Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta "questão de confiança". Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta "questão de confiança". Ordenar por data Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

BXVI e a volta de Cristo

As catástrofes em nível mundial junto com guerras e confitos armados podem ser entendidos como sinais da volta de Jesus? Para o papa Bento XVI, não! O site Zenit trouxe a afirmação do pontífice, feita no último domingo (14 de Dezembro), de que devemos nos alegrar no Senhor, uma vez que Ele "está próximo [...] Esta é a razão da nossa alegria [...] ‘o Senhor está próximo’? Em que sentido devemos entender esta ‘proximidade’ de Deus [...] a Igreja, iluminada pelo Espírito Santo, compreendia cada vez melhor que a ‘proximidade’ de Deus não é uma questão de espaço e tempo, mas uma questão de amor: o amor aproxima!"

Em nome de um amor subjetivo, Bento XVI lança por terra toda a preocupação de nosso Salvador em apresentar os sinais de Sua vinda (Mt 24), pelos quais nos é possível vigiar a respeito da proximidade da Segunda vinda. A volta de Cristo não é apenas a união mística do crente com Deus, expressa pela comunhão diária; o evento será visível mesmo aos que não têm fé na Pessoa de Jesus (Ap 1:7). Jesus virá em glória nas nuvens do céu (Mt 24:30) e Seus anjos recolherão os escolhidos (Mt 24:31). As mudanças climáticas, geológicas e físicas transtornarão a ordem natural que conhecemos (2Pe 3:10). Os próprios injustos sofrerão da penalidade que consiste em estar diante de um Juiz Santo (Ap 6:15-17).

Em suma, o "dia do Senhor" é muito real, não uma metáfora espiritual! Pensar o contrário é não "amar a Sua vinda" (2Tm 4:8). Pena que o papa reduza a responsabilidade pessoal de se preparar diante da iminência da volta de Jesus por causa de um suposto amor, tão vago e despreocupado com "espaço e tempo".

(Blog Questão de Confiança)

NOTA Minuto Profético: A descrença do Vaticano nos sinais que precedem a Volta literal de Cristo à Terra deve-se ao seu apego a outra heresia: os mil anos de paz na Terra (e não no céu como revela a Biblia) liderados pela Santa Sé. O Vaticano está agindo como os muitos falsos profetas da época do profeta Jeremias (exatamente antes de Jerusalém ser derrotada pelos Babilônios), contra os quais Deus advertiu: "Falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do Senhor" (Jr 23:16); "Que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse" (Jr 23:31); "E com suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo" (Jr 23:32); "O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra, será de fato conhecido como profeta, de fato, enviado do Senhor" (Jr 28:9).

Saiba mais: "O Milênio" (Leia aqui).

Nota DDP: Da minha parte apenas para dizer que recentemente havia entendido extremamente ambígua uma outra manifestação de BXVI, como afirmei em "Bento XVI explica por que não precisamos temer futuro". Parece-me que ele começa a preparar o mundo para receber "alguém" que se "conforme" às profecias...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Dança, transe e quadro profético

Dançar compulsoriamente, até os pés sangrarem em carne viva ou – mais trágico – até morrer por exaustão. O que parece ser um absurdo à primeira vista, constitui-se em uma das mais enigmáticas epidemias da Europa Medieval . Em entrevista à revista Galileu [1], John Waller, historiador da Universidade Estadual do Michigan, comentou sobre sua pesquisa a respeito da epidemia de dança surgida em 1518 na França e que rendeu-lhe a publicação de um livro sobre o assunto [2]. A seguir, algumas observações relevantes sobre a matéria:

1. A acusação implícita de que a fé fomenta histeria: esta é uma tônica das revistas “científicas” brasileiras – a desqualificação da fé, retratada como um elemento da irracionalidade primitiva, totalmente impertinente dentro da mentalidade pós-industrial. A verdade é que há fés e fés. A fé cristã é originalmente racional (Rm. 12:1). Sua racionalidade, não obstante, difere do racionalismo grego, que foi resgatado no Humanismo e tornou-se anticlerical e ateísta como seguimento da revolução iluminista. A razão, na concepção cristã, tem seu lugar e, quando santificada, é útil para refrear as emoções corrompidas pelo pecado e investigar os dados providos pela Revelação divina dentro de limites humanos. O Deus da Bíblia fornece evidências para crermos – sejam evidências intrínsecas (relacionadas à crença em si) ou evidências relacionais (quando não podemos entender, e ainda assim somos convidados a crer porque Deus é confiável e merece que O sigamos).

Pelo fato de que não se fazer diferenciação entre os divergentes tipos de crença, a entrevista dá-se a entender que todo tipo de fé resulte em histeria, descontrole em massa e distúrbios relacionados. Note a declaração de Waller: “Os atingidos pela epidemia de 1518 ocupavam um ambiente de fé que aceitavam a ameaça da praga divina, posseção ou feitiço. Eles não tinham a intenção de entrar em estado de transe, mas suas crenças sobrenaturais tornaram isso possível.” [3] O historiador olvida que nem toda crença que aceite o sobrenatural produza as condições para que se repita o que viu na praga de 1518.

A religiosidade medieval fundiu elementos cristãos a um misticismo pagão, criando superstições infundadas (ridículas até!). Temos de que nos situar, no entanto, e perceber que, se o cristianismo católico-medieval assumia estes caracteres, já estamos vizinhos da Reforma. Não muito tempo depois do episódio da dança, chegaram a Wittenberg os profetas de Zwickau, fanáticos religiosos que professavam um cristianismo místico, com direito ao pacote “transe/visões/rejeição da Bíblia”. A influência deste movimento na comunidade forçou Lutero a voltar de seu refúgio para combater o fanatismo e reparar a ordem, mediante a apresentação da mensagem bíblica. O que aconteceu neste episódio nos ajuda a diferenciar não só posturas, mas as próprias bases de cristãos orientados pela Bíblia e de grupos místicos (sejam cristãos ou nãos).

2.O perigo de que o misticismo cristão volte a influir na experiência cúltica em círculos cristãos-adventistas: Observe este trecho da entrevista: “[…] os cultos modernos de possessão realmente lançam uma luz sobre o que aconteceu em 1518, já que estudos mostram que as pessoas estão mais propensas a experimentar um transe dissociativo se já acreditam em possessão espírita. As mentes podem ser preparadas, por meio do aprendizado ou exposição passiva, a transitar por estados alterados [de consciência].[4]” Que, de certa forma, o misticismo continue se imiscuindo com a espiritualidade moderna ninguém pode negar; que este processo afete um número crescente de cristãos, está claro; agora, que esta tendência incidirá sobre adventistas, é uma questão de tempo. [5] Mesmo agora, podemos ver o processo em andamento por alguns fatores: (1) Um número cada vez maior de adventistas faz uso da música evangélica (seja através de consumo de material fonográfico, DVDs ou de dowloads; pela frequência a shows gospels; pela utilização de músicas cristãs contemporâneas em cultos regulares, eventos em internatos e instituições, momentos de devoção familiar ou particular, etc.); consequentemente, (2) mais e mais passamos a conceber a música cristã como os evangélicos o fazem, ou seja, formada por letra religiosa e música popular. Se continuarmos a nos aproximar de outros grupos cristãos no que se reporta à adoração, experimentaremos os mesmos fenômenos de transe e possessão que há muito fazem parte da rotina cúltica de tais grupos. Será que no final, muitos adventistas também serão dançarinos compulsórios? Eis algo que deve nos preocupar.

Fonte - Blog Questão de Confiança

[1] John Waller, “Erupções de histeria em massa continuam a acontecer”, em entrevista cedida à revista Galileu, nº 211, Fevereiro de 2009, pp. 16 e 17. De agora em diante, Erupções.
[2] John Waller, “A time to dance, a time to die: The Extraordinary Story of the Dancing Plague of 1518”, (Cambridge: Icon Books, 2008).
[3] John Waller, “Erupções”, p. 17.
[4] John Waller, “Erupções”, idem. Waller fala especialmente no caso de religiões afro, mas a inclusão de certos ramos do Pentecostalismo nesta descrição me soa evidente.
[5] Ver o que Ellen White fala sobre o movimento da “Carne Santa” e como isto iria se repetir entre os adventistas do sétimo dia no futuro em Mensagens Escolhidas, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1986), 2º ed, vol. 2, pp.35-39.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Interpretando e aplicando conceitos de Ellen G. White - A questão de Indiana

Exposição de motivos: As linhas abaixo transcritas são de lavra do Pr. Douglas Reis e podem ser acessadas diretamente no blog pelo mesmo administrado no link infra declinado, originalmente derivadas do artigo "A música sacra dentro da cosmovisão Adventista: Interpretando e aplicando conceitos de Ellen White" (3ª Parte). Tal artigo foi elaborado em um contexto próprio que não guarda relação direta com a sua presente descrição e, que poderá ser compulsado diretamente na fonte, caso assim desejem os interessados. Aliás, extrapolando os próprios limites que impulsionaram a confecção do mesmo, entendo ser de bom alvitre a sua leitura completa, dada a amplitude de conceitos e o enfrentamento filosófico adequado estabelecido pelo autor em um tratamento amplo da questão da música no seio do adventismo.

Tem se estabelecido uma estranha dicotomia no trato de questões referente ao pensar do adventismo, especialmente no que concerne a um inconsciente coletivo que tem acabado por criar um pejorativo enquadramento de uma faixa de membros inicialmente sob a insígnia de "radicais" e, mais modernamente, dada a impropriedade do vocábulo inicialmente eleito, diretamente de "fanáticos" e "extremistas", o que bem estabele o tom visceral e inapropriado que o discurso tem tomado, além das possibilidades que se desenham neste mister.

Sem tomar partido destas questões na forma por alguns proposta, que de pleno repelimos, temos enveredado a linha de informar, resgatando o pensar da liderança engajada na condução do rebanho e que portanto tem compromisso com aquEle que lhes outorgou o encargo.

Neste diapasão e, diante da recente contraposição que se tem feito ao há muito assentado entendimento do episódio ocorrido em Indiana, temos trazido o subsídio necessário para que se entenda a dimensão e alcance do que naquele quadro se estabeleceu e, que na forma do quanto profetizado e pelo andar da carruagem, já se vislumbra em meios e condições favoráveis para novamente se infiltrar em suas nuances próprias no arraial adventista.

Realizadas estas necessárias considerações iniciais, desculpando-me ainda com os leitores deste espaço com a eventual insistência no tema, que reputo de importância, segue o texto em questão.

*.*.*.*.*


O reducionismo, tanto na abordagem histórica do contexto cultural no qual Ellen White estava inserida quando escreveu sobre a música, quanto na aplicação atual do que ela escreveu.

Para compreendermos melhor a questão da importância da Revelação na adoração, é necessário notarmos que, para os adventistas, o mundo é visto como caminhando para um fim irreversível; nestes últimos dias da História da Terra, Deus tem, então, preparado um povo, dando a ele um cabedal de verdades que devem ser anunciadas a todo mundo. A mensagem da obra de Cristo no Santuário, parte deste sistema e eixo integrador do corpo de verdades para o tempo do fim, deve atrair nossa consideração nesses últimos dias. Como afirma Ellen White:

“Encerrando-se o ministério de Jesus no lugar santo, e passando Ele para o lugar santíssimo e ficando de pé diante da arca, a qual contém a lei de Deus, enviou um outro anjo poderoso com uma terceira mensagem ao mundo. Um pergaminho foi posto na mão do anjo e descendo ele à Terra com poder e majestade, proclamou uma terrível mensagem de advertência com a mais terrível ameaça que já foi feita ao homem.Esta mensagem estava destinada a pôr os filhos de Deus de sobreaviso, mostrando-lhes a hora de tentação e angústia que diante deles estava.Disse o anjo: ‘Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus’ Apocalipse 14:12. Ao dizer estas palavras, aponta para o santuário celestial. As mentes de todos os que abraçam esta mensagem são dirigidas ao lugar santíssimo, onde Jesus está em pé diante da arca fazendo intercessão final por todos aqueles por quem a misericórdia ainda espera, e pelos que ignorantemente terão violado a lei de Deus.”[1]

Perceba que a doutrina da purificação do santuário, justamente por ser tanto crucial para a integração da verdade (juntamente com as três mensagens angélicas, também referidas no texto), quanto por servir de advertência de que “a hora da tentação e angústia” está se aproximando, deve ocupar a consideração das “mentes de todos os que abraçam esta verdade.” O processo de aquilatar a grande Verdade da obra de Cristo no Santuário Celestial acontece na mente.

Diante da importância do papel da mente para a compreensão da verdade, surge uma série de admoestações inspiradas para cuidarmos da mente: principal, mas não unicamente, Ellen White trata dos cuidados que os adventistas têm que ter com a alimentação. Hábitos errôneos, compreendendo o comer em demasia, não seguir um regime apropriado, são responsáveis pelo “entorpecimento” e “embotamento” da mente, impedindo-a de apreciar as grandes verdades para os presentes dias.[2] Propriamente dentro deste contexto, surge a afirmação “Com a mente servimos ao Senhor”[3]

Contudo, como relacionar o cuidado que devemos manifestar no que toca à mente com o curso que a música vem tomando no moderno adventismo?

Anteriormente, mencionamos o movimento da “Carne Santa”, uma heresia que surgiu no meio do adventismo. Aquela experiência serve não apenas como um exemplo histórico da maneira pela qual tendências pentecostais se insurgiram na denominação adventista, mas fornece um síloge do futuro paradigma na adoração adventista. Notemos o que Ellen White comenta:

“As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. […]

“Não entrarei em toda a triste história; é demasiado. Mas em janeiro último o Senhor mostrou-me que seriam introduzidos em nossas reuniões campais teorias e métodos errôneos, e que a história do passado se repetiria. Senti-me grandemente aflita. Fui instruída a dizer que, nessas demonstrações, acham-se presentes demônios em forma de homens, trabalhando com todo o engenho que Satanás pode empregar para tornar a verdade desagradável às pessoas sensatas; que o inimigo estava procurando arranjar as coisas de maneira que as reuniões campais, que têm sido o meio de levar a verdade da terceira mensagem angélica perante as multidões, venha a perder sua força e influência."[4]

No contexto dos últimos dias, Ellen White afirma que manifestações como a ocorrida em Indiana serão a regra, não a exceção. De alguma forma, “gritos”, “tambores”, música” e “dança” acompanharão o repertório de nossa música. Obviamente, a autora relaciona essa mudança de valores musicais como um estratagema de Satanás, para confundir “os sentidos dos seres racionais”. Essa aproximação satânica com a maneira pagã de adorar seria considerada “operação do Espírito Santo”.

