A nova chefe do FMI, Christine Lagarde, afirmou neste domingo que um eventual não cumprimento, ou default, por parte dos Estados Unidos em relação a seus comprpmisso de dívida poderá colocar em risco a estabilidade da economia mundial, e pediu aos políticos americanos que cheguem a um acordo sobre o orçamento.
"Isso, sem dúvida, vai de encontro ao propósito e missão do Fundo Monetário Internacional. Por isso estamos preocupados", enfatizou.
Se os políticos americanos não conseguirem um acordo, será "um grande golpe para os mercados de ações e terá consequências muito feias, não apenas para os Estados Unidos, como para toda a economia em geral, porque os Estados Unidos são um ator muito importante e afeta muito a outros países", explicou.
Mas Lagarde ressaltou sua confiança de que os Estados Unidos não optarão pelo default, apesar das tensas negociações entre a Casa Branca e os líderes republicanos para subir o limite da dívida que o país pode assumir.
"Não posso imaginar nem por um segundo que os Estados Unidos caiam em default", concluiu.
Numa reação imediata, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou que os Estados Unidos cumprirão com seus compromissos financeiros.
"Os Estados Unidos não cairão em default, já que os líderes do Congreso entendem isso", afirmou Geithner, repetindo que haverá um acordo até 2 de agosto.
Na véspera, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, anunciou sua retirada das negociações com a Casa Branca para alcançar um acordo global sobre a redução da dívida americana.
Boehner disse em comunicado que seu partido se centrará agora na busca de medidas menores sobre o tema da dívida, em meio aos temores de que a maior economia do mundo caia em default.
"Apesar dos esforços de boa fé para encontrar um consenso, a Casa Branca não tentará chegar a um acordo maior sobre a redução da dívida sem aumentar os impostos. Acredito que o melhor enfoque será centrar-se em uma medida menor", afirmou em sua declaração.
O presidente Barack Obama prevê reunir-se neste domingo com os líderes do Congresso para revisar as negociações sobre o orçamento, depois de afirmar que a incerteza em torno da luta contra o déficit contribuiu para impulsionar o desemprego nos Estados Unidos.
Os diálogos foram retomados na quinta-feira em meio aos temores de que os Estados Unidos caiam em default. Obama se reunirá à tarde com os líderes da Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, e do Senado, controlado pelos democratas.
As negociações ocorrem em contagem regressiva para o 2 de agosto, data na qual - segundo o Tesouro - a maior economia mundial já não estará em condições de pagar suas dívidas caso o Congresso não aprove um aumento do limite do endividamento federal.
Os republicanos, por sua vez, negam-se a dar seu voto a menos que o executivo aceite drásticos cortes nos gastos orçamentários.
Fonte - Yahoo
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