Varsóvia, Polónia, 06 fev 2013 (Ecclesia) – Os líderes das Igrejas cristãs da Europa querem trabalhar em conjunto na “evangelização“ e “renovação” das suas comunidades, para responderem aos desafios atualmente colocados por grupos e movimentos religiosos como o pentecostalismo e o neopentecostalismo.
Na mensagem final do encontro do comité conjunto do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e da Conferência das Igrejas Europeias (CEC), que terminou em Varsóvia, na Polónia, enviada à Agência ECCLESIA, aqueles responsáveis mostram-se “especialmente preocupados com a situação dos emigrantes”.
“Quando chegam à Europa, muitos perdem a ligação com a sua igreja tradicional e procuram refúgio em novos movimentos religiosos de um tipo ou do outro”, refere o comunicado.
A reunião do comité CEE-CEC, que começou segunda-feira na sede da Cáritas da Polónia, em Varsóvia, teve como objetivo refletir sobre “a fé e a religiosidade numa Europa em mudança” e identificar “desafios e oportunidades”.
No que diz respeito aos “novos movimentos cristãos que estão a surgir”, muitos colocam ênfase especial numa experiência direta e pessoal com Deus e têm uma doutrina mais liberal do que as Igrejas históricas.
Para além de responder a esse fenómeno com uma “aliança religiosa mais fluida”, os representantes do CCEE-CEC querem também perceber melhor a “influência que a globalização e os media estão a ter no modo das pessoas se relacionarem e integrarem”, quer no plano social quer religioso.
Entre 3 e 8 de julho, a Conferência das Igrejas Europeias, liderada pelo bispo Metropolita Emanuel de França, do Patriarcado Ecuménico, vai realizar em Budapeste, na Hungria, a sua 14.ª assembleia geral, subordinada ao tema “o CEC e a sua missão numa Europa em mudança”.
A reunião em Varsóvia possibilitou ainda aos representantes das Igrejas cristãs do Velho Continente debaterem “a situação precária” em que vivem hoje milhões de pessoas, sobretudo “no Médio Oriente e no Norte de África”, regiões marcadas pelo “perigo e a instabilidade social”.
“Um programa de diálogo construtivo será a única forma de estabelecer a justiça e uma paz duradoura naqueles territórios”, refere o texto.
Os dois organismos concluíram o encontro “renovando o seu compromisso na procura de uma maior comunhão eclesial em ordem a um testemunho cada vez mais efetivo da mensagem de Cristo no meio do povo europeu”.
Liderado pelo cardeal húngaro Péter Erdö, o Conselho das Conferências Episcopais da Europa foi criado em 1971 e é composto pelas 33 conferências episcopais da Europa, representadas pelos seus presidentes, além dos arcebispos do Luxemburgo, Principado do Mónaco, Chipre dos Maronitas e do bispo de Chisinau, na Moldávia.
A Conferência das Igrejas Europeias, estabelecida em 1959, reúne 115 representantes de Igrejas Ortodoxas, Protestantes, Anglicanas e Vetero-Católicas de todos os países da Europa, para além de mais 40 organismos associados.
O próximo encontro do comité, estabelecido em 1972, vai ter lugar entre 17 e 19 de fevereiro do próximo ano.