quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Ano de 2007 será o mais quente já registrado, dizem especialistas

02/01/2007 - 11h18 da Efe, em Londres 

O efeito estufa e o fenômeno climático conhecido como El Niño farão de 2007 o ano mais quente já registrado --com conseqüências para todo o planeta--, afirma o professor Phil Jones, diretor da Unidade de Pesquisa sobre Clima da Universidade de East Anglia, na Inglaterra. Segundo previsões de Jones, publicadas no jornal britânico "The Independent", o ano que acaba de começar será marcado por condições climáticas extremas em todo o mundo, que podem causar secas na Indonésia e inundações na Califórnia (EUA). Para o "Independent", essa advertência evidencia que 2007 será um ano crucial para determinar a resposta que o mundo dará ao aquecimento global e seus efeitos. Segundo o professor, o aquecimento global --que causou degelos no Ártico-- irá piorar com a chegada do El Niño, fenômeno causado pelo aumento das temperaturas médias das águas do oceano Pacífico. Esses fenômenos farão com que 2007 seja mais quente que 1998, até agora o ano em que foram registradas as temperaturas mais altas, acrescenta o jornal. No Reino Unido, dezembro de 2006 foi o mês de inverno mais quente desde 1659. "O fenômeno El Niño faz com que o mundo fique mais quente, e já há uma tendência de aquecimento que, a cada década, aumenta as temperaturas globais entre um e dois décimos de grau centígrado", diz Jones. "Isso pode fazer com que o ano de 2007 seja mais quente que 2006 e pode ser que os próximos 12 meses sejam os mais quentes já registrados", ressalta o professor. Fora de controle Ao mesmo tempo, o cientista americano Jim Hansen, que em 1988 alertou sobre as mudanças climáticas, diz que o aquecimento global pode ficar fora de controle e mudar totalmente o planeta, a menos que medidas sejam tomadas rapidamente para reverter o aumento das emissões de carbono. Também em entrevista ao "Independent", Hansen disse que a mudança climática pode aumentar o nível dos mares e causar a extinção de espécies. Sua opinião é compartilhada pelo assessor científico do governo britânico, David King, que considera "essencial" chegar o mais rápido possível a um acordo sobre as emissões de carbono, consideradas causadoras do efeito estufa. Essas opiniões coincidem com a advertência da Organização Mundial de Meteorologia, organismo da ONU que trata do clima no mundo todo, de que o fenômeno do El Niño já está estabelecido na bacia tropical do Pacífico. Existe o temor de que esse fenômeno cause condições climáticas extremas no continente americano, no Sudeste Asiático e no sul da África, especialmente nos primeiros quatro meses de 2007, ressalta o "Independent". O El Niño tem esse nome porque costuma se formar na época do Natal e ocorre em intervalos de entre dois e sete anos. Entre 1997 e 1998, o fenômeno causou a morte de mais de 2.000 pessoas e danos materiais estimados em US$ 37,7 bilhões em todo o mundo. 


Nota DDP: Que vivemos dias muito mais quentes não há qualquer tipo de dúvida. Quais os efeitos deste aquecimento é que me parece ser o cerne da questão, porque ao mesmo tempo em que os efeitos perceptíveis apontam para a eventual veracidade das previsões mais sombrias que estão a se delinear no horizonte, existem vozes dissonantes neste contexto. Uma coisa me parece estar se concretizando, a conscientização da opinião pública de que serão necesárias medidas extremas para conter esta realidade, seja ela verídica ou criação midiática. Penso que aí podemos ter uma das vertentes a exigir um dia de parada mundial... PS: Interessante a capa da Veja desta semana indicando 7 medidas extremas, não? Mais do mesmo, começa aqui.
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