Já consideramos nos tópicos anteriores os fatores que têm permitido, paulatinamente, a ocorrência desse fenômeno de mudança paradigmática entre os adventistas. Somente a Revelação poderia reorientar nossa concepção musical dentro da perspectiva de nossa singularidade como movimento profético. Entrementes, a Revelação tem sido desconsiderada, mesmo no meio denominacional.

Faz-se necessário nos determos em um exemplo recente da história do Adventismo para percebermos o desenvolvimento de alguns conceitos responsáveis pelo desprestígio da Revelação. Uma das maiores crises que a Igreja Adventista enfrentou foi desencadeada quando Desmond Ford, um proeminente teólogo adventista, questionou a doutrina do santuário. Ele apresentou suas dúvidas de forma pública inicialmente em 27 de Outubro de 1979, em uma palestra sobre Hebreus 9 e suas implicações para a doutrina adventista, no Pacific Union College.[5] Diante da repercussão do fato, foram concedidas seis meses a Ford pela Associação Geral, a fim de que desenvolvesse e apresentasse suas idéias. O trabalho de Ford rendeu um texto de quase 1000 páginas que foi debatido entre teólogos adventistas, sendo possível encontrar muitas publicações sobre o ocorrido, bem como refutações à posição de Ford.[6]

O curioso é que, para sustentar sua nova compreensão sobre o santuário, Ford teve de reinterpretar os escritos de Ellen White, que para ele passaram a ser vistos como incorporando muitos dos erros de contemporâneos adventistas da autora, mais preocupados em prover uma explicação para o desapontamento do que em buscar uma perspectiva bíblica. Ellen White teria, para Ford, somente a finalidade de aconselhar de forma pastoral, sem autoridade doutrinária.[7]

Ford, certamente, não foi quem primeiro duvidou da autoridade profética de Ellen White, contudo, ele trouxe uma nova e perigosa abordagem restritiva da Revelação, limitando sua funcionalidade ao patamar “pastoral” (admoestativo). Mesmo em congregações brasileiras, nas quais geralmente o criticismo histórico raramente é encontrado, muitos dos livros de Ellen White são tratados como meros “conselhos”, como se a obediência voluntária àqueles aspectos da Revelação encontrados em tais livros não fosse relevante para a salvação ou desenvolvimento da vida cristã, mas meramente “opcional”.

O que ocorreu no caso de Ford ilustra a racionalização que tendemos a fazer quando nossa compreensão não se conforma com o que a Revelação apresenta sobre determinado assunto. Em uma esfera menor e, geralmente, de forma inconsciente, passamos a atribuir um valor reduzido ao que o profeta pronunciou ou acomodar sua mensagem às nossas preferências, sendo seletivos em relação ao que ele comunicou.

Infelizmente, no campo da adoração, que constitui um “tabu” entre os adventistas, os conselhos de Ellen White ainda são pouco explorados, e, lentamente, uma concepção popular, de influência marcadamente mais evangélica, vem substituindo os princípios especificamente adventistas. Quando estudamos os conselhos da mensageira do Senhor, reagimos inconscientemente a eles, no sentido de “enquadrá-los” em nossas preferências.
...
Para resgatarmos o contexto em que Ellen White escreveu, temos necessidade de buscar entender que o século XIX constiuiu-se de uma era de despertamentos religiosos em solo americano. Ainda em 1800, Francis-Asbury, considerado o primeiro pregador itinerante, iniciava as reuniões campais de reavivamentos, chamadas de “Camp meetings”.[11] Visando alcançar o povo individualista e isolado que vivia na fronteira, os evangélicos daquela época mudaram sua abordagem, focalizando na “experiência de conversão profunda” para promover novas conversões. Na dinamicidade do processo, a religião passou a ser redefinida “em termos de emoção, no mesmo tempo que contribuía para negligenciar a teologia, a doutrina e o elemento cognitivo da crença.” Notoriamente, essa mudança no paradigma religioso levou a uma reestruturação do sistema de culto, que passou a incorporar “linguagem simples do povo e músicas populares”. [12] Note esta descrição de tais reuniões:

“‘Tenho visto presbiterianos, metodistas, quacres, batistas, anglicanos e independentes, todos tomados de sacudidelas; cavalheiros e damas, negros e brancos, velhos e moços, ricos e pobres sem exceção. […]

“Era a noite que o frenesi reavivamentista alcançava a intensidade máxima. Ao clarão das fogueiras que rodeavam o campo, os pregadores iam por entre a turba exortando aos pecadores a arrependerem-se para escapar do fogo do inferno. O canto se avolumava, transformando-se em portentoso rugido, os brados abalavam a terra, homens e mulheres sacudiam-se, saltavam ou rolavam pelo chão até que desmaiavam e tinham de ser carregados. Entre soluços, gemidos e gritos homens e mulheres apertavam as mãos uns dos outros e davam vazão a todas as suas frustrações e emoções em grandes transportes vocais que culminavam no ‘êxtase do canto’.”[13]

A influência da música cantada nos camp meetings atravessou o movimento milerita e demorou até ser sistematicamente rejeitada pelos primeiros hinários adventistas[14]. Reapareceu, contudo, durante o episódio da Carne Santa, que, à luz da História do evangelicalismo americano se torna ainda mais verossímil.

Na área secular, a influência da agitação religiosa também ajudava a criar um novo gênero, que marcaria a musicalidade norte-americana: o jazz. O homem negro, trazido da África como escravo, foi inserido no contexto musical americano, misturando a sua musicalidade primitiva àquela que encontrou no continente novo. Nos campos do Sul dos Estados Unidos, os escravos se comunicavam através dos “hollers”, gritos que funcionavam como uma espécie de sonar, e do qual várias canções se desenvolveram. Dentro desse cenário musical, a figura do “griot” desempenha importante papel: nas tribos da costa ocidental da África, eles ocupavam uma função social e religiosa de destaque.[15]
...
“A Black Music nasceu dos antigos Negro-spirituals, canções folclóricas de fundo religioso, cantadas pelos escravos africanos nos Estados Unidos. Os spirituals não apenas deram origem ao gospel, mas a uma gama de estilos negros.”

A afinidade entre a música africana e a dos movimentos cristãos norte-americanos ultrapassou o período dos reavivamentos e se perpetuou nos movimentos pentecostais. Dorneles observa:

“O pentecostalismo, possuído pela ênfase na experiência tangível da salvação, encontrou nos elementos culturais africanos uma forma adequada de expressão. Essa forma incorporada ao culto abre espaço para uma liturgia emocional e corporal”[16]

A música profana da época recebeu direta influência da música negra, como também de várias outras culturas, que foram se imiscuindo, para criar as condições necessárias ao surgimento do Jazz. Com efeito:

“A ópera francesa, a canção popular, a música napolitana, os tambores africanos […], o ritmo haitiano, a melodia cubana, os refrões satíricos dos crioulos, os spirituals e os blues americanos, o ragtime, a música popular da época – tudo isso se fazia ouvir lado a lado nas ruas [de New Orleans].”[17]

É digno de nota a relação, tanto devido à proximidade geográfica, quanto à afinidade de ritmos entre o jazz e a música latino-americano (“o ritmo haitiano” e “a melodia cubana”). A História das Américas releva que os negros estiveram lado a lado com os conquistadores espanhóis, sendo que em “alguns casos, até os próprios líderes coloniais eram negros, como Estebanico” e “Juan Valiente”, que fizeram expedições às terras que hoje pertencem, respectivamente, ao México e ao Chile. “Entre 1502 e 1518, centenas de negros emigraram” para as Américas; os colonos negros, que moravam antes na Península Ibérica, já haviam “substituído a cultura africana original pela cultura moura (árabe)”, isto porque os árabes dominaram a Espanha desde o século VIII, e o ano em que Colombo partiu (1492) também havia marcado a queda do último “bastião dos mouros”. Quando a Espanha chegou a primazia no tráfico de escravos, estes provinham da África ocidental, “países com distintos padrões de cultura árabe”. Na Espanha, a tolerância aos costumes dos escravos era maior, por haverem influências árabes tanto na cultura espanhola como na de seus escravos africanos. A presença de elementos árabes nas culturas africanas e latino-americanas contribuiu para a formação de gêneros tipicamente norte-americanos, como o blues e o jazz. E o processo de “incrementação” da música negra nos Estados Unidos se deu ainda no século XIX.[18]

Tais informações históricas tornam-se úteis para entendermos as origens da música em desenvolvimento no período no qual foram dadas as advertências inspiradas, como a que consta no seguinte texto de Ellen G. White:

“Foi-me mostrado que a juventude necessita assumir posição mais alta e fazer da Palavra de Deus sua conselheira e guia. Solenes responsabilidades repousam sobre os jovens, as quais eles levianamente consideram. A introdução de música em seus lares, em vez de incitá-los à santidade e espiritualidade, tem sido um meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e peças de música popular do dia parecem compatíveis com seus gostos. Os instrumentos de música têm tomado o tempo que devia ter sido dedicado à oração. A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição. Ela estimula, mas não comunica a força e a coragem que o cristão só pode encontrar no trono da graça enquanto humildemente faz conhecidas suas necessidades e, com fortes clamores e lágrimas, suplica força celestial para se fortificar contra as poderosas tentações do maligno. Satanás está levando cativa a juventude. Oh, que posso eu dizer para levá-los a quebrar seu poder de sedução! Ele é um hábil sedutor para levá-los à perdição.”[19]

Quando Ellen White comenta os efeitos danosos que a “música popular” de seus dias causava sobre os jovens, desviando-lhes “a mente da verdade”, temos de entender sua orientação dentro de uma “época em que o ‘jazz’ começava a se generalizar.[20] Mais uma vez, a preocupação é com a mente e com suas condições de receber, entender e aceitar o conjunto de verdades que Deus tem para o tempo do fim.

Merece a nossa atenção o fato de no século XIX, a cultura musical, tanto a religiosa quanto a secular, sofreram inúmeras influências, rompendo antigos padrões. É claro que o surgimento de uma atitude descompromissada se comparada às convenções estabelecidas dentro do protestantismo histórico em detrimento do sincretismo entre culturas influenciadas pelo emocionalismo cúltico, também foi um fenômeno perfeitamente explicado pelo surgimento do Romantismo, que se insurgia contra a autoridade, quer no âmbito particular ou público. “Este espírito foi incentivado pela Revolução Francesa”, responsável por muitos dos princípios da modernidade. Agora, a “partir de uma perspectiva protestante, a música se tornou carregada de emocionalismo”, perdendo de vista qualquer senso de responsabilidade.[21]

Assim, tornava-se ainda mais imperativo que Deus fornecesse informações concretas para o povo adventista, vivendo instantes antes do advento, a fim de não lhes deixar a mercê de critérios subjetivos, uma vez que tais critérios os levariam a cultivar uma qualidade de música tão emocional como os evangélicos contemporâneos deles.
...
Cabe essa consideração:

"A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada."[27]

O primeiro documento oficial dos adventistas do sétimo dia sobre a música afirma, a certa altura, que o cristão:

"Considerará músicas como "blues", "jazz", o estilo "rock" e formas similares como inimigas do desenvolvimento do caráter cristão, porque abrem a mente a pensamentos impuros a levam ao comportamento não santificado. Tais tipos de música têm uma direta relação com o ‘comportamento permissivo’ da sociedade contemporânea. A distorção do ritmo, da melodia, e da harmonia como empregados nestes gêneros de música e sua excessiva amplificação, embotam a sensibilidade e finalmente destroem a apreciação por aquilo que é bom e santo."[28]

Se este documento se apóia em princípios da Revelação, porque hoje assistimos apresentações musicais com os ritmos mencionados (“blues”, “jazz”, “rock” e “formas similares”) realizadas por cantores adventistas? No decurso de trinta anos, o tipo de música que antes destruía “a apreciação por aquilo que é bom e santo” passou a ser ele mesmo bom e santo? Esta mudança não indicaria uma rejeição sistemática, embora não-voluntária ou consciente, dos princípios revelados? Os líderes da Igreja Adventista na América do Sul coadunam com o pensamento de que não podemos nivelar nossa concepção musical pelos gêneros populares. Tanto que aprovaram um documento em anexo às orientações mundiais para orientar a música no território sul-americano.
...
Com esses dados, somos levados a crer que a Igreja Adventista do Sétimo Dia possui uma filosofia musical distinta, a qual não é oriunda tão somente de sua tradição religiosa, todavia provém do mesmo Deus que convocou os adventistas como povo remanescente, para transmitir a última e solene advertência, dentro da qual se inclui o convite à verdadeira adoração e a rejeição à adoração falsa. Relativizar a música, que se enquadra na adoração, é, no mínimo, desconsiderar o aspecto da Revelação que incluí o referencial sobre o assunto, ou, na pior das hipóteses, rejeitar o que Deus revelou por ser contrário ao nosso gosto, formação ou opinião. Em tudo quanto envolve a vida cristã, é necessário todo o cuidado e submissão à vontade do Senhor, porque o verdadeiro cristão é aquele que vive de “toda a palavra que procede da boca Deus” (Mat. 4:4, NVI).

Fonte - Blog Questão de Confiança (3ª Parte)

[Destaques nossos]


*.*.*.*.*

Nota DDP:
As demais partes deste artigo podem e devem ser lidas aqui (1ª Parte), aqui (2ª Parte) e aqui (4ª Parte).

As impressões do Pr. Douglas Reis neste contexto são acompanhadas de outros artigos já declinados neste espaço anterioremente, dos quais destacamos os Prs. Jorge Mário de Oliveira, Élbio Menezes, Erton Köeler (idem), Otimar Gonçalves (Idem), Paul Hamel e George Rice.

