Vivemos numa época em que o caos se impõe como o estado normal de quase todas coisas. As previsões dos especialistas, desde a economia à estratégia, são desmentidas com enorme frequência, a instabilidade é uma constante e as incertezas circundantes causam perturbação e angústia ao cidadão comum.
A percepção de um mundo em que os desequilíbrios preponderam é de tal ordem que um sociólogo escreveu recentemente um ensaio que poderíamos traduzir livremente por "O Caos como Evidência Quotidiana" (Wallerstein). Tal estado caótico tornou-se mais visível após a crise financeira e económica de 2008, com todo o seu cortejo de consequências negativas, desde inoperância de instituições e a falência de empresas aparentemente sólidas até ao alastramento do desemprego no plano mundial.
Entre todos esses sinais de crise permanente avulta a incapacidade de muitos governos nacionais para lidarem, de forma isolada, com fenómenos que lhes escapam e se situam cada vez mais na dependência de instâncias supranacionais ou de grandes grupos empresariais e financeiros.
A narrativa do "fim da história", surgida após a queda do Muro de Berlim e da União Soviética, não sobreviveu à transição para o século XXI. nem à visão que lhe estava associada dos Estados Unidos como "hiperpotência". Ainda o novo século mal começara e os atentados de 11 de Setembro em Nova Iorque, não só destruíam a ideia de inviolabilidade do território americano, mas também chamavam a atenção para o surgimento de novas organizações que, sem se identificarem com Estados nacionais, conseguiram, com recurso a métodos terroristas, pôr em causa o sistema de segurança interna dos Estados Unidos.
O novo século inicia-se com o debate sobre o islamismo radical, em torno das guerras do Afeganistão e do Iraque, enquanto a questão do Médio Oriente se continua a agravar, sem que se vislumbrem vias eficazes para a negociação e a paz. Mas a questão islâmica não pode ser circunscrita às correntes fundamentalistas e às organizações terroristas, como deixou claro, o Presidente Obama no seu notável discurso do Cairo, em que o Estado americano se distancia das teorias sobre a "guerra das civilizações" ou as crenças religiosas como chave para a interpretação de todos os conflitos contemporâneos, invocando a semelhança entre princípios de defesa da paz consagrados no Corão, no Talmut ou na Bíblia.
A questão do fundamentalismo não esgota as problemáticas geoestratégicas do nosso tempo. O século XXI está a ser também marcado pela emergência de novos países como a China, a India e o Brasil que, estando longe de possuir o potencial militar dos Estados Unidos, possuem condições de crescimento, económico, tecnológico e demográficas que forçam os estrategistas políticos a considerá-los enquanto actores de uma nova repartição de poderes no mundo.
Que lugar para a Europa neste mundo caótico em que os Estados Unidos olham cada vez mais para o Pacífico, mesmo que não desvalorizem a "relação atlântica"? Com a Inglaterra sempre "eurocéptica" e a Alemanha cada vez mais centrada em si própria e nas suas zonas de influência tradicionais, a construção europeia não voltou a reencontrar o ritmo do período anterior à queda da URSS e ao alargamento.
Os anos doirados de Jacques Delors pertencem a outra era. A possibilidade de transformar o poder económico da União Europeia em força política autónoma esbarra nas estruturas dos Estados nacionais. As múltiplas hesitações na ajuda financeira à Grécia, de mau presságio para países em situação económica e financeira difícil, como o nosso, mostram que, nos cenários a médio prazo, já será bom que a União Europeia mantenha os adquiridos institucionais, sem alterar a sua geografia (através da eventual saída de estados membros) e assegurando a permanência da zona euro.
Fonte - Jornal de Notícias
Nota Cristo Voltará: Disse Daniel (cap. 2:41 a 44), por inspiração profética do DEUS todo poderoso, que conhece o futuro tanto quanto o passado, que aquele Império Romano (correspondente em sua maior parte a Europa atual), se fragmentaria em dez e que não mais se reunificaria. Hoje vemos uma Europa em vias de reunificação, e a profecia questionada por alguns, ou até muitos. A Europa está, como dissemos, em vias de reunificação, mas nunca consegue completar o projeto. É o bloco, no mundo, mais adiantado nesse objetivo, e no entanto, nunca se reunifica. A realidade dos fatos proclama em alta voz que a profecia está firme a se cumprir. Na análise profética desse mês de maio, entendemos por oportuno, deixar que pessoa independente fale por si. Abaixo (acima) está um artigo de Mário Mesquita, que ocupa altos cargos no governo brasileiro na área econômica, como o de Diretor de Política Econômica do Banco Central. Ele escreveu um artigo postado no jornal eletrônico português “Jornal de Notícias”, exatamente sobre o cumprimento da profecia de Daniel. Ele o fez sem saber dessa profecia, o que é impressionante. Sua análise se estende para além da Europa. É uma região do mundo frágil, que aos poucos perde poder político e econômico, que não consegue se unir, cujos países são, alguns fortes, outros fracos, que a cada pouco está em crise interna. É a expressão do autor do artigo, e da Bíblia também. A quem tem alguma sabedoria, e esse autor tem muita, está ficando óbvia a formação de uma crise sem precedentes sobre o mundo. Sim, o cenário é óbvio, ele fala por si!
Fica cada vez mais definitivo que o palco de ações desses últimos dias é os Estados Unidos da América. E há outros poderes emergentes no mundo, mas a Europa, que já dominou o mundo, perde importância. Agora com a crise na Grécia, pode-se mais uma vez constatar como ela está fragilizada. Se bem que a última crise vem dos Estados Unidos, e será uma crise econômica, política e religiosa, estando esses ingredientes todos juntos, saiba-se que será de fato a última crise, a Europa, que já dominou a questão religiosa no mundo, pouca influência exerce. O curioso é o seguinte, o poder que vai comandar a ida do mundo para a crise final está na Europa, precisamente, na cidade de Roma, cujo Coliseu, símbolo da perseguição contra os cristãos pelo Império Romano, esses dias viu ruir uma parte dele. Se o Coliseu já foi símbolo de perseguição, hoje ele pode servir de símbolo da queda de Babilônia impulsionada pelo poder do Império Romano. E a fragilidade da economia americana, embora a potência de suas armas, serve de alerta de que, se não fosse pelo poder de DEUS, o mundo já estaria no caos. Sim, é sobre caos que o autor do artigo a seguir fala. Leia-o, e veja se não tem traços proféticos, escritos, por nada mais que um economista. Eis que a última crise é uma perplexidade global que ocorrerá fortemente no campo econômico, embora em todos os campos da humanidade. Até o decreto dominical é um boicote econômico sobre indivíduos. O cenário, no mundo, está se formando, e a última crise está sendo ensaiada.