sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A guerra robótica de Barack Obama

A administração Obama vem procurando uma justificativa legal para matar cidadãos americanos considerados terroristas fora do país. Sem julgamento ou qualquer envolvimento legal. Se não puderem ser capturados, serão executados. A coisa toda era para ficar fora das vistas da imprensa, mas depois que um documento de 16 páginas acabou por ser divulgado pela NBC, o New York Times (6/2) decidiu tornar público que os Estados Unidos têm, desde 2011, uma pista para pouso e decolagens de drones, aviões-robô sem pilotos e armados com foguetes e bombas de alta precisão, na Arábia Saudita. O Público(6/2) divulgou um parágrafo importante do jornal nova-iorquino:

“O primeiro ataque, segundo o jornal, aconteceu a 30 de setembro de 2011 e teve como alvo Anwar al-Awlaki, um norte-americano nascido no Novo México, formado nas universidades do Colorado e de George Washington, e tido pelos serviços secretos dos EUA como um importante membro da organização terrorista al-Qaida. O seu filho de 16 anos de idade e outros dois norte-americanos foram também mortos em ataques distintos, mas as autoridades dos EUA classificam-nos como ‘baixas resultantes de ataques contra operacionais da al-Qaida’.”

O emprego dos drones no Oriente Médio está sob a responsabilidade da CIA. A revista quinzenal Exame(8/2) descreveu bem o que é um drone, que é bem mais do que um simples avião-robô. Usados para reconhecimento desde 1994, os drones são da família “Predator” e fabricados pela General Atomics. O modelo original da série chamava-se MQ-1 e foi usado no Iêmen, Paquistão, Iraque, Líbia e Afeganistão. No início, servia apenas para reconhecimento, mas depois de 2001 foi armado com mísseis Hellfire (de médio alcance) e bombas guiadas a laser. Possuem sistema de navegação robótico e um sistema avançado de aquisição de alvos, mas não podem operar sozinhos: são “pilotados” à distância e cada ataque é conduzido por um operador que pode estar a milhares de quilômetros de distância. Ele controla o aparelho com um joystick, escolhe o armamento próprio para a ocasião e inicia o ataque: “O comando é feito à distância, de uma base em terra que pode estar no outro lado do planeta, já que a comunicação é feita via satélite. Nessa base secreta, um piloto vê, num conjunto de monitores, imagens captadas pelas câmeras do drone e dados registrados por sensores a bordo”, informou a revista.
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O assassinato de um cidadão nacional sem o devido processo e fora de cenários de batalha é um ato que vai contra os princípios básicos da Constituição americana. Mesmo que a vítima seja um dos líderes operacionais da al-Qaida, ele ainda é um cidadão americano. Segundo o Público, somente norte-americanos membros do alto-escalão da al-Qaida envolvidos em ataques contra os Estados Unidos são alvos potenciais do “programa”. Outro problema relacionado é a preferência do presidente pelo mentor do “Projeto drones”, John O. Brennan, diretor da CIA, a organização responsável pelo emprego das letais aeronaves não-tripuladas no Oriente Médio.

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