Links externos no mesmo sentido: Prs. Samuele Bacchiocchi, Cláudio Hirle, Lloyd Grolimund e Dário Pires de Araújo. Poderiam ser citados ainda outros adventistas leigos, inclusive músicos de expressão, que entendem, como a Igreja sempre entendeu (Os textos referentes a Indiana se encontram na compilação "Eventos Finais" de Ellen White), que a similar duplicação dos eventos de Indiana se descortinarão no futuro do movimento (dentro dele, não nele).

Acerca da análise da "evolução" da música no seio do adventismo e, como esta "evolução" se relaciona com os últimos eventos desta terra, especialmente com os próprios adventistas, não deixar de ler o recente comentário do Prof. Sikberto Marks publicado neste espaço e que muito se identifica com a articulação do Pr. Douglas Reis neste particular.

ET: Antecipadamente resta consignado que, na eventualidade da perda ou alteração do sentido original do texto eventualmente consumar-se pelos cortes que supra se verificaram para adequação ao espaço e desatrelamento da questão discutida em paralelo aos interesses aqui destacados, serão estas prontamente retificadas no que couber.

[1] Primeiros Escritos, p. 254, ênfase suprida. Tive a atenção chamada para este texto pelo Pr. Sidionil Biasi, durante suas palestras no Concílio pastoral da Associação Catarinense do segundo semestre de 2007.
[2] Há uma imensa quantidade de textos que tratam da alimentação dentro das preocupações mencionadas. Seria impossível, dentro desse espaço, fazer alusão a todos, mas, em especial, mencionamos Conselho sobre saúde, p. 577 e Carta 27, 1972, citada em Mente Caráter e personalidade, vol 2, p. 392.
[3] Temperança, p. 14.
[4] Mensagens Escolhidas, vol. II, p. 36 e 37.
[5] A palestra está disponível em http://www.goodnewsunlimited.org/library/1979forum/part1.cfm e http://www.goodnewsunlimited.org/library/1979forum/part2.cfm.
[6] Em especial, consultei um trabalho de conclusão de curso, da autoria de Glauber S. de Araújo, intitulado “Desmond Ford e a doutrina do santuário: análise comparativa de duas fases distintas”, disponível em http://www.unasp.br/kerygma/pdf/tcc5_glauber_revisado.pdf.
[7] Idem, pp. 53-55.
...
[12] Nancy Pearcey, “Verdade Absoluta”, p. 296.
[13] Gilbert Chase, “Do Salmo ao Jazz” (America’s music), p. 193, citado por Dario Pires de Araújo, idem.
[14] Em 1843, no auge do Milerismo, Joshua Himes, importante colaborador e responsável pela “arrancada” evangelística de William Miler, publicou “The Millenial Harp”, uma coletânea com mais de cânticos, moldados pela tradição reavivamentista. Entre o grupo que posteriormente se chamaria “Adventistas do Sétimo Dia”, a herança reavivamentista foi sendo depurada; na segunda coletânea adventista, organinada por James (Tiago) White, “Hymns and Spirituals Songs for Camp- Meetings and Other Religious Gatherings”, ao invés do que o nome possa sugerir, o paradigma musical das antigas reuniões de reavivamento deixou marcas insignificantes. Cf.: Dario Pires de Araújo, idem, p. 20-22.
[15] Roberto Muggiati, “Blues: da lama à fama” (São Paulo, SP: Editora 34, 1995), 1ª reimpressão, p. 10 e 11.
[16]Dorneles, p. 88
[17] François Billard, “A vida cotidiana no mundo do Jazz” (São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2001), p. 17. No mesmo contexto, o autor liga o surgimento do jazz ao carnaval de rua de New Orleans.
[18]Gunnar Lindgren, “Las raíces árabes del Jazz y los Blues”, disponível em: http://64.233.169.104/search?q=cache:TpOpzqMQ2RkJ:www.unesco.org/imc-OLD/mmap/pdf/prod-lindgren-s.pdf+%C3%A1rabe+%2B+melisma&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=4&gl=br, acesso: 29 de Agosto de 2007.
[19] Ellen G. White, Testimonies, vol. 1, págs. 496 e 497, grifos supridos.
[20] Dario Pires de Araújo, idem, p. 45.
[21] Adrian Ebens “A Música na Adoração: Fontes para um modelo cristão de música na adoração”, publicado em http://www.musicaeadoracao.com.br/livros/musica_adoracao/index.htm, acesso: 10 de Agosto de 2007.
...
[27] E. G. White, Educação, p. 231.
[28] “Filosofia Adventista de Música”(Diretrizes Relativas a uma Filosofia de Música da Igreja Adventista do Sétimo Dia), Assocação Geral – IASD, Concílio Outonal – 1972, disponível em http://www.musicaeadoracao.com.br/documentos/filosofia.htm.
...



domingo, 24 de maio de 2009

O Sábado no Apocalipse


Autor: Prof. Gilson Medeiros

O Contexto de Apocalipse 12 e 14

Qual o papel do sábado na crise final da história deste planeta? O texto básico acerca deste assunto, no livro de Apocalipse, é o capítulo 12 verso 17.

"Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar".

Aqui encontramos uma descrição da guerra entre o dragão e o remanescente, uma guerra que é pormenorizada em Apocalipse 13 e 14. Em certo sentido, Apocalipse 12:17 é um resumo antecipado da crise final como um todo. Assim, os capítulos 13 e 14 servem como uma exegese e um desenvolvimento da declaração básica feita em 12:17, ou seja, Apocalipse 13 pormenoriza a guerra do dragão e Apocalipse 14 elabora acerca do caráter e da mensagem do Remanescente.

O dragão faz guerra contra o Remanescente no capítulo 13. Ele busca o auxílio de dois aliados no conflito, um emerge do mar e o outro emerge da terra. Os três protagonistas (o dragão, a besta do mar e a besta da terra) formam uma tríade iníqua que busca contrafazer a obra da verdadeira Trindade. O dragão contrafaz a obra de Deus, o Pai; a besta do mar, a obra de Deus, o Filho; e a besta da terra, a obra do Espírito Santo. Essa tríplice e iníqua aliança ataca o Remanescente na batalha final. Qual é a questão básica em tal ataque? Os capítulos 13 e 14 não nos deixam qualquer dúvida. Em sete ocasiões diferentes (Ap 13:4, 8, 12, 15; 14:9, 11), o texto desses capítulos fala sobre a adoração ao dragão, sobre a adoração da besta do mar e sobre a adoração da imagem da besta. A questão na crise final da história deste planeta é claramente uma questão relativa à adoração.

Em contraste com esse apelo que é proferido sete vezes para que adoremos a iníqua tríade ou a imagem da besta, há um único apelo, nesses capítulos, para que adoremos a Deus (Ap 14:7). O chamado para adorar “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” torna-se, portanto, a afirmação central de toda essa seção do Apocalipse e, talvez, o apelo central de todo o livro. Tudo o que está escrito nos capítulos 12-14 focaliza esse chamado para a adoração. A adoração é, de forma patente, a questão central envolvida na derradeira crise da história deste planeta.

Um aspecto interessante é que a linguagem dessa afirmação central se baseia nas expressões encontradas no quarto mandamento, em Êxodo 20:11. Ali é declarado que “em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há…” Esses dizeres se encontram refletidos em Apocalipse 14:7 – “Adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” O ponto central e nevrálgico da descrição apocalíptica da crise final é uma alusão direta a Êxodo 20. A atenção ao mandamento do sábado é, portanto, a resposta ideal ao chamado final de Deus para a adoração e, da mesma forma, a resposta ideal aos sete apelos que a besta faz para a adoração da trindade iníqua.

Os Paralelos de Apocalipse 14:7 com o Antigo Testamento

Paralelos verbais. Nesse ponto, leitores argutos podem suscitar uma objeção. Como podemos saber que o autor do Apocalipse conscientemente pretendia que o leitor compreendesse uma alusão ao quarto mandamento exatamente aqui (Ap 14:7) em sua narrativa? O Salmo 146:6 não contém exatamente a mesma linguagem de Êxodo 20? Como podemos saber que João estava citando Êxodo 20 e não o Salmo 146? Ele não poderia estar aludindo ao referido salmo, em cujo caso não haveria referência alguma ao quarto mandamento?

Essa é uma argumentação válida. O Salmo 146:5-6 afirma: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre.” Isso se aproxima muito de “adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7). Com efeito, na Septuaginta (uma tradução grega do Antigo Testamento disponível no período neotestamentário), as palavras do Salmo 146:6 (Sl 145:6, na Septuaginta) são praticamente as mesmas encontradas em Apocalipse 14:7. Portanto, há fortes paralelos verbais em Apocalipse 14 tanto em relação a Êxodo 20 quanto ao Salmo 146, com uma pequena vantagem talvez para o Salmo 146.

Paralelos temáticos. Contudo, os paralelos verbais são apenas um tipo de evidência em favor de uma alusão consciente ao Antigo Testamento em Apocalipse. Os paralelos temáticos e estruturais são também importantes. Há paralelos temáticos entre Apocalipse 14:7 e Êxodo 20? Sim. Os primeiros quatro dos dez mandamentos (Êxodo 20:3-11) contêm três motivações para a obediência. Primeiramente, há a motivação da salvação. O preâmbulo do decálogo (Êxodo 20:2-3) diz: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” Nossa obediência deve ser uma resposta ao que Deus já fez por nós. Em segundo lugar, há a motivação do juízo. O segundo mandamento fala acerca de visitar “a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração” (Êxodo 20:5). Isto é, há conseqüências para a desobediência. Finalmente, em terceiro lugar, há a motivação da criação. “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou” (Êxodo 20:11). Deus criou o homem e sabe o que é melhor para ele. Portanto, há três motivações para a obediência na primeira parte da lei: salvação, juízo e criação.

As mesmas três motivações ocorrem no contexto de Apocalipse 14:7. Apocalipse 14:6 fala de um anjo que proclama “o evangelho eterno”. Aqui vemos o tema da salvação. Em Apocalipse 14:7 encontramos também o tema do juízo: “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo.” E, anteriormente, já havíamos visto o tema da criação em Apocalipse 14:7: “adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” Sendo assim, Apocalipse 14:6-7 tem as mesmas três motivações que induzem a uma mesma reação as quais encontramos na primeira tábua da lei (isto é, nos quatro mandamentos que normatizam a relação entre a criatura e o Criador): salvação, juízo e criação. E, além disso, esses ocorrem na mesma ordem em que aparecem em Êxodo 20!

Algum desses temas ocorre no Salmo 146? Sim. Ali aparece o tema da salvação: “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio… Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus” – vs. 3 e 5. Há também ali o tema da criação: “que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há” – v. 6. Há ainda o tema do juízo: “que faz justiça aos oprimidos” – v. 7. Os paralelos temáticos com o Salmo 146 são, portanto, tão fortes quanto aqueles com Êxodo 20, mas não na mesma ordem. Sendo assim, pode-se afirmar que há forte evidência em favor de ambos contextos no Antigo Testamento, mas há uma ligeira vantagem para Êxodo 20, sob a perspectiva de que os temas ocorrem na mesma ordem em Apocalipse 14 e Êxodo 20.

Paralelos estruturais. Isso nos conduz à busca de paralelos estruturais. Examinemos, agora, a evidência estrutural de Apocalipse 12-14. Os dez mandamentos, dos quais Êxodo 20:11 é uma parte, parecem ser uma estrutura principal subjacente a toda essa seção do Apocalipse. O remanescente é caracterizado, entre outras coisas, como sendo aqueles que “guardam os mandamentos de Deus” (Apocalipse 12:17; 14:12). Entretanto, a questão, aqui, não envolve os mandamentos de forma indiscriminada. O ponto nevrálgico se centraliza no aspecto da adoração. E, especificamente, esse aspecto é enfocado na primeira tábua do decálogo (isto é, nos quatro primeiros preceitos): os mandamentos que dizem respeito a nosso relacionamento com Deus. Quando se compreende essa realidade, não é surpreendente que, em Apocalipse 13, as bestas contrafaçam não apenas a Trindade, mas também cada um dos quatro primeiros mandamentos do decálogo. O primeiro mandamento declara: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3), mas a besta que emerge do mar pretende tomar o lugar de Deus ao receber adoração (Ap 13:4, 8). O segundo mandamento adverte-nos com respeito à adoração de imagens, no entanto, a besta que emerge da terra erige uma imagem a fim de ser adorada (Ap 13:14-15). O terceiro mandamento diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”, mas a besta do mar “abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome” (Ap 13:6). O quarto mandamento diz: “Lembra-te do dia de sábado.”

Os tabletes que continham os antigos pactos eram lacrados com selos estampados sobre eles. Tais selos eram um sinal de propriedade e autoridade. Uma vez que o decálogo segue a forma desses antigos tabletes de concerto, ele também tem um selo de propriedade e autoridade estampado sobre ele – o mandamento do sábado: “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou” (Êx 20:11). A declaração acima é a única contida nos dez mandamentos em que é declarado o fundamento da autoridade de Deus sobre toda a criação: Ele é o Criador. De igual forma, o conceito do selo é importante também em Apocalipse: os 144 mil são selados em suas frontes (Ap 14:1; cf. 7:3-4; Êx 31:13 e 17). A tríade iníqua oferece também uma contrafação do selo, a marca da besta (Ap 13:16-17). Destarte, todos os quatro mandamentos da primeira tábua do decálogo sofrem ataque por parte da tríade iníqua de Apocalipse 13. A primeira tábua da lei está no centro do conflito entre o dragão e o remanescente.

Essa série de conexões verbais e temáticas entre o conteúdo dessa parte do Apocalipse e passagens relacionadas aos dez mandamentos, indica que um importante paralelo estrutural dá-se em relação ao decálogo, especialmente no que tange à porção que diz respeito à relação entre o adorador e a Divindade. Essa evidência estrutural oferece um apoio incontestável à probabilidade de que o significativo paralelo verbal entre Apocalipse 14:7 e Êxodo 20:11 tenha sido intencional. Não há absolutamente nenhuma relação entre Apocalipse e Sl 146 que se assemelhe a essa.

A evidência cumulativa é tão forte que um intérprete bem pode afirmar que não há nenhuma alusão direta ao Antigo Testamento (em Apocalipse) que seja mais certa do que a alusão ao quarto mandamento em Apocalipse 14:7. Quando o autor de Apocalipse descreve o apelo final de Deus à raça humana no contexto do engodo do tempo do fim, ele o faz em termos de um chamado à adoração do Criador no contexto do quarto mandamento.

