O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, afirmou que os mercados financeiros europeus enfrentam "a situação mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial", em uma entrevista que será publicada pela revista alemã Spiegel.
- Os mercados se encontram, sem dúvida alguma, na situação mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial, inclusive desde a Primeira. Já vivemos e estamos vivendo tempos realmente dramáticos.
No fim da semana passada, quando a onda de pânico da crise europeia atingiu as das Bolsas, "os mercados já não funcionavam, era quase como quando aconteceu a falência do Lehmann Brothers em setembro de 2008", afirmou Trichet.
Nos dias 6 e 7 de maio, antes da UE (União Europeia) anunciar um plano de R$ 1,750 trilhão (750 bilhões de euros) para a zona euro, as Bolsas mundiais desabaram. A medida, que determinou ainda um plano de redução da dívida fiscal da Grécia, foi concedido ainda pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para evitar um contágio da crise grega a outros países em dificuldade.
Após uma recuperação no início da semana, nesta sexta-feira (14)o mercado voltou a registrar quedas expressivas. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou com queda de 2,12%, com os investidores fugindo do risco e procurando aplicações mais seguras, para o caso de a crise na Europa se aprofundar ou alongar.
No Brasil, um mergulho da economia europeia na recessão pode traduzir-se em menos entrada de recursos e, portanto, dólar em alta no curto prazo. Mas se esse recuo na atividade se espalhar pelo planeta, como o ocorreu em 2008 com a crise norte-americana, os problemas podem ser maiores.
A redução na circulação de dinheiro internacional pode diminuir e o fluxo ficaria comprometido por mais tempo, representando, para o Brasil, menos investimentos no médio prazo e crescimento limitado no longo prazo. As boas perspectivas para o país pressupõem investimentos grandes nos próximos anos, que dependem de capital internacional.
Fonte - R7