"Bento XVI disse hoje no Vaticano que o mundo atravessa uma “profunda crise de fé”, acompanhada pela “perda do sentido religioso”, fatores que constituem “o maior desafio para a Igreja de hoje”.
Depois de sublinhar que a “renovação da fé” deve ser a “prioridade” de “toda a Igreja” e do diálogo ecuménico, o Papa expressou o desejo de que o “Ano da Fé”, a iniciar em outubro, contribua para “tornar Deus novamente presente no mundo”, refere a Sala de Imprensa da Santa Sé.
O discurso aos participantes na assembleia da Congregação para a Doutrina da Fé, organismo que Bento XVI dirigiu antes de ser eleito Papa, centrou-se no diálogo ecuménico, no âmbito da Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos, que terminou na quarta-feira.
A intervenção realçou os “bons frutos” do diálogo ecuménico mas alertou para o risco de uma falsa paz entre os cristãos e de um indiferentismo, que exigem “vigilância”.
Bento XVI pretende que os cristãos sejam unânimes nas questões morais, como a vida, família, sexualidade, bioética, justiça e paz, que constituem “um novo desafio para o caminho ecuménico": “Será importante falar sobre estes temas a uma só voz”, frisou.
É preciso “enfrentar com coragem também as questões controversas, sempre no espírito de fraternidade e do respeito recíproco”, acentuou o Papa, que valorizou os documentos resultantes dos diálogos ecuménicos mas advertiu que a “autoridade” da Igreja é “a única” que pode “julgá-los de modo definitivo”. (...)
Fonte: Agência Ecclesia (negritos e sublinhado meus para destaque)
Nota O Tempo Final: apenas destacando dois aspetos, repare no desejo papal de que os cristãos sejam unânimes nas questões morais - é evidente que não vamos ignorar o facto do dia sagrado de descanso semanal ser uma questão moral...
Outro ponto é que, trate-se o que se tratar, a Igreja de Roma não abdica da sua pretensão em ser o determinador e aferidor de tudo quanto se conclui e decide. A prova disso, está na última expressão: "a autoridade da Igreja é a única que pode julgá-los (os documentos resultantes do diálogo ecuménico) de modo definitivo”.