A Questão da Relevância

Não obstante, ainda que biblicamente correto, faz qualquer sentido ver o sábado como uma espécie de questão definidora na crise final da história deste planeta? Por que Deus escolheria esse tipo de questão como centro focal da crise escatológica?

No centro da questão está o fato de que o sábado é uma forma ideal de testar se as pessoas são, de fato, leais a Deus. O mandamento sabático é diferente dos outros nove. Todos os demais têm uma fundamentação racional motivada pelo interesse próprio; afinal de contas, os princípios da segunda tábua do decálogo são mesmo a legítima base de governo em muitos países. “Não matarás” é uma lei lógica para qualquer um que não queira morrer. “Não furtarás” faz perfeito sentido para qualquer um que queira proteger suas propriedades adquiridas com muito esforço pessoal. Mandamentos assim são racionais e chegam até a apelar a uma certa parcela de interesse próprio. A mesma coisa acontece com os três primeiros mandamentos, que dizem respeito a nosso relacionamento com Deus. Se Deus é quem Ele alega ser, não faz sentido adorar a nenhum outro.

A única parte do decálogo que não é lógica é o mandamento de adorar no sábado em vez de em qualquer outro dia da semana! Tal mandamento é tão destituído de lógica que as pessoas seculares o acham até difícil de considerar seriamente, pois não vêem nenhum benefício ou interesse próprio em tal princípio. Afinal de contas, ninguém conseguiu até hoje demonstrar qualquer base científica ou racional para se considerar um dia mais especial para Deus do que os demais. O sol brilha e a chuva cai de igual maneira tanto no sábado quanto no domingo.

Guardar o sábado requer que confiemos em Deus mesmo quando os cinco sentidos nos informam que não há nenhuma razão lógica para fazer isso. O sábado representa, escatologicamente, aquilo que a árvore do conhecimento do bem e do mal representava no princípio. O fruto da árvore era, provavelmente, tanto palatável quanto nutritivo. A única razão para não comê-lo era o fato de Deus o ter proibido.

Assim é com o sábado. A única razão de preferir o sábado ao domingo é porque Deus assim o ordenou, não há nenhuma outra explicação. Aceitamos o sábado respaldados unicamente pela Palavra de Deus, pois cremos que as Escrituras são um relato confiável da mente e da vontade de Deus.

O sábado é, portanto, um bom teste de nossa fidelidade a Deus e Sua Palavra. As Escrituras são um registro tão fiel das ações de Deus no passado quanto das realidades futuras no tempo do fim. É porque cremos nas Escrituras que damos crédito àqueles eventos do tempo do fim por elas descritos.

Em conclusão, o Apocalipse pinta o fim do mundo como tempo de um grande engodo mundial, que vai transcender os cinco sentidos, mesmo entre o povo de Deus. Entretanto, aqueles que crerem, aceitarem e seguirem os reclamos da Palavra de Deus, esses não perderão o rumo durante esse tempo de derradeiro engodo.

Por Jon Paulien (ph.D e professor de Novo Testamento na Andews University, EUA).
Traduzido, do manuscrito original em Inglês, por Milton L. Torres (IAENE).
Fonte: Revista Teológica, SALT-IAENE, 1999:1.


Mais uma vez, podemos ter plena confiança de estarmos no caminho certo em nossa adoração como Adventistas do 7º Dia.

Em breve, toda esta teologia equivocada que tenta levar o povo a desobedecer ao Senhor, desprezando Seu santo Dia, será desmascarada.

Fonte - Blog Prof. Gilson Medeiros

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Apresentação de conhecida canção de rock em internato adventista

Um princípio bíblico é a da separação das coisas mundanas ou seculares. Ambientes, práticas culturais, hábitos e até pessoas que se opõem às orientações bíblicas devem ser afastados da vida e do convívio do cristão. Ao longo da história, tal princípio não escapou de inúmeras controvérsias. Afinal, em alguns contextos não é fácil delimitar o que deve ou não ser evitado.

Os adventistas do sétimo dia receberam luz adicional por meio dos escritos de Ellen White, uma vez que nos últimos tempos os perigos seriam ainda mais dificilmente percebidos. As sutilezas do mal exigem que os marcos do estilo de vida cristã estejam bem delimitados. Uma das áreas sensíveis entre adventistas sempre foi a música. A inspiração nos diz: “Quando os seres humanos cantam com o espírito e o entendimento, os músicos celestiais apanham a harmonia, e unem-se ao cântico de ações de graças.” (Mensagens aos Jovens, p. 294). Em outro lugar lemos que “[…] todos devem cantar com o espírito e com o entendimento também. Deus não Se agrada de algaravia e dissonância. O correto é sempre mais agradável a Ele que o errado.” (Evangelismo, p. 508).

A despeito de todas as orientações bíblicas e as expressas nos testemunhos (a obra literária de Ellen White), a pressão da cultura vem promovendo um gradual afastamento de princípios que, ainda oficialmente, permanecem inegociáveis. A princípio, os adventistas advogavam excelência na música sacra, cujo alvo era se aproximar tanto quanto possível da música celestial (Evangelismo, p. 507) – o que seria utópico, caso a própria White não descrevesse as características das canções entoadas pelos anjos, às quais teve acesso em suas visões (Evangelismo, p. 505). A tônica consistia em evitar o emocionalismo, como na crítica a alguns que seguiam por esse caminho: “Sua religião parece ser mais da natureza de um estimulante do que uma permanente fé em Cristo.” (Evangelismo, p. 502). Apesar das ressalvas, seria legítimo selecionar algo de bom da música secular, sendo que a mesmo White presenciou um concerto secular e elogiou o que havia assistido (ver Manuscrito 33, 1886 e Carta 8, 1876).

Infelizmente, o que seria normalmente visto como errado e absurdo há poucas décadas passou a aceitável ou mesmo neutro. Dessa maneira, com a mudança da base bíblica tradicional para uma expressão mais pós-moderna da fé, fica praticamente impossível um diálogo sobre o assunto. Hoje os tempos exigem reflexão que vá além de uma simples discussão sobre uso da bateria. O problema é mais profundo.

Um exemplo recente da mudança de paradigma ocorreu em um dos maiores internatos adventistas no mundo. Alguns alunos da faculdade promoveram um flash mob. Esse tipo de ação, bastante interessante e de forte apelo midiático, consiste em apresentar em local público uma música coreografada, surpreendendo os presentes. Em geral, as pessoas que participam da ação estão misturadas em meio à plateia e, terminada a performance, voltam a se misturar.

A ocasião era o fim do semestre e o flash mob foi promovido no refeitório da instituição. Com produção bem cuidada e formidável desempenho musical (comum aos adventistas), a ação não teria nada de questionável, senão fosse a música escolhida: os alunos cantaram e coreografaram uma música de uma famosa banda de rock.

A estranheza nesse caso se dá pela incoerência: o manual da igreja adventista permanece orientando o não uso de ritmos populares em nosso meio (quer no culto ou em eventos que levem o nome da denominação) e as orientações cristalinas dos testemunhos advertem sobre os riscos de uso de música secular – especialmente, de canções frívolas, as quais afastariam a presença de seres celestiais de nossa presença; veja a seguinte citação: “A introdução de música em seus lares, em vez de incitá-los à santidade e espiritualidade, tem sido um meio de desviar-lhes a mente da verdade. Canções frívolas e peças de música popular do dia parecem compatíveis com seus gostos. […] A música, quando não abusiva, é uma grande bênção; mas quando usada erroneamente, é uma terrível maldição.” (Testimonies, vol. 1, p. 496 e 497). Note que o exemplo não acontece em um culto, o que indica que algumas canções precisam ser evitadas em quaisquer ambientes e situações.

Alguns poderiam advogar que a letra da canção executada não possuísse nada de não recomendável. Entretanto, temos de analisar que, no caso em questão, a música escolhida menciona Deus (“Lord”) algumas vezes, de forma bem banalizada. O grupo que a gravou ainda era conhecido por sua irreverência e por possuir um vocalista homossexual; tais fatores, embora talvez não sejam os principais, serviriam como peso contrário à escolha daquela música em específico.

Com tantas boas canções adventistas, ou mesmo com a possibilidade de escolher uma boa canção secular (já que o ambiente não era religioso), porque optar por uma canção dúbia, característica de adeptos do rock? A única razão parece perseguir a mídia, que talvez não desse tanta cobertura a uma canção religiosa. Mas e quanto ao testemunho de que somos separados por Deus? Após o impacto do vídeo (pela internet) como lidaremos com jovens adventistas em suas congregações locais, quando quiserem agir da mesma forma, contrária a nossos princípios? O exemplo da instituição parece desautorizar eventuais censuras que líderes eclesiásticos possam fazer.

Independente de onde ocorreu o fato, isso apenas deve servir de alerta para que tenhamos mais critério na hora de pensar em cada aspecto de nosso estilo de vida. Creio que não devamos criticar, mas orar por aqueles que promoveram e participaram da ação, na esperança de que o povo de Deus se una sem eu propósito de viver exclusivamente para o Senhor. "A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é, podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus. Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a usássemos, e Deus quer que seja exercitada." (Educação, p. 231).

terça-feira, 15 de junho de 2010

O fracasso dos 750 mil milhões de euros

No encerramento de uma reunião de emergência de ministros das Finanças dos 27 membros da União Europeia (UE) que perdurou de domingo até às primeiras horas da manhã de segunda-feira, 10 de Maio de 2010, os exaustos participantes saíram para anunciar um impressionante pacote de US$1 milhão de milhões (€750 mil milhões) para a estabilização financeira de estados membros da UE com problemas de dívida soberana e para a União Monetária Europeia (UME) restaurar a confiança do mercado no euro, sua divisa comum para os 16 países da eurozona. Imediatamente após a abertura do mercado de câmbios estrangeiros, várias horas depois no mesmo dia, a notícia dramática levou o euro a ascender contra o dólar e o yen, revertendo seu recente declínio agudo em consequência da crise de dívida soberana da Grécia.

Infelizmente, o pacote de um milhão de milhões de dólares parece ser um fracasso total. O alívio da pressão baixista sobre o euro foi de vida curta, confirmando a apreensão contínua do mercado acerca do pesado e em agravamento fardo de dívidas soberanas enfrentado por todas as economias dos membros da UME e possivelmente mais além por cima do Atlântico.
...
O preço de salvar o euro pode ser a dissolução da UE

Assim, a tentativa de salvar o euro de entrar em colapso quanto ao valor cambial sob o peso das dívidas soberanas agregadas dos estados membros da eurozona através de austeridade fiscal coordenada em todos os estados membros de diferentes heranças e condições socioeconómicas incorrerá no preço da divergência política dos estados membros da União Europeia. Governos de estados membros são estraçalhados e arrancados da união pelas forças centrífugas geradas por políticas internas separadas e dirigentes. O sentimento popular contra a austeridade fiscal para o bem da preservação da União Europeia está propagar-se como um incêndio descontrolado nesta crise de dívida soberana da União Europeia.
...
Líderes sindicais como paus-mandados do neoliberalismo

Para pressionar por medidas de austeridade contra os trabalhadores pobres, a elite financeira dominante convocou os sociais-democratas e sindicalistas como seus paus-mandados. Nos países PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), governos social-democratas impõem as medidas de austeridade, ou, como na Grã-Bretanha, França e Alemanha, os sociais-democratas desacreditaram-se a si próprios pelas suas medidas anteriores de cortes de custos de que agora os partidos da direita colhem o benefício político. Em todos os casos, os sociais-democratas não deixam dúvida de que apoiam os cortes, dizendo ao povo trabalhador que "não há alternativa".

Líderes sindicais têm estado desejosos de subscrever o desacreditado "TINA" (There Is No Alternative), vudu económico de Reagan e Thatcher, em cooperação com governos controlados pelas corporações para travar a guerra financeiro ao trabalho. As manifestações e greves organizadas pelo trabalho contra medidas de austeridade têm sido suprimidas pela polícia armada, com a violência e mortes exploradas como razões para que cessem os protestos do trabalho.

Mas o trabalho tem uma obrigação moral e funcional de forçar mudanças estruturais neste sistema económico disfuncional, ao invés de continuar a permanecer uma vítima passiva na nova era da maciça servidão anti-trabalho. Enquanto isso, um movimento populista conservador que se chama a si próprio TEA (Tax Enough Already, Já chega de impostos) Party está a ganhar apoio popular que pode facilmente ser transformado numa força política fascista. O que é deixado por dizer na retórica do TEA Party, além do protesto sobre a elevação de impostos, é protestar na perspectiva de que o dinheiro do fisco deveria ser gasto com os pobres, ao invés do salvamento da errática elite financeira. Até que o trabalho tome as rédeas da reforma, o pacote de estabilização de um milhão de milhões de dólares da UE acabará no fracasso.

Fonte - Asia Times

Tradução - Resistir.Info

Nota DDP: Interessante de se observar algumas vertentes do artigo. Inicialmente a questão de possível dissolução do desenho da União Européia, confirmando mais uma vez a profecia do Livro de Daniel, Capítulo 2. Em segundo lugar o papel sindicatos no contexto político/econômico/social esperado para desencadeamento dos eventos finais.

quinta-feira, 26 de março de 2009

O ECOmenismo e a "Hora da Terra"

Por conta do post "A hora da terra: A hora da profecia?", ontem publicado neste espaço em reprodução do artigo formulado pelo Pr. Douglas Reis do Blog Questão de Confiança, foi-me enviado um comentário contrário a se considerar o tema como eventualmente correlato aos eventos finais que se prenunciam nesta terra. Nosso posicionamento ao comentário da leitora restou assinalado neste contexto e também pode ser lido no link supra.

Temos uma pergunta de fundamental importância: Está a WWF acima de qualquer suspeita? Tem gente que entende que não, citarei uma (os destaques são sempre meus):

ESTABLISHMENT. As ONGs não nascem da simples explosão de rebeldia civil. Mesmo que algumas das mais célebres se enquadrem nessa descrição, suas origens são as mais diversas, refletindo justamente a complexidade sociopolítica da grande nação globalizada. Enquanto o Greenpeace, por exemplo, surgiu de uma experiência pacífica de ecoterrorismo, a WWF foi idealizada pelo biólogo inglês Julian Huxley, prêmio Nobel e irmão do escritor Aldous, e seus primeiros membros pertenciam à fina nata da elite acadêmica. Outro peso pesado, o Human Rights Watch, é produto da Guerra Fria: antes de abraçar os direitos humanos de maneira universal, sua missão limitava-se à defesa dos dissidentes do bloco comunista.

