Um quarto dos americanos se denomina católico, proporção que permaneceu constante mesmo diante da queda da parcela de batistas e outros protestantes. De acordo com uma estimativa, os EUA terão 100 milhões de católicos até o meio do século.
A resistência da proporção católica do país disfarça grandes mudanças. Os americanos gostam de trocar de religião. Dados do Pew Research Center sugerem que mais da metade dos americanos adultos mudaram de religião ou denominação em algum momento de suas vidas. A Igreja Católica se sai particularmente mal nesse contexto: para cada convertido, quatro fieis são perdidos. Como resultado, 10% dos americanos são ex-católicos. O abandono começou antes de serem divulgados os escândalos sobre abusos de crianças e o hábito da igreja de tentar ocultá-los, mas isso não ajudou na conversão de novos fieis.
O número de pessoas que abandonaram a religião no nordeste e no meio-oeste do país causou um encolhimento do catolicismo nos seus principais ex-redutos. No nordeste uma paróquia típica teve uma perda líquida de 167 fieis registrados entre 2008 e 2012, de acordo com o CARA, um instituto de pesquisa da Georgetown University. O encolhimento foi compensado pelo crescimento nas regiões sul e sudoeste do país. O número de católicos da arquidiocese de Atlanta, por exemplo, aumentou em 180% entre 2010 e 2011. Nessas áreas de crescimento dois terços do total de católicos são hispânicos.
A igreja dos latinos
Cerca de um terço dos católicos americanos são hispânicos, mas para aqueles com menos de 40 anos a proporção sobe para quase 50%. Os hispânicos católicos esperam um tipo diferente de prática religiosa. Procissões que incluem o carregamento de cruzes durante a Semana Santa se tornaram lugar comuns. O modo como o sinal da cruz é feito pode ser diferente, bem como o uso da água benta e dos santos e altares escolhidos para a veneração – o crescente culto da Virgem de Guadalupe é o melhor exemplo. As missas também contam com mais música e pregação carismática.