Autoridades locais na cidade iraquiana de Ramadi advertiram neste domingo que a cidade está à beira de cair frente ao avanço do auto-proclamado 'Estado Islâmico'.
Um funcionário da província de Anbar, onde fica Ramadi, disse à BBC que pelo menos 500 pessoas morreram nos últimos dois dias em combates na cidade, incluindo civis. A BBC não pode confirmar o número de forma independente.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, ordenou que as forças de segurança mantenham suas posições na cidade, após relatos de que parte das tropas iraquianas se retirou do local.
Neste fim de semana, membros da milícia extremista tomaram posições usando carros-bomba e ataques suicida, e se entrincheiraram em vastas áreas da cidade, que fica a 100 km de Bagdá.
Os reforços militares enviados pelo governo iraquiano não estão sendo suficientes para retardar o 'EI', segundo fontes locais.
Na sexta-feira, os extremistas lançaram uma grande ofensiva e tomaram vários bairros residenciais no centro da cidade. Eles levantaram bandeiras negras sobre edifícios no principal complexo do governo.
Porém, foram obrigados a abandonar as instalações em meio a ataques aéreos conduzidos pela força aérea iraquiana e aviões de guerra da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
O vice-chefe do conselho da província de Anbar, Faleh al-Issawi, disse à BBC que entre os 500 mortos nos últimos dois dias estão civis mortos em fogo cruzado e policiais sumariamente executados por militantes de EI.
Não há fontes alternativas para confirmar os números. Mas o grupo postou vídeos de propaganda em seus canais no YouTube exibindo o que afirmam ser tropas do governo iraquiano.
O repórter da BBC em Bagdá Ahmed Maher disse que a perda de Ramadi seria um "grande revés" para o governo iraquiano, que tenta livrar partes do seu território do domínio da milícia.
Anbar é um dos alvos da campanha militar para tentar obrigar o grupo a retroceder. A província faz fronteira com a Síria, Jordânia e a Arábia Saudita e corresponde a um terço da área do país.
'Jóia síria' resiste
Enquanto isso, militantes do EI na Síria foram forçados a retroceder após uma ofensiva de forças do governo próximo ao oásis de Palmira, a nordeste de Damasco.
A cidade, fundada 4 mil anos atrás e tombada como patrimônio da Unesco, abriga ruínas históricas e está sob ataque há quatro dias.
Pelo menos 300 pessoas foram mortas na violência desse período, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG que monitora os eventos no local. Entre os mortos estariam 50 pessoas executadas pelo EI, alguns, decapitados.
Mas a milícia sofreu fortes perdas em meio aos ataques sustentados do governo sírio usando armas pesadas e artilharia.
Segundo a mídia estatal síria, grupos de ativistas e moradores, o grupo foi expulso da parte norte da cidade, que estava sob seu controle.
Tropas do Exército sírio também tomaram as encostas das montanhas, de onde podem ter uma visão vantajosa da cidade e das ruínas locais.
Porém, os militantes ainda mantêm posições ao redor de Palmira, incluindo parte de um gasoduto.
Fonte - BBC