GENEBRA, 29 jan (AFP) - As geleiras do mundo sofrem um degelo acelerado, o que confirma a tendência ao aquecimento climático, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Trinta geleiras, monitoradas pelo Serviço Mundial de Controle de Geleiras, sediado em Zurique (Suíça), perderam uma média de 66 centímetros de espessura em 2005, segundo o Pnuma.
As geleiras analisadas, situadas em todo o mundo, tiveram uma redução de 10,5 metros de espessura desde 1980.
O degelo anual aumentou 1,6 vez em média durante a última década, em comparação com a década de 90, e seis vezes, se tomados como referência os anos 80.
A superfície coberta pelas geleiras também se reduziu de forma drástica em relação aos anos 80, segundo o glaciologista do Instituto de Zurique M. Michael Zemp. Os estudos "não deixaram nenhuma dúvida em torno da mudança acelerada das condições climáticas", insistiu.
O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, expressou que as pesquisas "corroboram a mudança climática devido à atividade humana", teoria que sustentará o relatório do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), a ser publicado no próximo 2 de fevereiro, em Paris.
O Pnuma advertiu que o degelo será um tema central na análise de 2006, um dos anos mais quentes registrados em muitas regiões do mundo.
"Os governos deverão se convencer da necessidade de reduzir as emissões de gases e implementar estratégias de longo prazo", afirmou Steiner.
"As geleiras fornecem água potável e servem como fonte de irrigação e atividades industriais", concluiu.
Fonte - UOL
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