Embora tenham origens tão diversas, compondo um mosaico tão caótico de interesses, seus métodos de ação caminham para uma espécie de convergência multifacetada. O crescimento e a interdependência que hoje caracterizam o terceiro setor surpreendem até os seus primeiros idealizadores, como admitiu à Primeira Leitura René Parmentier, diretor de assuntos políticos do Greenpeace e um de seus fundadores. O ecologista, porém, considera que a rebeldia ainda é o motor da organização.

Algumas táticas tiveram de mudar porque, segundo Parmentier, “o mundo também muda.

A mídia, por exemplo, elemento indispensável nas primeiras campanhas do Greenpeace, não tem o mesmo apelo e poder que há duas décadas; seu alcance é muito mais pulverizado”. O foco, hoje, também é outro. Se, até meados dos anos 90, a preocupação era despertar a consciência do cidadão anestesiado, agora a luta é por organizar os cidadãos já despertos para exercer a maior pressão possível em prol das causas em pauta.

O sucesso dessa ideologia desideologizada, no entanto, não pode se confundir com as mistificações que a acompanham, assim como também não é suficiente para superar as contradições que se avolumam. As ONGs, afinal, são atores políticos como quaisquer outros grupos de interesse que mobilizam meios e opinião públicos por uma causa particular. Não é o caso de idealizá-las nem demonizá-las. Mas é preciso ter em mente que, hoje, agir em nome do interesse da sociedade ou da humanidade, ou pela democracia ou pelo desenvolvimento, não lhes confere legitimidade automática. Quem sabe ainda façam pelo homem o que já fizeram pelos macacos. É a esperança, já que os governos... (Eduardo Simantob é jornalista e colaborador da Folha de S.Paulo e da revista Primeira Leitura em Zurique)

Só para constar, não que tenha direta influência ou lhe traga imediata desqualificação, o Sr. Huxley é um dos formadores da síntese evolutiva moderna, o que nos leva à pensar sob qual influência este humanista sempre labutou. Arrisco dizer que não foi sob a guia de Deus. Vejam que interessante pérola do criador da WWF:

"... pegar as técnicas de persuasão e de informações e verdadeira propaganda que aprendemos a aplicar nacionalmente na guerra, e deliberadamente moldá-las para as tarefas da paz internacional, se necessário utilizando-as - como Lenin visualizou - para 'dobrar a resistência de milhões' às mudanças desejadas. A tarefa que está diante da UNESCO... é simples. A tarefa é ajudar o aparecimento de uma única cultura mundial..."

"... no momento, duas filosofias opostas de vida estão se confrontando... Você pode categorizar as duas filosofias como dois supernacionalismos, ou como individualismo versus coletivismo... ou como capitalismo versus comunismo, ou como cristianismo versus marxismo. Podem esses opostos serem reconciliados, pode essa antítese ser resolvida em uma síntese mais elevada? Acredito que não somente isso pode acontecer, mas que, por meio da inexorável dialética da evolução, isso precisa acontecer..." (Julian Huxley, UNESCO: Its purpose and Its Philosophy (Washington DC: Public Affairs Press, 1947), pg 61. Fonte - Crossroad)

Seria uma teoria da conspiração deste espaço e dos demais que levantaram suspeitas sobre a chamada "Hora da Terra"? Penso que não, aliás depois de pesquisar um pouco sobre o tema, tenho absoluta certeza que não. Só para fechar o posicionamento deste blog em se ter prudência com as iniciativas da WWF, há de ser pontuado ainda que o seu criador era um declarado eugenista. Decreto dominical e seus efeitos são factíveis para um organismo idealizado por alguém com este tipo de ideologia?

Mais detalhes sobre a WWF, se estes não forem suficientes, aqui.

Por outro lado, não há consenso nenhum nesta questão do aquecimento global, como a mídia secular tem até noticiado, embora o faça com menos alarde, ao revés de quando a questão é a favor do movimento que está varrendo o planeta, o ECOmenismo, termo muito bem cunhado pelo Pr. Sérgio Santeli no Blog Minuto Profético. Aliás, existe um movimento contrário ao propalado "Hora da Terra". Alguém o viu senão em links bem discretos?

Não bastassem todas estas questões supra levantadas, tem ainda a ser considerado o endosso da ONU ao movimento, através de seu Secretário Geral. Sobre qual a posição da ONU no desenvolvimento da agenda contrária aos interesses de Deus seria desperdício de tempo e espaço ora se ocupar. Mas a pergunta da BBC é bem propícia:

De que lado você vai ficar?

Sugiro guardar a consciência duas vezes: Faça seu papel na manutenção da Criação de Deus, mas não se perca na propaganda do inimigo dEle.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A ameaça da NSA à liberdade de expressão na rede

Meses após as divulgações feitas por Edward Snowden, a abrangência da violação da privacidade de nossas comunicações, assim como outras extensas áreas de nossas vidas, pela extraordinária vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA), tornou-se amplamente visível. Muito menos discutida, entretanto, é a ameaça global que a espionagem da NSA representa para a liberdade de expressão na internet.

A bisbilhotice aparentemente sem limites da NSA em nossos dados eletrônicos baseia-se numa visão estreita de nosso direito à privacidade. Como já descrevi aqui mesmo, essas intromissões são facilitadas por vários atalhos na atual legislação norte-americana. Por exemplo, a lei reconhece um interesse privado no conteúdo de nossas comunicações, mas não naquilo que se chamam metadados, os detalhes eletrônicos sobre as pessoas com quem nos comunicamos, sobre aquilo que pesquisamos online e para onde vamos. O motivo fundamental, tal como consta da decisão da Suprema Corte em 1979, é de que não temos interesse privado nos números de telefone que discamos porque os compartilhamos com a companhia telefônica, embora o tribunal pudesse simplesmente deliberar que a companhia telefônica tem um dever de confiança de respeitar a privacidade de seus clientes.

Além do mais, no que se refere ao aspecto mais frágil de sua autoridade legal, a NSA presume que a simples coleta de nossas informações não representa invasão de nossa privacidade, até que essas informações sejam examinadas ou “questionadas”. Usando uma metáfora superficial, como a necessidade de um palheiro para achar uma agulha, a NSA afirma que tem a liberdade de vasculhar aquele palheiro sem qualquer obstáculo. É como se a NSA montasse câmeras de vídeo em nossos quartos de dormir e nos assegurasse que não tínhamos que nos preocupar até que o filme fosse examinado.

Yahoo contribuiu para condenação de jornalista

E, para a consternação do resto do mundo, a legislação norte-americana sobre vigilância não reconhece quaisquer direitos à privacidade a cidadãos não-americanos fora dos Estados Unidos, embora muitas de suas comunicações passem pelos Estados Unidos e o governo norte-americano tenha condições de coletar grande parte das que não passam. Recentemente, foi dada bastante atenção ao monitoramento feito pela NSA do celular da chanceler alemã Angela Merkel. De acordo com a atual legislação norte-americana, entretanto, a NSA também goza de total liberdade para espionar cidadãos estrangeiros comuns que vivam fora dos Estados Unidos. E não só pode coletar os metadados, como o conteúdo de suas comunicações – inclusive chamadas telefônicas, e-mails e mensagens de texto. As comunicações entre cidadãos norte-americanos e estrangeiros também são vulneráveis mesmo no caso do cidadão norte-americano não ser considerado um “alvo” da vigilância.

Esse profundo desrespeito pela privacidade eletrônica tem implicações particularmente preocupantes no que se refere à liberdade de expressão. Em parte porque a privacidade e a liberdade de expressão estão intimamente vinculadas. É mais provável que as pessoas falem com franqueza se tiverem certeza de que falam em privado. Tanto no caso de um advogado falando com seu representado, quanto no de um paciente falando com seu médico, de uma fonte falando com um jornalista ou de um defensor de uma causa impopular dirigindo-se a outros apoiadores, um discurso sólido sofre quando a privacidade fica em risco.

Mas o alcance exagerado da NSA também põe em risco a liberdade de expressão de outras maneiras. Um caso relativamente comum é a situação em que um governo repressivo, como o da China, pede a uma empresa da internet informações sobre um usuário. A solicitação mais famosa desse tipo de pedido envolveu o jornalista chinês Shi Tao, que acabou de completar seis anos de cadeia por “vazar segredos de Estado” – ao enviar a um grupo de direitos humanos informações sobre as proibições de divulgação pela mídia do décimo-quinto aniversário da revolta da Praça Tiananmen, em 1989, e do massacre que se seguiu. Atendendo à solicitação da China, o Yahoo entregou a informação do e-mail de Shi, contribuindo para sua condenação.

A melhor proteção contra a censura

Uma das melhores defesas contra essas solicitações é as empresas de internet armazenarem as informações de usuários em provedores localizados fora do país em questão. Essa abordagem não é infalível – os governos têm maneiras de exercer pressões sobre as empresas de internet para que cooperem –, mas pode ajudar na recusa dessas solicitações. As empresas de internet norte-americanas atualmente preferem repatriar para provedores nos Estados Unidos a maioria das informações sobre usuários em países estrangeiros.

No entanto, após as revelações sobre a vigilância da NSA, muitos países disseram que poderão exigir que as empresas de internet guardem as informações sobre seus cidadãos em provedores dentro de suas fronteiras. Se isso se tornar uma prática padronizada, será mais fácil para os governos repressivos monitorar as comunicações pela internet. Por mais frágeis que sejam os dispositivos de proteção à privacidade dentro dos Estados Unidos, em muitos outros países não são melhores. Por exemplo, apesar de injuriados com a espionagem da NSA, muitos ativistas pró-privacidade no Brasil opõem-se às propostas de seu governo de exigir o armazenamento de informações no país, pois temem que suas leis de proteção sejam inadequadas.

Além do mais, como mostra o caso de Shi Tao, conceder aos governos nacionais um acesso fácil às informações do usuário pode permitir-lhes não apenas invadir a privacidade, mas conter as críticas e descobrir dissidentes. Às vezes, o anonimato é a melhor proteção contra a censura, mas o acesso oficial às informações do usuário torna difícil o anonimato.

A indiferença de Washington

As atuais propostas de mudar a maneira pela qual a internet é regulada, se forem adotadas, também facilitam os esforços dos governos estrangeiros de coletar informações sobre as atividades eletrônicas de seus próprios cidadãos. A internet é principalmente governada através de acordos cooperativos informais entre inúmeras entidades, públicas e privadas, mas uma organização sediada nos Estados Unidos – a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) – é responsável, entre outras coisas, por coordenar a designação de identificadores exclusivos que permite que os computadores, pelo mundo todo, encontrem e reconheçam um ao outro. A diretoria do ICANN é composta por pessoas privadas, mas o Departamento de Comércio dos Estados Unidos tem um peso significativo sobre sua administração.

Pode parecer anômalo que o governo norte-americano tenha tamanha influência sobre uma rede global, como a internet, e agora, que os Estados Unidos provaram não ser um guardião confiável de nossa privacidade, têm ocorrido pedidos recorrentes para substituir o atual sistema por uma agência da ONU, como a União Internacional de Telecomunicações. Mas poucas pessoas acreditam que esse novo sistema proteja a liberdade de expressão na internet, pois provavelmente ele iria ceder diante de governos que queiram priorizar a soberania nacional, e não o livre fluxo de informações e ideias. Para os governos, um maior controle nacional tornaria mais fácil a blindagem de internets nacionais, como a China tentou fazer com a sua Grande Firewall e o Irã ameaçou fazer com uma “rede de informação nacional”, possibilitando a censura e minando o poderoso potencial do ciberespaço para conectar pessoas ao redor do mundo.

A espionagem eletrônica da NSA também contribuiu bastante para a perda de credibilidade da reputação do governo norte-americano de paladino da liberdade da internet. Principalmente sob a liderança da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, os Estados Unidos criticaram constantemente outros países por prender blogueiros dissidentes ou usuários de redes sociais. Hoje, no entanto, embora os Estados Unidos continuem a respeitar a liberdade de expressão, tanto na internet quanto fora dela, essa virtude foi eclipsada pela indiferença de Washington em relação à privacidade na internet. E mesmo a própria reputação norte-americana de respeitar a liberdade de expressão é minada quando o governo Obama tenta extraditar e condenar Edward Snowden por uma suposta violação de segurança, mas que para muita gente não passou de uma denúncia legítima.

Norte-americanos parecem não se importar

Além dos usuários de internet, quem provavelmente se sente mais ameaçado pela indiferença de Washington em relação à privacidade são as empresas de internet norte-americanas. Empresas como Google e Facebook estão apavoradas, sem dúvida, com a possibilidade de que usuários em outros países comecem a procurar alternativas não-americanas para evitar a espionagem da NSA. A Federação de Jornalistas Alemã, por exemplo, aconselhou recentemente seus membros que evitem usar empresas de internet norte-americanas para enviar e-mails ou fazer buscas devido à vigilância da NSA; a Deutsche Telekom disse que está tentando evitar que mensagens eletrônicas entrem nos Estados Unidos sem necessidade absoluta. Portanto, as empresas de internet podem tornar-se um poderoso grupo para pressionar o governo norte-americano no sentido de reformar suas leis de vigilância.

É claro que há uma ironia nos protestos de empresas que embolsam bilhões explorando as atividades online de seus clientes para fins comerciais. Porém, sem o poder coercitivo do Estado, as empresas privadas têm menos capacidade de fazer mal, e, ao contrário dos governos, enfrentam – pelo menos teoricamente – uma pressão competitiva para respeitar a percepção de seus clientes de seus próprios limites.

Talvez seja um mistério que os próprios norte-americanos pareçam, em grande parte, não se importar com as revelações da NSA. Mas essa condescendência não é compartilhada por grande parte do resto do mundo, onde muitas vezes as lembranças ainda são recentes de casos em que o Estado abusou do acesso às vidas privadas. Esse medo no exterior – transmitido pelas empresas de internet, que acabaram dependendo de uma base global de clientes – talvez seja o melhor que podemos esperar para superar a relativa indiferença do público norte-americano.

