Segundo o cientista do governo britânico Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, o mundo deve agir imediatamente para conter as mudanças climáticas. Caso contrário, o preço será alto no futuro.
Conforme Stern, a busca de energias alternativas é uma opção que faz sentido econômico e ambiental.
De acordo com o cientista, os custos econômicos (sem falar nos custos humanos e ambientais) de não agir agora devem superar em muito os custos de prevenção.
Stern participa de um encontro de dois dias entre ministros de Energia e do Meio Ambiente dos 20 países mais poluidores do mundo, iniciado nesta terça-feira na cidade de Monterrey, no México.
A reunião pretende discutir o impacto econômico das mudanças climáticas e é a última etapa de debates sobre um plano de ação a respeito do clima decidido durante a reunião de cúpula do G8 em Gleneagles, na Escócia, no ano passado.
O Brasil é representado por uma delegação coordenada pelo secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone. Também estão presentes representantes de outras economias emergentes, como China, Índia e África do Sul.
Desafios econômicos
Os representantes dos países estão debatendo os desafios econômicos na luta contra as mudanças climáticas, tecnologias limpas e nível de investimento dos setores público e privado.
O chefe a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Claude Mandil, apresentou os resultados de uma extensa pesquisa realizada pela agência.
Conforme Mandil, as tecnologias necessárias para reduzir as emissões de gases poluentes já existem. No entanto, afirmou, são necessários investimentos imediatos em tecnologias limpas.
Mandil disse que não é otimista em relação a uma vontade política para oferecer o devido apoio a essas mudanças e afirmou que há "uma enorme distância entre palavras e ações".
O Diálogo Ministerial sobre Mudanças Climáticas, Energias Limpas e Desenvolvimento Sustentável foi criado pela Grã-Bretanha em 2005, quando tinha a presidência do G8.
Um de seus objetivos é chegar a um acordo informal entre países industrializados e em desenvolvimento a respeito de uma estratégia de longo prazo para conter as emissões de gases poluentes.
Os Estados Unidos, maiores poluidores do mundo, não ratificaram o Protocolo de Kyoto - acordo internacional para a redução da emissão de gases poluentes.
O presidente Gorge W. Bush rejeitou o acordo, afirmando que iria prejudicar a economia americana e não conseguiria reduções significativas na emissão de gases poluentes.
Economias emergentes, lideradas pela China, argumentaram que, se a nação mais rica do mundo não fazia parte dos objetivos Protocolo de Kyoto, era injusto esperar que os países em desenvolvimento se sujeitassem às suas regras e limites.