segunda-feira, 18 de julho de 2011

EUA utilizam dados biométricos para rastrear militantes

Quando o Taleban cavou uma elaborada rede de túneis sob a maior prisão do sul do Afeganistão, isso desencadeou uma corrida para pegar os 475 presos que escaparam.

Uma coisa facilitou a caçada. Apenas um mês antes da fuga, as autoridades afegãs, utilizando tecnologia fornecida pelos Estados Unidos, registraram os olhos, as impressões digitais e imagens faciais de cada militante e criminoso detido na gigante Prisão Sarposa. Poucos dias depois da fuga, cerca de 35 fugitivos foram recapturados em postos de controle internos e ao tentar cruzar a fronteira. Eles foram devolvidos à prisão depois que suas identidades foram confirmadas por arquivos biométricos.

Um fugitivo foi capturado durante uma batida de rotina a menos de dois quilômetros de sua aldeia. Outro foi recapturado em uma estação de recrutamento na qual tentava se infiltrar nas forças de segurança afegãs.
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O conceito de expansão dos dados biométricos para uso no campo de batalha foi testado pela primeira vez em 2004 por unidades dos Fuzileiros Navais em Faluja, um reduto de militantes na província de Anbar, no Iraque. O refúgio dos insurgentes era fechado por um muro alto e apenas aqueles que se submetessem à coleta de dados biométricos podiam entrar e sair.

No fim de 2004, quando um militante iraquiano foi autorizado a entrar em uma base americana em Mosul, onde detonou um colete suicida e matou 22 pessoas em uma tenda de jantar, os comandantes ordenaram um programa de identificação rigoroso para os cidadãos iraquianos e de países terceiros que entrassem nas instalações americanas.

O general David H. Petraeus, revendo esses esforços quando assumiu o comando no Iraque em 2007, ordenou a expansão dos exames biométricos na zona de guerra para corresponder ao aumento de tropas dos EUA.

Petraeus elogia a tecnologia, não apenas por separar os insurgentes da população em que procuram se esconder, mas também por quebrar as células que constroem e plantam bombas na beira das estradas, as principais responsáveis por mortes entre as tropas dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Impressões digitais e outros dados podem ser encontrados em uma bomba desarmada ou em estilhaços depois de uma explosão e comparados com os arquivos de dados biométricos de ex-detentos e militantes suspeitos ou conhecidos.

"Estes dados são praticamente irrefutáveis e, geralmente, muito úteis na identificação de quem foi o responsável por um determinado dispositivo em um ataque, permitindo a segmentação subsequente", disse Petraeus, que em breve irá se aposentar como comandante no Afeganistão para se tornar diretor da CIA, a agência central de inteligência americana. "Com base em nossa experiência no Iraque, eu pressionei pela implementação dessa tecnologia no Afeganistão também. Além disso, as autoridades afegãs têm reconhecido o valor e abraçado o sistema”.

Fonte - Último Segundo
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