Reformar as políticas de vigilância

Com o lema da NSA sendo, aparentemente, “se é possível acessar, vá fundo”, fica-se com a impressão de que o governo norte-americano nunca fez uma avaliação básica do custo-benefício da vigilância da agência. No lado do custo, não se deve simplesmente pesar a invasão de nossa privacidade, mas também o prejuízo que acarreta ao fluxo de informação sem obstáculos na internet. Os norte-americanos podem subestimar a privacidade, mas tendem a compreender, sim, a importância da liberdade de expressão. No lado do benefício, a NSA ainda não conseguiu mostrar que a espionagem maciça de nossas comunicações eletrônicas tenha aumentado significativamente a vigilância eletrônica tida como alvo – centrada em indivíduos específicos que podem ser mostrados como representando uma ameaça –, que deveria fazer parte de qualquer esforço contra-terrorista. O governo norte-americano vem enfrentando sérias dificuldades para apresentar qualquer conspiração terrorista que não tenha sido impedida senão pela coleta maciça de nossas comunicações.

Em setembro, fiz uma pergunta a Kathryn Ruemmler, conselheira da Casa Branca, sobre esta falta de um benefício demonstrável. Ela se defendeu com o argumento de que se deve considerar a informação obtida pela vigilância como parte de um “mosaico” de informações coletadas de outras maneiras. Mas essa foi a mesma causa fundamental – a mesma palavra – usada pelo governo Bush para justificar a prisão de pessoas para interrogatório que, aparentemente, não têm qualquer informação relevante a oferecer.

Obama pôs fim a algumas das piores práticas contra-terroristas de Bush. Agora, precisa ir além das garantias baratas que nos ofereceu após as primeiras revelações de Snowden, e frear a NSA. Se os Estados Unidos quiserem preservar a internet como uma rede vital e livre para a conexão de pessoas ao redor do mundo, precisarão reformar suas políticas de vigilância e respeitar a privacidade – não apenas a dos norte-americanos, mas a de todos os outros.
***
Kenneth Roth é advogado e diretor-executivo do Human Rights Watch

domingo, 11 de julho de 2010

"Marche" - Sermão do Pr. Ted Wilson

Sermão Pregado na 59ª Conferência Geral, sábado, 03 de julho de 2010.

INTRODUÇÃO

Bom dia irmãos e irmãs em Cristo! Que privilégio é adorarmos juntos nesta manhã de sábado. Somos gratos a Deus pela forma que conduziu as decisões de Sua igreja durante esta semana. Rendemos glória ao seu nome.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia encontra-se em uma jornada rumo ao céu, e estamos quase em casa. Eu acredito com todo meu coração que Jesus breve voltará! Em todas as línguas existentes podemos dizer: “Breve Jesus Voltará!".

- Jésus va revenir bientôt (Francês),
- Jesús volverá pronto (Espanhol),
- Jesus is coming soon (Inglês),
- Иисус скоро вернется (Iisus skoro vernet·sya - Russo),
- Yesu ana-kuja kari-buni sana (Swahili),
- 예수님은 곧 돌아올 겁니다 (yesunim-eun god dol-aol geobnida - Coreano),
- 耶稣将很快返回 (Yēsū jiāng hěn kuài fǎnhuí - Chinês),
- यीशु ने जल्द ही वापसी करेंगे (Yīśu nē jalda hī vāpasī karēṅgē - Hindi),
- Si Jesus ay bumalik sa lalong madaling panahon (Tagalo),
- يسوع سوف يعود قريبا (Ha ana ahti seriahn - Árabe),
- Jesus wird bald zurückkehren (Alemão),
- E, assim por diante, em muitas outras linguas do mundo.

Eu particularmente aprecio o maravilhoso espírito e o entusiasmo de nossa família mundial de fé. E enquanto, todos nós estamos orgulhosos de nossas nações e culturas diferentes, eu louvo ao Senhor, por haver uma cultura de Cristo que nos une e substitui todas as outras. Nesse espírito, eu humildemente peço suas orações para que a mensagem que partilho hoje, seja ouvida de forma clara e, que o mensageiro não seja engrandecido, mas sim Deus. Para esse efeito, se há um determinado ponto com o qual você concorda, por favor, responda com um sincero "Amém", ao invés de aplausos. Obrigado por sua ajuda em manter o foco na mensagem, não no mensageiro.

Mundo Caótico

Os sinais da vinda de Cristo aumentam com frequência e intensidade a cada dia. Eventos destruidores da natureza, a grande confusão da política mundial, o crescente comprometimento com atividades ecumenicas, o aumento dramático e influência do espiritismo, a deterioração das economias do mundo, a desintegração da sociedade e dos valores familiares, a descrença na autoridade absoluta de Deus, na Sua Santa Palavra e nos Dez Mandamentos, a criminalidade e decadência moral, guerras e rumores de guerra. Todos apontam inequivocamente para o clímax da história da Terra e do retorno do Senhor Jesus.

Que grandioso privilégio temos em saber que mesmo em meio à incerteza do mundo, podemos descansar com absoluta confiança na imutável Palavra de Deus! Durante todo o curso da história humana e contra o ataque satânico implacável, Deus preservou a Sua Santa Palavra. A Bíblia contém um relato preciso das nossas origens, um registro confiável de nossa salvação, e um vislumbre glorioso da nossa libertação por vir. Como adventistas do sétimo dia, aceitamos a Bíblia como a base para todas as nossas crenças e vemos em suas páginas a nossa identidade e missão profética original.

Identidade Adventista e Missão

Com o poder da Sua verdade, Deus esculpiu neste mundo caótico a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Devemos ser um povo peculiar, povo remanescente de Deus, para levantar Cristo, a Sua justiça, Suas três mensagens angélicas registradas em Apocalipse 14, e Sua breve volta. Como cristãos que creem na Bíblia, vivendo nos últimos dias da história da Terra, precisamos ser o que o apóstolo Pedro chamou de "uma geração eleita, o sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva, para anunciar os louvores Daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz." Como povo remanescente de Deus, identificados em Apocalipse 12:17, como aqueles que "guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo", temos uma única mensagem de esperança e um imperativo para anunciar a graça de Deus ao mundo. No sétimo volume dos Testemunhos lemos: "Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos por Deus como um povo peculiar, separado do mundo [...] Ele os fez os seus representantes e os chamou para ser Seus embaixadores na última obra da salvação."

SÁBADO

Uma das características de identificação do povo de Deus dos últimos dia é o fato de que os membros de sua igreja aceitam e acreditam em TODOS os dez mandamentos de Deus, incluindo o quarto mandamento, que nos convoca a lembrar do dia do Senhor, o santo sábado. A observância do sábado não é apenas um sinal da Sua obra criadora, mas será o sinal do povo de Deus nos últimos dias, em contraste com aqueles com possuem a marca da besta, que representa uma tentativa em santificar um dia que Deus não separou como santo.

O Sábado e a Mensagem dos Três Anjos

O sábado e o seu significado diz respeito a cada uma das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. O primeiro anjo tem o Evangelho Eterno – a justiça de Cristo, ele diz: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora de seu juízo e adorai Aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas." Deus é o Criador e deve ser adorado em Seu Sábado como um sinal da nossa fidelidade à Sua Palavra e poder criativo. O segundo anjo proclama no versículo 8: "Caiu, caiu a grande Babilônia [...] porque ela a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição." Ela corrompeu os mandamentos de Deus e instituiu um novo dia de adoração que não é o sábado do sétimo dia, que é a marca única e verdadeira de Deus. O terceiro anjo anuncia nos versículos 9-12 que "Se alguém adora a besta e a sua imagem, e recebe a sua marca na testa ou na mão", ele ou ela será atormentado ou destruído com fogo e enxofre. Se você adora a besta e a sua imagem está rejeitando o sinal que Deus proclamou como Seu teste de fidelidade – o sábado do sétimo dia.

SALVAÇÃO

O terceiro anjo encerra sua proclamação no versículo 12 identificando o povo de Deus como aqueles que "guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus". Nós confiamos inteiramente em Jesus e no nosso relacionamento com Ele para obter salvação. Não acreditamos que obtemos a salvação pelas obras, mas pela graça de Cristo que anunciamos. Graça é a promessa do perdão e da provisão do poder de Deus – justificação e santificação. Você não pode separar o que Cristo faz POR você do que ele faz EM você. Este é o evangelho eterno expresso na mensagem do primeiro anjo. É a justificação pela fé. É por isso, que os adventistas do sétimo dia devem ser a voz mais poderosa em proclamar a graça de Deus! O tema do Grande Conflito refere-se sobre como Deus por sua graça salva os pecadores e através de seu poder os transforma em filhos e filhas, fiéis testemunhas aptos a proclamar as três mensagens angélicas, com o santo zelo que vem do Espírito por meio de uma ligação viva com Jesus, o autor e consumador da nossa a fé.

O sangue expiatório de Jesus Cristo na cruz e o ministério expiatório de Jesus Cristo no Santuário Celestial, têm apenas um propósito: a salvação de todo pecador arrependido. Assim, através de Seu sacrifício expiatório e do ministério sacerdotal, podemos: "nos achegar com confiança ao trono de graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça e socorro em tempo de necessidade." É esta maravilhosa e poderosa graça redentora, que fomos chamados a anunciar ao mundo pecador.

Além disso, apenas a graça de Deus pode remover do coração humano a auto-indulgência ou auto-suficiência. O maravilhoso livro, Caminho a Cristo, explica que, “nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós.” (p. 63)

Espírito de Profecia

Agora, voltando a Apocalipse 12:17 temos uma outra grande marca distintiva do povo remanescente de Deus. Lemos que eles "têm o testemunho de Jesus Cristo". Apocalipse 19:10 nos diz que "o testemunho de Jesus é o espírito de profecia". O mesmo espírito que moveu os homens santos de outrora, mais uma vez, nestes últimos dias, levantou uma mensageira do Senhor. Meus irmãos e irmãs da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Senhor nos deu um dos maiores dons, os escritos do Espírito de Profecia. Assim como a Bíblia, o testemunho da mensageira de Deus para o tempo fim, não é ultrapassado ou irrelevante.

Deus usou Ellen G. White como uma humilde serva a fim de fornecer discernimento sobre a Escritura inspirada, profecias, saúde, educação, relacionamentos, missão, vida familiar, e muitos outros temas. Precisamos ler o Espírito de Profecia, seguir o Espírito de Profecia e apresentá-lo a outros. Há muitos livros maravilhosos para compartilhar, principalmente, o que ela mesma indicou, como sendo o que precisava ser mais distribuído do que qualquer outro, O Grande Conflito. Agradeça ao Senhor pela liberdade religiosa neste e em outros países que nos permite apresentar a verdade. O Espírito de Profecia é uma das marcas de identificação do povo de Deus nos últimos dias e, é tão aplicável hoje como nunca, porque nos foi dado pelo próprio céu. Como remanescente fiel de Deus, não podemos tornar sem efeito a preciosa luz dada nos escritos de Ellen G. White.

Na humildade de Cristo

Quando usamos esse termo: Igreja Remanescente ou Povo Remanescente, nunca devemos usá-lo de forma egocêntrica, exclusiva. Temos de ser as mais humildes pessoas na terra, reconhecendo nossa necessidade completa de Jesus, nosso Salvador, e louvá-Lo por nos chamar para este poderoso movimento do Advento. Este movimento do Advento é feito de pessoas humildes, gente simples – não simplistas, mas simples. Muitos do povo de Deus são educados, disciplinados e experientes, mas ainda precisam ser um povo simples. Nosso Salvador, falou com autoridade surpreendente e ainda foi humilde o suficiente para ser atraente para com o pior dos pecadores. Esta igreja não é apenas uma outra denominação, é um movimento único, iniciado no céu, com a missão de salvar o mundo, que deve continuamente avançar na humildade de Jesus. O mundo precisa ouvir a mensagem de Cristo por intermédio de um povo que é como Cristo. Quando formos transformados por Sua graça, pregaremos, ensinaremos e testemunharemos a mensagem diretamente da Bíblia e do Espírito de Profecia de uma forma humilde, discreta, carinhosa e encantadora.

Quando nós, com toda a humildade, estivermos completamente nos braços eternos do Senhor, Ele atuará por nosso intermédio de maneira poderosa para dar a última mensagem de misericórdia a um mundo agonizante. Nosso sucesso na finalização deste trabalho depende de nossa submissão à Palavra de Deus e da liderança do Espírito Santo. Depende de nos humilharmos diante de nosso Criador e, negar o nosso “eu” de modo que Jesus possa nos guiar e vencer o nosso pecado. Isto, depende se estamos ou não prontos para humildemente pedir reavivamento e reforma em nossa vida pessoal e coletivamente como igreja, o que permitirá a efusão do Espírito Santo na chuva serôdia.

A Sra. White registra uma visão em Testimonies Vol. 8, intitulada O que poderia ter sido. Ela viu que Deus queria fazer duas grandes coisas na Sessão da Conferência Geral em 1901:

1°) Reorganizar a Igreja, o que nos permitiu ter muito da estrutura que temos hoje, e
2°) Prover o derramamento do Espírito Santo, o que não aconteceu porque havia descrença na igreja e, os líderes de Deus e membros não eram humildes diante de Deus. A igreja perdeu a oportunidade de receber a chuva serôdia. Isso foi há 109 anos. Não façamos Deus esperar mais para derramar a chuva serôdia, para que Jesus possa vir.

Precisamos orar fervorosamente por esta experiência. Nós temos feito isso durante esta sessão e devemos continuar buscando seriamente a vontade do Senhor em nossa vida depois que sairmos daqui. A Sra. White deixa claro que: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser a nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la. (E recebereis poder, p. 285) Durante as sessões de trabalho desta Conferência Geral, temos suplicado a Deus por reavivamento e reforma, pelo Espírito Santo e pela chuva serôdia. Irmãos e irmãs, este é o tempo – o Senhor virá em breve! Ele quer usar a Sua igreja remanescente de uma forma mais poderosa.

