quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Autoridades internacionais comentam a renúncia do papa

Diversas autoridades ao redor do mundo se manifestaram após o papa Bento XVI, de 85 anos, ter anunciado, nesta segunda-feira, que renunciará ao pontificado em 28 de fevereiro deste ano. O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou, durante um congresso em Milão, que está "muito alterado" pelo anúncio e que não estava ciente sobre a decisão do papa. "Soube dessa notícia há um minuto", disse. Segundo o primeiro-ministro, ele não tem o poder de comentar se essa renúncia pode ou não alterar a relação entre o governo da Itália e o Vaticano. O presidente italiano, Giorgio Napolitano, considerou que trata-se de um ato "de grande coragem e generosidade" e que merece ser respeitado.

O presidente americano, Barack Obama, afirmou na tarde desta segunda que seu "apreço e orações" estão com o papa. "A Igreja tem um papel crítico nos Estados Unidos e no mundo, e eu desejo o melhor àqueles que em breve vão se reunir para escolher o sucessor de Sua Santidade", escreveu em comunicado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que Bento XVI, que nasceu na Alemanha, tomou uma "decisão difícil" e que deve ser respeitada. "Muitos vão entender que até o papa tem que lidar com o peso da idade", disse. Merkel ainda elogiou o papel do papa em favor do diálogo entre as religiões Católica, Judaica e Mulçumana.

Mais cedo, um porta-voz do governo alemão afirmou que as autoridades políticas do país têm "o mais alto respeito pelo Santo Padre, pelo que ele realizou e por suas contribuições ao longo de sua vida à Igreja Católica. Ele tem sido o líder da Igreja Católica por quase oito anos. Ele deixou uma marca muito pessoal como pensador e líder da Igreja, e também como pastor. Quaisquer que tenham sido as razões para essa decisão, ela precisa ser respeitada."

O presidente francês, François Hollande, declarou apenas que a decisão do papa "tem de ser respeitada". David Cameron, primeiro-ministro britânico, destacou que Bento XVI trabalhou "incansavelmente para fortalecer as relações entre Grã-Bretanha e Santa Sé" e afirmou que a visita do papa à Inglaterra em 2010 é lembrada com muito respeito e afeto. "Ele fará falta como um líder espiritual de milhões de pessoas."

Apesar das várias críticas proferidas ao Vaticano nos últimos anos em razão de sua resposta aos escândalos sexuais envolvendo padres na Irlanda, o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, afirmou que Bento XVI foi uma "liderança forte". "A renúncia é claramente uma decisão tomada após profunda reflexão e oração. Ela reflete o profundo senso de dever do papa com a igreja", disse.
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Líderes religosos — O líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, o arcebispo Vincent Nichols, declarou que o anúncio do papa foi “chocante e surpreendeu a todos”, mas ressaltou a coragem do pontífice em tomar tal decisão. “O santo padre reconhece os desafios enfrentados pela Igreja e que a força da mente e do corpo é necessária para governar e anunciar o Evangelho. Peço às pessoas de fé para manter o papa Bento XVI em suas orações”, afirmou. Justin Welby, nomeado no fim do ano passado arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja Anglicana, afirmou ter recebido a notícia com “o coração pesado, mas totalmente com total compreensão”.
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Judaísmo — O rabino-chefe israelense, Yona Metzger, elogiou Bento XVI, disse que a relação entre Israel e o Vaticano nunca havia sido tão boa e lhe desejou uma boa saúde. "Eu acredito que ele merece muito crédito para o avanço das relações inter-religiosas em todo o mundo e entre o judaísmo, o cristianismo e o islamismo”, disse um porta-voz de Metger.

Fonte - Veja
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