sexta-feira, 17 de agosto de 2012

"Empecilhos"

“Deus quer remover o entulho que impede a obra de reavivamento e reforma”

A estrada da vida cristã expõe os caminhantes a vários desafios: sofrimento, desprezo, renúncia e sacrifício. Diante desses obstáculos, muitas pessoas desistem da caminhada, ao passo que a Bíblia descreve essas dificuldades como fatores de crescimento: “Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança” (Tg 1:2, 3, NVI).

Por outro lado, há empecilhos que devem ser removidos o quanto antes, sob pena de continuar comprometida “a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades”: reavivamento da verdadeira piedade (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121).

Após a assembleia de Atlanta, realizada em julho de 2010, os líderes adventistas começaram a falar sobre a necessidade de reavivamento e reforma. Essa iniciativa foi vista como “uma luz no fim do túnel”. Mas, decorridos quase dois anos, o cenário espiritual da igreja parece não ter mudado muito. Mesmo assim, há sinais de que uma parcela de líderes e membros da igreja está buscando o poder do alto. Isso é motivo de alegria. Contudo, precisamos estar atentos à seguinte advertência de Ellen G. White: “Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de Deus desimpeça o caminho mediante a remoção do obstáculo, de modo que o Senhor possa derramar Seu Espírito sobre uma igreja debilitada e uma congregação impenitente” (ibid., p. 124).

Temos ainda muitos obstáculos a vencer, os quais fazem com que a maioria dos professos seguidores de Cristo continue como “ossos secos” (Ez 37) no vale laodiceano. É constrangedor escrever sobre esse tema, mas o senso do dever fala mais alto.

1. Divisões – “Divisões, e até amargas dissensões que infelicitariam qualquer comunidade mundana, são comuns nas igrejas, porque há pouco esforço para controlar os sentimentos errôneos e reprimir toda palavra de que Satanás se possa aproveitar” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 123). Alguém poderia dizer: “Ellen G. White descreve aqui uma situação que não mais existe.” Mas o que ela diria sobre a condição da igreja hoje?

2. Orgulho – Santo Agostinho disse: “O orgulho não é grandeza, mas inchaço. O que está inchado parece grande, mas não tem saúde.” Quem se orgulha de talentos, cargos e posições não pode receber o Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos” (Rm 12:16, NVI). Certa vez, Ellen G. White exclamou: “Ai, que orgulho prevalece na igreja, que hipocrisia, que engano, que amor ao vestuário, à frivolidade e ao divertimento, que desejo de supremacia!” (Ibid., p. 125).

3. Poder – Um dos grandes obstáculos à recepção do poder divino é o apego ao poder humano. Lamentavelmente, o Espírito Santo tem esbarrado nessa muralha. Os que gostam de mandar não estão capacitados para amar. Com muita propriedade, alguém afirmou: “Quanto mais mandamos, menos amamos; quanto mais amamos, menos mandamos.” A igreja não é lugar para pessoas mandonas, mas para servos abnegados. É perigoso exercer poder sem o poder celestial.

4. Mundanismo – Por falta de entrega total ao poder do Espírito Santo, está-se desenvolvendo entre nós uma geração “papel-carbono”: tudo se copia. Muitos incorporam os costumes do mundo na música, no vestuário, no estilo de vida. Às vezes, não se vê nenhuma distinção, porque a linha divisória se perde na mistura.

Ellen White pergunta: “Ó meus irmãos, vocês entristecerão o Espírito Santo e darão lugar a que Ele Se afaste? Deixarão fora o bendito Salvador, por não estarem preparados para Sua presença?” (Ibid., p. 126).

Algumas vezes, os quatro empecilhos mencionados acima ficam ocultos sob um falso manto de piedade!

Diante desse cenário, procuremos um lugar à parte e abramos o coração a Deus. Peçamos a Ele que remova de nossa vida o orgulho, a ambição de poder, a discórdia e o mundanismo. Não nos contentemos com a religião do faz-de-conta. Permitamos que o Espírito Santo realize uma obra extraordinária em nossa vida. “A reforma não trará o bom fruto da justiça a menos que seja ligada com o reavivamento do Espírito” (p. 128).

Não permitamos que a chama da espiritualidade se apague. Pela graça de Deus, saiamos das cinzas do indiferentismo a fim de brilhar por Jesus no lar, na igreja e na comunidade! 

Pr. Rubens Lessa
 
Fonte: Revista Adventista
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