O Senhor está desejoso de reproduzir em nós o Seu próprio caráter. Isto só pode acontecer quando nos rendermos a Ele a cada dia. Como Paulo nos diz em Filipenses 2:5, "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." No momento em que nos conectarmos com Cristo diariamente e permitirmos que Ele opere através de nós, seremos, então, usados pelo Espírito Santo para proclamar a Sua graça e apressar a vinda do Senhor. Lembre-se, este é o movimento do Advento, um povo chamado, uma igreja remanescente, um povo em uma jornada para o céu na qualidade de proclamar a graça de Deus.

No livro Parábolas de Jesus, lemos do desejo de Cristo para o Seu povo, Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. “Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então, virá para reclamá-los como Seus. Todo cristão tem o privilégio, não só de esperar a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, como também de apressá-la. Se todos os que professam Seu nome produzissem fruto para Sua glória, quão depressa não estaria o mundo todo semeado com a semente do evangelho! Rapidamente amadureceria a última grande seara e Cristo viria recolher o precioso grão.” (p. 69)

Israel fora do Egito

No Antigo Testamento, Deus chamou um povo peculiar, com uma mensagem especial e um futuro. Eles foram chamados para ir a uma jornada de fé e por sua confiança nEle proclamar a graça de Deus ao mundo. Os Filhos de Israel viveram no Egito durante 400 anos e acabaram sendo escravos dos egípcios. Eu cresci no Egito até os meus oito anos de idade. Cairo foi a minha casa. Eu sabia muito pouco sobre o resto do mundo, exceto do Oriente Médio. É um lugar maravilhoso cheio de pessoas maravilhosas. No entanto, nesse tempo antigo, Israel estava em cativeiro no Egito. Através dos milagres de Deus e por meio de Moisés, Arão e Miriam, Deus libertou o Seu povo para uma jornada – para uma missão no mundo. Depois da décima praga final e devastadora, os Filhos de Israel deixaram o Egito.

Êxodo 13:21 diz que "... o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para guiar o caminho, e de noite numa coluna de fogo ..." Que Deus maravilhoso! Ele nos guiará dia e noite! O Senhor levou-os para o lado oeste do Mar Vermelho ao lado do deserto egípcio. Lemos no capítulo 14:2 que Deus levou-os a um lugar para "acampar diante de Pi Hairote, entre Migdol e o mar, defronte de Baal-Zefom, você deve assentar o acampamento junto ao mar." Meu pai que passou quase 15 anos no Egito, sente que sabe onde este lugar é e, como é da forma que está descrito em Patriarcas e Profetas. Ali, é um lugar onde Deus poderia demonstrar o seu poder contra os egípcios. Alguns estudiosos da Bíblia pensam que os filhos de Israel atravessaram o Mar Vermelho em um ponto onde havia um mar até a cintura de juncos. Que valor teria para Deus demonstrar o Seu poder em um lugar assim? Absolutamente nenhum valor! Na realidade, era um lugar muito difícil. Como os israelitas estavam progredindo do sul, tinham o deserto egípcio a oeste, uma montanha na frente deles, o Mar Vermelho a leste e o Egito por trás deles. O capítulo continua a descrever como Faraó mudou de ideia e como ordenou suas tropas para perseguir os israelitas com "seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito." O versículo 10 diz que quando os israelitas ouviram o exército do Faraó chegando ficaram aterrorizados. Por que quando Deus está conduzindo, ficamos com medo? Os israelitas tinham a manifestação da nuvem e a coluna de fogo, por que não confiar no poder que os estava guiando?

Vamos aprender a lição. Os israelitas estavam tão perturbados que repreenderam Moisés (versículo 11) dizendo: "Foi por não haver sepulcros no Egito que nos tiraste de lá para que morramos aqui neste deserto?" Por que agimos da mesma maneira às vezes? Nós vemos sinais miraculosos de Deus de misericórdia e orientação e, em seguida, algo vai mal e culpamos Deus.

Em seguida, (versículo 13), Moisés diz ao povo para não ter medo: "Fiquem quietos, e vede a salvação do Senhor, que hoje Ele fará." Muitas vezes, somos tentados a agir por nossos próprios impulsos, sem permitir ao Senhor que guie os nossos passos. No entanto, o Senhor nos pede para ir avante apenas sob Sua direção. Assim, Moisés deu a promessa poderosa que está no versículo 14, que deve ser a promessa que todos devemos nos apropriar em face do grande conflito entre Cristo e Satanás, "O Senhor guerreará por vós, e manterá a sua paz." Irmãos e irmãs, o Senhor vai lutar por nós, Ele abrirá o caminho. Ele dará a vitória para a Sua Igreja, mas devemos confiar nEle, devemos nos humilhar diante dEle, devemos obedecê-Lo, e devemos seguir o seu líder. E então, Deus proclamou aos filhos de Israel através de Moisés, o mesmo comando que Ele dá a Sua igreja remanescente dos últimos dias. O versículo 15 declara: "E o Senhor disse a Moisés: "Por que clamas a mim? Diga aos filhos de Israel para que marchem". Quando Deus diz: “marchem”, devemos marchar.

No entanto, os filhos de Israel não puderam ver o cenário completo. Eles haviam esquecido de como Deus os havia guiado no passado. Não podemos nunca nos esquecer de como Deus direcionou este Movimento do Advento no passado e como Ele vai levá-lo à vitória, no futuro, para a glória de Seu nome e reivindicação de Seu plano de salvação perante o universo. Estamos vivendo no final do Grande Conflito e Deus diz: "Marchem".

Mas o que os filhos de Israel poderiam fazer? Sentiam-se preso pelo deserto à sua direita, a montanha à frente, o Mar Vermelho à esquerda e o exército do Egito que se aproximava, por trás. Eles não confiaram no poder de Deus. Tudo o que puderam ver foram as barreiras.

Eu não sei que barreiras você está enfrentando hoje. Eu não sei que barreiras você acha que a igreja está enfretando. Seja o que for, Deus tem um meio para libertar cada um de nós e, para libertar a Sua igreja, proclamadora de Sua graça.

Quais são as barreiras que você enfrenta neste sábado?

1. Você está enfrentando:

-Montanhas de dúvidas sobre a Bíblia?

-Um mar de interpretação liberal da Palavra de Deus?

-Exércitos da confusão espiritual?

Deus diz que somos uma nação santa e um povo peculiar – "Marchem"

2. Você está sendo confrontado por:

-Montanhas de dificuldades financeiras?

-Um mar de conflitos familiares e pessoais?

-Forças de mudanças sociais negativas?

O Senhor diz: "Marche", tu és o meu povo escolhido.

3. Você está cercado por:

-Montanhas da falta de comunicação?

-Um mar de agitação e confusão em casa, no trabalho, na igreja e na sociedade?

-Forças de conflito emocional e desconfiança?

Deus diz: "Marche", independentemente das circunstâncias. Deus tem um caminho a seguir. A Inspiração nos diz: "Deus, em Sua providência, trouxe os hebreus ao aperto das montanhas, diante do mar, para que pudesse manifestar Seu poder no livramento deles, e humilhar de maneira extraordinária o orgulho de seus opressores. Ele os poderia ter salvo de qualquer outro modo, mas escolheu este, a fim de lhes provar a fé e fortalecer a confiança nEle.” (Patriarcas e Profetas, p. 290)

Foi então, que Deus operou um dos seus grandes milagres, assim como Ele fará hoje! Os versículos 19 e 20 de Êxodo 14 nos dizem que a nuvem de proteção de Deus se moveu da frente para trás dos israelitas, a fim de protegê-los do exército egípcio. Para os israelitas a nuvem foi uma inundação de luz, no entanto, para os egípcios era uma parede de escuridão.

O verso 21 diz que Moisés estendeu a mão sobre o Mar Vermelho e Deus abriu um grande caminho pelo meio do mar. A nuvem manteve os egípcios atrás, enquanto os israelitas marcharam em frente, com fé pelo meio do Mar Vermelho. Você pode imaginar a emoção de mais de um milhão de pessoas andando pelo mar em uma estrada seca? Imagine a emoção das crianças ao verem os peixes nadando como se estivessem em um aquário?

A inspiração descreve a cena em uma linguagem poderosa, "A grande lição ali ensinada é para todos os tempos. Muitas vezes, a vida cristã é cercada de perigos, e o dever parece difícil de cumprir-se. A imaginação desenha uma iminente ruína perante nós, e escravidão ou morte atrás. Contudo, a voz de Deus fala claramente, "Marchem." Devemos obedecer a este comando, mesmo que nossos olhos não consigam penetrar as trevas e sintamos as ondas frias sobre os nossos pés. Os obstáculos que impedem nosso progresso nunca desaparecerão diante de um espírito que se detém ou duvida." (Patriarcas e Profetas, p. 202)

Assim, irmãos e irmãs, olhem para o Deus Todo-Poderoso que pode guiá-lo através de qualquer coisa que você enfrentará no futuro. Nunca perca a sua confiança nEle. Sempre obedeça ao Seu comando: "Marche".

Depois de os israelitas terem completado a sua tarefa dirigida pelo céu de caminhar através do Mar Vermelho, os egípcios, em seguida, foram autorizados a persegui-los. Foi tudo de acordo com o plano de Deus. Deus tem um plano para sua vida e para esta igreja. Nunca duvide do destino deste poderoso movimento do Advento. Ele está nas mãos de Deus. Deus nos deu a instrução profética para saber o ponto culminante do Grande Conflito – Deus é o vencedor!

Os versículos de 23 a 30 descrevem a incrível vista que exército egípcio perseguindo aos israelitas teve, só para então, mostrar o Senhor milagrosamente retirando as rodas dos carros e, em seguida, fazer com que o poderoso Mar Vermelho engolisse todo o exército para a vitória completa. Você vê o que acontece quando "estamos quietos, e vemos a salvação do Senhor"? Versículo 31 registra "... viu Israel a grande obra que o Senhor havia feito no Egito, pelo que o povo temeu ao Senhor, e creu no Senhor, e em Moisés, seu servo."

Êxodo capítulo 15 registra a canção de grande vitória cantado por Moisés e os filhos de Israel, "... Ele triunfou gloriosamente! O cavalo e seu cavaleiro jogou no mar. O Senhor é minha força e canção , e ele se tornou a minha salvação, Ele é o meu Deus e eu o louvarei, Deus de meu pai, e eu o exaltarei. "

Irmãos e irmãs do Movimento do Advento, estamos em uma viagem tremenda. Olhe apenas para Deus a fim de obter libertação. A mensageira do Senhor declara: "O caminho que Deus mostra pode estar no deserto ou no mar, mas é um caminho seguro."

Sim, você pode estar certo de que Deus lhe mostrará uma direção, e Satanás tentará conduzi-lo por um caminho bem diferente. Quando Deus diz: "Marche," o inimigo lhe apresenta razões para dar um passo para trás. Mas meus amigos, estamos à beira da nossa casa eterna, o mesmo Deus que ordenou aos israelitas para marchar, para a terra prometida e, não para trás, para o Egito, é quem hoje está chamando você para prosseguir e não retrosceder. Avante (Marche!), não retrosceda.

Vá em frente, não para trás – Não permita-se sucumbir à ideia equivocada, que muitas vezes vem ganhando apoio até mesmo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, de aceitar a adoração ou métodos de evangelismo simplesmente porque são novos e populares. Temos de estar vigilantes para testar todas as coisas de acordo com a suprema autoridade da Palavra de Deus e do conselho com o qual temos sido abençoados nos escritos de Ellen G. White.

Não devemos nos misturar a movimentos ou a mega igrejas fora da Igreja Adventista do Sétimo Dia que prometem o sucesso espiritual baseado em uma teologia defeituosa. Afaste-se de assuntos espirituais não-bíblicos, ou métodos de formação espiritual que estão enraizadas no misticismo, como oração contemplativa, de oração centrada, e a movimentos de igrejas emergentes que são promovidos.

Olhe para dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, temos pastores humildes, evangelistas, os estudiosos bíblicos, líderes e diretores de departamentos, que podem fornecer métodos de evangelismo e vá avante, não para trás! Cristo deve ser a base da nossa adoração. Embora, compreendamos que o culto e as culturas variam em todo o mundo, não retrosceda em configurações pagãs confusas, onde a música e adoração tornar-se tão centrada na emoção e experiência que levam a perder o foco central na Palavra de Deus.

Todo culto, por mais simples ou complexo deve fazer uma coisa e apenas uma coisa: levantar Cristo e render o “eu”. Métodos de Adoração que exaltem o “eu” devem ser substituídos por uma simples e doce reflexão, centrada em Cristo por meio de uma abordagem bíblica. Definir a adoração verdadeira pode ser quase que uma impossibilidade, contudo, quando examinamos na Escritura Sagrada a santidade da presença de Deus, o Espírito Santo irá nos ajudar a conhecer o que é certo e o que é errado.

Avante (Marche!), não retrosceda! Defenda a verdade, ainda que o céu esteja desmoronando sobre você. Não se permita sucumbir à teologias fanáticas que distorcem a Palavra de Deus e os pilares da verdade bíblica da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Não se deixe influenciar com os caprichos da “nova” teologia, ou com aqueles que se preocupam em explicar conceitos cuidadosamente incomuns ou obscuros que pouco têm a ver com a nossa teologia e missão global. As crenças bíblico-históricas da Igreja Adventista do Sétimo Dia não serão modificadas. O fundamento bíblico estará seguro até o fim do tempo. Ouça o que nos é dito em Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 207-208:

“Que influência essa, que desejaria levar os homens, neste período de nossa história, a trabalhar de modo enganador e poderoso, para solapar os alicerces de nossa fé – alicerces que foram lançados no princípio de nossa obra mediante devoto estudo da Palavra e pela revelação? Sobre esses alicerces temos estado a construir, nos últimos cinquenta anos. Admirai-vos de que, quando vejo o princípio de uma obra que pretende remover alguns dos pilares de nossa fé, tenha algo a dizer? Tenho de obedecer à ordem: "Enfrentai-o!"

Tenho de proclamar as mensagens de advertência que Deus me dá para divulgar, e então deixar com o Senhor os resultados. Tenho de agora apresentar o assunto em todos os seus aspectos, pois o povo de Deus não deve ser despojado.

