho de Segurança como um "comportamento imoral totalmente desprovido de imparcialidade".

"Não é preciso acrescentar que a resolução da ONU só pode ser entendida como uma declaração de guerra à República Democrática Popular de Coréia, já que foi instigada por um roteiro dos EUA destinado a destruir o sistema socialista" norte-coreano, acrescenta o comunicado.

A Coréia do Norte "denuncia com veemência a resolução como um produto da política hostil dos EUA e a rejeita em sua totalidade", diz o regime comunista.

A mensagem ressalta que o teste nuclear da Coréia do Norte não foi uma ameaça à paz e à segurança internacional, e sim "um exercício de seu direito legítimo e independente como Estado soberano".

"O teste nuclear da Coréia do Norte é um grande acontecimento que contribui notavelmente para a paz e a estabilidade, não só na península coreana, mas também no Nordeste da Ásia, pois é um poderoso elemento de dissuasão contra a chantagem e a ameaça dos EUA, e frustra sua tentativa de provocar uma nova guerra", acrescenta.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, "os EUA deveriam se informar melhor para não calcular mal o que a Coréia do Norte é capaz de fazer".

A resolução que os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram por unanimidade exige que o regime norte-coreano suspenda imediatamente as suas atividades nucleares e proíbe a venda ou transferência ao país de qualquer tipo de material relacionado a armas "não convencionais".

Também estabelece o bloqueio aéreo, a proibição de vender artigos de luxo à Coréia do Norte e o embargo das contas no exterior dos dignitários norte-coreanos. O documento também exige a retomada incondicional das conversas com a Coréia do Sul, China, Rússia, EUA e Japão sobre o programa atômico norte-coreano e recomenda ao regime comunista que acate imediatamente o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Enquanto a Coréia do Norte reage à resolução, os Estados Unidos promovem uma ofensiva diplomática na Ásia para tentar unificar posições sobre a aplicação das sanções.

O enviado especial americano para a península da Coréia, Christopher Hill, defendeu hoje em Seul uma frente unida para que a Coréia do Norte pague "um alto preço" por seu teste nuclear.

"Precisamos trabalhar para que nossos parceiros e aliados apliquem a resolução do Conselho de Segurança da ONU", disse à imprensa o secretário adjunto, ao chegar ao aeroporto de Incheon, iniciando uma visita de dois dias.

Hill prepara a chegada da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, quem na próxima quinta-feira se reunirá em Seul com os ministros de Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, e da Coréia do Sul, Ban Ki-moon, eleito novo secretário-geral da ONU.

Ao mesmo tempo, aumentam os rumores sobre a possibilidade de um novo teste nuclear norte-coreano.

Nesta terça-feira, Aso afirmou que tinha informação dos EUA sobre movimentos suspeitos da Coréia do Norte. O objetivo, aparentemente, seria a realização de um novo teste atômico.

As informações partiram dos serviços secretos dos EUA, cujos satélites, segundo as redes de televisão americanas "NBC News" e "ABC", detectaram movimentos incomuns de veículos e pessoas na mesma região do primeiro teste nuclear.

Fonte - UOL

Mateus 24:6
E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim.

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