CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 31 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Ecumenismo é mais do que simples tolerância e pluralismo, exige conversão, disse o porta-voz vaticano, ao fazer um balanço da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2011, que terminou em 25 de janeiro.
O Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, fez a sua análise no editorial do último número de Octava Dies, informativo semanal do Centro Televisivo Vaticano.
O porta-voz retomou as palavras do Papa durante as vésperas de 25 de janeiro, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, como uma advertência, e acrescentou: "A busca do restabelecimento da unidade entre os cristãos divididos não pode ser reduzida a um reconhecimento das diferenças recíprocas e à conquista de uma convivência pacífica".
O Pe. Lombardi reconheceu: "Quantas vezes, dadas as dificuldades de debate e diálogo, nós nos fechamos em nossas posições e nos conformamos com evitar a tensão, reconhecendo cordialmente as distâncias mútuas, mas renunciando a dar passos de maior compromisso, o que poderia ser percebido como um risco para os costumes ou seguranças alcançadas!".
"Uma cultura da tolerância e do pluralismo faz que essa postura pareça natural e, muitas vezes, apresenta-se como realista e prudente. Mas será que é assim?", pergunta-se o porta-voz vaticano.
"A unidade é outra coisa", respondeu, e novamente citou o Papa, acrescentando: "O que queremos é essa unidade pela qual o próprio Jesus rezou, e que por sua natureza se manifesta na comunhão da fé, dos sacramentos, do ministério".
Diante da "tentação da resignação e do pessimismo", Lombardi mostrou como Bento XVI nos convida a reavivar "a confiança no poder do Espírito Santo" e a "prosseguir com paixão o caminho". São Paulo cai do cavalo quando encontra Jesus e sua vida muda. Conversão.
"O que Cristo quer de nós? - perguntou o porta-voz. Ele não quer que fiquemos onde já chegamos. Se fosse assim, os nossos encontros ecumênicos seriam belas coreografias e reflexo das divisões do passado, ao invés de uma semente para o futuro e um testemunho crível da presença do Espírito de Deus. Espírito ao qual - com o realismo de amor - é preciso deixar mais espaço em nosso mundo marcado pelo ódio", concluiu Lombardi.
Fonte - Zenit