Somos o povo de Deus, observador dos mandamentos. Nos passados cinquenta anos tem-se feito pressão sobre nós com toda sorte de heresias, a fim de embotar-nos o espírito em relação aos ensinos da Palavra – especialmente quanto ao ministério de Cristo no santuário celestial e à mensagem do Céu para estes últimos dias, como foi dada pelos anjos do décimo quarto capítulo do Apocalipse. Mensagens de toda espécie e feitio têm feito pressão sobre os adventistas do sétimo dia, pretendendo substituir a verdade que, ponto por ponto, tem sido buscada com estudo e oração, e atestada pelo poder milagroso do Senhor. Mas os marcos que nos tornaram o que somos, devem ser preservados, e sê-lo-ão, conforme Deus o mostrou mediante Sua Palavra e o testemunho de Seu Espírito. Ele nos conclama a nos apegarmos firmemente, com a mão da fé, aos princípios fundamentais baseados em autoridade inquestionável.”

Avante (Marche), não retrosceda! Fique firme à Palavra de Deus como ela é, literalmente, lida e compreendida. É claro, devemos sempre humildemente reconhecer que somos finitos, criaturas caídas, observando as obras de um Deus infinito onipotente. Há coisas em ambos os dois livros de Deus – a natureza e a Bíblia – que nós não compreendemos totalmente. De fato, somos informados de que o sacrifício de Jesus será "a ciência e o cântico dos redimidos ao longo dos séculos sem fim da eternidade". Mas, o que o Senhor em Sua misericórdia, tem dado a nós em linguagem clara para ser tomado como verdade, simplesmente porque Ele disse, isso não deve ser envolto em ceticismo. Não retrosceda, interpretando mal os primeiros onze capítulos do Gênesis e outras áreas da Escritura, como sendo de cunho alegórico ou meramente simbólico.

Nesta semana, temos afirmado, uma vez mais, de forma latente que a Igreja Adventista do Sétimo Dia ensina e acredita no registro bíblico da criação que teve lugar recentemente, em seis dias literais de 24 horas e consecutivos. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não mudará sua crença nesta doutrina fundamental. Se Deus não criou o mundo em seis dias literais e, em seguida, abençoou o dia de sábado, porque então, nós O estamos adorando, hoje, neste sábado do sétimo dia? A incompreensão ou a má interpretação dessa doutrina nega a Palavra de Deus, assim como, nega a própria finalidade do movimento adventista do sétimo dia em proclamar a mensagem dos três anjos. Não retrosceda, buscando teorias da evolução teísta ou ateísta, avance no conhecimento profético por meio da fidelidade a Deus, o Criador e Redentor, e então, perceberá que a observância do sábado do sétimo dia é a característica distintiva do povo de Deus no final de tempo.

Membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mantenham seus líderes, pastores, igrejas locais, educadores, instituições e organizações administrativas, responsáveis perante os mais altos padrões de nossa crença, baseada em uma compreensão literal das Escrituras. Utilize os maravilhosos recursos, tais como o novo livro do Instituto de Pesquisa Bíblica Hermenêutica que nos ajuda a saber a maneira correta de interpretar as Escrituras.

Novamente lemos em Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 170, “Cumpre-nos ser cuidadosos para que não interpretemos mal as Escrituras. Os claros ensinos da Palavra de Deus não devem ser tão espiritualizados que a realidade se perca de vista. Não forceis o sentido de sentenças bíblicas no esforço de produzir qualquer coisa de singular a fim de comprazer a fantasia. Tomai as Escrituras como rezam.”

Eu louvo ao Senhor, por Nancy e eu termos sidos criados por pais piedosos. Em nenhuma de nossas casas ouvimos uma palavra sequer depreciativa sobre a Bíblia ou o Espírito de Profecia. Nós fomos educados a temer ao Senhor e a reverênciar a Sua Palavra.

Há algumas semanas eu perdi meu precioso marcador de Bíblia, durante uma viagem. Eu o apreciou muito e estou triste de não tê-lo comigo hoje, mas louvo ao Senhor, pois eu não perdi a Palavra de Deus. Você não pode perder a Palavra de Deus! Você deve tê-la em suas mãos, seja impressa, em seu iPhone, IPAD, ou outro dispositivo eletrônico. Não devemos nunca fazer concessões à liberdade que temos de ler e estudar a Palavra de Deus. Ellen White falou de maneira pungente sobre a Bíblia, no ano de 1909, em sua última aparição pública em uma sessão da Conferência Geral, depois de falar, ela deixou a plataforma, voltou, pegou uma Bíblia grande e com as mãos trêmulas segurou-a perante a congregação e disse: "Irmãos e Irmãs, confio-vos este livro". Hoje, meus queridos irmãos e irmãs da Igreja Adventista do Sétimo Dia, devemos permanecer firmes nas Escrituras Sagradas. Como "o povo de Deus do Livro", vamos ler a Bíblia, viver a Bíblia, ensinar a Bíblia e pregar a Bíblia com toda a força que vem do alto.

Avante (Marche), não retrosceda! Deixe a Escritura ser seu próprio intérprete. Nossa igreja há muito tem-se firmado no método bíblico-histórico de entender a Escritura, permitindo que a Bíblia interprete a si mesma, verso por verso, preceito sobre preceito. No entanto, um dos ataques mais sinistros contra a Bíblia é daqueles que acreditam no método crítico-histórico de explicar a Bíblia. Esta abordagem bíblica da "alta crítica" é um inimigo mortal de nossa teologia e missão. Ela coloca um estudioso ou pessoa acima das escrituras e, dá permissão para decidir o que entende como verdade tendo como base os recursos da educação e da crítica. Fique longe desse tipo de abordagem, ela leva as pessoas a desconfiarem de Deus e de Sua Palavra.

Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 17-18 fala diretamente sobre esta questão. “Quando homens, em seu juízo finito, julgam necessário fazer um exame de textos para definir o que é inspirado e o que o não é, estão dando um passo adiante de Jesus a fim de mostrar-Lhe um caminho melhor do que aquele em que Ele nos tem guiado. [...] Irmãos, nenhuma mente ou mão se empenhe em criticar a Bíblia. É uma obra que Satanás se deleita que qualquer de vós faça, mas não é obra a vós designada pelo Senhor. Irmãos, apegai-vos à Bíblia, tal como ela reza, parai com vossas críticas relativamente a sua validade, e obedecei à Palavra, e nenhum de vós se perderá.”

Avante (Marche), não retrosceda! Aceite o Espírito de Profecia como um dos maiores dons concedidos à Igreja Adventista do Sétimo Dia, não apenas no passado, mas ainda mais importante para o futuro. Embora, a Bíblia seja a nossa autoridade fundamental, máxima e árbitro final da verdade, o Espírito de Profecia provê conselho, claro e inspirado para nos ajudar na aplicação da verdade bíblica. É um guia enviado do céu para instruir a igreja a fim de cumprir a sua missão. É um expositor da veracidade teológica das Escrituras. O Espírito de Profecia é para ser lido com confiança, aplicado, promovido. Não é para ser usado como um chicote, mas deve ser utilizada como uma bênção maravilhosa para dirigir a igreja de Deus nos últimos dias da história deste planeta. Permita-me frisar uma convicção minha: o Espírito de Profecia não possui nada de antiquado ou arcaíco, ele é atual hoje, e continuará sendo até a volta de Cristo. Avante!

Membros da igreja remanescente de Deus! O Senhor está nos dizendo que chegamos ao fim do tempo: "Avante". Marche! Exaltando a Cristo e enaltecendo a graça de Deus; Marche! Proclamando as três mensagens angélicas; Marche! Defendendo o reavivamento e reforma; Marche seguindo a Bíblia tal como ela é; Marche! Estudando e defendendo o Espírito de Profecia; Marche! Proclamando ao mundo a boa notícia da salvação e da segunda vinda iminente de Jesus Cristo.

A graça de Deus está levando pessoas em todo o mundo a "Avançar". Nós devemos continuamente levantar a bandeira do Evangelismo Público. A proclamação da graça de Deus e as três mensagens angélicas estão mudando as pessoas em toda parte. O Espírito Santo está trabalhando no coração de quem ouve a mensagem do Advento, através de sua Palavra e do testemunho evangélico – proclamação da graça de Deus. Precisamos integrar o evangelismo às diversas áreas de nossa vida, assim como fizeram em muitos lugares, principalmente na Divisão Sul-Americana, onde "evangelismo integrado" é simplesmente um modo de vida.

Um exemplo disto, vem-nos da Divisão Euro-Asiática. Há alguns anos, Vasili era um policial, na Moldávia. Tornou-se convicto da verdade sobre a Bíblia e a mensagem do Advento e quis ser batizado como um adventista do sétimo dia. Quando ele contou à família sobre a sua nova fé, seus pais disseram que iriam deserdá-lo, seu irmão disse que já não o considerava um irmão, sua esposa, Galina, pediu o divórcio, e seu comandante disse que não lhe concederia os sábados livres.

Vasili agonizou com Deus, orou para que Ele lhe desse uma resposta direta à oração através da Bíblia. “O que devo fazer?” questionava-se. Abriu a Bíblia e pela graça de Deus, seus olhos captaram as palavras de Mateus 10:35-38, quando, Jesus explica como a família pode ser os nossos inimigos e, diz que se você ama seu pai ou sua mãe mais do que Cristo, não é digno de Cristo. Vasili sentiu-se levado a ouvir a ordem de Jesus de tomar a sua cruz e segui-Lo.

Vasili agradeceu a Deus. Tomou sua decisão. Dura decisão, mas não retroscedeu. Ele foi batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quando disse à esposa que tinha sido batizado, ela disse que já tinha os papéis do divórcio prontos. Vasili não discutiu, mas disse apenas que a amava. Acreditando que eles iriam apoiar suas objeções, Galina acompanhou Vasili até casa de seus pais para contar a notícia de seu batismo. Mas para sua surpresa, os pais e o irmão de Vasili aceitaram a decisão sem contestação.

Depois, Vasili procurou o seu comandante com a carta de demissão, explicando que ele havia sido batizado. O oficial disse: "O que é isso? Leve-o daqui e lhe dê uma semana para pensar sobre o assunto." Depois de uma semana, Vasili voltou e, novamente, apresentou sua renúncia. Em vez de aceitá-la, o comandante promoveu Vasili, assim ele não teria problemas com o sábado.

Nesse interim, a esposa de Vasili, Galina, desenvolveu um sério problema em seu trabalho, onde desenvolvia a função de caixa. O total do dia não batia com a quantia disponível, e a empresa disse que ela deveria pagar a diferença. Em desespero, pediu a Vasili para orar por ela. Os dois oraram juntos sobre o problema. No dia seguinte, Galina encontrou o erro na contabilidade e conseguiu reaver a situação. Vasili humildemente apelou para que Galina entegasse seu coração a Deus, mas em vão.

Mais tarde, a mãe de Galina teve câncer e o casal a visitou e orou por ela. Através da intervenção de Deus ela foi curada! Galina foi tocada profundamente, saiu dali e foi imediatamente a uma igreja adventista para ser batizada. Estou tão feliz em informar-vos, hoje, que Vasili Garascuic agora é o tesoureiro da União Moldávia e pela graça de Deus, o casal está presente aqui conosco. Por favor, fiquem em pé! Louve a Deus por Sua salvação e Sua graça!

Meus irmãos e irmãs presentes aqui no Georgia Dome e no mundo, através do poder do Espírito Santo proclamem a graça de Deus e as três mensagens angélicas. Somos uma igreja maravilhosamente diversificada, mas unida em Cristo e nesta preciosa mensagem bíblica. Nós somos uma família mundial, de todos os cantos do globo, anunciando a graça de Deus, assim, nós "avançamos" unidos pelo Espírito Santo e no fundamento de nossas crenças bíblicas.

Que mensagem preciosa temos para anunciar ao mundo nestes nos últimos dias! A proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, a fim de trazer as pessoas de volta à adoração verdadeira e bíblica.

Que grande Criador! Redentor! Sumo Sacerdote! Advogado! Amigo! Que Deus! Jesus está voltando! Logo, veremos no céu uma nuvem pequena, escura do tamanho da mão, que a medida que se aproxima da Terra ficar maior e mais brilhante. Todo olho verá, ao mesmo tempo, por um milagre dos céus. E ali, assentado no meio de milhões de anjos estará Aquele a quem tanto aguardamos – não o humilde Cordeiro, mas o Sumo Sacerdote, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus Cristo, nosso Redentor! Vamos olhar para cima e dizer: "Este é o Deus a quem aguardávamos." Cristo vai olhar para baixo e dizer: "Bem está, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor" e, vamos subir ao encontro do Senhor nos ares, onde eternamente estaremos – o esplendoroso final da jornada do Advento!

Se o amor maravilhoso do Senhor e Seu plano de salvação – Sua triunfante graça – tocou seu coração e você deseja renovar seu compromisso com Ele e com a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia; Se você deseja voltar para casa e anunciar a Sua graça; Se deseja pedir por reavivamento e reforma em sua vida e na Igreja; Se almeja a presença do Espírito Santo e da chuva serôdia para anunciar a graça de Deus; Se está em seu coração proclamar as três mensagens angélicas ao mundo; Se você quer fazer de sua vida um testemunho pessoal e depô-la nas mãos do Todo-Poderoso, nosso Redentor, Sumo Sacerdote e Rei Vindouro; Se deseja humildemente pedir ao Senhor para tomar o controle de sua vida e ajudá-lo a anunciar a graça de Deus, nestes últimos dias da história da Terra; Que com reverência permaneça em pé firmando o compromisso com Ele.

Convido-vos a aceitar a graça maravilhosa de Cristo em sua vida, para renovar seu compromisso com Ele e com este grande movimento do Advento, a fim de proclamar a graça de Deus, e pedir ao Senhor para ajudar a igreja a "Avançar". Eu o convido a ficar de pé e juntamente com o amigo que está ao seu lado em sincera e humilde oração clamar ao Senhor por reavivamento e reforma e, que o Espírito Santo nos leve “Avante”, anunciando a graça de Deus e as três mensagens angélicas. Por favor, orem juntos.

(Ted termina com breve oração após alguns instantes e convida a congregação a permanecer em pé para cantar a música tema da Conferência Geral).

Tradução: Jorgeana Longo

Fonte - A Missão
Related Posts with Thumbnails